Índia quer escolas de Goa a ensinar em português
02 Agosto 2016 • Alexandre R. Malhado
A língua é um problema indiano: em mais de 28 Estados, que albergam mais de mil milhões de pessoas, há cerca de 400 idiomas e dialectos. Os dois únicos idiomas oficiais, reconhecidos pela administração federal, são o Híndi e o Inglês. O português, apesar de não ser uma língua oficial naquele país, é falado por cerca de cinco milhões de pessoas, designadamente habitantes de Goa, Damão, Diu e em algumas cidades de Guzerate. Agora, o líder do partido da oposição, Pratapsinh Rane, exige que as escolas de Goa não ignorem a importância da língua portuguesa naquele estado indiano, tornando-a na segunda língua de ensino.
A notícia está a ser avançada pelo jornal Indian Express. “Não devemos ter problema nenhum com esta língua. Eu aprendi português porque os nossos próprios documentos estão na língua portuguesa”, disse Rane, em pleno debate no Congresso, acrescentando que “os partidos têm discutido este assunto há mais de quatro anos e meio” e que “devem dar uma conclusão a esta questão”. “Sem dúvida, o português deveria ser a segunda língua que os estudantes se propõem a aprender nas escolas goesas. Se uma pessoas quiser conhecer a história deste estado, deveria conhecer esta língua”, conclui o líder da oposição.
De momento, no que toca à língua, há grandes conflitos no congresso indiano: uns querem o konkani, a língua materna indiana, e outros querem o inglês. O português ainda é falado em muitas casas goesas, visto que Goa esteve sob o domínio colonial por mais de 450 anos, até ser libertada em 1961. Segundo um census realizado em 2011, em Goa vivem cerca de 1.457.723 pessoas.
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