Já sabíamos que a Babbel, uma espécie de escola de línguas “online”, é uma empresa privada financiada com capitais públicos, através de fundos europeus para o Desenvolvimento Regional (EFRE), e já sabíamos também que — apesar de ser europeia — esta empresa oferece “cursos” de Português que afinal é… “brasileiro”. A bandeirinha, como o algodão, não engana.
Noticiámos isto mesmo, em 2012, no “site” da ILC-AO: “Portuguese” na Babbel é “brazilian” e a União Europeia financia isso…
As reacções não se fizeram esperar. Duas delas, por exemplo, deram origem a “posts” autónomos: «Really pissed off» [Rui Faustino versus Babbel] e «Anedotas como a Babbel» [mensagem de Paulo Rodrigues].
Mas não é só na versão inglesa da Babbel que existem “curiosidades” destas. Três anos depois, também na versão em Língua francesa encontramos “lições” que são verdadeiramente de arrepiar.
No vídeo que seguidamente se reproduz e no respectivo texto de apoio podemos apreciar outras abomináveis macacadas made in Babbel. Das quais a mais espantosa talvez seja a seguinte “incrível” descoberta: uma das diferenças entre o Português europeu e o outro é que no Brasil se escreve “recepção” mas em Portugal a grafia “correta” é “receção”!
Ou seja, a Babbel exemplifica as diferenças entre as duas variantes do Português com uma das milhares de novas duplas grafias inventadas pelo mesmíssimo “acordo ortográfico” que serviria para… eliminar duplas grafias.
Não é de chorar a rir, esta “maravilhosa língua unificada”?
Não, não é. Não tem piada nenhuma. Mas ao menos à bonecada foge a boca para a verdade: no fim, perguntam aos estudantes qual das línguas preferem. Ora bem.