O quinto poder

Nestas coisas da pulhítica, em termos de jargão específico do “métier”, dá imenso jeito saber ler, literalmente, passe a redundância, nas entrelinhas. Dos vários tipos ou níveis de iliteracia, o analfabetismo político é de, todos — e de longe –, o mais perigoso, visto que o patuá críptico dos agentes de intoxicação em massa (vulgo, “órgãos de comunicação social” ao serviço ou “jornalistas” pagos à peça) tem por funções confundir e não esclarecer, influenciar e não informar, condicionar e não instruir, embrutecer e não comunicar factos.

Aqui está mais um artigo da agência de propaganda BrasiLusa que espectacularmente preenche todos os requisitos do “jornalismo” político, ou seja, da mais pura e dura contra-informação.

Todo este paleio, de cabo a rabo, apesar de aparentemente inócuo e circunstancial, não passa objectiva e factualmente de uma verdadeira  mistificação, passe o oximoro, gizada por competentíssimos  profissionais… da aldrabice.

As aparências iludem, como diz o povo. É muito provável que entenda cada qual deste estendal de meias-verdades algo que sequer lá está escarrapachado (a ideia é essa, mesmo), mas é ainda mais provável que no fim da leitura, para quem se der a essa maçada, não fique uma ideia, ainda que vaga,  do que raio significam os palavrões (“diagnóstico”, “implementação”, “potencialidades”) ou mesmo as palavrinhas (“experiência”, “resultados”, “soluções”).

A linguagem encriptada, própria e exclusiva da política, e por maioria de razões tendo por finalidade a intoxicação, presta-se a diferentes interpretações, todas elas (ou quase todas) variantes da mesma “verdade” que os profissionais da mentira foram incumbidos de espalhar. Convencionou-se chamar “opinião” a esse tipo de “verdades” e, por conseguinte, quem as fabrica são os “fazedores de opinião”.

Espero ter lido bem, isto são excelentes notícias.

 

Cabo Verde quer conhecer experiência de Angola na implementação do Acordo Ortográfico

SAPO Notícias, 07.06.18

 

Angola já fez o Diagnóstico à Aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 e Cabo Verde quer conhecer os resultados da experiência, anunciou hoje a ministra da Educação, Maritza Rosabal, em declarações à Inforpress.

Os resultados serão apresentados durante a primeira reunião dos Ministros da Educação do Fórum dos Países Africanos de Língua Portuguesa (FORPALOP) que decorre nos dias 07 e 08 de Junho em Luanda, Angola, onde Maritza Rosabal se encontra para participar e também para conhecer experiências educativas de outros países como Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e ainda Timor-Leste.

Em declarações à Inforpress a partir de Luanda, a ministra considerou “muito importante” conhecer os resultados do estudo sobre a implementação do Acordo Ortográfico de 1990 nas escolas angolanas, por ser um “acto de aprendizagem”, já que Cabo Verde nunca fez nenhuma análise a esse respeito.

“Por isso é muito interessante ver o que Angola está a fazer para aprender, e conhecer quais são as consequências do mesmo. No fundo, o Acordo Ortográfico está em implementação em Cabo Verde, mas nunca se discutiu se realmente é ou não uma boa experiência porque não tem sido um foco de intervenção para Cabo Verde”, admitiu.

No entender de Maritza Rosabal, a questão central é o ensino da língua portuguesa como língua segunda, já que todos os países que fazem parte dos PALOP, mais Timor-Leste, têm as suas línguas maternas, entendendo que há necessidade de se implementar, com base em conhecimento e experiência, uma metodologia do ensino da língua portuguesa como língua segunda.

A ministra da Educação fez saber ainda que, durante o encontro de Luanda, ela e os seus homólogos vão identificar e discutir as potencialidades no domínio do ensino técnico-profissional enquanto promotor da profissionalização dos serviços e do desenvolvimento sustentável, tendo realçado que os países têm problemas a nível de quadros e pessoas formadas em áreas diversas, algo que requer soluções conjuntas.

A mobilidade estudantil para cursos técnico-profissionais entre os diferentes países vai ser também outro assunto em análise a partir das boas práticas de cada membro do fórum, área que pode ser importante para a promoção da rede de investigação científica entre os PALOP e Timor-Leste.

“Termos a possibilidade de mobilidade entre os nossos países é muito importante porque vai ser possível estabelecer um quadro muito mais elaborado em termos de vistos, o que ia ajudar os estudantes a terem outras experiências e outras perspectivas de integração no próprio mundo do trabalho”, salientou.

O FORPALOP foi criado em 2014 pelos PALOP como sendo um órgão multilateral de concertação político-diplomática e de cooperação, e visando o aprofundamento das históricas relações e a solidariedade entre os cinco países africanos de língua oficial portuguesa.

Source: Cabo Verde quer conhecer experiência de Angola na implementação do Acordo Ortográfico – Actualidade – SAPO Notícias

Destaques, sublinhados e “links” meus.

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