Portugal – França

Portugal

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Um Povo Resignado e Dois Partidos sem Ideias

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Guerra Junqueiro, in ‘Pátria (1896)’

França

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VIDEO. La réforme de l’orthographe va «tomber dans un oubli», selon Hélène Carrère d’Encausse

ORTHOGRAPHE L’annonce de la réforme par l’exécutif avait vivement fait réagir les internautes…

Clémence Apetogbor
Publié le 19.04.2016

La réforme de l’orthographe, qui a fait couler tant d’encre, pourrait ne pas être appliquée, selon  l’académicienne Hélène Carrère d’Encausse. La secrétaire perpétuelle de l’Académie française estime que la suppression des accents circonflexes, ou la suppression du « i » de « oignon », sera « mise au frigidaire ».

A la chaîne de télévision suisse RTS, elle a affirmé que les éditeurs de manuels scolaires ont renoncé à mentionner « un sceau rouge nouvelle orthographe » sur les manuels en cours d’impression pour la rentrée prochaine, et donc à tenir compte des recommandations émises par les académiciens en 1990. Tout aurait été mis en suspens après la polémique provoquée en février par l’annonce de ces modifications. « Je sais » que beaucoup d’éditeurs vont renoncer, et « mon pronostic est que ça va tomber dans un oubli ».

Interrogée sur la mobilisation que ces modifications ont provoquée, notamment la naissance du hashtag #JeSuisCirconflexe sur Twitter, Hélène Carrère d’Encausse s’est montrée agréablement surprise : « On dit (que) les Français sont déclinistes, qu’ils se moquent de tout… mais dès qu’on touche à l’accent circonflexe, ils ont l’impression qu’on leur enlève beaucoup plus que leur portefeuille, qu’on leur enlève ce qu’ils sont. C’est une marque d’identité pour eux ».


 

 

Source: VIDEO. La réforme de l’orthographe va «tomber dans un oubli», selon Hélène Carrère d’Encausse

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