“Igualdade” e #AO90 em imagens

A imagem acima mostra apenas um dos muitos conteúdos já aqui publicados (1, 2, 3, 4, 5) ilustrando o conceito de lusofobia, um tipo de patologia que afecta exclusiva, obssessiva e raivosamente os brasileiros.

A multiplicação exponencial daquilo que se designa como “redes sociais” — mês sim, mês sim, aparece uma nova –, acaba por não apenas dispersar as atenções mas também por tornar quase impossível que se acompanhe seja que assunto for… a não ser, e há muito disso, para quem não faz absolutamente mais nada na vida.

O que ainda é possível ao menos tentar é coligir com um módico de coerência alguma informação, seleccionando algo dessas “redes” segundo determinado critério. Ora, além dos conteúdos provindos do Twitter, do Facebook e do YouTube aqui anteriormente reproduzidos, convirá talvez diversificar um pouco e incluir na selecção uma outra das redes (anti) sociais não tão “antigas” como aquelas. No caso, o Instagram. O qual, não por acaso — evitemos adentrar os sinistros meandros da psiquiatria –, está agora na berra… literalmente.

 

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O primeiro “clip” serve apenas como intróito, de resto relativamente inócuo, para uma voltinha pelas maravilhas que os imigrantes brasileiros dizem encontrar na “terrinha”, por um lado, e para os horrores que nela acham, por outro.

Este até é um dos mais virados para o quase panegírico, quase elogioso, quase publicitário. Poucas agências de viagens fariam melhor. Aliás, quem isto vir, lá pelas berças do sertão ou nos condomínios dos arredores da cidade maravilhosa, por exemplo, ficará certamente com a impressão de que imigrar para a província portucalense (incluindo a “capitau” lusa) é ainda “mais mió” do que “tudibom”.

Em suma: uma qualquer “influencer” apresenta Portugal em forma de excursão turística, entre o pastel de nata e os “vinhos bons e baratos”, além das colinas de Lisboa, cheias de escadas, essa tremenda maçada, e dos “prédios sem elevador”.

Não podia, evidentemente, faltar a menção ao tal ouro que todos os brasileiros dizem que nós fomos “roubar” lá, na terra deles. Esta rapsódia do ouro que os malvados portugueses foram ao Brasil “roubá dêliss” é uma espécie de ritual retórico; com aquela “turma”, nunca falta, nunca falha.

 

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Neste vídeo, a já muito batida rapsódia da cidadania portuguesa — ou seja, do passaporte português que equivale a cidadania europeia — o verdadeiro motivo que esconde o recente amor à “terrinha”.

Certamente por economia de esforço ou, melhor dizendo, para abreviar a chatice, porque levar com o paleio de uma advogada aborrece a ouvidos mais habituados ao batuque, o som da gravação parece ter sido acelerado em estúdio.

Garante a causídica (desculpa lá, ó Priberam, diz que “agora é assim”) que «cidadania é o termo errado»; deve-se dizer «nacionalidade». E esclarece, aliás brilhantemente, devo dizer, que «B.I. era o antigo nome do cartão de cidadão» e ainda, que deste constam o número (do cartão, logo, «da identidade»), o NIF, o NISS e o «número de utente».

Acrescenta uma coisa que, juro, eu cá não sabia: parece que em Portugal é possível ter «o cartão de cidadão sem ter nacionalidade». No caso de «ser brasileiro e ter no mínimo, seis meses de autorização de residência.»

O que, à luz das últimas novidades, já estará ultrapassado, digo eu. Agora é tudo instantâneo, como a mousse au chocolat. Ou o “suco“, vá.

 

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Este fulano, além de “influencer”, é também “opinion maker”. E deve ter um nada desprezível número de “followers” não apenas no Instagram mas também no YouTube e, se calhar, noutras redes (“social media”).

[Lamento. Infelizmente para os puristas anti-estrangeirismos, mai-las suas barbaridades, não existe qualquer equivalente em Português para a maioria dos termos em Inglês na Internet. Os brasileiros, esses heróicos puristas da língua brasileira, esses é que “traduzem” tudo. E daí, não lamento nada.]

Diz o dito fulano do vídeo, entre outras verdades inconvenientes, por exemplo, que Portugal poderia ser um grande país mas o «Governo português não faz porra nenhuma»…

«Infelizmente, Portugal não faz uma selecção de pessoas para poder vir para cá.» «É um país que abre as pernas p’ra todo o mundo; chega todo o tipo de delinquente. Deveria ter um filtro. É incrível a gente ver Portugal, com o potencial que tem, não ser uma referência na Europa.»

E vai por aí fora. Seria interessante ouvir um emigrante português dizer algo parecido lá. Bem, quanto a criminalidade é que pouco ou nada teria para dizer…


E o que é que isto da imigração em barda e da lusofobia tem afinal a ver com o #AO90? Bem, tem tudo. Antes da invenção da CPLB e da inerente imposição da língua universau brasileira, nenhuma destas questões sequer existia. Aliás, exceptuando a já ancestral lusofobia de brasileiros e a tradicional bajulação brasileirista de portugueses, ambos os povos sempre conviveram pacificamente com suas naturalíssimas diferenças, tanto uns como os outros tratando dos assuntos de política interna do país de cada qual, sem ingerências, sem tentações neo-colonialistas, sem “ideias” supremacistas, sem ânsias neo-imperialistas e, sobretudo, sem se deixarem levar, uns e outros, pela ganância dos oligarcas, cleptocratas e mafiosos que, em conluio, de ambos os lados do Atlântico, tomaram de assalto os negócios de ambos os países.

“Negócios” em ambos os sentidos, literal e figurado, também os de relações políticas, mas em especial na acepção mais comum do termo.