Ao fim e ao cabo, se bem que seja enorme a quantidade de informação, o que, paradoxalmente, impossibilita um escrutínio minimamente credível, tal é o grau (zero) de iliteracia vigente, o caso explica-se por si mesmo em poucas palavras ou, vá lá, numa frase singela: o autor de um livro ainda não publicado premeia-se a si mesmo enquanto júri de um concurso literário sem regulamento e depois alega em sua defesa que seria absurdo ele próprio ter feito aquilo que exactamente ele mesmo fez.
O objecto da contenda ficou antes aqui substancialmente exposto, contrastando os dois lados da questão, a qual é afinal apenas uma: o compadrio enquanto elemento ancestralmente estrutural na chamada “intelectualidade” portuguesa, essa irrisória (e risível) tribo de indígenas emplumados cujo modo de vida consiste em passear diariamente seus enormes egos entre o Chiado e a pastelaria Suíça.
Deixo agora, portanto, a acompanhar o presigo, o respectivo conduto, isto é, os acompanhamentos, os demais elementos de análise, a documentação atinente, com “bonecos” e tudo, para quem tradicionalmente à portuguesa odeie ler e ainda mais pensar ou tirar as mais simples conclusões — em especial se o prato principal for servido em bandeja de prata por criado de luva branca, venerador, atento e obrigado.
Prémio José Mariano Gago atribuído a “OBRAS PIONEIRAS DA CULTURA PORTUGUESA”
Na sua primeira edição, o Prémio José Mariano Gago de Divulgação Científica criado pela SPA é atribuído no Dia do Autor, na próxima terça-feira às 18 horas, na Sala-galeria Carlos Paredes aos 30 volumes das “Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa”, publicados sob a égide da Universidade de Coimbra e da Universidade Aberta e com o apoio da Fundação Gulbenkian e da Biblioteca Nacional. Os coordenadores desta ampla e muito diversificada edição foram os professores Carlos Fiolhais e José Eduardo Franco.
Estes 30 volumes da maior operação científica interdisciplinar da cultura portuguesa incluem obras representativas da medicina, da geografia, do direito, da física, da arquitectura, da química, da música, da engenharia, da botânica, da pedagogia e da arte de navegar, entre outras.Os júri que efectuou esta escolha e levou em conta as obras publicadas na área da divulgação científica em 2017 foi constituído pelos professores universitários e investigadores Rui Vieira Nery, Miguel Lopes e Elvira Fortunato.Os prémios constam de um troféu e do valor pecuniário de 2.500 euros.Recorde-se que a Assembleia da República escolheu como Dia da Ciência a data de 16 de Maio, por ser aquela em que José Mariano Gago nasceu há 70 anos. Mariano Gago foi ministro durante 12 anos e realizou um trabalho notável como físico, docente universitário, decisor político e dirigente internacional.Lisboa, 18 de Maio de 2018
da Universidade de Coimbra e da Universidade Aberta,
e com o apoio
da Fundação Calouste Gulbenkian, do Ministério da Educação e da Biblioteca Nacional de Portugal