Lusofobia: causa(s) e efeito(s) – 4

Os brasileirófilos

Sem comentários.

Constituição da República Portuguesa

PARTE I – Princípios fundamentais
Artigo 9.º
Tarefas fundamentais do Estado

a) Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam; (…)
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais (…);
e) Proteger e valorizar o património cultural do povo português (…);
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa; (…)

PARTE III – Organização do poder político
TÍTULO II – Presidente da República
Artigo 127.º – (Posse e juramento)

(…)
3. No acto de posse o Presidente da República eleito prestará a seguinte declaração de compromisso:
Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.

 

«Este é um primeiro episódio a tratar da massiva emigração de brasileiros para Portugal. Iniciaremos a reflexão juntamente com o apontamento do presidente Marcelo Rebelo de Sousa em seus pronunciamentos nos Consulados Gerais de Portugal no Rio de Janeiro e São Paulo. Para o presidente da República Portuguesa, “Está a haver uma invasão de Portugal por brasileiros”, e isso ocorre especialmente nos últimos 4 anos e coincide com o governo de Bolsonaro. Nunca antes na História do Brasil um presidente foi capaz de expulsar tantos cidadãos brasileiros… É mesmo uma pena… Muitos brasileiros chegam à Portugal desesperados, saídos de um Brasil de ódio, insegurança, injustiças, instabilidade política e caos social…»

[YouTube, André Carvalho LUSOaBRaço (Brasil)]

Marcelo: “Não há portugueses puros, como não há brasileiros puros”

Lusa
“Públiico”, 3 de Julho 2022

 

Na intervenção que encerrou a cerimónia de abertura da Bienal do Livro de São Paulo, Presidente da República considerou que orquestra com músicos refugiados “é um retrato daquilo que o Brasil é, que Portugal também gosta de ser, que é acolhimento de refugiados e de migrantes”.

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[legenda] Marcelo Rebelo de Sousa discursou na abertura oficial da
26.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

O Presidente da República afirmou este sábado à noite que “não há portugueses puros, como não há brasileiros puros”, depois de ouvir uma orquestra formada por músicos imigrantes e refugiados, em São Paulo.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na abertura oficial da 26.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em que houve uma actuação da Orquestra Mundana Refugi, com músicos vindos da Síria, da Palestina, do Congo, da Guiné, da Tunísia e de Cuba, entre outros.

Esta orquestra tocou, entre outros, os temas As caravanas, de Chico Buarque, e Canto das três raças, que ficou famoso na voz de Clara Nunes.

Na intervenção, que encerrou esta cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a Orquestra Mundana Refugi “é um retrato daquilo que o Brasil é, que Portugal também gosta de ser, que é acolhimento de refugiados e de migrantes”.

“Não há portugueses puros, como não há brasileiros puros. Somos todos cruzamento de todos. E temos honra em sermos cruzamento de todos. E isto é uma lição própria de sociedades cultas, avançadas, progressivas”, afirmou, em seguida, recebendo palmas.

No discurso, o Presidente da República declarou-se muito honrado por Portugal ser o país homenageado nesta edição da Bienal do Livro de São Paulo.

Segundo o chefe de Estado, isso quer dizer que “Portugal já não é só nem sobretudo o Portugal do passado, é o Portugal do futuro, é o Portugal da liberdade, é o Portugal da democracia, em que é possível ter um Presidente de direita com um Governo de esquerda”.

“É o Portugal da juventude, é o Portugal da nova literatura e da nova cultura”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, no entanto, que “se a língua portuguesa é importante no mundo é porque há muitos outros países irmãos que têm mais falantes, muito mais falantes, mais leitores e maior projecção nesse mundo” do que Portugal.

E apontou o Brasil como “uma potência cultural” desde “há muito, muito, muito tempo” e “uma potência cultural imparável”.

“Viva a 26.ª Bienal de São Paulo, viva o livro, viva a liberdade, vivam Portugal e o Brasil”, exclamou, no fim da intervenção.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou no sábado de manhã ao Rio de Janeiro, para participar numa cerimónia comemorativa da travessia aérea do Atlântico Sul feita há cem anos por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, e depois seguiu para São Paulo, onde este domingo tem uma agenda intensa.

[Transcrição integral. “Público”, 03.07.22. Destaques e “links” (a verde) meus.]

«O número de brasileiros que se transferiram legalmente para Portugal atingiu em Março o recorde de 211 958 (contando-se os ilegais, calcula-se que passe de 400 000) (…)»

[Nota: o responsável (português) pelas comemorações do Dia da Língua brasileira referiu, em entrevista a um dos canais informativos portugueses, algo como “a comunidade brasileira já ultrapassa os 550 mil indivíduos”. Cito de memória.]

Marcelo Rebelo de Sousa diz que tudo entre Portugal e o Brasil “é um problema de família”

Lusa

“Público”, 4 de Julho de 2022

 

Marcelo Rebelo de Sousa realçou o simbolismo do coração de D. Pedro, que reinou Portugal e o Brasil. O Chefe de Estado reforçou ainda “a invasão de Portugal por brasileiros” e a falta de consulados que não conseguem resolver o “problema da celeridade dos vistos.

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[legenda] O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
discursa durante a visita oficial ao Brasil

O Presidente da República considerou este domingo que tudo entre Portugal e o Brasil “é um problema de família” realçando o simbolismo do coração de D. Pedro, que reinou e deixou descendentes no trono dos dois países.

Numa intervenção no consulado-geral de São Paulo, Marcelo Rebelo de Sousa disse que a história peculiar de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal deixa o resto do mundo perplexo e concluiu: “Tudo o que se passa entre nós é sempre um problema em família”.

O Chefe de Estado discursava numa recepção à comunidade portuguesa, em que declarou que “está a haver uma invasão de Portugal por brasileiros, não têm a noção disso, e não há consulados que aguentem”, a propósito do “problema da celeridade dos vistos”.

No seu entender, se fosse feita uma alteração à legislação para permitir a nacionalidade portuguesa “até à quinta, sexta geração”, então aí no Brasil “todo mundo é português é brasileiro e é português”, porque “uma percentagem esmagadora de brasileiros têm uma pinga de sangue português”.

O Presidente da República falou ainda do “problema do coração, vem ou não vem o coração de D. Pedro” para o Brasil por ocasião do bicentenário da independência do Brasil que se assinala no dia 7 de Setembro deste ano.

“Nós tínhamos de investigar se o coração era daquela época e podia ser de D. Pedro. Não íamos mandar um coração que não correspondesse às expectativas brasileiras. Está feito o estudo. O presidente da Câmara do Porto, ele próprio chamou a si a decisão”, referiu. Rui Moreira “traz o coração nas mãos”, como diz a expressão, observou.

“E aqui ficará até um ano. Nunca vi um coração tão importante estar tanto tempo cedido, normalmente há cuidado no empréstimo de corações”, acrescentou.

Nesta intervenção, de meia hora, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que nas relações luso-brasileiras “as realidades que são fundamentais estão a funcionar bemas relações entre povos, entre autarcas, instituições sociais, academias e governantes, mas não mencionando as relações entre chefes de Estado.

O Presidente da República, que desistiu de ir a Brasília porque o homólogo, Jair Bolsonaro, fez saber que tinha decidido cancelar o encontro entre os dois, que estava marcado para segunda-feira, deu como certa a sua presença em Setembro na capital do Brasil, para as comemorações dos 200 anos da independência.

“O Senado já convidou para eu ser o orador convidado. Mas vem comigo o presidente do parlamento português, e virá comigo o Governo, para mostrar que os órgãos de soberania todos cá estarão nesse momento fundamental”, destacou, “para celebrar em conjunto esse momento áureo da vida do Brasil”.

Este domingo, em São Paulo, antes desta cerimónia no consulado-geral, Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto um encontro com o anterior Presidente do Brasil, Michel Temer, que passou para segunda-feira de manhã.

[Transcrição integral. “Público”, 03.07.22. Destaques e “links” (a verde) meus.]

Brasileiros em Portugal têm número recorde e deixam marcas nos costumes

veja.abril.com.br

Por Sofia Cerqueira e Rodrigo Stafford, de Braga Atualizado em 27 jun 2022 – Publicado em 24 jun 2022,

 

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[legenda] CHACOALHADA - Ivete Sangalo no Rock in Rio Lisboa:
injeção de eficiência no show business

Primeiro, Portugal fez o Brasil, transplantando para a vasta colônia habitada por índios os pioneiros brancos desbravadores e com eles a língua, os costumes, a comida, o jeito de se vestir, as instituições públicas e até o desapego ao banho predominante nas terras d’além-­mar. Levas e levas de portugueses se instalaram aqui, sendo a mais volumosa a do início do século XX, quando o Brasil abriu as portas a imigrantes e a corrida de lusitanos fez a comunidade chegar a 1 milhão de indivíduos. Nos anos 1950, milhares de portugueses voltaram a afluir, aproveitando mudanças na lei que facilitaram sua entrada num momento em que escapavam da crise europeia no pós-guerra e da perseguição do ditador Oliveira Salazar. Agora, dá-se o inverso: é o Brasil que faz Portugal. Fruto de cinco movimentos distintos de brasileiros na direção da antiga potência colonial ocorridos nos últimos cinquenta anos — o mais numeroso deles justamente nos últimos meses —, uma onda de transformações está sacudindo a sociedade portuguesa e incutindo nela uma maneira de viver, de falar, de lidar com as redes sociais e de morar com nítido sotaque dos trópicos. “A absorção de hábitos e do jeito dos brasileiros nunca foi tão intensa. O que começou com a influência de livros, novelas e música tomou a forma de um impacto maciço em todos os segmentos da vida”, observa o brasileiro Victor Barros, professor de sistemas de informação na Universidade do Minho, em Guimarães, no norte de Portugal e próximo a Braga — ou Braguil, como a cidade é chamada, de tanta gente do Brasil que foi parar lá. O número de brasileiros que se transferiram legalmente para Portugal atingiu em março o recorde de 211 958 (contando-se os ilegais, calcula-se que passe de 400 000) e as reverberações dessa convivência são sentidas em toda parte — às vezes, em altíssimo e bom som. Depois de dois adiamentos por causa da pandemia, a nona edição do Rock in Rio Lisboa, nos fins de semana de 18 e 19 e 25 e 26 de junho, voltou a chacoalhar a capital lusitana com as características que mudaram de vez o jeito de fazer shows em Portugal — neste ano, os destaques nos sete palcos são o furacão Anitta e atrações internacionais como Black EyedPeas, A-ha e o rapper PostMalone. Quando o primeiro Rock in Rio baixou em solo português, em 2004, o país tinha cerca de 100 festivais de música, a maioria voltada a um estilo e público específicos, e apenas cinco de grande porte. Hoje são 287, boa parte atraindo milhares de pessoas. “Foi um marco e obrigou o mercado a se mexer, inaugurando uma forma mais profissional de trabalhar e engajar patrocinadores”, avalia Ricardo Bramão, presidente da Associação Portuguesa de Festivais de Música. E tome MPB, sertanejo e funk agitando a pátria do fado.

O pontapé inicial da revolução dos costumes em Portugal foi a estreia da pioneira Gabriela, em 1977. De lá para cá, a TV nunca mais deixou de exibir alguma novela brasileira (além das muitas que passaram a ser produzidas lá), com efeitos variados — o primeiro deles, a antecipação do horário de jantar das famílias. O choque de brasilidade cresceu exponencialmente nos últimos tempos graças ao convívio com as legiões de imigrantes e à disseminação na terrinha dos canais brasileiros de YouTube. Não faltam pais preocupados com o vocabulário que a meninada aprende com Luccas Neto, youtuber de tremendo sucesso no país, onde lota casas de shows e contabiliza milhões de seguidores. Um deles é a portuguesinha Maria Carlota, 9 anos, que vira e mexe solta um “Quero encher o bucho” e cumprimenta com “Oi, gente”.Ela está usando várias expressões brasileiras. Não gosto muito, mas não vejo problema, desde que saiba distinguir onde tem liberdade para falar assim e não passe a escrever dessa forma, considerada errada na escola, diz a mãe, Catarina Cardoso.

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[legenda] BATUQUE - Bloco de Carnaval em Lisboa: os portugueses caem na folia

São comuns os relatos de discriminação nos colégios de quem fala “abrasileirado”, e recentemente ensaiou-se um cancelamento de Neto, de seu irmão Felipe Neto, de Rafa, Luiz e outros influenciadores infantis, que não progrediu. A educadora Vania Correia, diretora do Colégio Semear, em Braga, que tem 50% de brasileiros em seu quadro de funcionários, considera o processo irreversível. “As crianças menores são as que mais repetem o que ouvem. Acredito que, se esse fluxo seguir adiante, a língua sofrerá mudanças reais nos próximos anos”, afirma. Ciosos de sua cultura, muitos portugueses se ressentem do que chamam de “colonização reversa”. Não só portugueses, aliás. Moradora de Portugal desde 2009, a linguista e lexicógrafa mineira Débora Ribeiro, 37 anos, testemunha as mudanças que vêm ocorrendo na última flor do Lácio. “Cada vez mais gente se expressa com o verbo no gerúndio, algo que não existe aqui, e o pronome você, antes pouco usado, está em anúncios na TV e em out­doors”, observa ela. Junto com a mudança da língua, Débora vivencia a disseminação de certos produtos. Hoje, por exemplo, encontra facilmente pão de queijo no Porto, onde vive.

A culinária é um ponto de resistência no abrasileiramento de Portugal, mas, mesmo assim, alguns quitutes conseguem derrubar a barreira — caso do “bolinho brasileiro”, como a coxinha é conhecida. “O português, de início, não quer saber de novidades, mas cerca de 40% da minha clientela é gente daqui que se rendeu aos nossos pratos”, conta a brasileira Edna Costa, que administra o Edna’s Boteco, em Braga, desde 2016. Em matéria de popularidade alimentícia, porém, ninguém ganha do açaí, que transformou Portugal em um dos dez países que mais importam o fruto amazônico do Brasil. “Quando experimentei, achei estranho, mas passou a ser o meu alimento preferido”, conta o português Miguel Martins, 21 anos, apresentado à iguaria pela namorada brasileira. O brigadeiro conseguiu abrir caminho entre a infinidade de pastéis de nata e doces à base de ovos típicos do país — empreitada em que é ajudado pela proliferação das casas de festas infantis, outra contribuição do Brasil abraçada com entusiasmo pelas famílias de alto poder aquisitivo, que agora cantam o Parabéns em ambientes com ares de superprodução artística.

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[legenda] ESTRANHOS NO CARDÁPIO – A presença de brigadeiro entre os famosos doces portugueses é cada vez mais comum, mas o maior sucesso culinário importado do Brasil é o açaí. “Uma das melhores coisas que já provei”, afirma o estudante Miguel Martins

Os registros do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal mostram que o número de brasileiros em situação regular no país mais do que dobrou nos últimos dez anos (veja o quadro), até alcançar seu maior número nesta que é a quinta leva de imigração, turbinada pela abertura das fronteiras pós-pandemia e pelo desânimo com a situação do Brasil e integrada por jovens qualificados e aposentados com elevado poder aquisitivo. Consequência disso é serem os brasileiros a segunda fatia de estrangeiros que mais compra imóveis em Lisboa (atrás dos chineses), o que veio adicionar novos espaços às edificações portuguesas: moradias de alto nível, hoje em dia, são casas com varanda e piscina, de preferência em condomínios fechados, e apartamentos com espaço gourmet. “De uns três, quatro anos para cá, começamos a identificar um movimento de locais em busca de imóveis que tenham áreas de convívio”, confirma a portuguesa Cristina Costa, da Consultoria Decisões e Soluções, em Braga.

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FALA NOVA - “Oi, gente”: Maria Carlota, 9, repete expressões de seu ídolo, Luccas Neto,
meio a contragosto dos pais

Os exemplos se multiplicam, alcançando até a forma de mandar mensagens pelo WhatsApp — com os brasileiros, os formalíssimos portugueses estão aprendendo a abreviar e usar emojis. “Aos poucos, estou cada vez menos formal nas conversas em família ou entre amigos”, atesta o roteirista Miguel Afonso, de 28 anos, que é fã dos memes inventados no Brasil e não abre mão de stickers. “Aprendi que é possível flertar usando só stickers”, brinca.

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[legenda] CHOQUE - Cena de Gabriela: a novela foi a porta de
entrada do Brasil em Portugal – ./TV Globo

O Carnaval português, em que o máximo de baticundum que se ouvia vinha das TVs mostrando o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, agora estremece com a passagem de foliões portugueses misturados a brasileiros sambando em blocos de rua nas grandes cidades, como o Bué Tolo (“bué” quer dizer muito e o bloco se inspira no carioca Cordão do Boi Tolo), que sai em Lisboa. Até o domingo, por influência dos brasileiros, mudou. “Antes era um dia parado, de preparação para a segunda-feira. Agora tem umas 100 rodas de samba só em Lisboa. Difícil é acordar no dia seguinte”, diverte-se o fã português Eduardo Marques Lopes. Em meio a tudo isso, e entre uma aula de jiu-­jítsu aqui e uma sessão de capoeira ali, o Brasil vai, ora pois, descobrindo e mudando Portugal.

Publicado em VEJA de 29 de junho de 2022, edição nº 2795

Conteúdos apontados por Paulo Martins, a quem mais uma vez agradeço.


Lusofobia: causa(s) e efeito(s) – 4 — “Os brasileirófilos”
Lusofobia: causa(s) e efeito(s) — 3 — “Dar a outra face?”
Lusofobia: causa(s) e efeito(s) — 2 — “O rasgão”
Lusofobia: causa(s) e efeito(s) — 1 — “Morder a Língua”
Não sabe o que é a lusofobia? Então veja os “bonecos”…