Asco

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Isto é jornalismo? Esta “aula” de acordismo, este asqueroso panfleto acordista, esta nojenta lavadura mental, este delirante espectáculo de pirotecnia “linguística”, este lixo em letra de forma é jornalismo? Que espécie de jornalista se presta a tão vergonhoso papel? Quem será ao certo o pobre diabo que de forma tão miserável serve a seu sinistro patrão — Francisco Pinto Balsemão, O Padrinho do AO90 — semelhante abjecção? Com que direito um semanário dito “de referência” arrasta no (e para o) lodo mais repugnante os nomes e as reputações de pessoas de bem? “Erros”???

Mas quem é que esta gentalha julga que nós somos? Atrasados mentais? Imbecis?

Mas o que diabo vem a ser isto, raios?!

expresso-logoOs ministros que não são fãs do acordo ortográfico

09.05.2016 às 16h14

As apresentações oficiais dos ministros da Ciência, da Tecnologia e Ensino Superior e do secretário de Estado da Cultura são as que têm mais erros relacionados com as novas regras do acordo ortográfico. O Expresso analisou as biografias disponíveis no site oficial do Governo. Este foi o resultado

José Pedro Mozos

Três ministros apresentam-se aos cidadãos com erros de português relacionados com as novas regras do acordo ortográfico (AO), a que o Estado português aderiu. Marcelo Rebelo de Sousa confessou que o cidadão-Marcelo escreve segundo as antigas regras e que o Presidente Rebelo de Sousa cumpre –porque tem de ser – o novo AO. O Expresso foi procurar saber mais e inspecionou (só com um ‘c’) as biografias do primeiro-ministro, dos 17 ministros e dos 41 secretários de Estado que estão disponíveis no site oficial do Governo. É certo que a maioria cumpre as regras do AO. Mas nem todos o fazem. Ora veja:

O ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, foi o que mais erros cometeu: foram encontrados quatro erros na biografia oficial. O professor catedrático do Instituto Superior Técnico de Lisboa coordena um programa de doutoramento nesta instituição em “Engenharia de Concepção (deveria ser sem ‘p’,) e Sistemas Avançados de Manufactura (o ‘c’ está a mais)”. Na primeira palavra existe facultatividade. Ou seja, o redator pode escrever com ou sem ‘p’, conforme considere adequado. Porém, a forma aconselhada pelo Instituto de Linguista Teórica e Computacional (ILTEC) é que seja sem ‘p’.

Mas estes dois erros não são os únicos do ministro. Se continuarmos a leitura da pequena biografia ficamos a saber que Manuel Heitor foi professor visitante em Harvard “durante o ano lectivo 2011/12”. Curiosamente, nesse ano letivo (assim, sim) o acordo ortográfico já estava em vigor há dois anos. O currículo do ministro segue e os erros também. Manuel Heitor foi cofundador de uma rede de aprendiazagem internacional e coeditor de vários livros – e não “co-fundador” e “co-editor”, como se lê no site oficial do Governo. Não se pode dizer que o ministro optou por escrever a biografia seguindo as antigas regras, já que encontramos palavras escritas de acordo com as regras do AO90, como é o caso da palavra “ativamente”.

Mas Manuel Heitor não foi o único ministro a enganar-se. Na biografia de João Pedro Matos Fernades, também ele um antigo professor, foi possível encontrar um erro. O ministro do Ambiente “leccionou – há aqui uma letra a mais – como convidado em mestrados nas Universidades do Porto, Técnica de Lisboa e de Nápoles”. Mas também não deve ter sido uma opção não respeitar o AO: em primeiro lugar porque oficialmente está obrigado a cumprir com as normas do acordo e, em segundo lugar, porque foram detetadas palavras escritas de acordo com as novas regras – como é o caso dos meses do ano, que estão escritos com a primeira letra em minúscula.

Já o ministro da Economia ainda não escreve outubro com minúscula, como manda a Base XIX do AO90. Na biografia de Caldeira Cabral, o décimo mês do ano ainda está escrito com a letra inicial em maiúscula.

Para além destes três ministros, há ainda secretários de Estado que não parecem totalmente esclarecidos quanto às regras do novo acordo ortográfico. Por exemplo, na biografia do secretário de Estado da Cultura Miguel Honrado foram detetados três erros: “actividade” em vez de atividade; “projectos” com um ‘c’ a mais; “director” no lugar de diretor. O recém-chegado secretário de estado da Cultura é um dos que mais erros comete. Este conjunto de erros viola a Base IV, n.º 1, al. b), do AO90.

Depois de contactado pelo Expresso, o Ministério da Cultura informou já ter “pedido a correção dos termos para a grafia corrente”.

Outros cinco secretários de Estado falharam ao escrever os meses do ano com a inicial em maiúscula e não em minúscula, como estipula o polémico acordo ortográfico. Trata-se do erro mais comum.

Para além destes erros, dois ministros e quatro secretários de Estado parecem preferir a antiga grafia à nova quando escrevem palavras em que a dupla grafia é admitida.

O acordo ortográfico voltou a ser um tema de debate nas últimas semanas. Tudo por causa de Marcelo Rebelo de Sousa, que reabriu a discussão em torno das novas regras. Na visita de Estado que fez a Moçambique na semana passada, o Presidente da República admitiu a possibilidade de Portugal poder repensar a matéria caso Angola e Moçambique decidam não ratificar o documento. É que estes dois países são os únicos membros da CPLP que ainda não decidiram se aprovam ou não o acordo ortográfico. Marcelo defendeu que se os Parlamentos destes dois países disserem não ao acordo seria “uma oportunidade para repensar essa matéria”. E foi mais longe, admitindo que enquanto cidadão escreve de acordo com a antiga grafia, embora tenha de respeitar o acordo ortográfico como Presidente da República.

O Governo, porém, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, já respondeu que se trata de um tratado internacional em vigor e que será respeitado pelo Estado. A deputada socialista Edite Estrela criticou abertamente Marcelo, lembrando que as crianças do 2.º ciclo de escolaridade não conhecem outra grafia que não seja a do AO e que, por isso, não faz sentido andar para trás.

Atualizado com informação do Ministério da Cultura

Source: Expresso | Os ministros que não são fãs do acordo ortográfico

Image By Gustave Doré – [From the Title Page:] Dante’s Inferno translated by The Rev. Henry Francis Cary, MA from the original of Dante Alighieri and illustrated with the designs of M. Gustave Doré New Edition With Critical and Explanatory notes, Life of Dante, and Chronology Cassell, Petter, Galpin & Co. New York, London and Paris The book was printed c. 1890 in America., Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5710975

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