Dia: 23 de Maio, 2016

“Chapas Sínicas” no Registo da Memória do Mundo | Hoje Macau

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UNESCO | “Chapas Sínicas” no Registo da Memória do Mundo

Os mais de 3600 documentos que compõem as Chapas Sínicas e que falam das relações entre Portugal e Macau são agora parte do património documental da humanidade. A decisão foi ontem aprovada pela UNESCO, meses depois da candidatura

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As Chapas Sínicas são, agora, património. A decisão saiu da última reunião geral do Programa Memória do Mundo da UNESCO para Ásia e Pacífico, depois de uma candidatura conjunta de Portugal e Macau, em Outubro do ano passado.

Ao que o HM apurou, as Chapas Sínicas passaram agora a estar classificados pela UNESCO a “nível regional como integrantes no Registo da Memória do Mundo”. As Chapas Sínicas são compostas por mais de 3600 documentos individuais e em forma de registo, provenientes da antiga Procuratura do Leal Senado de Macau e fazem parte do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. A candidatura dos documentos tinha sido feita pelo Arquivo de Macau juntamente com esta instituição. Os documentos ilustram as relações luso-chinesas desenvolvidas entre o procurador do Leal Senado e as diversas autoridades chinesas, abrangendo um período entre 1693 e 1886, sendo que os assuntos e temas referem-se a diversos aspectos das relações entre as duas autoridades.

“Os mais recorrentes são as questões de justiça e de jurisdição, os assuntos económicos e de comércio (a proibição do ópio, contrabando, mercadores), os problemas religiosos (a missão clandestina na China, a repressão contra os católicos chineses), as relações diplomáticas (entre Macau e os países asiáticos e europeus, nomeadamente a Inglaterra e a sua presença em Macau, circulação de estrangeiros, o envio de embaixadas), a navegação dos mares e utilização de portos (combate à pirataria, embarcações, naufrágios e náufragos, tributos à navegação). São igualmente frequentes as situações referentes a obras em edificações, quer civis quer militares, e a construção clandestina”, explica o documento.

Satisfação ao máximo

A candidatura ao programa da UNESCO iniciado em 1992 e cujo objectivo é preservar a herança documental da Humanidade, tinha sido feito em Outubro do ano passado. Nessa altura, o Instituto Cultural selou um memorando de entendimento no Arquivo da Torre do Tombo para a candidatura.

O encontro, que decorre desde dia 18 até amanhã no Vietname, contou com a presença da directora do Arquivo Histórico, Lau Fong, que se mostra satisfeita com a aprovação da UNESCO.

“Estes valiosos documentos apelidados de ‘Chapas Sínicas’ agora distinguidos pela UNESCO como ‘Registo da Memória do Mundo da Ásia – Pacífico’ constituem um testemunho autêntico do rico e importantíssimo legado histórico de Macau, enquanto plataforma fundamental para a globalização e encontro entre o Ocidente e o Oriente. O resultado desta candidatura muito prestigia e dignifica Macau”, frisou, citada num comunicado a que o HM teve acesso.

No final deste mês vai ainda ser entregue uma segunda candidatura à UNESCO, do mesmo acervo documental, mas para uma aplicação a nível mundial.

Source: UNESCO | “Chapas Sínicas” no Registo da Memória do Mundo | Hoje Macau

A “língua universal” gom dranguilidade

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Brasileiros criam manual para interpretar Paulo Bento

00:24 – 19-05-2016
Em português nos entendemos… ou nem por isso. A apresentação oficial de Paulo Bento no Cruzeiro, na última segunda-feira, deixou claro que há algumas barreiras linguísticas a ultrapassar, ainda que no país irmão também se fale a língua de Camões. O problema foi levantado por alguns jogadores e também pela imprensa que, para evitar mal-entendidos, decidiu criar um manual para interpretar o treinador luso.

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«Ele é um cara que deixou nós jogadores bem à vontade, disse se a gente não entender alguma coisa, pode chegar até ele e perguntar que ele vai explicar da melhor maneira possível», disse em bom português do Brasil o ‘meia’ Alisson, referindo-se às expressões utilizadas pelo treinador que possam confundir os jogadores.

E foi a pensar nisso que o Globoesporte decidiu criar um manual para ajudar, não só os jogadores, mas também os leitores do site a entender o ‘futebolês’ (como assim foi descrito) do novo treinador da Raposa.

Ficam algumas dicas:
Adeptos (como se diz em Portugal) – torcedores (como são conhecidos no Brasil)
Jornadas – rodadas
Duas ‘mãos’ – ida e volta
Época – temporada
Relvado – gramado
Pontapé de baliza – tiro de meta
Fora de jogo – impedido
Autogolo – gol contra
Pontapé de canto – escanteio
Botas de jogo – chuteiras
Camisola – camisa, uniforme
Treinador-adjunto – auxiliar técnico
Balneário – vestiário
Apanha-bolas – gandula
Bancada – arquibancada
Conferência de imprensa – entrevista colectiva

A estas expressões, juntam-se as diferenças nas designações das posições dos jogadores. Guarda-redes (goleiro), defesa-central (zagueiro), médio (meia ou volante), avançado (atacante ou centroavante) e ponta-de-lança (ponta) são termos que vão começar a entrar no dicionário dos brasileiros.

Source: abola.pt
Fotos: Pedro Vilela/Light Press – site do Cruzeiro

Macau não adopta o AO90?! Malaca Casteleiro amua…

Malaca_Macau

noticiasminuto_logoAcordo Ortográfico, um “não-assunto” mas que já se vai ensinando

Há 19 Horas POR Lusa

Em Macau, o Acordo Ortográfico continua a ser um “não assunto”, considerado “sem vantagens” para a maioria dos operadores de português, mas o Governo admite que nas escolas oficiais se “aplicam tanto as regras do antigo como do novo acordo”.

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Apesar de o português ser um dos dois idiomas oficiais de Macau, onde é falado por 2,4% da população, a China não ratificou o Acordo Ortográfico e, assim, Macau “não adoptou as novas regras nos seus documentos oficiais”, confirmou à Lusa a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

No entanto, a DSEJ referiu que as escolas oficiais (as chamadas escolas luso-chinesas), bem como no Centro de Difusão de Línguas “utilizam vários tipos e fontes de materiais didácticos (…) incluindo versões que empregam, quer as antigas, quer as novas regras de ortografia”.

A DSEJ referiu ainda que, além de incentivar alunos e professores a informarem-se sobre as diferenças entre as duas grafias e de fornecer materiais e acções de formação relativos às novas regras, desde 2010 que, com excepção de uma escola de ensino infantil, as escolas oficiais “têm apresentado aos alunos as novas regras de ortografia, assim como organizado, gradualmente, o respectivo ensino e adaptação dos materiais didácticos”.

Apesar desta ambiguidade, a discussão sobre o tema não teve em Macau a amplitude verificada em Portugal, onde o novo Presidente reacendeu recentemente o debate.

Em Abril, Macau recebeu a visita do linguista Malaca Casteleiro, por muitos tido como o ‘pai’ do acordo, que se manifestou confiante relativamente a uma eventual adopção por Macau. “Há-de lá ir, a questão vai devagar. (…) O acordo vai chegar lá”, disse.

Não se verifica, no entanto, qualquer mudança na comunicação institucional do Governo ou nos tribunais — ambos totalmente dependentes de uma pesada máquina de tradução –, e nem o gabinete do chefe do executivo nem os Serviços de Justiça quiseram pronunciar-se sobre uma eventual adopção ou uma rejeição declarada do acordo.

Na Universidade de Macau, com cursos de Português, não se ensina com o acordo e o tema não foi discutido. “Alguns livros têm português com acordo. Mas não é uma coisa que tenha ouvido falar, para nós é um não-assunto”, disse à Lusa Fernanda Gil, directora do departamento de Estudos Portugueses.

Carlos André, presidente do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau (IPM), que trabalha também com vários professores e instituições na China continental, considerou que a não-adopção do acordo não traz “qualquer inconveniente”.

Não vejo vantagem nenhuma no Acordo Ortográfico. Eu não o adopto nos meus livros, mesmo em Portugal”, disse o académico.

“Trabalho com o Interior da China e as duas grafias subsistem porque muitos professores têm ligação ao Brasil. E nem é só a grafia mas também a semântica. Isso nunca foi um problema. Não é um drama em Macau nem no Interior da China”, assegurou.

Além de ter sido adoptado no Instituto Português no Oriente, o acordo é também ensinado na Escola Portuguesa de Macau. Apesar de não acusar dificuldades entre os alunos, a vice-presidente da instituição, Zélia Mieiro, não considera imperativo que a nova grafia seja generalizadamente adoptada em Macau.

Por seu lado, para Rui Rocha, director do Departamento de Língua Portuguesa e Cultura dos Países de Língua portuguesa da Universidade Cidade de Macau, instituição privada que desde 2012 ensina a língua com o novo acordo, a opção foi clara, já que grande parte dos alunos que aprende português em Macau pretende trabalhar noutros países lusófonos.

“Em Macau isto é uma não-discussão, mas há uma clara posição da CPLP e creio que o Fórum [para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, sediado em Macau] podia ter essa missão”, defende.

[Transcrição de: Noticias ao Minuto – Acordo Ortográfico, um “não-assunto” mas que já se vai ensinando. Imagem de Plataforma Macau. “Línks” e destaques meus.]