Georges Chikoti admite reestruturação na organização da CPLP
Ministro considera que crise política e financeira não deixa grande presságio para uma maior abertura da organização.
Por Agência Lusa
————
O ministro das Relações Exteriores considera como positivos os 20 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas reconhece a necessidade de discutir uma eventual reestruturação da organização.
Georges Chikoti, que falava à agência Lusa sobre as duas décadas de fundação da organização, referiu que a crise política e económica internacional, particularmente financeira, como a que o Brasil enfrenta, não deixa um grande presságio para uma maior abertura da organização.
A cimeira de chefes de Estado e de governo, em que se assinalam os 20 anos da organização, que deveria ter lugar em Julho, foi adiada para Novembro, ainda sem data marcada, devido à crise política brasileira.
O chefe da diplomacia considerou ainda que a CPLP deve solidificar as estruturas e defendeu a clarificação de regras, por exemplo, em relação à “ordem de sucessão no secretariado-executivo” e “fazer com que essa alternância funcione com regularidade, como um instrumento importante de concertação para a cooperação internacional entre os países de língua portuguesa”.
Para o governante, “é muito necessário” que as estruturas da organização se consolidem cada vez mais.
“Há intenções de se ver se a CPLP pode evoluir para outras áreas, por exemplo, o sector empresarial, o sector de estudantes, troca de estudantes, circulação de estudantes dentro da CPLP, claro que há estudos que vão nesse sentido, mas acho que é necessário que haja um trabalho um pouco mais detalhado dos governos para ver em que medida é que isso pode ser feito”, destacou.
O ministro congratulou-se com o facto de, dentro da organização, haver áreas como o desporto e de diferentes organismos realizarem acções bastante importantes que mantêm activa a CPLP.
“Portanto, acho que os 20 anos da CPLP contribuíram significativamente para a cooperação dos países da CPLP”, frisou.
“Angola é um membro activo entre os contribuintes e actores da CPLP e acho que tem um lugar bem merecido, claro que a CPLP é uma organização de todos e a participação de todos tem sido bastante importante, acho que todos os países participaram de maneira muito activa para a consolidação da organização”, salientou.
Relativamente à recente integração da Guiné Equatorial na CPLP, em Julho de 2014, que contou com o apoio de Angola, defendeu que deve ser encorajada, realçando os esforços que tem vindo a fazer, como a adopção do português como segunda língua oficial e a criação de instituições para assumir de facto o português.
“Angola apoiou esta candidatura, porque, antes de mais, acho que é necessária alguma cooperação política entre países que são próximos. Existe uma cooperação, por exemplo, entre a Espanha e Portugal, e são línguas próximas. E achamos que a Guiné Equatorial, estando na CPLP, se sentiria de algum modo mais próximo da comunidade dos países de expressão portuguesa”, avançou.
A CPLP foi criada em Julho de 1996 e é integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
[Transcrição de: Georges Chikoti admite reestruturação na organização da CPLP – Rede Angola – Notícias independentes sobre Angola. Inseri destaques e “links”. Imagem de topo de: jornal “Público”.]