Etiqueta: Cabo Verde

“É discriminação” [entrevista]

EPCV – “Escola pertencente à rede pública de escolas portuguesas, sediada na cidade da Praia, em Cabo Verde.” [facebook.com/epcv.cv]

Assim, apenas quanto a este particular, ou seja, no que diz respeito a contingentes migratórios e a enorme desproporção entre os de origem africana e o da América do Sul, o mínimo que se poderá ao menos aventar, ainda que apenas em forma de perguntas, é o seguinte:
a) Não existiam já, há décadas, acordos Estado-a-Estado com todas as ex-colónias portuguesas em África?
b) Por exemplo, o “Acordo Geral sobre Migração entre Portugal e Cabo Verde” de 1976 foi revogado? Também por exemplo, o “Acordo Geral sobre Migração entre a República de Portugal e a República da Guiné-Bissau” de 1979 foi revogado? E, ainda por exemplo, o “Acordo Geral sobre Migração entre a República Portuguesa e a República Democrática de S. Tomé e Príncipe” de 1978 foi revogado?
c) No caso concreto de Cabo Verde, foi assinado complementarmente o “Protocolo sobre Emigração Temporária de Trabalhadores Cabo-Verdianos para Prestação de Trabalho em Portugal“, de 1997. Terá sido caso único, um exclusivo de Cabo Verde, ou foram assinados protocolos similares com os demais PALOP?
d) Se efectivamente todos aqueles acordos foram revogados, quais foram os motivos para tal revogação? Não existindo qualquer motivo, como agora se torna quase espectacularmente evidente, então porquê e para que efeitos, em concreto, foram “anexados” — apenas em 2021 — os PALOP ao “Acordo Sobre a Mobilidade Entre os Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)“?
As perguntas contêm em si mesmas as respostas, por inerência, de tal forma são descaradas estas e tão evidentes aquelas. A relação de causa e efeito, servida assim, a frio, sem meias palavras, poderá para alguns ter um efeito semelhante a levar de repente com um trapo encharcado na cara. É natural que depois um duche venha a calhar.
As ex-colónias portuguesas em África estão mais uma vez a servir para dar cobertura ao plano expansionista que meia dúzia de tugas, mercenários a serviço do Brasil, urdiram pela calada.
[post Cabo Verde, São Tomé, Guiné “e mais não sei quê”]

Na sequência do primeiro testemunho aqui publicado, de um português nascido em Moçambique, desta vez temos a oportunidade de ouvir o que diz um cabo-verdiano sobre o mesmo tema, ou seja, sobre as implicações, as contradições e o geral desconhecimento da situação gerada pelos diversos “acordos” bilaterais Portugal-Brasil, nomeadamente o “Estatuto de Igualdade” e o “Acordo de Mobilidade”.

Esta outra “entrevista” decorre numa esplanada, como aliás se nota perfeitamente pelos ruídos de fundo e as constantes interrupções, com idas e vindas de inúmeras pessoas, cumprimentos vários e, ainda por cima, com a dificuldade acrescida (minha) de desconhecer o Crioulo — a segunda Língua oficial de Cabo Verde.

O “entrevistado” é o Sr. Manuel Lopes, cabo-verdiano que reside e trabalha (na construção civil, presumo) em Portugal há seguramente mais de uma década.

Tema central da conversa: as radicais diferenças de tratamento consoante se trate de imigrantes brasileiros, que não têm necessidade de qualquer visto de entrada no país e podem “mandar vir a família”, e quando os imigrantes são provenientes de Cabo Verde (ou de qualquer dos outros PALOP). Segundo Manuel Lopes — e certamente outros africanos poderão confirmar isto, contrastando a realidade com a propaganda oficial –, existem de facto flagrantes (e surpreendentes e chocantes) diferenças entre as condições oferecidas aos imigrantes de uma ex-colónia da América do Sul e aquelas de que (não) dispõem os cidadãos provenientes das cinco ex-colónias portuguesas em África.

Pode ser que entretanto as coisas tenham mudado de alguma forma — o que não me parece, de todo –, mas o facto é que tudo o que diz este imigrante fica por ele mesmo muito bem sintetizado numa única palavra, que é em simultâneo ilustrativa e cirúrgica: discriminação.

«Eles [brasileiros] vêm sem visto. Mas nós, cabo-verdianos, temos de ter visto. É um problema para chegar a Portugal.»

«A gente para vir de Cabo Verde tem de ter visto, o que é muito complicado, para a gente conseguir um visto para vir para aqui. Mas os brasileiros não! O brasileiro é só arranjar o dinheiro da passagem, compra a passagem e já vem!»

«Os brasileiros vêm sem visto para Portugal. Mas nós, os cabo-verdianos, africanos, temos de arranjar visto; e aquele visto, na nossa terra, é muito difícil; tem que pagar muito dinheiro, muito dinheiro para vir para Portugal; menos do que 700 euros não há hipótese; às vezes é mais; mais a viagem, aí uns 400 euros ou 500 ouros.»

«Eu acho estas coisas inúteis. Porque se os brasileiros, se nós temos os mesmos direitos deles, nós fomos colonizados pelos portugueses, porque é que a gente tem que arranjar o visto para vir para aqui e os brasileiros não têm, vêm na hora em que eles quiserem?»

«Nós temos os mesmos direitos. Temos um acordo com [o Governo] português, eu acho também que nós, os cabo-verdianos, se quisermos ir buscar um filho, uma família, vai precisar de uns seis, sete meses para conseguir um visto.»

«Tem que dar uma chance para a gente, para ir buscar a nossa família para trabalhar aqui. Eles [os brasileiros] não têm esse problema.»

[pergunta] Se o Sr. Manuel apanhasse aí à sua frente ou o Presidente da República ou o primeiro-ministro, o que é que lhe dizia?

«Acho que isto é discriminação.»

Para já é só um raspanete da Comissão Europeia…

Agora e desta vez como antes e desde sempre, diligentes funcionários do mistério dos NegóciosEstrangeiros, entretêm-se na sua ociosa militância com o intuito único de promover os interesses geo-estratégicos, políticos e económicos brasileiros — ainda que para tal haja que fazer ‘tabula rasa’ de quaisquer Tratados ou Acordos a que Portugal esteja vinculado enquanto Estado-membro da União Europeia. Sob a longa cauda da CPLP — uma efabulação totalmente inventada por alguns portugueses a soldo do Brasil — trabalha-se com entusiasmo nas Necessidades para resolver as necessidades do Brasil. De facto, caso vingasse a tese — por absurda hipótese académica — da livre circulação na CPLP (ou seja, de brasileiros em Portugal e daqui para toda a UE), então teríamos de sobrepor dois regimes de “livre circulação” que mutuamente se excluem: os negócios do Brasil (com a cidadania portuguesa automática?) e o Acordo de Schengen. [22.12.2019 – “O alçapão das Necessidades”]

Isto tinha tudo para descambar em desastre e, se de facto ainda não há notícia de mortos e feridos a lamentar, o futuro não se apresenta decerto nada risonho para angolanos, moçambicanos, guineenses e demais cidadãos das ex-colónias portuguesas em África e na Ásia. Naturalmente, vão atrás da designação da suposta organização supra-nacional sobre a qual, teoricamente, o “acordo de mobilidade” incindiria transversalmente, mas isso não é mais do que pura retórica para enganar “distraídos”. Ao fim e ao cabo, os cidadãos dos PALOP não passam — para os políticos envolvidos em tão sinistro plano — de meros efeitos colaterais, de um custo acrescido, se bem que insignificante, face à esmagadora maioria (nunca menos e muito provavelmente mais de 90%) dos recém-chegados. A suposta “comunidade de países” diz respeito apenas aos 27 estados sul-americanos e ao único estado europeu que “adotaram” o brasileiro como língua nációnáu. [14.04.23 – “Três mil e cem por dia“]

Porque fazem tal coisa? Haverá de facto uma relação directa — ou de causa e consequência — entre a “ponte aérea” em curso e a imposição manu militari da cacografia brasileira? Haverá mesmo um nexo de causalidade, um continuum (planeado até ao mais ínfimo detalhe, será?) entre o #AO90, a invenção da CPLP (1996), o “Estatuto de Igualdade” (ano 2000) e o “Acordo de Mobilidade” de 2021? [10.08.23 – As “contas certas” da desinformação]Corrigenda (do texto propagandístico do DN abaixo transcrito):

  • onde se lê “CPLP” leia-se CPLB
  • onde se lê “imigrantes da CPLP” leia-se imigrantes do Brasil
  • onde se lê “nacionais dos Estados CPLP” leia-se naturais do Brasil
  • onde se lê “nacionais do Brasil a liderar” leia-se nacionais do Brasil em esmagadora maioria (≥90%)

UE abre processo contra vistos CPLP em Portugal

A Comissão Europeia iniciou um “procedimento de infracção” contra Portugal por causa das novas autorizações de residência para cidadãos da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), lançadas em março passado.

Diário de Notícias”, Valentina Marcelino, 30.09.23

A Comissão “insta Portugal a harmonizar as disposições” destes vistos “com o direito da União Europeia (UE), considerando que “Portugal não cumpriu as suas obrigações no âmbito do regulamento 1030/2002, que estabelece um modelo uniforme para o título de residência para os nacionais dos países terceiros“.

Na notificação enviada à secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, este organismo considera que o “título de residência não está em conformidade com o modelo estabelecido” no regulamento europeu.

Além disso, é acrescentado, “tantos os títulos de residência como os vistos de longa duração para efeitos de procura de emprego aos nacionais dos Estados CPLP não permitem aos seus titulares viajar no espaço Schengen”.

Mais uma prova de que esquemas fáceis em matéria de imigração só dão asneira. Estamos a falar de milhares de pessoas, residentes do nosso país”, comentou na sua página de Facebook a especialista em Direito das Migrações, Ana Rita Gil.

Ao DN explicou que “o problema acaba por ser meramente formal, mas tem muita importância material: há um modelo único de visto de residência na UE. O da CPLP não respeita esse modelo. É um papel, literalmente. Ora, isso não era reconhecido pelos outros Estados Schengen – nem tão pouco o visto de procura de trabalho. Assim, estas pessoas não podiam usufruir do direito de viagem até três meses no espaço Schengen, reconhecido a qualquer residente legal nos Estados-Membros”.

Uma outra perita nestas matérias, que falou sob anonimato por se encontrar em funções judiciais, sublinhou ao DN que “o governo português criou mais um regime excepcionalíssimo dentro da Lei de Estrangeiros, na qual, são transpostas cerca de duas dezenas de directivas comunitárias, em completa contradição com as mesmas. Nem sequer comunicou á UE o modelo de documento que passou a emitir, sendo obrigatório informar os parceiros de todos os documentos nestas áreas. Como seria de esperar começaram a circular aos milhares na UE e os outros Estados detectaram, questionando Portugal. Esta notificação da Comissão é o resultado disso. Tem havido retomas a cargo de inúmeros cidadãos nestas condições, afastados de outros países europeus“.

Segundo o SEF, estes vistos serviram para regularizar até agora 151.575 cidadãos da CPLP (113 mil logo nos primeiros dois meses). Têm a duração de um ano, renovável por dois períodos sucessivos de dois anos e podem ser deferidos automaticamente, sem necessidade de deslocação presencial.

Quanto aos vistos de procura de trabalho, solicitados nos consulados portugueses, fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros revela ao DN que, até 19 de Setembro passado (última contabilização feita) tinha sido concedidos 14.500 destes títulos, com os nacionais do Brasil a liderar, seguidos dos cabo-verdianos e dos são-tomenses.

A autorização de residência para os imigrantes da CPLP tem um custo de 15 euros e a disponibilização deste documento em modelo electrónico demora geralmente 72 horas.

Além de Portugal, integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

[Transcrição integral, incluindo “links” (a azul), mas não os destaques do original.
Os “links” a verde e destaques a ‘bold’ são meus. Cacografia brasileira corrigida automaticamente.]

Document Security and Schengen Convention: Commission calls on PORTUGAL to align the provisions of their Community of Portuguese Language Countries (CPLP) Mobility Agreement with EU law
(mais…)

O que faz correr os acordistas?

Por mais que se explique e demonstre, parece não terem ainda ficado claros, em alguns espíritos mais coriáceos os verdadeiros motivos que estão e que sempre estiveram por detrás do #AO90. A algumas pessoas será porventura difícil entender quais as reais finalidades económicas subjacentes e que interesses políticos motivaram os corruptos, vendilhões e traidores que entregaram ao Brasil a Língua Portuguesa.

Reconheçamos, porém, que tão lamentáveis lacunas de entendimento poderão ter resultado, pelo menos em algumas das tais alminhas mais “sensíveis”, do facto de ser realmente inimaginável que semelhante assalto tenha sido planeado e perpetrado mesmo debaixo do seu nariz. Torna-se de certa forma compreensível, caso sejamos minimamente magnânimos (ou caridosos, vá), aceitar que não deve ser nada fácil, para os ditos “distraídos” — e, por maioria de razões, para os 98% de portugueses absolutamente alheados da questão –, sequer conceber a ideia de que tenha sido possível alguns dos seus compatriotas terem ido àquela ex-colónia portuguesa oferecer a Língua nacional. Mas… a troco de quê faria aquela cáfila de bandidos semelhante coisa?

Bem, como tem sido aqui reiteradamente demonstrado, com exemplos práticos, testemunhos, provas documentais e até, quando em vez, perguntando a eventuais leitores se porventura será preciso fazer um desenho — o que implica fazê-lo mesmo, logo de seguida –, o que motiva bandidos é aquilo que, por exemplo, Budd Schulberg, com esmagadora lucidez, associou como um ferrete à mais conhecida das suas personagens: o dinheiro. É isso e só isso, o que faz correr Sammy.

Claro que no caso do #AO90, outro bestseller “mundiau”, o que faz correr acordistas é igualmente o dinheiro, sim, mas com outras, diversificadas e muito imaginativas designações. Tudo depende do câmbio em cada momento: o dinheiro é a figuração por excelência de poder, prestígio e influência, portanto pode ser trocado por tachos ou cunhas — para o próprio “investidor” e para os seus amigos, confrades e familiares –, por ao menos ter a ilusão de ver o seu nome grafado num documento “histórico” (alguns dos que se dizem anti-acordistas não passam de ressabiados que não foram tidos nem achados), ou apenas para publicar um livrinho, um artigozinho de jornal que seja, para exibir-se em palestras, para dar uns palpites nas redes anti-sociais — em suma, para “aparecer”.

Todas estas nuances são extremamente bizarras para qualquer estrangeiro — pudera, uma ex-colónia impor a sua língua ao país ex-colonizador é caso único no mundo e na História universal — e dessa estranheza resultam arrazoados por vezes confusos ou mesmo atabalhoados; sejamos novamente compreensivos, desta vez também para com estes estrangeiros, coitados, que têm de levar — manifestamente, sem compreender coisa alguma, de tão absurda que é a própria terminologia acordista — com “máximas” e dichotes inacreditavelmente imbecis (“língua universau”?, “unificação”?, “norma culta”?, “teimosia lusitana“?) contidos naquela aberração “oficiau”.

15 Fascinating Facts About the Portuguese Language

1. It’s the sixth most spoken language in the world

You probably know that Portuguese is one of the most spoken languages in the world, but did you know that it’s among the top 10 most spoken languages?

With over 200 million native speakers, Portuguese is ranked sixth most spoken language in the world. It’s also the second most spoken Romance language, after Spanish.

The reach of the Portuguese language is connected to its colonial past. Portuguese conquerors and traders brought their language to America, Asia, and Africa. And the rest is, well, history.

2. It’s one of the fastest-growing European languages

The Portuguese language isn’t spoken in such widely-distributed parts of the world only because of its past. Portuguese is also becoming more and more popular, and it’s growing fast.

Many people decide to take Portuguese lessons, and there are many reasons for this. Of course, one of them is the wide reach of the language, so everything is quite connected.

Either way, according to UNESCO, Portuguese might actually become an international communication language. And that’s definitely a solid reason to start learning Portuguese.

3. It’s the official language of 9 countries

If you learn Portuguese, you will be understood in many countries. After all, many people study it as a second language. But Portuguese isn’t only widely spoken and popular – it’s also the official language in nine countries!

Many people believe that Portuguese is the official language in Brazil and Portugal. But it’s also the official language in Angola, Mozambique, Cape Verde, Guinea-Bissau, São Tomé and Príncipe, Equatorial Guinea, and East Timor.

In Brazil, Portugal, Angola, and São Tomé and Príncipe (island country in Central Africa) it’s spoken by the vast majority as a native language, and in others countries, it’s spoken by the minority as a first or second language.

4. Only 5% of Portuguese speakers actually live in Portugal

If you take into account all of the above, it’s easy to conclude that the majority of Portuguese speakers are not from Portugal. In fact, it’s estimated that only 5% of Portuguese speakers live in Portugal.

Brazil is by far the world’s largest Portuguese-speaking nation. And it’s the only Portuguese-speaking country in the Americas. But although more than 90% of people in Brazil speak Portuguese, the language is the most widespread in Portugal.

All in all, the fact that less than 10% of Portuguese speakers live in the language’s country of origin is quite fascinating.

5. European and Brazilian Portuguese is not the same

If you want to take Portuguese classes, you’ll have to decide which dialect you want to learn: European or Brazilian Portuguese. The thing is, although they’re mutually intelligible, they’re actually quite different.

So, what is the difference between Brazilian and European Portuguese? For starters, there are many differences in pronunciation, so they sound different.

Also, some words are spelled differently, and when you’re in Portugal, you’ll have to pay attention to formal and informal speech. There are some differences in the vocabulary too, and that’s perhaps the most obvious difference.

As you can see, although it’s the same language, the difference between the two is distinct, especially if you ask a native speaker.

6. New letters were added to the alphabet recently

Generally, Portuguese is based on the Latin alphabet and comprises 26 letters of which 5 are vowels and 21 are consonants. But there weren’t always 26 letters in the Portuguese alphabet – 3 of them were integrated in 2009.

The thing is, the letters K, Y, and W are only used for loanwords, so up until recently, they weren’t a part of the alphabet, at least not officially. But the new Orthographic Agreement (which standardizes spelling forms) made them a part of the alphabet.

However, they’re still only used for certain words such as foreign places, people’s names, units of measurements (like kilogram), acronyms, and symbols.

7. It’s influenced by Arabic

Another interesting thing about Portuguese is that it’s influenced by the Arabic language. If you’re good at history, you know that in the early 8th century, the Islamic Moors from North Africa and the Middle East conquered Portugal and Spain.

Therefore, until the 13th century and the Reconquista, the official language of the Iberian Peninsula was a form of Arabic. As a result, Arabic had a great influence on Portuguese, and many Arabic words have been adapted into the Portuguese language.

This linguistic mark can be seen in hundreds of Portuguese words, and can still be heard in everyday conversations.

8. It has some super long words

If you think that the German language has very long words, you should know that Portuguese has some unusually long words too.

For example, the longest non-technical word in the Portuguese language has 29 letters – it’s anticonstitucionalíssimamente. But since it means “in a very unconstitutional way/manner”, you won’t use it that often. Probably.

9. Six different endings in each verb tense

If you want to learn how to speak Portuguese, you shouldn’t be worried about learning long Portuguese words. But something that might be a real and more immediate challenge is learning six different conjugations for pronouns.

In Portuguese, each verb tense has six different endings. Unlike English, Portuguese requires you to think about who is performing the action. While in English there are only two options (for instance, run or runs), in Portuguese, there is more than one way to say ‘you’, ‘it’, and ‘they’.

You’ll also have to learn to identify Portuguese verb tenses and moods. So, learning basic Portuguese grammar and building a strong foundation is a must.

10. There are twoways to say “to be”

Another difference between English and Portuguese is that Portuguese has two different verbs for saying “to be”: ser and estar.

The verb ser is used to describe permanent states, whereas estar is used for something temporary or circumstantial (like mood or weather). So, it all depends on the context’s time frame.

11. Portuguese has influenced English

Unsurprisingly, the worldwide spread of the Portuguese language influenced many languages including English. English speakers will find many familiar words in the Portuguese vocabulary.

Some of the most popular English-Portuguese cognates are Animal (Animal), Original (Original), and Real (Real). Also, a lot of English adverbs ending in –ly can easily be converted into Portuguese; Really (Realmente), Naturally (Naturalmente), and so on.

12. It comes from Galicia, Spain

As you already know, Portuguese is one of the most widely spoken languages in the world. But do you know where it comes from?

The roots of the Portuguese language are in the autonomous community of Galicia located in northwest Spain. The Galician language (also known as Gallego) was born in the 10th century, and it’s a combination of common Latin and local dialects. And back in the 14th century, Portuguese emerged as a descendant language.

So, Portuguese and Galician are sister languages, and their native speakers can easily understand each other.

13. Portuguese passport is the fifth most powerful in the world

According to the Passport Index, Portugal has the fifth position in the ranking of the most valuable passports in the world. The Henley Passport Index (HPI) is a global ranking of countries according to travel freedom.

With the Portuguese passport, you’ll have visa-free access to 187 countries. So, it’s fair to say that Portugal has valuable citizenship. And although this fact is more related to the country than to the language, the fact that Portugal is in the same ‘passport’ group as the UK, France, and Ireland is quite amazing.

14. It’s very romantic

Besides being popular and useful, Portuguese is also quite romantic. The Portuguese language has a lot of vowel sounds, and its consonants have a percussive quality to them. Also, native speakers use a lot of intonation in their speech.

All of that makes the Portuguese language very unusual but also smooth and intriguing. In our opinion, it’s definitely one of the most beautiful and romantic languages in the world.

15. Portuguese has some unique words

Another thing that makes Portuguese very interesting (and romantic) is that Portuguese has certain words that are unique to the language.

You’ve perhaps heard of the word saudade – it’s used for the feeling of melancholy, desire, and nostalgia. And having unique words that are hard or impossible to describe in another language is quite fascinating.

Final Thoughts

We hope these interesting and fun facts about Portuguese helped you realize how amazing this language actually is. It’s beautiful and unusual, and it’s spoken all around the world.

And if all of this also inspired you to start learning Portuguese, you can check out our reviews of the best apps to learn Portuguese and the best online Portuguese classes.

Linguatics

Written By Jessica Knight

Founder of Linguatics. Passionate multilinguist.

[Transcrição integral. Acrescentei “links” (a verde).]


[tradução]

15 Factos Fascinantes sobre a Língua Portuguesa

1. É a sexta língua mais falada no mundo

Provavelmente sabe que o Português é uma das línguas mais faladas no mundo, mas sabia que está entre as 10 línguas mais faladas?

Com mais de 200 milhões de falantes nativos, o Português aparece por vezes classificado como sendo a sexta língua mais falada do mundo; e também como a segunda língua românica mais falada, a seguir ao espanhol.

A difusão da Língua Portuguesa está ligado ao seu passado colonial. Os conquistadores e comerciantes portugueses levaram a sua língua para a América, Ásia e África. E o resto é, bem, o resto é História.

2. É uma das línguas europeias que mais crescem

(mais…)

‘Não serve rigorosamente para nada’ [jornal “Folha 8” (Angola)]

“CPLP não serve para rigorosamente nada”

jornalf8.net, 27.08.23

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje a abertura das cimeiras da CPLP aos jovens, por forma a evitar que a organização se torne, naquilo que os jovens já sabem que é há muito tempo, uma “relíquia do passado” ou uma “montra de personalidades”. Ou, como dizia Vasco da Graça Moura há mais de dez anos, uma espécie de organização fantasma, “que não serve para rigorosamente nada”, a não ser “ocupar gente desocupada”.

Por Orlando Castro (*)

Intervindo na 14ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu hoje São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “maioria crescente de jovens” nesta organização. Uma no cravo outra na ferradura, a grande especialidade estratégica de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português defendeu que a CPLP deve “não só trabalhar para a sua sustentabilidade, como dar-lhes mais e mais rápida voz activa, participação nas cimeiras, em cimeiras suas entre as nossas, na atrasada formalização do seu fórum, mas sobretudo na transformação da sua vida e do seu papel comunitário, feito de qualificação, emprego, condições sociais, intercâmbio, mais acelerada mudança geracional”.

“Os jovens têm de sentir que comunidade é sua, não e só daqueles que a lançaram ou que a governam hoje. É deles também e cada vez mais e faz a diferença nas suas vidas”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português referiu que em 2026, quando se celebrar o 30º aniversário da CPLP, “terão de ser novas gerações, senão liderantes na comunidade, pelo menos determinantes em parte essencial da sua liderança”.

“Falo das mulheres e dos homens nascidos na viragem para este século, imediatamente antes ou imediatamente depois. Quero vê-los aqui, nestas cimeiras, senão na primeira fila, na segunda, na terceira ou na quarta, ou na assistência, nos convidados”, desafiou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “só assim a CPLP não correrá nunca o risco de se converter numa relíquia do passado ou numa montra de personalidades de uma arena política e mediática, cada vez mais distante dos nossos povos e dos nossos jovens”.

“Não deixaremos que assim seja, não falharemos o nosso encontro com o futuro”, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa. E como todos sabemos, se garante é… mentira.

Acabem com a CPLP a bem da Lusofonia

Em Fevereiro de 2012, a CPLP inaugurou a sua nova sede em Lisboa, um espaço maior e com mais funcionalidades, que os seus dirigentes acreditavam permitiria abrir a organização à sociedade.

Segundo Vasco Graça Moura, na altura o novo presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, “a CPLP é uma espécie de fantasma que não serve para rigorosamente nada, que só serve para empatar e ocupar gente desocupada

sede da CPLB (Lisboa, Portugal)

O novo espaço, que ocupa o Palácio Conde Penafiel, na zona do Largo do Caldas, na baixa de Lisboa, inclui auditório, biblioteca e centro de documentação, além de salas de reuniões, gabinetes de trabalho e um salão nobre, onde serão recebidas entidades oficiais.

“Fica facilitada a nossa intenção de promover um contacto mais directo com a comunidade”, disse na altura o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira, adiantando que a ideia era atrair a comunidade académica e promover encontros com as várias comunidades lusófonas que vivem em Portugal.

“Este conjunto de movimentos deverá permitir que a CPLP seja mais conhecida e esteja mais presente no dia-a-dia dos cidadãos”, considerou, lembrando que as anteriores instalações, na Lapa, não ofereciam condições para estas iniciativas.

Ao longo dos primeiros 15 anos de existência, a CPLP, criada a 17 de Julho de 1996, pretendeu (embora sem êxito) afirmar-se como organização de concertação politico-diplomática e de cooperação, sendo frequentemente criticada por não conseguir chegar às sociedades dos oito países membros.

“Gostávamos de ter ido bastante mais rápido, mas (…) era preciso estruturar a organização, era preciso que fosse reconhecida nos espaços oficiais para que hoje possamos sentir que temos oportunidade de nos aproximarmos da comunidade”, disse.

A cerimónia inaugural da nova sede, presidida pelo Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, contou com a presença do vice-presidente de Angola, Fernando Piedade dos Santos, em representação da presidência angolana da organização.

Participaram também na sessão o primeiro-ministro português, Pedro Passo Coelho, e os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

E sendo a CPLP uma Comunidade dos Países de diversas Línguas, entre as quais a Portuguesa, não admira que enquanto Timor-Leste queria abandonar o português, outros queriam entrar, mesmo que o que pensam da nossa Pátria comum (a língua) seja igual a zero. São disso exemplos, Austrália, Indonésia, Luxemburgo, Suazilândia (hoje Essuatíni) e Ucrânia.
(mais…)

A língua do Brasil é a brasileira

Language is a structured system of communication that consists of grammar and vocabulary. It is the primary means by which humans convey meaning, both in spoken and written forms, and may also be conveyed through sign languages. The vast majority of human languages have developed writing systems that allow for the recording and preservation of the sounds or signs of language. Human language is characterized by its cultural and historical diversity, with significant variations observed between cultures and across time.[1] Human languages possess the properties of productivity and displacement, which enable the creation of an infinite number of sentences, and the ability to refer to objects, events, and ideas that are not immediately present in the discourse. The use of human language relies on social convention and is acquired through learning. [Wikipedia]

 

Diz a autora do “post”: «That was exactly what happened to the Portuguese.»Pois foi exactamente o que aconteceu com os portugueses.»)

Bem, não exactamente. Não existe “língua americana”, mas existe — de facto, se bem que (ainda) não oficialmente — língua brasileira. A Língua inglesa é a nacional, adoptada federalmente e instituída nos 50 estados da República Federativa dos Estados Unidos da América do Norte (USA). Salvas as devidas e naturais diferenças de sotaque e mesmo de algum vocabulário específico entre os estados mais a Norte em relação aos do Sul e daqueles mais próximos da costa atlântica, a Leste, face aos da costa do Pacífico, a Oeste, a Gramática da Língua falada e escrita nos USA é a do Inglês canónico — aliás, comum a todas as ex-colónias da Coroa britânica

Isto não sucede, de todo, com a língua brasileira; por motivos políticos e consoante as respectivas incidências históricas (processo de independência, influências linguístico-culturais externas e internas, fluxos migratórios, convulsões geoestratégicas, organização social etc.), a Língua da antiga potência colonial sofreu um processo de erosão, primeiro, de re-construção (não confundir com reconstrução), a seguir, e de pura e simples destruição, por fim, da matriz linguística original. Hoje em dia, a língua brasileira é simultaneamente tão parecida e tão diferente do Português como o são o Galego, o Crioulo de Cabo Verde (por exemplo) ou até o Papiamento, o Patuá ou qualquer dos outros crioulos de base portuguesa espalhados pelo mundo.

Não existem, por conseguinte, a não ser nos discursos de brasileiristas e na conversa fiada de “linguistas” e “especialistas” a soldo (e em saldo), outras “variantes” do Português — Língua oficial — além das de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe; ou seja, nos PALOP. Os casos de Timor-Leste, de Macau e mesmo da antiga “Índia portuguesa” não entram na categoria de “variantes”, dadas as suas exiguidade e particularidade.

O factor comum, logo, unificador, logo, identitário, é o mesmo que regula os vastíssimos e imensamente diversificados espaços da Commonwealth e, também mas não de igual forma, da Francophonie: a Gramática é comum, o vernáculo é estável (se não o fosse, não seria vernáculo), a ortografia — suportando apenas variações pontuais e de pormenor — a mesma. Nada disto sucede com a língua brasileira, o que, pela própria noção conceptual, exclui liminarmente e por definição sequer a possibilidade de aquilo ser uma “variante” da Língua Portuguesa.

Por mais cambalhotas “linguísticas”, por mais malabarismos neo-imperialistas e por mais vigarices que marionetas a soldo (“linguistas”, “académicos”) tentem impingir a papalvos, a verdade é que já nem Jorge Amado ou Chico Buarque, nem Machado de Assis ou José Mauro de Vasconcelos, nem Olavo Bilac ou Jô Soares conseguirão reverter ou ao menos parar o processo — aliás tão natural como a própria marcha da História — de… rompimento linguístico: será mera questão de tempo até que a Língua Brasileira seja oficialmente reconhecida como “língua de trabalho” da ONU e finalmente assumida pelos poderes políticos instituídos no Brasil e em Portugal como sendo aquilo que na realidade o Português e o Brasileiro já são: línguas diferentes. Uma, filha do Latim, europeia e adoptada por alguns países africanos; a outra, trineta (ou pentaneta) da tal filha do Latim, esgarçada pelos próprios brasileiros com a ajuda de italianos, libaneses, japoneses e até dos brasileiros que já lá estavam antes de existir o país Brasil e sequer a ideia de “país” — índios de inúmeras tribos.

How do you explain the inexplicable?

Cátia Cassiano

“In The Eyes Of A Translator”, 28 August 2023

How do you explain the inexplicable? As an entrepreneur, I have a duty of care to my clients. I must provide them with great service, transparency, and all the relevant information they need to make their own decisions. This would be a straightforward task if you work in the legal industry or if you sell a product. You both speak the same language and you both know the desired outcome. What about language service providers? For us, it may be a little more complicated because we are dealing with different languages and cultures and one side might not have any knowledge or contact with the language or culture. So, what do you do?

Making a connection

As linguists, our duty is to make a connection between those two languages and cultures. In other words, that document our client gave us to be translated needs to be converted into something the readers of the other language perceive as native and written for them. This is why we need translators after all!

The broken link

What if there is a broken link in the process? You must solve it and restore that link as soon as you possibly can. This usually happens when there are variants in the languages you are working with. We need to explain to our clients why being aware of these variants is essential to the success of their projects. Because if they don’t have any contact with the language they might not understand that a text in the wrong variant may damage their reputation in that country and that might be a problem for them.

Cultural assassination

This all seems doable. You can explain the diversity of the cultures that speak that language and why the variants might be so different from the main language from which they originated. But, what if the government of that country is the one trying to erase that culture and language, how can you explain it? How do you explain to your clients that the government of the country they are doing business with is trying to assassinate the culture and language of that country? Impossible isn’t it?

This is what is currently happening in Portugal, and that is the situation I and all my colleagues who work with the Portuguese Language have to face. The elected Government signed an agreement without public consultation, forcing the Portuguese to write according to the Brazilian variant of the language. No linguist was consulted, the constituents were not consulted, and no one was consulted. The result was something abhorrent and confusing.

They claimed they wanted to unify the language but all they did was create more division. People don’t know how to write, there are errors everywhere and it is an absolute disgrace. Citizens have been fighting for this for a long time, but the same corrupt politicians who signed this absurd are the ones ignoring the people who put them there!

So how can you explain to your clients why it is essential to respect the language and culture of the country they are doing business with if the government of that country is the first one to do the opposite? I try, I even try to explain what is happening here, but it is so absurd that even that is difficult. Let me try … just think about it … what would you say if you read or someone told you that Rishi Sunak signed an agreement with all other English-speaking countries so the United Kingdom and all other countries start speaking the American variant of English? What would you say about this? What would Kind Carles say about this? That was exactly what happened to the Portuguese. Absurd isn’t it?

[Transcrição integral, com ligeiras alterações apenas no aspecto gráfico.
Acrescentei “links”.]

[tradução]

Como explicar o inexplicável?

Cátia Cassiano
“In The Eyes Of A Translator”, 28 August 2023

Como é que se explica o inexplicável? Como empresária, tenho o dever de cuidar dos interesses dos meus clientes. Tenho de lhes prestar um bom serviço, com transparência e providenciando toda a informação relevante de que necessitam para tomarem as suas próprias decisões. Esta é uma tarefa simples para quem trabalha no sector jurídico ou se vendermos um produto; ambos falam a mesma língua e ambos sabem qual o resultado pretendido. E os prestadores de serviços linguísticos? Para nós pode ser um pouco mais complicado, porque estamos a lidar com línguas e culturas diferentes e uma das partes pode não ter qualquer conhecimento ou contacto com a língua ou cultura da outra. Então, o que é que se faz?

Estabelecer uma ligação

(mais…)