‘Os Maias’, de Eça de Queirós, em brasileiro (“revisado” conforme o AO90)

Teve de se calar. Justamente ao fundo do corredor assomava o Taveira, abafado até aos olhos na gola de uma ulster donde saíam as pontas de um cachenê de seda clara. O escudeiro desembaraçou-o dos agasalhos; e ele, de casaca e colete branco, limpando o bonito bigode úmido da geada, veio apertar a mão ao caro Vilaça, ao amigo Eusébio, arrepiado, mas achando o frio elegante, desejando a neve e o seu chique…

—Nada, nada — dizia Vilaça todo amável — cá o nosso solzinho português sempre é melhor…
E foram entrando no fumoir, onde se ouviam as vozes do marquês, de Carlos, numa das suas sábias e prolixas cavaqueiras sobre cavalos e esporte.

Source: Os Maias [Biografia, Ilustrado, Índice Ativo, Análises, Resumo e Estudos … – Eça de Queirós – Google Books

 

O excerto original em Português:

Teve de se calar. Justamente ao fundo do corredor assomava o Taveira, abafado até aos olhos na gola de uma ulster donde saíam as pontas de um cache-nez de seda clara. O escudeiro desembaraçou-o dos agasalhos; e ele, de casaca e colete branco, limpando o bonito bigode húmido da geada, veio apertar a mão ao caro Vilaça, ao amigo Eusébio, arrepiado, mas achando o frio elegante, desejando a neve e o seu chique…
—Nada, nada — dizia Vilaça todo amável — cá o nosso solzinho português sempre é melhor…
E foram entrando no fumoir, onde se ouviam as vozes do marquês, de Carlos, numa das suas sábias e prolixas cavaqueiras sobre cavalos e sport.
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