Conselheiros das Comunidades Portuguesas alertam ministro para necessidade de divulgação da língua
Tiago Brandão Rodrigues esteve reunido com os conselheiros das comunidades portuguesas antes de realizar uma visita ao Instituto Português do Oriente. No IPOR, o Ministro da Educação de Portugal ouviu os alunos solicitarem a introdução de um grau de ensino da língua mais elevado.
Ponto Final (Macau), 14 Outubro 2016
João Santos Filipe
O Ministro da Educação do Governo de Lisboa, Tiago Brandão Rodrigues, esteve ontem à tarde reunido com os Conselheiros das Comunidades Portuguesas, que o alertaram para a necessidade de divulgar melhor a língua portuguesa no território e fazer pressão junto das autoridades locais para que o ensino do idioma seja introduzido nas escolas primárias públicas e privadas.
O encontro teve lugar no consulado, por volta das 17h00, estando presentes na reunião Rita Santos, Gilberto Camacho e Lídia Lourenço, além do ministro e do Cônsul, Vítor Sereno: “Falámos que é preciso sensibilizar o Governo da RAEM para ensinar a língua portuguesa na escola primária, não só nas escolas públicas mas também nas escolas privadas, para que as crianças aprendam o português mais cedo”, disse Rita Santos, ao PONTO FINAL.
“Também abordámos a necessidade da Escola Portuguesa de Macau ter mais interacção com as escolas chinesas e motivar as crianças a terem o desejo de aprender a língua portuguesa”, acrescentou.
Segundo a conselheira, as observações feitas pelos representantes das comunidades portuguesas foram bem acolhidas por Tiago Brandão Rodrigues, que prometeu o apoio do Governo de Lisboa nesse sentido: “Ele disse-nos que concorda com as nossas propostas e espera que através do Consulado-Geral, e em paralelo com o Governo de Portugal, se possa continuar a sensibilizar a sociedade para uma maior utilização da língua”, contou.
Após a reunião, o ministro fez uma visita às instalações do Instituto Português do Oriente, onde ouviu a opinião de alguns alunos sobre o ensino do idioma de Camões em Macau: “Vim presenciar o trabalho excelente que aqui se faz no ensino do português e ter oportunidade de conhecer a viva voz da direcção do IPOR, dos docentes e de falar com os estudantes. Também pude explicar-lhes como a língua portuguesa pode alavancar as oportunidades não só profissionais, mas também pessoais”, disse o governante.
Nesta visita, um aluno houve que interrogou o Ministro sobre a eventual introdução do nível de ensino C2 no IPOR, que é o mais elevado. Neste momento o IPOR apenas fornece o nível C1.
No entanto o director do IPOR, João Neves, explicou que esta possibilidade só poderá ser concretizada em parceria com uma universidade, isto porque o nível C2 é um grau académico: “O C2 é um curso que corresponde a um curso universitário. Nós não somos umas instituição de ensino superior portanto haveria alguma incongruência em fazê-lo. A nossa preocupação é ter um nível C1 bom e sólido para que os nossos formandos quando apresentam um diploma tenham as capacidades que correspondem aos certificados”, explicou João Neves.
Mesmo assim, o director do IPOR admitiu que caso alguma instituição do território esteja disposta a colaborar com o instituto, que este pode envolver-se num curso que forneça aos alunos o graus académica C2.
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