Dia: 5 de Novembro, 2015

Uma história (muito) mal contada [XXIII]

Igreja_de_São_Francisco_de_Évora_-_Entrada_da_Capela_dos_OssosPai Nosso que estais no céus santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal. Ámen.

“Quantas assinaturas «temos»?” – 2

Confesso que nunca entendi, no “Pai Nosso”, a expressão “perdoai-nos as nossas ofensas”. Não percebo nada do assunto, a bem dizer — e literalmente — sou um perfeito leigo na matéria, mas, enfim, vejamos, quem ofende a Deus não incorre em pecado mortal? E se uma pessoa, se bem que formal e inerentemente pecadora, jamais O ofendeu? Nesse caso porque deverá pedir perdão por ofensas que não cometeu? Além disto, que já é aborrecido, o resto da oração na oração (“assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido“), peço desculpa pelo estilo blunt mas a coisa cheira-me a negociação manhosa, ou seja, parece que a gente está ali a pechinchar umas coisas com o Altíssimo, troca por troca, toma lá perdão, dá cá perdão.

Sobre esta matéria já Mateus se interrogava (18:21-22), interpelando o próprio Cristo:
«’Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?’ E Jesus respondeu: ‘Não até sete, mas até setenta vezes sete’»

Mistérios, como sabemos. Palpita-me, porém, esperando sinceramente não incorrer pelo dito no pecado, que eu cá devo ter perdoado, só desde 2008 e apenas no que toca à história que aqui se narra, um pouco mais do que 70X7 vezes. Entre traições e  deserções, injúrias e insultos, calúnias e difamações, foi algo como 71X7 vezes, isto é, contas redondas, uns 497 perdões. Ora, isto é um balúrdio, quase meio milhar, e por conseguinte — sem negociar, hem, que estamos aqui entre pessoas de bem — presumo já ter assegurado o meu lugarzinho no céu.

Por exemplo, voltemos à Terra, aquilo do apelo público a que os subscritores da ILC-AO “desassinassem” em massa: está perdoado, pronto, não se fala mais nisso.

Aliás, no caso desse rapaz houve que emitir perdões em série, tipo rolo de Ticket-O-Matic.

Apareceu o moço, surgido do nada, um ou dois dias depois do “2 de Fevereiro” e um ou dois meses depois da “aparição” já nos estava a “exigir” que o seu “perfil” de “subscritor” e o da senhora sua mãe constassem da nossa “galeria”; nesta apenas entravam perfis de subscritores, apoiantes e activistas convidados por nós, mas aquela dupla “exigência” foi logo ali perdoada, à cabeça, pronto, siga, lá colocámos ambos os perfis; posteriormente, o mesmo moço “exigiu” o apagamento da sua subscrição (e da de sua mãe) e do seu  perfil na “galeria” (idem quanto à  progenitora dele), ora, pois com certeza, é já a seguir, apaguem-se segundo as próprias vontades, adeus, estão ambos perdoados. Perdoámos-lhe igualmente quando teve (?) a ideia de se recolher assinaturas na Feira do Livro de Lisboa e fez o favor de nos dizer tudo aquilo que deveríamos fazer, tintim-por-tintim, materiais e pessoal necessários, etc., mas que estava demasiadamente ocupado para fazer ele mesmo fosse o que fosse, bom, está bem, isso é fácil,  perdoe-se. Depois, afinal, acabou por arranjar tempo, ao menos para recolher as assinaturas que deveriam ter sido remetidas para “o dito apartado de Carcavelos“, isto é, para a ILC-AO.

On 03-05-2012 19:39, I** M***** B****** wrote:

Cara Isabel Monteiro,
Não estava combinado que se deixasse as assinaturas na Gradiva.
No mail seguinte, eu reiterei que eles não queriam perturbações no “stand”.
Segundo uma fonte da ILC, as assinaturas são pessoais; devem ser guardadas pelos voluntários.
Disse num mail anterior que as recolheríamos no jantar (de dia 17 de Maio, no restaurante “A viúva”); ou, em alternativa, dando a uma pessoa que vá ao jantar.
Abraço,
Ivo MB

Isto, esta sonegação das subscrições, como já aqui foi explicado, é que não me parece seja lá muito fácil de perdoar.

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