Mês: Março 2020

“Norma culta”

Escusado será dizer (de novo), “norma culta” é coisa que não existe no Brasil. Aliás, não existe “norma culta” porque isso implicaria uma norma ortográfica; o que existe, por aquelas bandas, isso sim, é uma obtusidade a que brasileiros chamaram “Reforma Ortográfica”, o que não tem rigorosamente nada a ver com Ortografia propriamente dizendo. “Reforma” é uma brasileirada e entre esta e a Ortografia portuguesa qualquer semelhança é mera coincidência.

O que para eles pouco ou nada interessa, bem entendido, visto que apenas conhecem a tal Reforma (em sentido restrito) e jamais lhes passou pela cabeça, em sentido lato ou apenas vagamente, que na “terrinha” existe uma Gramática e, como disciplina ou área técnica desta, que sequer exista a Ortografia do Português.

Imenso jeito para nós, portugueses, seria ter um pequeno glossário que nos esclarecesse sobre os grandes mistérios do «idioma brasileiro». Para que entendêssemos, por exemplo, o que significa o verbo «dominar» ou a absurda expressão «norma padrão do brasileiro».

Nojento papel de subjugação de Portugal, a «terrinha”, e a total indiferença — com ressonância de neo-colonialismo — para com os alunos portugueses em particular e o Português em geral. A «reforma» é um acto soberano do Brasil que toca a Portugal, assinando por baixo, venerar como Estado acéfalo governado por imbecis e corruptos.

Os figurantes da excursionista fantochada (CPLP) servem apenas para fazer número,  com as assinaturas de dois ou três lacaios (Cabo Verde, 2005) e de um Estado inviável (São Tomé e Príncipe, 2006). Bastaram aqueles dois para chamar “acordo” à «reforma” e  Portugal (2009) agradeceu a benesse, venerador atento e obrigado, sendo meia dúzia de académicos nacionais os autores do golpe de prestidigitação.

Ou, nas avisadas palavras de alguns brasileiros de renome (os quais a tuga Academia das Ciências de Lisboa finge ignorar): «a implementação do dito Acordo é simplesmente uma bagunça, é o caos linguístico; é uma desgraça! É a bancarrota da Língua!»

Universidade do Livro oferece cursos on-line para quem deseja dominar a norma culta da Língua Portuguesa

São dez opções permanentes para acelerar e aprofundar o conhecimento no idioma focando na vida profissional

atualizado em 24/3/2020

Todos os brasileiros sabem português, como defende o linguista Marcos Bagno, porém não são todos que se aprofundam na variedade do idioma brasileiro. Dominar os tópicos básicos da gramática normativa, normalmente, apresenta grande dificuldade para os estudantes e profissionais, mas é um diferencial competitivo em todo o mercado de trabalho.

Visando preencher essa lacuna educacional, a Universidade do Livro (Unil), pertencente à Fundação Editora da Unesp (FEU), oferece uma programação totalmente on-line para quem deseja conhecer e aplicar a norma-padrão do idioma, requisitada por diversos setores profissionais.

As videoaulas, ministradas pelo renomado professor Francisco Marto de Moura, são focadas no aperfeiçoamento e domínio da língua portuguesa, com conteúdo rápido e dinâmico podem ser começadas a qualquer momento. O aluno conta com o suporte de exercícios autocorretivos e leituras extras para alcançar os objetivos propostos:

* transmitir ideias com clareza e correção gramatical;
* preparar trabalhos escolares e acadêmicos;
* prestar concursos públicos;
* enfrentar a prova do ENEM ou o vestibular;
* redigir textos coesos, fluentes e bem argumentados;
* redigir propostas comerciais e planos de trabalho;
* fazer apresentações em público;
* participar de entrevistas de emprego, dentre muitas outras possibilidades.

Confira abaixo os cursos e clique nos links para mais informações:

Gramática da Língua Portuguesa – O Acordo Ortográfico vigente (EaD) – https://bit.ly/2wsENcj
Gramática da Língua Portuguesa – Análise sintática I (EaD) – https://bit.ly/2QAaYNM
Gramática da Língua Portuguesa – Análise sintática II (EaD) – https://bit.ly/3a76aaq
Gramática da Língua Portuguesa – Análise sintática III (EaD) – https://bit.ly/2UdXIAV
Gramática da Língua Portuguesa – Coesão e coerência textual (EaD) – https://bit.ly/2Uv2SXM
Gramática da Língua Portuguesa – Colocação pronominal (EaD) – https://bit.ly/3abIEZR
Gramática da Língua Portuguesa – Concordância verbal (EaD) – https://bit.ly/2WAJdbW
Gramática da Língua Portuguesa – Crase (EaD) – https://bit.ly/2J9ekDw
Gramática da Língua Portuguesa – Pontuação (EaD) – https://bit.ly/3bbMimC

Gramática da Língua Portuguesa – Regência verbal e nominal (EaD) – https://bit.ly/3bew4t5

Mais informações sobre a Universidade do Livro estão disponíveis
no site: www.universidadedolivro.com.br ou pelo e-mail: unil@unesp.br

Website: http://editoraunesp.com.br/blog/universidade-do-livro-oferece-cursos-on-line-para-quem-deseja-dominar-a-norma-culta-da-lingua-portuguesa
“prestidigitação”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/prestidigita%C3%A7%C3%A3o [consultado em 31-03-2020].

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Conteúdo programático do Curso De Nova Ortografia Da Língua Portuguesa:

  • Introdução
  • Breve Histórico
  • Objetivos e argumentos a favor do novo acordo
  • As Transformações da Língua
  • Mudanças no Alfabeto
  • Uso e Eliminação do Trema
  • Mudanças nas Regras de Acentuação
  • Uso do Hífen
  • Uso do “h”
  • Utilização de Letras Maiúsculas e Minúsculas
  • (ABL) e as Mudanças Finais na Nova Reforma Ortográfica
  • Confusões entre gramáticos e dicionários
  • Bibliografia/Links Recomendados
[Transcrição integral . Nesta transcrição foi  mantida a cacografia brasileira do original . Destaques sublinhados e “links” meus. Imagem copiada da Internet. Tudo o que aqui escrevo é de minha exclusiva responsabilidade e tudo o que aqui reproduzo — com a finalidade de constituição de acervo documental respeitante ao “acordo ortográfico”, em especial — é da responsabilidade dos respectivos autores, que são, sempre que possível, citados com indicação das fontes/autoria. JPG]

Pandemónio

Covid-19. Sindicato denuncia “pandemónio” no ensino de português no estrangeiro – Nacional – SAPO

O Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL) denunciou hoje que a pandemia de covid-19 está a gerar o “pandemónio” no ensino de português no estrangeiro e que os professores estão a receber “pouquíssimo apoio”.

O ensino de português no estrangeiro “está a ressentir-se devido à pandemia provocada pelo vírus covid-19, que impossibilita as aulas presenciais”, explica o SPCL, em comunicado enviado à Lusa.

“Os 277 professores que ainda exercem no espaço europeu estão a ter pouquíssimo apoio para poderem continuar as suas actividades lectivas à distância, visto que a acção das coordenações de ensino tem sido, até agora, extremamente fraca”, relata.

Os professores receberam avisos quando as escolas foram encerradas e pedidos para manterem o contacto com alunos e pais, mas “pouco mais sucedeu”, acrescenta, ressalvando que “muitos alunos e também alguns professores não dispõem dos meios para dar ou ter aulas à distância.

O SPCL recorda que 80% dos alunos do ensino de português no estrangeiro frequentam o 1.° ciclo e, portanto, “não podem utilizar esses meios sozinhos”.

Desde 2011 que o ensino de português no estrangeiro está sob tutela do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que o SPCL critica por se ter preocupado em “verificar se os professores estariam mesmo nas suas residências, isto é, nos seus postos de trabalho”, mas só hoje ter disponibilizado “um curso de formação ‘online’ para que os professores possam aprender” a dar aulas à distância.

“Se tanto professores como alunos não dispuserem dos meios tecnológicos para tal, os progressos não serão muitos”, antecipa o SPCL.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

A pandemia de covid-19 — que já fez 33 mortes em Portugal — obrigou ao encerramento das escolas no dia 16 de Março.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de Março e até às 23:59 de 02 de Abril.

SBR // SRLusa, 24 de Março de 2020 — Covid-19. Sindicato denuncia “pandemónio” no ensino de português no estrangeiro – Nacional – SAPO

Escola Portuguesa de Díli (imagem): SAPO

Duas professoras portuguesas apresentaram queixa na polícia de Timor-Leste

Duas professoras portuguesas destacadas em Timor-Leste fizeram hoje participação na Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) de incidentes que ocorreram no final da semana a bordo de um transporte público em Baucau, segunda cidade do país.

Fontes policiais confirmaram à Lusa que as docentes foram hoje ao comando da PNTL em Díli, acompanhadas por responsáveis do projecto em que participam e por um elemento da Embaixada de Portugal, a pedido “de responsáveis da polícia timorense”. Na participação, as docentes explicam que estavam a viajar numa microlete, o transporte público mais usado em Timor-Leste, quando um jovem agarrou uma das professoras e gritou a palavra “corona”, antes de saltar da viatura e fugir. O caso não foi denunciado à polícia em Baucau.

As professoras relataram igualmente um caso em que foram lançadas pedras para o recinto de uma das casas em que os docentes viviam. Finalmente, as docentes referiram-se ainda a um incidente anterior, de 4 de Março, em que houve uma invasão do espaço da casa de um professor, situação que foi reportada nesse dia à polícia em Baucau que registou a ocorrência. Esse professor não foi hoje ao comando em Díli.

A Lusa solicitou comentários a docentes de Baucau que afirmaram não querer falar sobre os casos. Fonte do Ministério da Educação timorense disse à Lusa que está a ser preparado um relatório sobre a situação.

Na sequência desses incidentes, um grupo de dez professores ali destacados escreveu aos coordenadores do projecto e às autoridades portuguesas em Díli e Lisboa manifestando “o seu desejo de solicitar o seu repatriamento imediato de Timor-Leste”.

Nessa comunicação a que a Lusa teve acesso dez professores referem-se, entre outros incidentes, a uma “tentativa de agressão de uma professora na microlete”.

Perante estes incidentes e o “sentimento de insegurança” manifestado na comunicação, o embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira, ordenou que o grupo viajasse para Díli onde estão desde domingo.

Questionado hoje sobre a situação, o embaixador português José Pedro Machado Vieira reiterou declarações anteriores de que até ao dia de hoje a embaixada não tinha registo de nenhum caso de agressões físicas ocorrido com professores destacados em Timor-Leste no contexto do covid-19.

Sobre a decisão de ordenar a vinda do grupo de docentes para Díli, o diplomata explicou que se deveu ao facto do “sentimento de intimidação e insegurança que as professoras manifestaram”, mas sem ter sido feito “qualquer referência a violência física”.

A maior parte dos 140 professores destacados em Timor-Leste no mesmo projecto de que fazem parte os docentes destacados em Baucau pediram o repatriamento.

RTP/Lusa, 24.03.20 — PNTL , Díli

[Os textos que eventualmente sejam publicados na imprensa usando a cacografia brasileira no original (no caso,da Agência brasileirusa) e aqui reproduzidos foram automaticamente corrigidos com a solução Firefox contra o AO90 através da extensão FoxReplace do browser. Destaques meus.]

AO90: ‘ledo engano’ [Nelson Valente (Brasil]

Educação: sem proveito pessoal ou político

Nelson Valente, Diário do Poder” (Brasil) – 16.03.20

Melhorar a educação brasileira, de um modo geral, pode ser uma utopia? Depende, naturalmente, da existência de uma política séria, no setor, conduzida por pessoas competentes e desinteressadas de proveito pessoal ou político.

A educação brasileira é um dos tristes marcos do período republicano e nos três últimos governos. E talvez venha a repetir o mesmo ciclo de frustrações no atual governo. A Educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.

Ministro Weintraub, alguém já te falou que você é uma pessoa chata e que faz coisas irritantes e insuportáveis? Algumas pessoas realmente parecem ter nascido para ser chatas, irritantes, e insuportáveis, isso porque elas têm manias irritantes, coisas que para elas parecem muito simples, mas que na verdade tira muita gente do sério. Ou seja, sua gestão é marcada pelo obscurantismo e pela incapacidade administrativa. Veja-se o caso da educação. Muitos criticam a sua falta de força política. Seria ausência de marketing?

Para o leigo, ela deixou de ter a mesma importância de dez ou 20 anos atrás. Entre as reformas preconizadas para a educação brasileira, seria originalíssimo pensar numa estratégia de marketing que valorizasse a vontade política do país, no sentido de dar à educação a precedência que lhe é devida.

Quantas vezes na vida você já perguntou: Como se escreve tal palavra mesmo? É com z ou com s? Tem acento? (assim mesmo sem circunflexo, pois o chapeuzinho só vai na cabeça antes de plural), tem hífen? E V.Exa., escreveu no Twitter: ‘vôo’ (com acento circunflexo) – de acordo com a nova ortografia: voo: sem acento. E bloqueou-me no Twitter.

Quantas vezes na vida você já perguntou: Como se escreve tal palavra mesmo? É com z ou com s? Tem acento? (assim mesmo sem circunflexo, pois o chapeuzinho só vai na cabeça antes de plural), tem hífen?

Essas dúvidas sempre existiram e vão continuar existindo, só que o novo acordo ortográfico, que de novo não tem nada, pois começou a ser elaborado há 29 anos, mas só entrou completamente em vigor em 2016, ao invés de ajudar, parece ter atrapalhado ainda mais a escrita.

Quer um bom exemplo? Quando uma criança está fazendo a lição de casa e tem uma dúvida, pergunta para quem? Os pais, é claro. Só que a grande maioria desses pais foi educada na transição do acordo ortográfico, portanto cresceram com as mesmas dúvidas.

Ai a solução é dar um “google” e eis que a quantidade de explicações é tão extensa, muitas citando outras regras gramaticais, que geralmente a dúvida não é esclarecida e ainda aumenta.

Uma pessoa que diz que não sabe português é porque acha que saber português é saber o que é uma oração subordinada substantiva objetiva direta completiva nominal reduzida. E isso, quase ninguém sabe. Nem mesmo Vossa Excelência. Nem mesmo os professores de português formados e na ativa já há bastante tempo. Então, temos aí um grande imbróglio para resolver, a formação docente.

A implementação do dito Acordo é simplesmente uma bagunça, é o caos linguístico; é uma desgraça! É a bancarrota da Língua! E a consequência é o caos linguístico que se está verificando nas escolas, na comunicação social, falada/escrita/ouvida e lida. Acordo Ortográfico: “aberrações”, “arbitrariedades”, “caos” e “fracasso linguístico”.

É preocupante a falta de conhecimento de diversos profissionais de diferentes áreas em relação à Língua Portuguesa. Alegam essas pessoas que a simples troca de um Z por um S não muda o valor de uma petição advocatícia, a receita de um médico ou, ainda, o relatório de um Ministro da Educação. Puro engano: um texto mal escrito abala a imagem do profissional que o escreve e, sem dúvida, desqualifica o trabalho.

Infelizmente, o descaso com o nosso idioma é notório. Além disso, há o desprezo pelas regras gramaticais e ortográficas, como se houvesse um desejo recôndito de prestigiar a ignorância.

Já se passaram muitos anos e ninguém aprendeu as regras: nem mesmo Vossa Excelência, senhor Ministro da Educação. A imprensa adotou, mas ninguém consegue entender e a população não sabe usar. Queremos estudar formas de simplificar isso, ao invés de gastar tempo com algo que nunca se vai aprender.

Todos concordavam que seria melhor para a comunidade lusófona que houvesse o Acordo Ortográfico, pois o fato ensejaria uma busca oficialização da língua portuguesa em organismos internacionais, a partir da ONU. Ledo engano. O que tem ocorrido até aqui é um grande “desacordo”. Cada país da comunidade lusófona deve falar preservando as suas características. Assim se garantem a variedade e a riqueza do idioma.

Se uma criança não possui o gosto pela leitura na infância, na adolescência ou na fase adulta as coisas se tornarão difíceis. Criar o hábito (ou gosto) pela leitura é um primeiro passo que depende basicamente de pais e professores.

Se é verdade que o homem só se torna homem pela educação, todos devemos estar empenhados na sua melhoria.

Está na hora de mudar isso: A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.

O Enem nasceu com um formato, mas transformou-se em outra coisa. Ele nasceu para ser uma prova de avaliação das competências dos jovens, mas não deu certo. Em seguida, tentou-se vender a ideia de que é uma prova seletiva, um vestibular barato. E ficamos com esse troço que ninguém sabe o que é. O Enem não tem a menor importância. A ideia de ter uma forma simplificada de ingresso à universidade é bem-vinda, mas isso não serve para todos os estudantes do ensino médio.

Se esses alunos não conseguem êxito no concurso de habilitação, com os conhecimentos amealhados nas escolas, é a prova concreta de que o ensino que lhes foi ministrado era de baixo nível. Ou, como preferem outros, a prova de que o Enem propõe questões que nada têm a ver com o nível do que é ministrado nas escolas regulares, daí a necessidade dos abomináveis “cursinhos”.

Mas é preciso trocar de modelo por algo que venha efetivamente a funcionar, sendo notável a ideia de valorizar a educação média. Os exames parcelados, a cada ano, somando resultados para uma avaliação final parece-nos o que de melhor foi sugerido, dividindo com mais inteligência o esforço dos alunos, além de obrigar as escolas a uma distribuição mais adequada da carga de conhecimentos a ser exigida dos que a ela têm acesso. O assunto é muito rico, instigante, e ainda será objeto de muita discussão pelas “autoridades educacionais” do país.

Nelson Valente é professor universitário, jornalista e escritor.

[Transcrição integral de: «Educação: sem proveito pessoal ou político». Nesta transcrição foi  mantida a cacografia brasileira do original . Destaques sublinhados e “links” meus. Imagem copiada da Internet.]
Tudo o que aqui escrevo é de minha exclusiva responsabilidade e tudo o que aqui reproduzo — com a finalidade de constituição de acervo documental respeitante ao “acordo ortográfico”, em especial — é da responsabilidade dos respectivos autores, que são, sempre que possível, citados com indicação das fontes/autoria.
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O calote brasileiro à CPLP

«A verdade é que a resistência de Portugal é de cunho político. As mudanças para os portugueses, “pátria da língua”, são maiores, visto que a influência brasileira nos demais países lusófonos cresceu muito nos últimos anos. Sendo Portugal a colonizadora, aceitar mudanças impostas pela antiga colônia significa receber um duro golpe na soberania nacional portuguesa.» [Toda a lógica instrumental do AO90 é brasileira» [jornal “Opção” (Brasil)]]

 

Fantástico. O Brasil, que inventou a CPLP para dar cobertura política ao “acordo ortográfico de 1990”, é o país mais caloteiro de todos os oito membros daquela agremiação a fingir. Proporcionalmente, o calote do “gigante brasileiro” seria, ainda assim, uma verdadeira pechincha: 75%, números redondos e em média, das quotas de Angola e Moçambique.

O único país cumpridor (fora despesas da sede e demais encargos da Organização) é Portugal.

O que significa, belo negócio, excelente golpada, verdadeiro negócio da China, que a dita agremiação é brasileira nos lucros (sem custos) e portuguesa nas despesas (que não ganha nada com o cambalacho, bem pelo contrário). Ou seja, Portugal paga fantochadas brasileiras. Maravilha.

Estados-membros devem à CPLP 3,8 milhões de euros em quotas — com Brasil a liderar

Segundo dados oficiais a que a Lusa teve acesso, o Brasil deve 1.536.907,36 euros por duas contribuições anuais em atraso de 768.453,68 cada, uma referente a 2019 e a outra em relação ao ano em curso.

E logo em segundo vem Moçambique, com um total de 756.701,10 euros em dívida para com a CPLP por três contribuições em atraso, relativas aos anos de 2018, 2019 e 2020, cada uma delas de 252.233,70.

Mas o estado-membro com o maior número de contribuições em atraso é São Tomé e Príncipe, que não pagou as quotas anuais de 2018, 2019 e 2020, cada uma de 41.808 euros, e a somar a isto ainda tem mais 16.801,07 euros da contribuições em 2017 por liquidar.

Assim, o total da dívida de São Tomé e Príncipe é de 142.225,07 euros, de acordo com o mesmos dados.

A Guiné-Bissau é outro dos estados-membros mais incumpridores, tendo também as contribuições de 2018, 2019 e 2020 em atraso, cada uma delas de valor igual às de São Tomé e Príncipe, o que lhe dá um total em dívida de 125.424 euros.

Apesar disto, o montante em dívida daqueles países é inferior ao de uma Guiné Equatorial, que tem apenas duas contribuições anuais em atraso, de 2019 e 2020, porque o valor de cada uma destas é superior (204.295,99 euro). Assim, o país tem por liquidar 408.591,98 euros de quotas para a CPLP.

Já Angola, com apenas a contribuição de 2020 por liquidar, deve 589.291,90 euros.

Estes dois últimos países, bem como o Brasil, Portugal, Moçambique e Timor-Leste tem as contribuições mais elevadas para a organização.

Timor-Leste também só tem em atraso a contribuição anual de 2020, de 202.543,52 euros.

O mesmo se passa com Cabo Verde, país que tem a presidência rotativa da CPLP até Setembro deste ano, data em que a transferirá para Angola, na cimeira de chefes de Estado e de Governo.

O país só tem de liquidar a quota de 2020, de 41.808 euros, para ter as contas em dia.

Portugal é o Estado cumpridor, sem dívidas à organização e o único que já pagou a quota de 2020, em Dezembro de 2019.

O resultado dos atrasos de vários estados no pagamento das quotas é que o saldo devedor cresce de ano para ano.

Assim, depois de alguns países já terem liquidado quotas em atraso, o saldo devedor de 2017 é de 16.801 euros, relativo à dívida de São Tomé e Príncipe, em 2018 é de 335.849 e em 2019 cresce para 1.308.599 euros. Este ano situa-se em 2.142.242 euros.

Só quatro Estados-membros da CPLP pagaram quotas de 2019 e estão em atraso 1,3 milhões de euros

O valor das quotas em dívida dos Estados-membros da CPLP está a agravar-se, com apenas quatro destes a pagarem as contribuições obrigatórias de 2019, ficando em dívida 1,3 milhões de euros, segundo dados oficiais.

De acordo com os dados, a que a Lusa teve acesso, só Portugal (590.735 euros), Cabo Verde (41.808 euros), Timor Leste (202.543 euros) e Angola (589.291 euros) cumpriram até agora o pagamento das quotas de 2019. Os três primeiros pagaram no exercício devido enquanto Angola liquidou a sua quota já em Janeiro deste ano.

Assim, o secretariado-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) contou com apenas 31% do total do orçamento aprovado para 2019, ou seja, cerca de 835 mil euros.

Mas mesmo depois de Angola cumprir o pagamento da sua contribuição, o valor das quotas em dívida, só do ano de 2019, ainda é superior ao montante já pago, atingindo 1,3 milhões de euros, com os atrasos de Brasil (768.453 euros), Guiné-Bissau (41.808), Guiné Equatorial (204.295), Moçambique (252.233) e São Tomé e Príncipe (41.808).

Já em relação a 2020, até agora, só Portugal pagou a quota. A contribuição anual do país, de 590.735 euros, foi paga antecipadamente, em Dezembro de 2019, ainda de acordo com os mesmos dados a que a Lusa teve hoje acesso.

Os atrasos nas quotas, tem dificultado o funcionamento do secretariado-executivo da CPLP e a implementação das iniciativas adoptadas pelos órgãos de decisão da organização, referiu à Lusa uma fonte da CPLP.

Em 2017, os Estados-membros da organização deviam 1,7 milhões de euros em contribuições em atraso de vários exercícios, mais de metade do orçamento anual da CPLP.

Aquele montante significava já um aumento face ao valor total de contribuições em atraso no ano de 2016, que era de 817.873 euros.

Em 2017, de acordo com as demonstrações financeiras, Brasil, Guiné-Bissau, Timor-Leste, além de Portugal, não tinham naquele ano qualquer pagamento em atraso à CPLP e os Estados-membros pagaram um total de 1,6 milhões de euros em contribuições.

Anualmente, a CPLP deveria receber em contribuições dos seus Estados-membros cerca de 2,7 milhões de euros por ano. Assim, só em 2017 ficou com um saldo negativo nesta rubrica de 1,1 milhões de euros.

O Brasil é o país que tem a maior quota para a organização, com um valor de 768.453 euros anuais, seguido de Portugal, com 590.735 euros, e de Angola, com 589.291.

Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe têm uma quota idêntica, de 41.808 euros. A Guiné Equatorial e Timor-Leste deveriam pagar cada um 204.295 euros anuais de quota e a Moçambique cabe uma contribuição de 252.233 euros.

Em 2017, Angola tinha em atraso apenas o valor de uma contribuição anual, ou seja, 589.291 euros, enquanto Moçambique devia um montante de 452.233 euros e Cabo Verde de 62.710 euros.

Já São Tomé e Príncipe tinha por pagar 16.801 euros e a Guiné Equatorial tinha um valor em atraso de 612.887 euros, ou seja, equivalente a três anos. Mas segundo fonte oficial, este país, que aderiu à organização em 2014, já tinha liquidado tudo e não tinha de quotas em atraso, à data em que foi divulgado o documento aprovado no Conselho de Ministros do Mindelo, em Julho de 2019.

Quanto ao ano de 2016, Angola e Brasil, tal como consta do quadro 17,1 das demonstrações financeiras de 2017, não tinham contribuições em atraso. E Portugal também não devia contribuições à organização, segundo documentos das contas.

Mas todos os outros Estados-membros tinham valores em atraso.

Timor-Leste e Guiné-Bissau terão corrigido, entretanto, a situação, enquanto outros Estados foram acumulando valores mais altos em dívida, com excepção de São Tomé e Príncipe, que fez baixar o seu valor em atraso de contribuições de 41.808 euros para 16.801 euros.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

[Source: Estados-membros devem à CPLP 3,8 milhões de euros em quotas — com Brasil a liderar – Economia. Os textos com a cacografia brasileira no original (neste caso,da Agência Brasileirusa), foi automaticamente corrigido com a solução Firefox contra o AO90 através da extensão FoxReplace do browser. Destaques meus.]

‘os deputados e o Governo não ligaram nenhuma’ [Francisco Miguel Valada, “Público” 10.03.20]

O Acordo Ortográfico e as respectivas facções

O impacto real do AO90 verifica-se em textos concretos e não em ilusões. Convém que o poder político deixe de insultar quem o elege e de atirar areia para os olhos ou, segundo a doutrina vigente, arena para os óculos.
[ – Público – Opinião – 10.03.20]


‘Está nisto desde que veio. (…) De curtas e compridas tem-nos chamado de tudo.’
António Lobo Antunes, Memória de Elefante

A primeira frase de um recente despacho da Lusa, divulgado pelo Expresso, ilustra bem a farsa do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90). Passo a transcrever: “As fações rivais líbias convidadas pela ONU a participar em negociações políticas na quarta-feira em Genebra (Suíça) anunciaram esta segunda-feira separadamente a decisão de suspenderem a respetiva participação no diálogo, alegando motivos diferentes.” Efectivamente, esta frase está e não está de acordo com o esperado de uma frase cumpridora do estabelecido na base IV do AO90. Por um lado, temos *fações e *respetiva, porque em português europeu a oclusiva velar correspondente à letra ‘c’ nas palavras facções e respectiva não é pronunciada. Por outro lado, como em português do Brasil a oclusiva velar correspondente à letra ‘c’ naquelas palavras é pronunciada, o resultado seria diferente se este texto, em vez de aparecer no Expresso, tivesse aparecido na Folha de S. Paulo, ou seja, haveria facções e respectiva.

Isto é, actualmente, em português do Brasil escrito, versão 1990, aquelas grafias correspondem às fabulosas formas já existentes no português europeu escrito com a ortografia de 1945, a ortografia óptima, segundo a melhor informação científica disponível. Assim sendo, em português do Brasil com AO90 e em português europeu sem AO90, temos esta deliciosa frase: “As facções rivais líbias convidadas pela ONU a participar em negociações políticas na quarta-feira em Genebra (Suíça) anunciaram esta segunda-feira separadamente a decisão de suspenderem a respectiva participação no diálogo, alegando motivos diferentes.”

Com efeito, apesar do reconhecido valor grafémico da letra ‘c’ em facções e respectiva, os autores do AO90 decidiram aniquilá-la em português europeu. É evidente que tal decisão de supressão da letra ‘c’ foi tomada ao arrepio de pareceres e artigos científicos, aos quais os deputados e o Governo não ligaram nenhuma, escolhendo o pouco corajoso acto da fuga para a frente. Alguns, aliás, têm preferido mesmo o recurso à provocação e à deselegância. Recentemente, um deputado do Partido Socialista (PS) aproveitou a morte de João Malaca Casteleiro para ofender quem estuda e trabalha. De facto, Ascenso Luís Simões lamentou que “quem nega a atual [sic] ortografia não entenda que a língua portuguesa não pode ficar agarrada a uma visão é [sic] um tempo marcados pelo colonialismo”. Aguarda-se uma retractação, uma vez que pedir para ler pareceres e artigos, pelos vistos, é pedir imenso. Convém, apesar de tudo, separar o trigo do joio. Por exemplo, Pedro Cegonho, também ele deputado do PS, tem disponibilidade para ouvir educadamente argumentos contra o AO90. É essa, aliás, a impressão que fica do excelente e minucioso relato do excelente e minucioso relato feito por Rui Valente, sobre o encontro de uma delegação da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico com representantes do Grupo Parlamentar do PS.

Voltando ao assunto que aqui trago, a supressão da letra ‘c’ tem, portanto, duas consequências: uma consequência interna e outra externa. Quanto à interna (do ponto de vista português europeu), temos a provável homonímia de *fação com uma localidade do concelho de Sintra chamada Fação e a potencial rima de *respetiva com discretiva. No que diz respeito à externa, cria-se um novo fosso entre as normas europeia e brasileira, afastamento provocado justamente pela principal base do AO90. Em suma, exactamente o oposto das promessas e juras de negociadores, promotores e amigos do dito cujo.

O impacto real do AO90 verifica-se em textos concretos e não em ilusões. Como vimos no início, a primeira frase de um despacho da Lusa não tem qualquer palavra afectada pelo AO90 em português do Brasil, mas tem duas palavras afectadas pelo AO90 em português europeu. Convém que o poder político deixe de insultar quem o elege e de atirar areia para os olhos ou, segundo a doutrina vigente, arena para os óculos.

Francisco Miguel Valada

[Transcrição integral de: o Acordo Ortográfico e as respectivas facções. A reprodução de artigos e/ou conteúdos da autoria de terceiros tem por finalidade única a constituição de acervo documental sobre tudo aquilo que, segundo critérios meus, interessam ou dizem respeito ao chamado “acordo ortográfico” (e a outros detritos). Imagem de origem/autoria desconhecida. “Links” (a vermelho), destaques e sublinhados meus.]