A língua é a nossa quê?
Redacção F8 12 de Maio de 2017
Angola terminou o seu diagnóstico sobre a aplicação do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa nas escolas, com a confirmação de alguns aspectos que já tem vindo a levantar como preocupação para a sua ratificação.
A informação foi avançada pela porta-voz do encontro da Comissão Multissectorial para a Ratificação do Acordo Ortográfico, que esteve, esta quinta-feira, reunida em Luanda, para analisar o relatório de balanço de trabalhos técnicos e formação de quadros dos ministérios integrantes da comissão.
Segundo Paula Henriques, o encontro teve como objectivo fazer o balanço das actividades desenvolvidas pela comissão e a apresentação do relatório de diagnóstico sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aplicado nas escolas, em 2016.
A responsável sublinhou que se concluiu com o estudo, realizado em várias escolas de todo o país, junto de professores e alunos do segundo ciclo do ensino secundário, “que se confirmam alguns aspectos que Angola já tem vindo a levantar como preocupação e cujo resultado do diagnóstico a comissão multissectorial encaminhará ao Conselho de Ministros”.
Paula Henriques observou que Angola levantou já desde o primeiro momento, a questão da necessidade de se regular a forma de utilização das letras k, w e y, o que o Acordo Ortográfico não faz.
De acordo com a porta-voz, este não é o primeiro estudo, daí a confirmação de questões já levantadas por Angola, como a “facultatividade” – implícita e explícita – e não sistematização do acordo.
“É uma preocupação que será submetida ao Conselho de Ministros”, disse Paula Henriques, acrescentando que enquanto aguardam por novas instruções daquele órgão, continuarão a desenvolver outros estudos relacionados com a elaboração do vocabulário ortográfico angolano.
Com esses estudos, Angola pretende analisar a viabilidade da aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa nas escolas.
Há um ano, o ministro da Educação de Angola, Pinda Simão, disse que estavam em cursos inquéritos à percepção da utilização do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, no seio da população, dos estudantes e dos professores, que vão contribuir para a ratificação por Angola.
O Governo angolano ainda não decidiu sobre a ratificação do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, situação igual à de Moçambique.
Em Portugal, a moratória sobre a aplicação do novo acordo, de 1990, terminou a 13 de Maio de 2015, data a partir da qual a sua utilização passou a ser obrigatória.
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