A Guiné Equatorial e a encenação da língua portuguesa
Bagão Félix
– Tudo Menos Economia – PÚBLICO
Em Julho do ano passado, e a propósito da admissão da Guiné Equatorial na CPLP, aqui escrevi que o ditador Teodoro Obiang havia anunciado a adesão à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, na página oficial do seu Governo na Internet, em três línguas: espanhol, inglês e francês.
Com a adesão, o português é uma das três línguas oficiais da Guiné Equatorial. Neste contexto o governo prometeu que o ensino do português seria posto em prática, gradualmente, nas escolas primárias e na Administração Pública da Guiné Equatorial e tornar-se-ia língua oficial e de trabalho nas instâncias e organizações regionais e internacionais.
Evidentemente que uma língua nova demora longo tempo a disseminar-se. Mas, mais de um ano decorrido o tão prometido (e necessário) objectivo não passou de uma encenação.
As notícias vindas a público falam-nos de que sete (repito, sete) funcionários daquele país irão beneficiar de bolsas de estudo do Ministério dos Assuntos Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial para frequência em Portugal de um curso intensivo de língua portuguesa com a duração de três meses.
Assim vai o novo e autocrático país da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa. Tudo numa boa. Para inglês ver.
Transcrição de A Guiné Equatorial e a encenação da língua portuguesa – Tudo Menos Economia – PÚBLICO, 17.10.15. Acrescentei “links”.