Debate “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”
Sessão no Anfiteatro da Parada (Pólo I), conta com a presença de docentes, escritores e jornalistas.
O ciclo de debates “Ensino Superior, Ciência e Sociedade” vai centrar-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A sessão desta terça-feira, dia 29 de Maio, pretende discutir, sob diferentes pontos de vista, tópicos como a motivação do acordo, o estado de implementação em Portugal e nos restantes países de língua oficial portuguesa, caminhos e tendências futuras.
Com início às 15h00, no Anfiteatro da Parada, conta com a presença de Fernando Paulouro Neves (escritor e jornalista), Henrique Manso (Departamento de Letras da Faculdade de Artes e Letras da UBI), João Malaca Casteleiro (linguista) e Nuno Pacheco (Redactor principal do jornal “Público”).
O ciclo de debates “Ensino Superior, Ciência e Sociedade” visa contribuir para a reflexão de diversos temas de interesse e que promovam a participação e a discussão aberta na comunidade académica. É promovido por um grupo de docentes da UBI.
“Pretende discutir”? Treta.
“Sob diferentes pontos de vista”? Bullshit.
Aquilo não passa, evidentemente, de mais uma sessão de propaganda/intoxicação acordista. O que aliás os tipos nem se deram à maçada de disfarçar ou sequer amaciar enfeitando o paleio com as palermices do costume (“lusofonia”, “projecção da língua”, etc.); nada disso; desta vez entram logo a matar, salvo seja: “o estado de implementação em Portugal “.
Pim. Já está. Salta o anglicismo catita, a armar ao académico de borla e capelo (todo de borla, nada de capelo), e assim abrilhantam aquilo que lhes interessa fazer passar como mensagem subliminar: “estado de”. O que significará, em suas atrofiadas cabecinhas, que o poviléu, a gentinha, as massas ignaras assimilarão a coisa como um verdadeiro, estrito, inelutável facto consumado.
Pois então, vejamos (isto são lucubrações das tais atrofiadas cabecinhas), não se está mesmo a ver que apenas há a “discutir” o “estado da implementação“? Logo, isso significa que o AO90 está “implementado” e pronto, não se fala mais nisso.
Existe, porém, no citado paleio, além das já mencionadas pérolas de coltura, uma escorregadela quiçá freudiana que de uma só penada escangalha todas as pretensões mentalmente tóxicas do escriba que tal porcaria esgalhou mai-las intenções propagandísticas dos sobas locais: “a sessão”. Sim, “a sessão”. A sessão é que pretende discutir. É o que lá diz. Ninguém ali pretende discutir coisa nenhuma, portanto.
Ou seja, como comecei por dizer, a sessão pretende (na acepção de fingir) discutir mas afinal não passa de mais uma sessão de propaganda.
E os “diferentes pontos de vista”, para o efeito, não passarão de outra alegre tertúlia em que, não sendo previsível o massacre da oposição convenientemente ultra-minoritária, toda a gente ficará muito contentinha e dar-se-á mutuamente palmadinhas nas costas por constatar — em esconso UBÍquo na Covilhã e arredores — que a “implementação” do coiso está num “estado” coiso e tal.
[O texto estropiado no original transcrito foi automaticamente corrigido pela solução Firefox contra o AO90.]