Mês: Maio 2022

Traduções Galego/brasileiro e brasileiro/Português

«O Ministério brasileiro da Integração Nacional participou em outubro da 1ª Missão Técnica de Cooperação Transfronteiriça realizada no Eixo Atlântico, quando pode conhecer instrumentos de trabalho e integração entre as regiões de Galícia, na Espanha, e Viana do Castelo, em Portugal.» [https://www.mundolusiada.com.br/acontece/galiza-brasil-conhece-politica-de-fronteira-entre-espanha-e-portugal/]


Olh’à desinformação fresquinha, ó: «Faz sentido dizer português de Portugal e português do Brasil ou português de Angola?»

Bom. Perguntar não ofende, certo? Certo. E responder também não.

Claro que faz todo o sentido! A gramática — ortografia, sintaxe e morfologia — do Português de Angola é a mesma do Português de Portugal (e de Moçambique e de Cabo Verde e da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste e até de Macau ou Goa). As diferenças — que o não são de facto — limitam-se a entradas lexicais, dicionarizadas ou não, em consonância com a identidade nacional representativa dos povos que integram as diversas ex-colónias portuguesas nos continentes africano e asiático. Esta realidade comprovável contrasta flagrantemente com a ligeireza da língua nacional “adotada” — apenas tendo como base primeva o Português — pelo meio-continente brasileiro, a metade Leste da América-do-Sul, grosso modo.

Tentar criar uma espécie de analogia por arrombamento entre duas realidades diametralmente opostas é não apenas intelectualmente desonesto como, atalhando argumentos e simplificando adjectivações, tentar promover a verdade incontestável uma patranha do tamanho do planeta Júpiter. Não será por alguém usar um pé-de-cabra mental, no caso através de uma comparação absurda (porque não existe qualquer semelhança entre o Português de Portugal e Angola, por um lado, e a língua brasileira, por outro), que alguém com um mínimo de tino irá conceder o mais ínfimo crédito à “tese” imperialista. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ponto final. Parágrafo.

Daí a relevância — para variar — da conclusão que o próprio arguido pelo arrombamento formula com inusitada e contra ele mesmo irónica precisão: «As denominações não são neutras nem neutrais (ainda que podem acabar neutralizadas), indicam interesses.» Oh, sim, sim! Ah, pois são, pois são, pois indicam, indicam mesmo!

E resulta claro como água quais são esses interesses, e de quem, e para quê ou porquê. Basta atender à baralhação das designações e também ao efeito retórico pretendido com a operação algébrico-cavernícola: de uma raiz quadrada de um quadrado a multiplicar por um factorial de zero pretende-se extrair a fórmula química da pedra filosofal. Para pendurar ao pescoço, presumo.

E ainda, mais reconhece o próprio, não deixando de continuar a surpreender pela franqueza: «dependerá da capacidade de imposição e de aceitação das/os agentes que nele actuem».

Humilde raciocínio do qual sai com alguma elegância, se bem que também com brutalidade, usando desta vez a técnica bélica da rajada: «o grave é funcionar com a crença de sentir-se donos da língua. Grave, grave é andar “traduzindo” de Portugal para o Brasil e vice-versa. “Traduzem” do português para o português: vergonha para as políticas da língua. É tudo irresponsável para alguns ganharem à custa deste despropósito.»

Não é fantástico? Exactamente! Na mouche! É isso mesmo o que sempre se fez, continua a fazer-se e no futuro se fará, por mais “língua universau” que nos tentem impingir. Bom, se calhar é melhor nem comentar os balázios do indivíduo, à uma para não tirar lustro aos tirinhos, às duas porque sim, quem se atravessar cai logo, varado, lá diz o povo, é cada tiro, cada melro. “Donos da língua”, pim. “É tudo irresponsável”, pam. “Alguns”, pum. Ou seja, ele e os seus compinchas portugueses e brasileiros.

Todo o textículo é de facto um monumento. Esmiuçado seria porventura menos impressionante, estou em crer, (por exemplo, aquela outra relação de causa e efeito em “por causa da internet” é de uma comicidade inimitável) mas já sabemos que os ataques de riso podem ter consequências graves para a saúde, a coisa pode até matar, veja-se o que faz o óxido nitroso, e por conseguinte será decerto melhor deixar a deglutição da pastilha para o venerável leitor. Que não deverá, caso escape ao acesso de gargalhadas, assustar-se com as enormidades sortidas (claro, a rapsódia habitual, a da “Pharmacia”, tinha de constar, como sempre, ele o Inglês e o Francês são línguas muito atrasadinhas, coitadinhas) que o depoente galego vai espalhando, como quem atira pérolas a porcos, toma lá, Reco, atão vá, Miss Piggy.

Não é o remate dele mas eu cá, com o devido respeito, por aqui me fico: «a sobreposição do espanhol é esmagadora.» Como o brasileiro, portanto. Questão de números.

Como se a Língua fosse uma contagem de cabeças de gado: se as reses forem muitas, é uma manada; se forem poucas são descartáveis, matadouro com elas.

Cuidado, cowboy. As vacas investem tanto como os bois. Empurrados para um canto, cercados, tanto o boi como a vaca marram. E marram bem.

″Grave, grave é andar ‘traduzindo’ de Portugal para o Brasil e vice-versa″

www.dn.pt, 17 Maio 2022
Leonídio Paulo Ferreira

 

[legenda de foto] Palestra de Elias Feijó integra ciclo “Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento”, organizado pelo Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa.

………………

Faz sentido dizer português de Portugal e português do Brasil ou português de Angola? Não pode caminhar o português para ter cada vez mais variantes nacionais mas ao mesmo tempo, por causa da internet, assistir a certa padronização?

O seu sentido é identificar se há variantes que sejam úteis para alguma cousa. A algumas pessoas podem ser úteis para diferenciar-se ou afastar-se e mesmo podem acabar falando de brasileiro ou angolano. As denominações não são neutras nem neutrais (ainda que podem acabar neutralizadas), indicam interesses. O relevante é que todas as variantes se sintam incluídas no termo e no conceito “português”. A internet pode fomentar certa extensão de usos comuns, como também pode fazer aflorar variantes; dependerá da capacidade de imposição e de aceitação das/os agentes que nele actuem. O importante é não ter medo aos fluxos da língua nem às pessoas e comunidades que a usam. Há suficientes elementos, organizacionais e institucionais, que garantem a sua unidade. A partir de aí, a língua são oceanos onde toda a gente deve sentir o prazer de navegar. Sem patrões! Atenção: sem donos!

A polémica sobre o Acordo Ortográfico faz sentido para si? O Diário de Notícias, que tem mais de século e meio, já seguiu vários acordos. Nas edições mais antigas, por exemplo, existe “Pharmacia”.

Pois é! E, mesmo assim, com uma ortografia bem distante e, em caso, caótica, como é sabido, a intelectualidade galeguista dos século XIX e XX, de Manuel Murguia a Daniel Castelao, reconhecia nela a unidade linguística! Cito um provérbio da minha terra: “melhor um mal acordo que um bom preito“. Eu, galego, numa situação sociolinguística tão precária para o galego, nome que dou à língua que no mundo se conhece como português e, por razão do ofício, um pouco conhecedor do mundo de língua portuguesa, não entro já a discutir as soluções propostas nem, mesmo, as ambiguidades. Quero acordos. Num par de gerações, ninguém se irá lembrar disto; o grave é funcionar com a crença de sentir-se donos da língua. Grave, grave é andar “traduzindo” de Portugal para o Brasil e vice-versa. “Traduzem” do português para o português: vergonha para as políticas da língua. É tudo irresponsável para alguns ganharem à custa deste despropósito.

Até que ponto português e galego são a mesma língua ou já duas línguas diferentes?

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tic tac… negue… tic tac… negue… tic tac tic tac tic

Pela milionésima vez: o “acordo ortográfico” de 1990 não é um acordo, é uma imposição, e de ortográfico absolutamente nada tem, não passa de um acto político… na pior acepção do termo.

O que ainda resta de indefinido — se algo há ainda por definir — é a extensão, a abrangência da sinistra manobra a que alguns políticos dedicados à “causa” dos seus próprios interesses envidam todos os esforços. Permanecendo os mandantes — uns cinco ou seis — na sombra, evidentemente, até porque seria “ligeiramente” escandaloso que os fabulosos negócios (dos) envolvidos se tornassem do conhecimento público, o quase nada que ainda vai transparecendo surge apenas por mero acaso, quando um qualquer indivíduo, de entre as largas dezenas de mandados, se descai, quando há um lapsus linguae aqui ou ali, quando alguém desbronca-se sem querer (ou por influência de qualquer substância química).

Daí, aliás, por inerência e para limitar os estragos ab ovo, o investimento da diminuta mas poderosa oligarquia na compra de órgãos de comunicação social para a propaganda, por um lado, e, por outro, no recrutamento de mercenários em geral como mão-de-obra, provindos de seitas tão heterogéneas como a dos intelectuais de pacotilha, solícitos demagogos profissionais para abastecer as “notícias” (ou certos artigos “de opinião”) e, por fim, agentes das diversas polícias políticas com a dupla finalidade de criar o conveniente clima de intimidação e esmagar subtilmente qualquer esgar de dúvida ou tiques altamente suspeitos, como soerguer uma sobrancelha, torcer o nariz ou projectar as beiças.

O processo de demolição derivado à obsolescência da verdade começou com a gigantesca patranha da língua universáu (a brasileira, evidentemente), tudo embrulhado numa retórica impenetrável — espécie de rede de chavões absurdos — visando explicar o inexplicável ou justificar o injustificável, e portanto é de certa forma natural que pouca gente (ou nenhuma, vendo bem) tenha sequer dado conta das verdadeiras dimensões da coisa, a sua latitude e demais coordenadas, a longitude, o paralelo, o fuso horário, a distância relativa a Greenwich no tempo e no espaço. Ou seja, traduzindo em miúdos, o ponto a que “isto” chegou.

Será de todo previsível uma imensa dificuldade em processar ao que isto chegou, realmente. A agenda política atrelada ao “acordo” ultrapassa largamente qualquer âmbito — já de há muito se sabe que a ortografia foi em tempos um pretexto mais do que pífio, ridículo — e por fim chegou tal agenda, veja-se a “figura” junta, a uma espécie de questão que não dirá certamente coisa alguma a quem jamais engoliu as patranhas “unificadoras” — linguisticamente falando — e também pouco ou nada dirá à esmagadora maioria que verga a cerviz porque “isto agora é assim”.

A referida “figura junta”, triste figura, por sinal, está já pipocando no Brasil, como se confere e demonstra no artigo abaixo transcrito, publicado no “portal do Governo do Brasil” a pretexto e à boleia do Dia Mundial da Língua brasileira.

Ultrapassadas as tretas folclóricas habituais, loas à tal língua universau com citações de uns quantos brasileiros mais ou menos ilustres, a linha discursiva trepa para cima do ensino e daí o que se deve dar por lá nas aulas, a saber, que existe uma coisa chamada “o carácter fluido da língua” (sobre o AO90 era parecido, “a língua evolui”, já não falamos como o Camões, patacoadas assim) e que há um demónio a extirpar (ou estripar) dos anais, salvo seja, o “preconceito linguístico” — t’arrenego, Satanás, cospe, cospe — e “portanto” saltar do “preconceito” para o “racismo”, para a “xenofobia” e para outras “fobias” é um pulinho.

E… pim. Das “fobias” em geral e das “regras” de “fluidez” (linguística, recorde-se, não é de outros fluidos que se trata agora), o libelo panfletário aterra na ingente questão que aflige uma data de adultos riquinhos e alegretes. U siguintchi, viu?

«Essa polêmica com o pronome neutro disfarça um preconceito anterior, que está na recusa da percepção das identidades de gênero e sexualidade que não se reduzem aos binômios masculino e feminino.»

E pronto, já está: outra vertente, a mesma onda. A tal agenda política (bem, sim, não será só política, mas, como dizia a outra, isso agora não interessa nada).

Conviria ligar as pontas. Não as soltas, que disso não existe neste caso, tão clarinho ele é, mas ligar uma ponta do iceberg à outra ponta, a dos dicionários, nas páginas “P” de “pronome”, “M” de masculino, “F” de feminino, “G” de género, “S” de sexualidade e por fim a “E” de evidência, evidente e “espetáculo” se for um Houaïss ou da Porto (Alegre) Editora.

Sabendo, como hoje por hoje ninguém pode ter dúvidas, que as incidências políticas no império brasileiro afectarão mais tarde ou mais cedo todas as suas colónias (a CPLB). O que for determinado no Brasil passa, nos termos do “acordo ortográfico de 1990”, a valer em todos os demais oito Estados vagamente autónomos. Aliás, nem é preciso que oito funcionários administrativos, cada qual em representação do respectivo Governo autónomo, assine a ordem exarada pela “metrópole”; bastam três deles, digo, delos/as, para que o/a/os/as/x frasxs/as/os valham por todes/os/as outrxs/as/os.

Dia Mundial da Língua Portuguesa celebra diversidade e cultura

Portal do Governo do Brasil – UFJF – 05.05.22

Guitarras e sanfonas / Jasmins, coqueiros, fontes / Sardinhas, mandioca / Num suave azulejo / E o rio Amazonas / Que corre Trás-Os-Montes / E numa pororoca / Deságua no Tejo

Da América, falam brasileiros. Da África, angolanos, cabo-verdianos, moçambicanos e as populações da Guiné-Bissau, da Guiné-Equatorial e de São Tomé e Príncipe. Da Ásia, falam os habitantes do Timor-Leste. E do continente europeu, os portugueses, responsáveis pela colonização de todos esses países, processo que, para além da instituição do Português como língua oficial nesses territórios, acabou forçando o cruzamento da cultura dos povos originários com os colonizadores europeus.

As palavras do cantor e compositor Chico Buarque, de 1973, que abrem essa reportagem em alusão à colonização portuguesa no Brasil, refletem sobre a constituição de um idioma falado por mais de 265 milhões de pessoas ao redor do mundo, instituído como língua pátria em nove países distribuídos por quatro continentes do planeta.

Neste 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, é preciso celebrar a língua e as culturas lusófonas. A data, oficialmente estabelecida em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), organização intergovernamental e parceira oficial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi criada para promover o multilinguismo e a diversidade cultural, para sensibilizar a comunidade internacional para a história, a cultura e a utilização da língua, em toda a sua extensão geográfica.

O mais importante, portanto, é celebrar a diversidade desses recursos que temos disponíveis sob esse rótulo do que estamos chamando de Língua Portuguesa

Segundo a professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Denise Weiss, o Português foi se formando a partir de uma mistura de povos em uma pequena parte da península ibérica, na região norte do que hoje é Portugal. “Há mil anos ele já era reconhecido como uma língua diferente das demais da região. Língua imperial e de viajantes, chegou a muitas partes do mundo em navios de comércio e de colonização. Hoje é uma língua pluricêntrica.” Além dos países que possuem o Português como língua pátria, ele está presente por todo mundo pelas comunidades que migram. “Em cada lugar, é fator de distinção de grupos, língua dos afetos ou dos negócios”, conclui ela exaltando a diversidade cultural celebrada pela data.

Para o docente da Faculdade de Educação (Faced) Alexandre Cadilhe, é fundamental enxergar as línguas como produções coletivas, atravessadas pela história, cultura, geografia, tempo e espaço e que, independentemente de suas origens, são objetos mutáveis. “A Língua Portuguesa, assim como qualquer outra, não se constitui como algo puro. Ela é resultado do latino, do europeu, da contribuição de povos indígenas e africanos. É isso que a torna um conjunto híbrido. O mais importante, portanto, é celebrar a diversidade desses recursos que temos disponíveis sob esse rótulo do que estamos chamando de Língua Portuguesa”, exalta Cadilhe.

O ensino em debate

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‘Preconceito linguístico’, racismo e xenofobia – 5

imagem de página de "Eurodicas" (Brasil)

imagem de página de “Eurodicas” (Brasil) https://www.eurodicas.com.br/universidade-do-porto/

O Que É O Enem E Como Funciona?

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova anual que tem o objetivo de avaliar a qualidade do Ensino Médio em escolas de todo o País. Ele é a principal porta de acesso a cursos em universidades públicas e privadas. Além disso, essa prova garante a estudantes de baixa renda o acesso aos programas governamentais de bolsas de estudo ou financiamento com juros reduzidos. [https://descomplica.com.br/tudo-sobre-enem/enem/o-que-e-o-enem/]

Guia completo da redação Enem 2022

Dá para entrar na UPorto pelo Enem?

Sim, a UPorto é uma das várias universidades portuguesas que aceitam Enem.
No área de candidatura internacional, a universidade informa que aceita os resultados do Enem para a seleção de estudantes brasileiros que desejam ingressar na licenciatura ou mestrado integrado. Assim como para os estudantes portugueses, cuja nota no exame nacional tem peso de acordo com ao curso pretendido. Assim, as notas podem ter peso diferente de acordo com o curso. [“Eurodicas” (Brasil)]

Custos da UPorto

A Universidade do Porto, é uma das instituições que apresenta valores diferenciados para estudantes brasileiros. Esses valores podem ser até 45% menos do que o pago pelos estudantes internacionais. Dessa forma, os estudantes brasileiros pagam mais que os nacionais, mas menos que os demais estrangeiros, pois estão ao abrigo do acordo CPLP.
Os valores se referem ao tempo integral na universidade, ou seja, cursando todos os créditos do ano. Além disso, são valores anuais, que são divididos em 10 vezes pela universidade. [“Eurodicas” (Brasil)]

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Universidade do Porto regista quatro processos relacionados com assédio sexual no último ano lectivo

A 26 de Outubro de 2020, o grupo de estudantes universitários Quarentena Académica denunciou que estavam a ocorrer actos de xenofobia e racismo por parte de alunos e professores nas Faculdades de Engenharia e Letras da U.Porto, noticiou na altura a agência Lusa.
Questionado pela agência Lusa sobre a denúncia, fonte oficial da U.Porto avançava que a instituição ponderava avançar com a “abertura de processos disciplinares”, mas avisava os estudantes, todavia, que só o poderia fazer com uma queixa formal das vítimas.
Em entrevista telefónica à Lusa na altura, Ana Isabel Silva, dirigente da Quarentena Académica referiu que o movimento havia recebido denúncias de estudantes estrangeiros, principalmente de nacionalidade brasileira, de que estavam a ser cometidos “actos de xenofobia e de racismo” por outros estudantes e também por professores, designadamente da “Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP)”. [BrasiLusa/Observador (texto corrigido automaticamente)]

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Enem assim

Em resumo, os estudantes brasileiros em Portugal gozam de todas as facilidades, algumas das quais em rigoroso exclusivo, mas nem assim consideram suficientes tão profusas e generosas prerrogativas. Querem ainda mais, pois é claro, como aliás devem considerar ser seu direito natural. Daí, portanto, os acalorados protestos em escadarias académicas e também daí, também portanto, as duas fotografias de web meme que serviram para encenar uma espécie de “luta” contra o suposto “racismo” e a pressuposta “xenofobia” a condizer.

Apesar da redundância, facilitismo mais facilitista não há, os universitários brasileiros advogam o tau-tau nos mauzões dos tugazinhos, aiaiai, que lhes fazem tanto mal, e logo a eles, coitadinhos, que tanto se sacrificam tirando seus canudos cá na “terrinha”, aonde vieram parar com imenso sacrifício apenas por altruísmo, aspergindo com algumas gotinhas do seu brilhantismo este lugar “cafona” e nada “légau”.

Ou seja, visto que o deprimente rol de pungentes lamentações puxa ao jogo de palavras, substituindo a lubricidade miserabilista pelo trocadilhismo militante, então teremos que eles trocam frequentemente a tautologia pela tau-taulogia. E vice-versa.

Tau-tau esse que se espalha, qual marabunta, pelas parangonas e respectivas peças “jornalísticas” (leia-se propagandísticas) de incertos pasquins.

Como é o notório caso do”Observador” (acima citado), que titula isto: «Universidade do Porto regista quatro processos relacionados com assédio sexual no último ano lectivo».

E desembrulha a bomboca : «fonte oficial da U.Porto avançava que a instituição ponderava avançar com a “abertura de processos disciplinares».

Por fim, ou, melhor, dizendo, era este mesmo o fim, baralha e torna a dar: «o movimento havia recebido denúncias de estudantes estrangeiros, principalmente de nacionalidade brasileira».

O jornalismo, quando a serviço da política e a mando de políticos, serve na perfeição como arma de destruição maciça da verdade. Não informa, desinforma. Não esclarece, confunde. Não relata factos, inventa-os. Não atende a outros interesses que não os de quem dá mais.

Este é mais um caso flagrante. Mistura-se “assédio sexual” — um crime previsto e punido por lei (Artigo 170.º Importunação sexual) — com “denúncias” fora de contexto e com opiniões, dúvidas espúrias ou simples atoardas sobre alegações de “actos de xenofobia e de racismo”.

Quando, afinal, da imensa zaragata provocada por duas fotografias de (in)certos alunos da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, que teriam — segundo alguns ruidosos manifestantes — expressado “racismo e xenofobia” atingindo os seus colegas brasileiros, e que os “racistas” iriam levar com “processos disciplinares” em cima, bem, olha, que surpresa, afinal não, não aconteceu nada disso, a própria “subdiretora” (assim mesmo, com o título academista grafado em brasileiro e tudo) veio comunicar que… enfim… que nhónhónhó.

Faltará pois, do ponto de vista dos “atingidos”, atingir o objectivo principal: passar, obter o diploma (europeu) de qualquer coisa e de qualquer forma. Daí as queixinhas de “racismo”, “xenofobia” e “preconceito”. Qualquer aluno da 4,ª Classe entende uma relação de causa e efeito assim tão clara, evidente, básica. Lá diz o povo, na sua imensa sabedoria: “quem não chora não mama.”
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Apartado 53: novas páginas

Este “apartado” não é só um repositório de conteúdos sobre o AO90 publicados nos órgãos de comunicação social, em suportes virtuais, em redes de rádio e TV, nas redes anti-sociais ou em qualquer outro tipo de fontes; muito menos será este um espaço meramente opinativo ou de reflexão sobre tão estranhos e recentes fenómenos quanto, por exemplo, o brasileirismo ofegante, a bajulação impenitente, a subserviência como filosofia de vida e o seguidismo como única ocupação.

Não tendo este endereço electrónico (i.e., a pessoa que nele se aloja, salvo seja) absolutamente nada a ver com tão ociosas elucubrações e semelhante espécie de dúvidas existenciais, além da extrema falta de tempo para deitar fora, ao menos por aqui vai-se tentando ajudar em alguma coisinha na luta contra o linguicídio em particular e o anti-portuguesismo em geral — um movimento de estrangeirados em que o AO90 é a peça central, terra-de-ninguém onde se acoitam mercenários e vendidos.

Modestamente, sim, este simples blog vai fazendo o que pode e até o que pelos vistos “não pode”. Uma das coisas “que pode” e faz é a reprodução dos documentos oficiais que mais incisiva ou determinantemente estão relacionados com o AO90; os quais por regra são traduzidos do brasileiro, anotados, inter-relacionados com “links” e, sobretudo, são adicionados destaques, sublinhados e vermelhos nos períodos ou partes de maior relevância. Esse tipo de conteúdos, que serve como sustentação legal e factual aos “posts”, passam à categoria de “páginas”.

Raramente vou dando aqui notícia das que vão entrando para o menu do blog (ou pelo menos para a lista geral de documentos). Em qualquer dos casos, constam do mapa do site (xml) e podem ser sempre localizados, é claro, através da busca interna (na parte superior da barra da esquerda).

E pronto, expostos os considerandos atinentes, em conclusão, só para variar, aqui vão indicações de algumas das últimas páginas recentemente incluídas no Apartado 53.

Saudações anti-acordistas.

Ferramentas

As ferramentas essenciais para quem tenciona continuar a escrever e (principalmente) a ler em Português, seja “navegando” na Internet seja escrevendo e/ou corrigindo texto estão agora aqui seriadas e explicadas da maneira mais simples possível.

Internet em Português: Chrome, Edge e Firefox

Não precisa de levar no seu computador com as páginas de Internet portuguesas todas assassinadas pela cacografia brasileira que foi imposta a Portugal (e PALOP). Existem ferramentas fáceis e práticas para que possa ler de novo em Português os conteúdos que estavam correctos em “sites” que passaram (ou foram obrigados) a “adotar” o AO90.

[Google Chrome]
[Microsoft Edge]
[Mozilla Firefox]

“Websites” em Língua Portuguesa

Esta pequena selecção de logótipos (com os respectivos “links) pretende ser meramente representativa da imensa quantidade de sites, páginas, organizações, plataformas e serviços que na Internet mantêm a Língua Portuguesa inalterada, ou seja, com os seus conteúdos livres da contaminação pela cacografia brasileira imposta pelo AO90.

Texto em Pt-Pt: dicionário/corrector FLiP

Certamente, a melhor ferramenta do género. Indispensável para quem trabalha com a Língua Portuguesa… em Português! O FLiP (Ferramentas para a Língua Portuguesa) inclui, além de dicionário online (grátis), um corrector ortográfico e sintáctico — programa local ou utilitário gratuito — que pode ser utilizado em qualquer processamento de texto (Office, Windows, etc.). Disponível também em “plugin” para o WordPress.

Declaração de Brasília

Resolução sobre Cidadania e Circulação de Pessoas no Espaço da CPLP, que aprova os seguintes Acordos:
• Acordo Sobre Concessão de Vistos de Múltiplas Entradas para Determinadas Categorias de Pessoas;
• Resolução sobre o Fórum Empresarial da CPLP;
• Resolução sobre a Revisão dos Estatutos da CPLP;
Resolução sobre a Vigência dos Actos Internacionais;

Resolução CPLP 2002: três por oito

DECIDE:
Recomendar seja considerada a conveniência de inscrição de artigo, nos Actos que venham a ser firmados no âmbito da CPLP, segundo o seguinte padrão geral:

1 – O presente Acordo entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte à data em que três Estados membros da CPLP tenham depositado na sede da CPLP, junto do seu Secretariado Executivo, os respectivos instrumentos de ratificação ou documentos equivalentes que os vinculem ao Acordo.

Resolução estatutos CPLP

O artigo 21º (Proveniência dos Fundos ) passa a ter a seguinte redacção:
Os fundos da CPLP são provenientes das contribuições dos Estados Membros mediante quotas a serem fixadas pelo Conselho de Ministros.
A CPLP conta com um Fundo Especial, dedicado exclusivamente ao apoio financeiro das Acções Concretas levadas à cabo no quadro da CPLP, constituído por contribuições voluntárias, públicas ou privadas, e regido por Regimento próprio, aprovado pelo Conselho de Ministros.

Constituição da CPLP

Os Chefes de Estado e de Governo de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, reunidos em Lisboa, no dia 17 de Julho de 1996, Imbuídos dos valores perenes da Paz, da Democracia e do Estado de Direito, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento e da Justiça Social;
Tendo em mente o respeito pela integridade territorial e a não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado, bem como o direito de cada um estabelecer as formas do seu próprio desenvolvimento político, económico e social e adoptar soberanamente as respectivas políticas e mecanismos nesses domínios;

Acordo de Mobilidade CPLP

Ressaltando que na Declaração sobre Pessoas e Mobilidade na CPLP, aprovada na Cimeira de Santa Maria, em 2018, os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa reafirmaram que “a mobilidade e a circulação no espaço da CPLP constituem um instrumento essencial para o aprofundamento da Comunidade e a progressiva construção de uma Cidadania da CPLP“;

Diário das sessões – aprovação RAR 35/2008

«Percebeu-se, porém, que o processo de ratificação por parte dos Estados da CPLP era, apesar de tudo, especialmente moroso, por razões compreensíveis: alguns deles encontravam-se em guerra, alguns deles tinham processos legislativos e parlamentares não estabilizados. E daí que, em 2002, na Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em Brasília, se tenha deliberado que os tratados celebrados no âmbito da CPLP passassem a entrar em vigor logo que ratificados por quaisquer três membros.
Todos os tratados eram assinados pelos governos membros da CPLP, mas o processo de ratificação, para a entrada em vigor dos tratados, passaria a ser suficiente quando levado a cabo por três [José António Pinto Ribeiro, Ministro da Cultura]

‘Preconceito linguístico’, racismo e xenofobia – 4

‘Portugal Giro’

Desta vez são dois em simultâneo os artigos, ambos brasileiros e pela mesma medida monocórdicos, a merecer destaque nesta série sobre a pretensa “xenofobia” lusitana de que alguns pretendem convencer-nos e assim enganar os mais incautos ou “distraídos”.

Agora até vêm aqueles tipos com números para cima da gente, nós, os portugueses por junto e por extenso, os quais na sua douta opinião não passam de uma chusma de “racistas”, uns “cara” carregadinhos de “preconceito linguístico” que até ferve e ainda por cima somos pobres e mal agradecidos, isto ele se não fosse o Brasil a “terrinha” era uma desgraceira completa. A sobranceria e o insuportável paternalismo com que se referem a Portugal, à excepção dos artistas que aqui vêm ganhar o seu — todos esses têm um Avô ou uma Tia em Sobral de Monte Agraço –, resulta num efeito com seu quê de anedótico, se bem que triste… caso atendamos ao ar “grave e sério” que as autoridades portuguesas arvoram quanto a este tipo de histórias da Carochinha a levar porrada de sua Avó e a ser comida, salvo seja, pelo lobo-mau.

Sobre os tais números, que foram aos zucas solicitamente disponibilizados por entidades portuguesas absolutamente insuspeitas e de uma competência a toda a prova, sem absolutamente bajulação alguma, dizem que as “denúncias de xenofobia contra brasileiros em Portugal aumentaram 433%” (título de “O Globo”), que há por cá gente do piorio, capaz de tudo, porque existe (saiu na BBC – Brasil) “discriminação contra brasileiros em Portugal” e esse “fato” é “provado” com o depoimento de um tipo qualquer que se queixa desta pictórica, porém psicadélica invenção: “tive que falar inglês para ser bem tratado”. E isto é só uma piquena amostra. Há mais, muito mais.

A foto que usam para ilustrar a colecção de bojardas é sempre a mesma. Pois, pudera, só há uma! Ou duas, vá, sempre do mesmo sítio, do mesmo caixote em madeira no qual apenas vai mudando um suposto cartaz que estaria pendurado no dito; de resto é só copy/paste das tais dois instantâneos, mais uns cortes para fabricar grandes-planos e supostas novas fotos “de pormenor”, fora as montagens ao estilo web meme. Nada de mais suspeito do que o habitual, portanto.

Aliás, nem o facto de não existirem mais fotografias (e porque não filmagens? Os brasileiros não têm espertofones?) suscitou a mínima dúvida a um único jornalista português; foi tudo engolido sem pestanejar, isco, anzol, bóia, cana e carreto. Ou seja, é de novo o habitual: o que brasileiro diz é sagrado, tugazinho algum atreve-se a sequer franzir o sobrolho, mesmo se o caipira estiver a convencê-lo de que o Pai Natal (seu papai Noeu, viu?) mora num cottage de luxo em Búzios, alimenta as renas a pão-de-ló e afinal essas renas não são renas, aquilo é uma manada de vacas Girolando (as vacas “mais produtivas do mundo”, está claro, que o “país-continente” é um colosso, uiui, tudo o que é brasileiro é o melhor do mundo, olha o futchibóu).

A “tese”, tal como as duas fotografias, é invariavelmente a mesma, sempre explorando até à medula (política) fenómenos que em Portugal são, como sempre foram, a absoluta excepção e nunca por nunca a regra: em matéria de racismo e xenofobia, o povo português não tem nada que receber lições ou aturar sermões seja de que estrangeiro for, brasileiros incluídos… e por maioria de razões.

Incrível, sem dúvida. Haverá ainda alguém que não veja a mais comezinha das realidades que se escondem por detrás deste afã vitimista e as finalidades que das queixinhas inventadas subjazem?

As duas peças “jornalísticas” agora aqui transcritas são ambas exemplos flagrantes da mistificação, da mentira descarada em doses industriais, da montagem de cenários absurdos e da mais pura e dura invenção de “fatos” — distinguindo-se estes não pelo aspecto mas antes pelo corte e costura. Assinalei nelas a “bold” azul algumas das (muitas) coisas que na minha opinião não passam de tangas. São tantas, tão repetitivas e de tal forma idiotas que só alguém pertencendo a essa classe profissional (o idiotismo) poderá conferir-lhes alguma espécie de credibilidade. Seria de facto necessário ser-se um perfeito imbecil para engolir semelhante chorrilho de patranhas; a repetição sistemática das mesmas formulações, ad infinitum, são indício seguríssimo de que estamos em ambos os textos (e muitos outros de rigorosamente igual teor saíram em tudo quanto é OCS brasileiro) perante mistificações escabrosas, patranhas escandalosas, manifestações fictícias de histeria, queixas inventadas e cheias de lamechice e coitadismo militante.

A vitimização é de facto uma arma política. A lavagem ao cérebro é outra. Quando aquela serve de detergente a esta, bem, então o que temos aqui é, de novo, brasileiros explicando a tugas que o Pai Natal, no fim de contas, é natural da Freguesia do Corcovado.


Denúncias de xenofobia contra brasileiros em Portugal aumentaram 433%

Gian Amato
“Portugal Giro”, Apr 14, 2022 – blogs.oglobo.globo.com

Ofensas racistas contra brasileiros em 2019 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Ofensas racistas contra brasileiros em 2019 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

As denúncias de casos de xenofobia contra brasileiros em Portugal aumentaram 433% desde 2017, ano em que a comunidade imigrante do Brasil no país voltou a crescer,

No Porto: Universidade de Portugal decide demitir professor que chamou brasileiras de mercadoria

Em 2020, ano com dados mais recentes, foram 96 queixas nas quais a origem da discriminação foi a nacionalidade brasileira. Haviam sido 18 em 2017.

É possível que os números sejam maiores porque nem sempre as vítimas relatam oficialmente uma queixa. Mas o fato de as denúncias terem aumentado ao longo dos anos mostra uma tendência de mudança de comportamento.

As denúncias foram recolhidas pela Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CICDR) e enviadas na última terça-feira ao Portugal Giro.

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Os dados também constam nos relatórios anuais do órgão, presidido pelo Alto Comissariado para as Migrações e com integrantes parlamentares, do governo e de associações de imigrantes, contra o racismo e a favor dos direitos humanos.

A CICDR explica que “a expressão que mais se destaca enquanto fundamento na origem da discriminação é a nacionalidade brasileira”.

A discriminação sofrida pelos brasileiros supera as manifestações de racismo e de xenofobia contra outras nacionalidades. E pode reunir múltiplas expressões, que acontecem quando o discurso de ódio atinge uma nacionalidade ou a cor da pele simultaneamente.

Os dados de 2021 ainda estão em fase de apuração pelo CICDR e estarão no relatório que será divulgado este ano.

Barreira: Em Portugal, Parlamento bloqueia extrema direita e cala discurso xenófobo

Denúncias anuais de xenofobia contra brasileiros (CICDR):
2017 – 18
2018 – 45
2019 – 74
2020 – 96
2021 – (Em apuração)

Evolução da população brasileira em Portugal (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras):
2017 – 85.426
2018 – 113.636
2019 – 151.304
2020 – 183.993
2021 – 209.558 (Dados provisórios)

Ver também https://www.dn.pt/pais/lisboa-uma-piada-sobre-brasileiros-poe-a-faculdade-de-direito-em-polvorosa-10845576.html
E ainda https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/04/universidade-de-lisboa-recebe-50-denuncias-contra-professores-em-11-dias.shtml

[Reprodução integral (incluindo imagem de topo e alguns destaques originais) de artigo
publicado no blog brasileiro “Portugal Giro” em Apr 14, 2022. Destaques a azul
e “links” a verde meus. Evidentemente, desactivei o corrector automático
para transcrever o texto, que assim conserva a cacografia do original brasileiro.]

Discriminação contra brasileiros em Portugal: ‘Tive que falar inglês para ser bem tratado’

LuisBarrucho – @luisbarrucho
Da BBC News Brasil em Londres, 6 maio 2022

[legenda de foto no original] Denúncias de casos de xenofobia contra brasileiros em Portugal aumentaram 433% desde 2017, diz órgão ligado ao governo português

“Não é problema meu se você não sabe falar português”. “Não há água potável no Brasil”. “Mulher brasileira vem para cá para roubar o marido das portuguesas”. “Os moradores estão se sentindo incomodados de ver uma pessoa assim como você, estranha, andando por aqui”. “Brasileiras são todas p*”. “Você não entende nada. Você é burra”. “Claro que não, brasileiro vir dar aula aqui?”

As declarações acima foram compartilhadas com a BBC News Brasil por brasileiros que viveram ou ainda vivem em Portugal. Apesar de fazerem parte de uma nova geração de imigrantes, mais qualificados e com maior poder aquisitivo, eles relatam episódios de xenofobia. E essa é uma das razões pelas quais alguns dos que já deixaram o país dizem não querer mais voltar a viver lá.
(mais…)