Dia: 9 de Março, 2016

“Acordo verbal” de “cavalheiros” da CPLP: tudo menos Portugal

FBD_MRS_CPLPOutra forma de dizer a mesma coisa: «Portugal vetado na CPLP».

No primeiro tratamento jornalístico da questão os bois foram chamados pelos nomes, enquanto que aqui temos uma abordagem bastante mais xaroposa, isto é, parece que se trata de simples esquecimento, falta de memória, barreram-se das cabeças de alguns “cavalheiros” umas coisinhas. Para umas coisas, como é o caso do “acordo ortográfico”, a “lusofonia” borrifa-se positivamente para as “organizações congéneres” e para a tradição; para outras coisas, como acontece com a presidência da CPLP, a “lusofonia” vai repescar a “tradição” das mesmíssimas organizações congéneres. Muito engraçado.

logo_sharePortugal desconhece norma que inviabiliza candidatura a secretário-executivo da CPLP

Nuno Ribeiro

07/03/2016 – 19:29

Regra de 1996 não é recordada por todos os intervenientes. O primeiro secretário executivo, o angolano Marcolino Moco, diz que só agora ouviu falar de tal disposição.

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Fontes diplomáticas não confirmam a existência de uma norma que inviabiliza a candidatura de Portugal ao cargo de secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por Lisboa albergar a sede da organização. O actual secretário-executivo da organização, Murade Murargy, afirmou esta segunda-feira à Lusa que “houve um acordo de cavalheiros” para que o país que acolhe a sede (Portugal) não assuma o secretariado executivo. Tal posição não foi confirmada pelo primeiro secretário-executivo da CPLP, o angolano Marcolino Moco.

“O Governo português não tem conhecimento dessa disposição”, afirmou ao PÚBLICO uma fonte diplomática. Na sequência da ordem alfabética dos Estados membros da organização, cabe a Portugal apresentar candidato ao cargo de secretário-executivo. Aliás, esta questão consta da ordem de trabalhos da reunião ministerial dos chefes da diplomacia da CPLP que vai decorrer em Lisboa a 17 de Março.

Foi deste modo reafirmada a posição expressa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na abertura do seminário diplomático em Janeiro passado. “Aprovaremos na próxima cimeira, no Brasil em Julho, a nova visão estratégica da CPLP e estamos a participar activamente nesse processo. Cabe a Portugal apresentar a candidatura ao próximo secretário ou secretária-executiva da organização. Temos aí uma responsabilidade muito importante, de que evidentemente não declinaremos”, declarou então o chefe da diplomacia portuguesa.

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1 €

Este é o 2.º artigo sobre o assunto de capa do jornal “i” de 08.03.16.

Já o disse e repito: boa sorte.

Haja esperança, que diabo! Pode bem suceder que afinal todos estes reputadíssimos Conselheiros do novo Chefe de Estado consigam influenciá-lo de alguma forma, quem sabe…

Queira Deus que só eu esteja nisto redondamente enganado e toda a gente carregadinha de razão. Pois está claro, não conta para nada o facto de a esmagadora maioria dos portugueses (de todas as castas) ser contra o AO90 e, portanto, tratar-se de mera inerência tal concentração de anti-acordistas entre os Conselheiros do Presidente. Sejamos optimistas, por conseguinte, não haverá nisto qualquer intenção de amaciar, amansar, trazer ao redil, ou seja, de literalmente silenciar tão prestigiadas figuras.

Muito provavelmente, serei o único — e apenas porque tenho mau feitio, claro, visto não passar de simples “leigo” na matéria, um gajo que não percebe nada “disto” — a achar, por exemplo, que se «o professor disse que as alterações introduzidas pelo acordo “não são substanciais”», então o professor deveria ter dito que as aberrações introduzidas pelo acordo são substanciais.

Espero bem valha a empreitada o preço do jornal, irrisória quantia que no entanto me custou bastante gastar em tão ruim pasquim recentemente anexado a uma conversão “expetante” ao mais abjecto acordismo militante.
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MARGARIDA DAVIM

Marcelo Rebelo de Sousa não se habituou ainda a escrever sob as regras do acordo ortográfico de 1990, mas tem mantido uma posição ambígua em relação ao tema. Até hoje, nunca ninguém lhe ouviu uma posição crítica sobre a nova ortografia, mas está longe de fazer uma defesa clara do tratado.

Certo é que, em Belém, Marcelo estará rodeado de pessoas com opiniões fortes sobre o tema e críticas da actual solução ortográfica.

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