assimilation, in anthropology and sociology, the process whereby individuals or groups of differing ethnic heritage are absorbed into the dominant culture of a society. The process of assimilating involves taking on the traits of the dominant culture to such a degree that the assimilating group becomes socially indistinguishable from other members of the society. As such, assimilation is the most extreme form of acculturation. Although assimilation may be compelled through force or undertaken voluntarily, it is rare for a minority group to replace its previous cultural practices completely; religion, food preferences, proxemics (e.g., the physical distance between people in a given social situation), and aesthetics are among the characteristics that tend to be most resistant to change. [Britannica]
O indivíduo que assina os dois textos cujas transcrições se seguem é portador de passaporte de cidadão português mas escreve, tanto no seu blog pessoal como no jornalzuca “Folha de S. Paulo”, numa mistura de cacografia brasileira — em construções frásicas características do Português — com a mais retinta língua brasileira, em todo o “esplendor” da respectiva anarquia gramatical. Por conseguinte, para que se possa aferir da medida do fenómeno de aculturação a que voluntária e alegremente não apenas o dito indivíduo como alguns outros tugas aderiram, tive o cuidado de desligar o conversor automático antes de, se bem com imenso embaraço e constrangimento, transcrever semelhantes obscenidades anti-vernaculares com igual lastro de pura estupidez.
Este Seu Manoéu, já anteriormente aqui citado, não apenas faz gala da sua “identidade” brasileira como tem por modo de vida impingir entusiasticamente ao tugazinho — que sem qualquer disfarce evidentemente despreza — a putativa bondade das pretensões tardo-neo-colonialistas do Itamaraty e as ainda mais putativas virtudes dos números circenses em que ele próprio se especializou, como vergar a coluna até ao chão, limpar com a língua (aniquilando a Língua) o chão que eles literalmente pisam e fazer vénias infinitas aos “caras”.
Como desfecho do transcrito desfile de imbecilidades “puxa-saquistas”, surge a gravação de uma entrevista deste e de outro brasileiro à SICN. Realmente, trata-se de uma sequência linear: o Manoéu diz no primeiro texto que teve uma conversa com um gajo qualquer sobre a “terrinha”, daí salta para explicar a converseta, urbi et orbi, no pasquimzuca do costume, e por fim o mesmo Manoéu e o tal gajo qualquer (“gajo” em brasileiro é “cara”) são ambos, por mera coincidência, entrevistados por um canal de desinformação brasileirista da tugalândia.
Dessa suposta “entrevista” — pura e dura sessão de propaganda, é claro — ressaltam algumas frases lapidares que ilustram perfeitamente o facto de o processo de colonização inversa estar em curso e que métodos de intoxicação da opinião pública têm sido sistematicamente utlizados pelos media a soldo dos neo-imperialistas.
- «500 a 700 mil brasileiros em Portugal.» (JMD)
- «Estado brasileiro na Europa.» (JMD)
- «Portugal será uma espécie de posto avançado do Brasil no mundo.» (JMD)
- «Como Portugal é membro da Comunidade Europeia, (…), essa relação Brasil-Portugal e essa relação Brasil-Europa e a vontade que ele [Lula] expressou repetidamente de que o Brasil tem de se aproximar da Europa muito mais do que ‘tava, que a Europa é um parceiro estratégico p’ro Brasil, não só comercial (…), Portugal vai ser aí contemplado com nomes interessantes p’ra representação do Brasil em Portugal. (…) Uma atenção muito grande do Itamaraty nessa embaixada em Portugal.» (PDN)
Tudo dito? Se calhar não. Ficaram desta vez claras, finalmente, as intenções daquela gente? Provavelmente não. E as técnicas de anestesia geral, o papel dos órgãos de intoxicação social, dos “opinion makers”, dos infiltrados, vendidos e traidores? Entendido? Parece que ainda não.
A inércia, a apatia, o embotamento, a indiferença? Nada? Nem assim?
Bom, será então necessário fazer um desenho. Mais um. Ou vários.
Não faz sentido pensar na promoção do Brasil no exterior sem considerar Portugal
JM-Diogo
Post published: Dezembro 21, 2022
blog “O homem de lá e de cá”Em uma conversa política e viva com o Paulo Dalla Nora, falávamos sobre a imagem externa do Brasil. Entre os lagostins e a paçoca de amêndoa tentávamos compreender melhor as oportunidades em esta “nova era” de relacionamento entre Portugal e o Brasil.
Será que o governo brasileiro está olhando em todas as possibilidades? Será que já pensou no que fazer com este seu “novo estado brasileiro na Europa“? Portugal fará parte da cabeça da estratégia de promoção da imagem internacional do Brasil?
Quando chegou a sobremesa, depois do vinho do Dão, o Paulo dizia que não fazia nenhum sentido o BNDES estar em Londres — ainda por causa do Brexit, mas que ainda era menos razoável ter agência de promoção externa do Brasil – a APEX – agarrada às burocracias de Bruxelas.
Pensei que a melhor coisa era escrever sobre isso na Folha de S. Paulo.
Promoção do Brasil no exterior precisa passar por Portugal
“Não faz sentido pensar na promoção do Brasil no exterior sem considerar Portugal”
Ninguém estranharia se governo Lula escolhesse Lisboa como sede de organizações como BNDES e ApexJosé Manuel Diogo
Diretor da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira,
é fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos.
21/12/2022 – “Folha de S. Paulo”Em 1º de janeiro de 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva e José Alencar tomaram posse, respectivamente como 35º presidente e 23º vice-presidente do Brasil, o mundo era totalmente diferente do que é hoje. Tão diferente que há quem diga que nesse tempo Portugal nem ficava na Europa.
No início desse primeiro mandato, o país de Cristiano Ronaldo ainda era só de Eusébio, na terra do Web Summit se almoçava no Tavares Rico, e existia na região do Tejo um terço dos hotéis de hoje. Esse Portugal que o Brasil hoje ama ainda não existia e, por isso, as possibilidades de interação entre os dois países eram totalmente diferentes. Agora o céu é o limite.
Portugal era uma espécie de Argentina da Europa, país antigo e mofado, morrendo de saudades de um passado simultaneamente colonialista e glorioso. Mas hoje, duas décadas depois, o país é uma moderna capital cosmopolita onde a mais vibrante comunidade no exterior não se sente mais em Buenos Aires, mas sim na Califórnia.
Talvez tenha sido essa nova realidade que fez o presidente eleito e sua comitiva almoçar com amigos no restaurante lisboeta Cícero Bistrot, regressando do Cairo, em vez de passar por Londres, Roma ou Paris. É que os mais ilustres brasileiros no exterior hoje têm casa na capital lusa e passaporte português.
Há 20 anos, quem aterrissava em Lisboa ainda sentia uma grande distância para Berlim, mas hoje o tanto de ilustres que lá vive acham que o país já nem sequer fica no estrangeiro. Tanto é que muitos acreditam que para o novo governo não fará sentido pensar na promoção da imagem do Brasil no exterior sem considerar Lisboa.
Para eles, instituições que são bandeira da imagem do Brasil no mundo encontrariam na lusa cidade das sete colinas o local perfeito para inaugurar uma nova atitude nas escolhas do Itamaraty. Os exemplos mais referidos são o BNDES e a Apex.
Os dois tiveram ou têm presença no exterior mas nenhum deles se constitui como uma referência da afirmação externa do Brasil. Até 2016, o BNDES ficava em Londres, mas está hoje encerrado, e a Apex vive discretamente, sem brilho nem glória, em Bruxelas, nos corredores da burocracia da União Europeia.
Aloizio Mercadante, o novo homem forte do BNDES, já disse que pensa abrir de novo portas no exterior. Mas, depois do brexit, não será Lisboa um local mais interessante para a nova sede do BNDES Europa que a capital inglesa?
A mesma coisa se aplica à Apex. Se Lisboa é simultaneamente reconhecida como uma plataforma onde se discute o investimento europeu no Brasil e uma porta de entrada para o investimento brasileiro na Europa, não será hoje a capital portuguesa o local ideal para a sede internacional para a promoção externa?
Hoje moram tantos VIPs e ministeriáveis em Portugal que ninguém estranharia que o novo governo escolhesse Lisboa como o lugar para colocar as principais representações destas organizações no exterior. E nem seria preciso expatriar seus dirigentes, porque muitos já lá moram.
José Manuel Diogo
Diretor da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira,
é fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos.
21/12/2022 – “Folha de S. Paulo”
Na tomada de posse de Luís Inácio Lula da Silva como 39º presidente do Brasil o presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos José Manuel Diogo e o diretor Paulo Dalla Nora foram convidados pela estação de televisão Portuguesa SIC notícias. Os Dirigentes da Associação são ainda titulares de outros cargos de instituições relacionadas com o Portugal e o Brasil e a democracia como são a Câmara de Comércio Indústria luso-brasileiro em Lisboa e a associação política viva e poder do voto no Brasil.
«Somando “estrangeiros” residentes e brasileiros com cidadania europeia, estima-se que em Portugal vivam hoje cerca de 700 mil almas falantes da língua de Amado, Farias, Machado, Veloso, Lispector e outros tantos que, no português do Brasil, tornam ímpar a nossa cultura no panorama universal.» [JM-Diogo, Dezembro 18, 2022]
[imagem de topo de: “Bscolarly“.]