«A spelling bee is a competition in which contestants are asked to spell a broad selection of words, usually with a varying degree of difficulty. To compete, contestants must memorize the spellings of words as written in dictionaries, and recite them accordingly.»
«The concept is thought to have originated in the United States, and spelling bee events, along with variants, are now also held in some other countries around the world. Spelling bees are common only in countries where English is spoken, because other languages have a more predictable spelling system.» [Wikipedia]
The 91st Scripps National Spelling Bee was held at the Gaylord National Resort and Convention Center in National Harbor, Md., in 2018. Credit…Scripps National Spelling Bee
July 8, 2021, 3:00 p.m.By Alan Yuhas
The Scripps National Spelling Bee finals have returned.
W-e-l-c-o-m-e to our live coverage of the 93rd Scripps National Spelling Bee finals, where 11 students will face the clock, the cameras and a horde of the dictionary’s orthographic terrors, which are now all that stand between them and the title of national spelling champion.
The finalists, ages 11 to 14, have made it where nearly 200 other contestants could not — defeated by rhonchus, revetment, groupuscule, welkin and motmot, among others. Adding to their challenge, this year the students also face an on-camera vocabulary element to the competition. (A rhonchus is a kind of snoring sound, a revetment is an embankment, a groupuscule is a small group of activists, welkin is the heavens, and a motmot is a type of tropical bird.)
The contest’s organizers have also added another potential challenge since the last Scripps Bee, in 2019, when eight students shared the championship in a tie. In the event of a tie this year, the finalists will face a lightning round spell-off. The champion — or co-champions, if the spell-off itself ends in a tie — will receive a $50,000 cash prize.
[…]
[Transcrição parcial.
É uma actividade pedagógica, séria e consequente, adoptada como parte integrante e fundamental da política educativa em inúmeros países e territórios: Austrália, Bangladesh, Canadá, Índia, Kuwait, Nigéria, Nepal, Holanda, Bélgica, Paquistão, Emiratos Árabes Unidos, Arábia Saudita, Reino Unido, Estados Unidos da América, Vanuatu. Apesar de incidir sobre o Inglês, na actualidade a língua-franca mundial, este tipo de jogo didáctico é um factor estruturante do sistema educativo, principalmente nos USA (50 estados, 50 “países”), constituindo uma base sólida, a partir dos níveis básicos de escolaridade, do processo de ensino/aprendizagem de todas as crianças e jovens (e também de adultos!). Evidentemente, apesar de existir o exemplo contrastante dos concursos de caracteres chineses, estamos num campo até agora reservado a uma Língua cuja ortografia permanece intocada há séculos; também por isso mesmo os concursos de “spelling bee” ultrapassam largamente as fronteiras dos países em que o Inglês é Língua oficial, como, por exemplo, o Japão ou países diversos da América do Sul, através de instituições anglófonas de e para todos os níveis académicos, idades e estratos sociais.
São factos e evidências deste género aquilo que mais irrita os acordistas; irritação muito compreensível, portanto, visto que a realidade colide frontalmente com as suas teorias estapafúrdias, a sua militante imbecilidade na promoção de negociatas disfarçando-a com teorias “pedagógicas” horrivelmente sinistras. A “maior facilidade na aprendizagem” não resulta da “simplificação“, ou seja, não é exterminando a ortografia, substituindo-a por uma espécie de transcrição fonética do(s) falar(es) brasileiro(s), que se consegue maior “proficiência”, eficácia ou aproveitamento na aprendizagem da Língua, seja ela materna ou estrangeira. Essas e outras patranhas, qual delas a mais evidente, sustentaram a adopção do AO90 no sistema de Ensino português… por mais provas que se apresentem e por mais que se demonstre o contrário.
Ao contrário do que sucede com as artimanhas dos políticos, os números não mentem. O “português” do AO90 é afinal, literalmente e na íntegra, a língua brasileira. Todo o léxico foi 100% adulterado consoante a cacografia brasileira, sem qualquer “concessão” ou “cedência”; a outra parte do “acordo” (Portugal e PALOP) cedeu em absolutamente tudo: não existe no AO90 uma única palavra cuja grafia tenha sido imposta ao Brasil conforme é grafada em Português-padrão.
O “argumento” do “número de falantes”, mais de 200 milhões no Brasil e “apenas” 10 milhões em Portugal, serviu e serve ainda — pelo menos nas cabecinhas pensadoras de alguns génios tugas — como base de sustentação de todo o chorrilho de tretas fabricadas na firma Malaca & Bechara, SARL, com o beneplácito de crânios tão exíguos como os de Cavaco, Lula, Sócrates (esse colosso de transparência e lisura), Guterres, Carlos Reis, Edite Estrela et cætera. E esse “argumento” de tipo sufragista (digamos assim), como se a Língua fosse a votos, baseia-se numa outra premissa da colossal aldrabice: a língua brasileira (designada no AO90 como “portuguesa”, para disfarçar) não é a “quarta mais falada no mundo, a primeira no hemisfério Sul”; nem a quarta nem a quinta e nem mesmo — como se isso interessasse para alguma coisa, além de deslumbrar pategos — é a 11.ª mais falada no mundo (e bom proveito, é o que se deseja aos carapuceiros).
- Inglês – 1.348 (mil, trezentos e quarenta e oito milhões)
- Mandarim (incl. Chinês standard mas excl. outras variantes) – 1.120 (mil, cento e vinte milhões)
- Hindi (excl. Urdu) – 600 milhões
- Espanhol – 543 milhões
- Árabe standard (excl. dialectos) – 274 milhões
- Bengali – 268 milhões
- Francês – 267 milhões
- Russo– 258 milhões
- Urdu (excl. Hindi) 230 milhões
Constatado pela enésima vez o óbvio, torna-se ainda mais incontornável o facto de, mais tarde ou mais cedo, vir a ser necessário desmontar o andaime de tramóias que foi impingido a partir de 2010 aos professores e aos alunos portugueses, principalmente a estes e de forma extremamente violenta às nossas pobres crianças, que foram obrigadas desde então a memorizar a cacografia brasileira. Em vez do lixo produzido pelos indigentes mentais, neo-colonialistas de sentido inverso, brasileirófilos embascados e mercenários travestidos de deputados, há que preparar desde já a reposição da normalidade no sistema de Ensino nacional.
Uma das ferramentas possíveis para esse efeito poderia muito bem ser algo parecido com os “spelling bee” da anglofonia; chame-se-lhe “concursos de ortografia” ou mantenha-se a designação original (basta de pseudo-puristas e de polícias de vigilância ao barbarismo, esse pecadilho irrelevante, se limitado), é inegável o extremo valor pedagógico de tais acções, até pelo seu carácter apenas aparentemente lúdico. Seria, além do mais, uma forma de os pedagogos em geral entreterem-se com algo realmente útil, com uma coisa nada parecida com a TLEBS, por exemplo, entre outras absolutas inutilidades.
Seria perfeitamente possível, a custo zero, instituir os concursos de ortografia — por definição, a escrita estável e definida, estrutural e estruturante — em todas as escolas do Ensino Básico (pelo menos) e assim reconduzir maciçamente a escrita em Português ao seu lugar único de património identitário.
Assim haja vontade política. E coragem na resistência, é claro. Ou, dito de outra forma, em síntese, assim haja ao menos um módico de bom-senso.
[Imagem de topo de: “A Debt Paid In Ink” (página Facebook). Imagem de rodapé de: “The Japan Times“. Dados de falantes recolhidos em: Wikipedia. ]