Evidentemente, este “diálogo” tem tanto de virtual como de — não sendo brutal na adjectivacão — irónico. O ilustre desconhecido, Garcia Francisco de sua graça, merece uma saudação calorosa pelo extraordinário sentido de humor com que destrói uma intrigante dúvida existencial de certa cabecinha extremamente baralhada. Presume-se que a interlocutora romena tenha ficado mergulhada numa ainda mais intrincada teia de ignorância sobre Portugal e a Língua Portuguesa e sobre o crioulo brasileiro mai-lo seu “gigantismo”. É, no entanto, algo curioso que até entre alguns estrangeiros já comece a pairar a fábula brasileirista.
A resposta não é de todo irónica, afinal. Podemos mesmo dizer que é reveladora — e tristemente — do ponto a que chegou já a “difusão da língua” brasileira no mundo, ou seja, da intensa campanha de desinformação e de intoxicação da opinião pública promovida pelos lacaios neo-imperialistas da tugalândia.
Ainda menos piadético do que este “diálogo”, se tal coisa é possível dizer a respeito das golpadas visando a estupidificação em massa, é a gravação que seguidamente [agradecimentos a Paulo Martins pela indicação] podemos “apreciar” ao vivo e a cores: as “exigências” que brasileiros em Portugal pretendem impor ao país que os acolheu (e que os qualifica), na sua auto-assumida condição de colonizadores. Em suma, para este naipe extremamente “selecto”, é um escândalo que em Portugal se fale Português. Acusando os “portuguesinhos” do habitual no seu discurso característico e atirando-lhes para riba dos lombos os insultos habituais (que nós somos “preconceituosos” e xenófobos”, essas lindas coisinhas), em especial os “académicos” do calçadão — a coberto da total impunidade conferida pelos brasileiristas tugófilos — fartam-se de malhar no país, nos seus habitantes e na sua Língua.…e
…
Nada disto é meramente casual, evidentemente. O linguicídio é “apenas” uma das facetas mais visíveis e notórias do processo em curso que visa a aniquilação da identidade nacional. Além do factor identitário fundamental, substituindo a Língua Portuguesa pela brasileira a coberto de um “acordo ortográfico” que de acordo nada tem e de ortográfico ainda menos, os brasileiristas nascidos em Portugal promovem sistemática e violentamente o esmagamento cultural e o radical apagamento da História de todo e qualquer resquício da Pátria que tanto os seus egrégios avós como aqueles bastardos gerou.
Com a maior das “levezas” (superficialidade) foram sucessivamente permitindo — e até mesmo facilitando — a eliminação de conteúdos portugueses. Em especial na Internet e nos sistemas informáticos — a começar pela extinção do “código de matrícula” do Português-padrão (CHCP 860) — mas também nos demais canais e meios de informação, difusão e entretenimento.
Já aqui foram escalpelizados alguns dos casos mais flagrantes de apagamento selectivo e eliminação sumária (Google e outros “motores de busca”, Wikipedia, programas de edição de texto, “corretores” cacográficos compulsivos, etc.). Todos os endereços de serviços e de plataformas que eram “https://domínio.com.pt” ou “pt.domínio.org” ou “domínio.xxx.pt-pt”, por exemplo, e que continham “interfaces”, documentação ou quaisquer outros conteúdos portugueses e cuja ortografia era a da Língua Portuguesa mantiveram o endereço (URL) mas o que agora deles consta está tudo na cacografia brasileira, escrito na língua brasileira e com conteúdos brasileiros; existem casos em que os anteriores conteúdos portugueses (imagens, entradas de enciclopédia, expressões idiomáticas, etc.) foram substituídos pelos equivalentes brasileiros.
Evidentemente, convém ir ilustrando e documentando o golpe de Estado, também a página de abertura da Wikipédjia Lusôfona contém apenas assuntos brasileiros (negócios, de preferência)
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos é uma parceria firmada entre o Brasil e a França, no ano de 2008, com o objetivo de transferir tecnologia para a fabricação de embarcações militares. É um componente da Estratégia de Defesa do Estado para o desenvolvimento do poder naval do país com a produção de quatro submarinos convencionais (propulsão diesel-elétrica) e do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro. O programa fará do Brasil um dos poucos países a contar com tecnologia nuclear, ao lado de Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, China e Índia.
Apesar de o programa ter iniciado em 2008 com o objetivo de prover a Marinha do Brasil com uma “força naval de envergadura”, parte dele remonta à década de 1970 quando a Marinha começou a procurar o domínio da energia nuclear. (leia mais…)
Veja-se um outro caso ao acaso, que isto está por todo o lado e já infectou tudo: a versão “pt” (brasileira) da Google Maps utiliza para os transportes públicos portugueses a terminologia exclusiva do Brasil. Assim, o famoso “eléctrico 28” é uma espécie de monumento alfacinha em movimento a que agora os brasileiros impõem que se chame “bondji vintchioito” ou “bondjinho 28”.Temos portanto, por força do AO90, da “língua univérsáu” e, em suma, por ordem dos novos “bwana” cá do indigenato, que “em nossa cápitáu próvinciáu” Lisboa temos “bondes”, o que aliás é extensível a toda a colónia, onde também passamos a ter ponto de “ônibus” onde na anticlíngua tínhamos “paragens de autocarro” (uma chinesice que ninguém entendia, “ônibus” é muito mais “fáciu, viu”).
(mais…)