Doce Egoísta

A nova edição da revista Egoísta, a sair este mês, intitula-se “Doce” e, no editorial, o seu director, Mário Assis Ferreira, elogia a Língua Portuguesa que “enfrenta as intentonas de um espúrio Acordo Ortográfico e sobrevive”.

Assis Ferreira escreve: “Ditosa língua, esta, a portuguesa, a que Pessoa chamou a sua Pátria. Resiliente, também: enfrenta as intentonas de um espúrio Acordo Ortográfico e sobrevive, incólume, na semântica dos que pensam – e escrevem – pela própria cabeça”.

“Na pujança do seu léxico, eis que cada vocábulo se desdobra numa multiplicidade de sinónimos e, não raro, cada sinónimo se espraia em duplos sentidos. Tal como a palavra Doce — na sua acepção gastronómica ou enquanto expressão imaterial. Pois que Doce, guloseima, e Doce postura humanística não se confundem, embora se conciliem no prazer da sua fruição”, prossegue Mário Assis Ferreira.

“Até eu, impenitente adepto de suculentas sobremesas, sei que nelas há limites para a glicémia, mas ilimitadas são as dádivas de uma Doce serenidade que inspire a difícil arte de viver. Porque é arte, mais que a ciência, o dilema de existir: como se a vida fora um enigma camuflado em mil explicações; como se a aura da verdade pudera esconder-se em sombras de mentira…”, remata o director da revista.

A capa deste número da Egoísta, em 3D, sugere um rebuçado, e inclui ‘drops’ “flocos de neve”, numa parceria com a septuagenária confeitaria Vieira de Castro.

Sobre a escolha do tema, a sua editora Patrícia Reis afirma: “Todos partilhamos da súbita necessidade de açúcar, sobretudo em época natalícia. Assim, ‘Doce’ é a edição mais recente da revista Egoísta”.

O novo número da Egoísta inclui um trabalho fotográfico de autoria de Carlos Ramos, “Sweets for my Sweet”, com Sofia Aparício, ex-modelo, que se estreou como atriz em 1997, no auditório do Cassino Estoril, protagonizando “A Dama das Camélias”, numa encenação de Carlos Avilez. Sofia Aparício é apresentada pelo fotógrafo com várias guloseimas.

A edição, que se alarga ao primeiro trimestre de 2018, inclui um texto de Maria Teresa Horta, “Doce Sweet”, que “nos presenteia com uma realidade não muito distante, com a doçura e inocência de uma criança perante a amargura da vida”, explicou Patrícia Reis, que inclui também um texto de Lídia Jorge, “Dama polaca voando em limusine preta”, que propõe “uma viagem voada de limusine, e coerentemente ilustrada por Ivone Ralha”.

Outra história intitula-se “Boca Doce”, de autoria de Filipa Leal, e narra como o açúcar atrai insectos, “e uma formiga caminha até esta boca doce”. Uma história que é ilustrada por Daniel Matias.

Patrícia Reis recria em Banda Desenha o conto infantil protagonizado por Hansel e Gretel, com desenhos de Rodrigo Prazeres Saias. A autora afirma que procurou “transformar esta história numa guloseima para todas as idades”.

A edição n.º 62 da revista, propriedade da Estoril Sol, conta ainda com as colaborações de Carolina Reis, Giorgio Gori, Ivana Besevic, Miguel Miranda, Teresa C. Freitas e Yvette Centeno.

[DN/LUSA, 13.12.17. O texto em acordês no original foi corrigido automaticamente para Português-padrão pela solução Firefox contra o AO90.]

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