Dia: 16 de Janeiro, 2017

Lisboa: veredicto ou veredito? Porto: beredito ou beredicto?

http://www.cmjornal.pt/maissobre/veredito

c) Conservam-se ou eliminam-se facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor, ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção».

A palavra veredicto/veredito insere-se, portanto, nos casos mencionados na alínea c), aqueles que, por haver oscilação na pronúncia, aceitam dupla grafia.

1 No Brasil, a forma veredicto, com c pronunciado, era a recomendada até há pouco tempo, mas a{#c|}tualmente é mais comum ouvir a forma sem essa consoante, daí a legitimidade de veredito (informação dispensada pelo consultor Luciano Eduardo de Oliveira).

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/sobre-a-palavra-veredictoveredito/29722

«No Brasil, a forma veredicto, com c pronunciado, era a recomendada até há pouco tempo, mas a{#c|}tualmente é mais comum ouvir a forma sem essa consoante, daí a legitimidade de veredito»

Portanto, segundo o AO90, do qual o “Ciberdúvidas” é o órgão central, a grafia de qualquer palavra depende da forma como “é mais comum ouvir”[-se] essa palavra.

Logo, a “legitimidade” da grafia de uma palavra está garantida desde que seja “mais comum ouvir” essa mesma palavra sendo pronunciada de determinada forma. Por conseguinte, certa forma de escrever certa palavra apenas será “ilegítima” caso não seja assim tão comum, ou seja incomum de todo, ou seja muito pouco “comum ouvir a forma” assim ou assado da dita palavra.

Genial. Brilhante. Supimpa. Chiquérrimo, sei lá.

Isto significa, por exemplo, que  valem num jornal lisboeta ambas as grafias “veredicto” ou “veredito”, assim como valem num jornal do Porto, Braga ou Fafe, também por exemplo, ambas as grafias “beredito” ou beredicto”. Desafio qualquer um a demonstrar que no Norte de Portugal em geral não “é mais comum ouvir” proferir beredictos, nos tribunais ou fora deles, e que, pelo contrário, de Coimbra para baixo não é muitíssimo mais “comum ouvir a forma” veredictos. E isto sempre e só em meios onde se professa a chamada “pronúncia culta”, bem entendido, que nós somos todos gente do melhorio, de Norte a Sul (e Ilhas), não queremos cá misturas nem nada, longe vá o agoiro, “pronúncia culta”, como gente fina, é outra loiça.

Mas olha qu’isto não está mesmo nada mal visto, não senhor: o AO90 diz que a escrita de cada qual depende da zona de cada um. Maravilha.

E não apenas a grafia das palavras é determinada geograficamente, segundo o AO90, consoante a região onde o escrevente costuma estar, como a coisa pode variar dentro dessa região, de cidade para cidade ou até, não sejamos picuinhas, dentro do próprio aglomerado populacional, de uma Freguesia para outra, de bairro para bairro, de rua para rua, de um prédio para o prédio ao lado.

Excelente. E, já agora, porque não há-de a escrita mudar também dentro de cada prédio,  consoante o andar, escrevendo-se em cada um deles como “é mais comum ouvir” dizer isto ou aquilo ao pessoal do mesmo piso?

Assim com’assim, visto que no 1.º andar da Redacção do “Correio da Manhã” “é mais comum ouvir a forma” veredicto mas no segundo andar “é mais comum ouvir a forma” veredito, bom, então está tudo explicado, é normalíssimo que um jornalista do 1.º escreva “veredicto” (a forma que para ele é mais comum ouvir) e três jornalistas do 2.º andar escrevam “veredito” (a forma que o trio mais comummente escuta, note-se).

Caramba! As coisas que a gente aprende, à conta da “maravilhosa língua universal”, no ILTEC, no “Correio da Manhã”, no “Ciberdúvidas”, em todos esses vespeiros onde zumbem com extraordinária pronúncia mentes cultas de elevadíssima craveira inteletual.

Fantástico.

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E se enfiassem o AO90 no “esfínter”, hem?


Descreve-se o caso de um doente do sexo masculino, 58 anos, com diagnóstico de Colite Ulcerosa esquerda com 17 anos de evolução, sob terapêutica com messalazina com adequado controlo, que referia sensação de tumefação anal e dor ocasional à defecação. Ao exame proctológico detetou-se uma massa com cerca de 3 cm, ao toque retal, logo acima do canal anal, bem delimitada, de consistência elástica e aparentemente extrínseca. A colonoscopia revelou doença inflamatória intestinal quiescente não se identificando expressão endoscópica da referida massa. A ecoendoscopia demonstrou lesão predominantemente hipoecogénica, heterogénea, com áreas hipo/anecogénicas, vascularizada, desde a transição anorretal até ao canal anal médio, inclusivé, com cerca de 39,5mm, na dependência da 4ª camada e em contato íntimo com a vertente posterior do esfínter anal interno a nível do canal anal médio. A ressonância magnética pélvica complementar mostrou formação nodular expansiva, de contornos bem definidos, com sinal heterogéneo, predominantemente hiperintenso em T2 e reduzido em T1, localizada posteriormente à transição anorretal, sem plano de clivagem definido e em íntima relação com o músculo elevador do anús.

Optou-se por realizar punção guiada da lesão tendo-se obtido material constituído por fragmentos de tecido muscular liso, actina e desmina positivos, sem caraterísticas de malignidade. Decidiu-se efetuar excisão cirúrgica por via posterior que decorreu sem complicações. O exame anatomopatológico confirmou tratar-se de leiomioma (actina e desmina positivo e CD117 negativo).

Os leiomiomas da região perianal são tumores de origem mesenquimatosa, raros, que podem mimetizar outras lesões subepiteliais com diferente potencial de malignidade como, por exemplo, o tumor do estroma gastrintestinal GIST. A ecoendoscopia surge como um método de diagnóstico essencial na caraterização deste tipo de lesões. Apresenta-se este caso pela sua raridade e para discussão dos diagnósticos diferenciais deste tipo de lesões.

Serviço de Gastrenterologia, Centro Hospitalar do Algarve – Hospital de Faro

Fonte: LIVRO-RESUMOS.pdf

 

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