Mês: Abril 2023

«O carinho da nossa relação»

«Não te empenhes em adquirir riquezas, nem gastes a tua inteligência com isso, pois basta olhares e já não existem; baterão as asas como a águia e voarão pelo céu.»
(BÍBLIA, Provérbios, 23 – 7)

Brasileiros e nós

Há várias maneiras de ver a comunidade brasileira em Portugal e uma delas é o número: 300 mil. Impressiona certamente, até por ser um recorde para Portugal, país por tradição mais habituado a ser de emigrantes do que de imigrantes. Mas a propósito desta visita do presidente Lula da Silva e do reatar das cimeiras luso-brasileiras, dei por mim a pensar em nomes e mais nomes de gente que nasceu no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Curitiba, em Salvador, no Recife ou até em Belém, com quem me fui cruzando nestes últimos anos, com maior ou menor intimidade, e que tanto contribuem para hoje um Portugal mais diverso sim, mas sobretudo mais rico. Vou citar alguns, só para dar exemplos: Álvaro Filho, jornalista que já publicou no DN e senhor de grande cultura e de uma escrita criativa: Ricardo Bernardes, maestro que organiza concertos em que não esquece compositores que de alguma forma uniram os dois lados do Atlântico; Paulo Dalla Nora Macedo, que fez do seu Cícero Bistrot tanto um restaurante de nível em Lisboa como uma galeria de arte e ainda organiza tertúlias que falam do Brasil e de Portugal; Luciano Montenegro Menezes, CEO do WTC Lisboa; Paula Cajaty, que fez de Portugal a casa da sua editora Gato Bravo; e evito de propósito falar de tantos diplomatas que conheci, com quem fui aprendendo sobre esse gigante com mais de 200 milhões de habitantes e quase cem vezes maior do que o antigo colonizador. Alguns até me ajudaram quando preparava uma tese de doutoramento sobre o reconhecimento da independência do Brasil; bem, farei uma excepção nisto dos diplomatas. Não vou referir nomes de anteriores embaixadores, até por respeito com o actual embaixador, Raimundo Carreiro Silva, que hoje publica no DN um artigo sobre as relações entre os dois países, mas sim o de um ex-conselheiro cultural, Carlos Kessel, um apaixonado por Eça de Queiroz, tão conhecedor da obra do escritor do século XIX como dos que a estudam, que foi quem, a partir de Barbados, onde agora é ministro-conselheiro, me alertou da morte de Alfredo Campos Matos no início do ano. Campos Matos era o autor de Dicionário de Eça de Queiroz e certamente dos que mais sabia[m] do romancista e diplomata que na juventude foi repórter deste jornal.

Brazil, Rio de Janeiro, Rua Luís de Camões, Real Gabinete Portuguez de Leitura.

Durante séculos, Portugal foi dando gente ao Brasil. Mais ainda depois da independência. E hoje lá viverá um milhão. Uma das maravilhas do Rio de Janeiro é o Real Gabinete de Leitura, construído pela comunidade portuguesa, clubes como o Vasco da Gama e a Portuguesa foram fundados por emigrantes e Carmen Miranda saiu de cá com dez meses. Hoje é o Brasil que dá gente a Portugal. Daí o português doce da senhora da pastelaria ou do barbeiro. Quem como eu ficou deslumbrado na infância por telenovelas como Roque Santeiro e pelos programas de Jô Soares aprecia a pronúncia de além-mar, tão linda na música popular brasileira.

É importante construir uma boa relação entre Portugal e o Brasil. E equilibrada. Temos de ter noção de que o Brasil é muito mais central para nós do que Portugal para os brasileiros. Mas não deixa de ser um país das oportunidades, um irmão de língua, um parceiro com quem devemos ambicionar sempre mais, até no desenvolvimento das parcerias económicas, pois é um colosso agro-industrial e também tecnológico. Quanto à comunidade brasileira, que se integre, pois só pode ser bem-vinda num país que, voltou esta semana a sublinhar a ONU, há muito que não tem os dois filhos por mulher que permitem substituir as gerações.

Por culpa das disputas políticas portuguesas, e depois também do próprio pelas declarações sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, esta visita de Lula tem estado envolvida em polémica. Tal não irá desaparecer de um momento para o outro, mas é importante que não se perca de vista o essencial: é muito importante para Portugal uma muito boa relação com o Brasil.

[Transcrição integral. Cacografia brasileira corrigida automaticamente.
Destaques e “links” meus”. Inseri imagens.]

(…) o objectivo é promover os interesses geoestratégicos do Brasil, aproveitando as raspas dos negócios (estrangeiros), se possível, isto é, correndo atrás das migalhas que porventura possam sobejar dos milhões traficados entre o “país-continente” e, por exemplo, o petróleo venezuelano, a carne argentina, as minas chilenas e até, se calhar, nunca se sabe do que são capazes os meliantes da “língua universáu”, produtos da Colômbia. Uma versão revista e aumentada da CPLP, por conseguinte, sustentadas ambas as teatralizações pela patranha fundamental, aquilo a que chamam “difusão da língua“; da língua brasileira, bem entendido, porque, dizem os mesmos, “eles são 220 milhões e nós somos só 10 milhões“. O Estado português, que paga a CPLP e as demais despesas das negociatas, incluindo os “pacotes” de “turismo linguístico” (…) [post “Uma questão de milhões”, 12.03.21]

“Temos de aumentar o nosso investimento no Brasil”, apela António Costa

Diogo Ferreira Nunes
“ECO”, 24 Abril 2023

 

António Costa quer que as empresas portuguesas invistam mais no Brasil. O primeiro-ministro exortou os empresários nacionais a apostarem mais neste mercado tendo em conta o potencial que existe. O Presidente do Brasil reforçou que Portugal é a porta de entrada para a Europa e que a língua facilita os contactos empresariais.

“Somos o 18.º investidor no Brasil. Francamente, 18.º não é a nossa posição. Temos de aumentar o nosso investimento no Brasil“, sinalizou António Costa durante a abertura do Fórum Empresarial Portugal Brasil, que decorre em Matosinhos nesta segunda-feira. Perante mais de 120 empresários no auditório do CEiiA, o primeiro-ministro português também convidou os empresários brasileiros a investirem em Portugal.

A aposta nas energias renováveis, o ecossistema “muito dinâmico” de empreendedorismo e o regime “bom para acolher investimento em inovação”, através das zonas livres tecnológicas foram três dos elementos identificados para o Brasil apostar mais em Portugal. O líder do Governo português sinalizou ainda a parceria do CEiiA com a Embraer e a Força Aérea Portuguesa para o desenvolvimento do avião militar KC-390 e também do “Super Tucano”.

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Lula quer empresários portugueses e brasileiros a partilharem empresas

Diogo Ferreira Nunes
“ECO”, 22 Abril 2023

Lula da Silva voltou a assinalar que o Brasil “está de volta” e que está a recuperar o investimento perdido durante os tempos de Jair Bolsonaro e de Michel Temer. Só em infra-estruturas, serão 23 mil milhões de reais de investimento em 2023. No entanto, para captar os empresários, é preciso mais. “Sem estabilidade política, social e jurídica, ninguém vai colocar um centavo no país”, sinalizou.

O chefe de Estado brasileiro também referiu que é necessário tratar da “credibilidade” e uma “relação directa com o país”. Afastadas estão novas privatizações. “Queremos convidar é os empresários a fazerem parcerias.” Lula da Silva referiu ainda que “o Brasil está preparado para voltar a ser um país grande”.

25 de Abril de 2023

A dois dias do fórum económico que vai decorrer no Porto, o chefe de Estado brasileiro anunciou que a agência de promoção de investimentos, a Apex, vai abrir um escritório em Lisboa. O objectivo é “mostrar a seriedade e o carinho da nossa relação”, assegurou Lula da Silva. A Apex é o equivalente no Brasil à agência portuguesa AICEP.

Lula da Silva reforçou a mensagem da recuperação com o Brasil com o facto de ter “14 mil obras paralisadas” na área das infra-estruturas e de “4.000 obras paralisadas” só na área da educação. O Presidente do Brasil notou ainda: “Portugal, para nós, não é um país estrangeiro. É uma extensão da nossa casa. É assim que precisamos de nos relacionar”.

«Soares e Lula da Silva apresentam livro de Sócrates sobre tortura em democracia» [“Jornal de Negócios”, 14.10.2013]

Do lado português, António Costa garantiu que as cimeiras luso-brasileiras “voltarão a ser anuais” e sinalizou os 13 acordos assinados neste sábado. O documento prevê, por exemplo, as equivalências no ensino básico e secundário, o reconhecimento mútuo das cartas de condução entre os dois países e o alargamento da parceria com a Embraer na reparação de material militar brasileiro na aviação.Também foi assinado um memorando no domínio da energia com o objectivo de promover “o desenvolvimento e a implementação da cooperação institucional, técnica e científica, bem como a partilha de conhecimento, e incentivar a realização conjunta de programas, projectos e actividades. Estão previstos “programas e iniciativas de eficiência energética, na integração de electricidade de base renovável na rede, no armazenamento de energia e de combustíveis renováveis, como o hidrogénio e o bio-metano.Na área da geologia e minas, o executivo nacional e o brasileiro dizem querer “promover o desenvolvimento e a implementação da cooperação institucional, técnica e científica, bem como a partilha de conhecimento, e incentivar a realização conjunta de programas, projectos e actividades”. Este compromisso prevê “a constituição de parcerias, partilha de conhecimentos na pesquisa geológica e na exploração mineral e a contribuição para a transição energética sustentável na óptica da verticalização do sector”.

[Ambas as transcrições de textos do “ECO” são integrais. Inseri imagens.
Cacografia brasileira corrigida automaticamente. Destaques e “links” meus.]

Fica assim, portanto, escarrapachada (…) a verdade nua e crua sobre as reais finalidades políticas e empresariais do #AO90. Já ninguém voltará a dizer “não percebi, faz-me um desenho”.
Aí está, enunciada com toda a clareza, a estratégia urdida ao longo das últimas três décadas: a “língua universau” brasileira, funcionando como pretexto “ideológico” para dar cobertura política à CPLB, resulta naquilo que o agora citado pau-mandado formula como sendo «a criação de uma primeira “cidadania da língua” na história universal.»
Tal cidadania (da língua brasileira, repita-se) acarretará as mais óbvias implicações, tanto as já aqui profusa e repetidamente documentadas como aquelas que, embora previsíveis, como foi agora exarado, pelo que podem os adeptos da brasileirofonia ficar descansados, «o ‘premiê’ português sabe disso e vai lutar em Bruxelas por um regime especial de cidadania para os cidadãos dos países de língua» brasileira. [post «Portugal, um Estado brasileiro na Europa», 01.09.22]

Não foi bonita a festa, pá

Embaraço em Portugal: Lula não entende pergunta em português

Petista precisou de “tradução”

Monique Mello – 23/04/2023 18h56 | atualizado em 24/04/2023 16h05

Momento em que Marcelo Rebelo auxilia Lula – Foto: EFE/EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS

 

Uma entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizada em Portugal viralizou nas redes sociais neste fim de semana, após o petista demonstrar não entender uma pergunta feita por uma repórter portuguesa. O questionamento da profissional era sobre suas recentes declarações sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

A jornalista questionou se o presidente brasileiro mantinha sua opinião de que a União Europeia tem responsabilidade na permanência do conflito.

– Ao presidente do Brasil, que há uma semana afirmou que os países da União Europeia, entre os quais se inclui Portugal, estão contribuindo para a continuidade dessa guerra [entre Rússia e Ucrânia], eu pergunto se mantém essas palavras – questionou a jornalista.

Paralisado e com semblante confuso, Lula disse não entender a pergunta. A repórter repetiu, mas o petista seguiu não compreendendo, precisando ser “socorrido” pelo presidente português Marcelo Rebelo, que “traduziu” a pergunta para o português brasileiro.

Internautas reagiram:

– O problema da pergunta é que foi feita em português.

– Ele só entende lá na Argentina, Cuba, Venezuela aí sim…ele entende super bem.

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) compartilhou o trecho da entrevista, dizendo que o Brasil se tornou “um pária internacional”, graças ao atual presidente.

 

[Transcrição integral, incluindo fotografia, de notícia publicada em “Pleno News” (Brasil)]

Afinal, além do mais do que previsível folclore tribal, com os seus pífios conflitos, que tipo de “saldo” é possível apurar das cerimónias presididas pelo brasileiro Lula da Silva? Que 25 de Abril foi este, em suma?

Bem, ao menos terá ficado de uma vez por todas claro, claríssimo, aquilo em que consiste a brasileirofonia (designada como “lusofonia” no milieu envolvido) e de que forma a Presidência e o Governo de Portugal suportam com fervor essa farsa. “De fato”, o incidente entre o dito brasileiro e uma jornalista portuguesa, com Marcelo a segredar ao ouvido de Lula a tradução da pergunta, terá constituído — pelo menos aparentemente — o que de mais relevante resultou da visita daquele senhor.

Também houve, é claro, a tremenda rapsódia da Janja, salvo seja, a “primeira-dama” do Brasil, que foi daqui toda contente, aos pulinhos, aposto, com um penduricalho na lapela e no bolso (ou na bolsa) o título de “Grande-Oficial”.

No imperscrutável critério (ou discernimento) do nacional medalheiro recordista, tal honraria justificar-se-ia plenamente por a indivídua ter prestado, acha ele, «serviços relevantes a Portugal ou na expansão da cultura portuguesa».

Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Mas existiram outras ocasiões em que ambos, PR e PM, fizeram questão de demonstrar — sempre de costas curvadas e com o característico sorrisinho servil — a sua absoluta dedicação à “causa” da “difusão e expansão” da língua brasileira, ou seja, visto ser a (treta da) língua um pretexto atamancado, da consolidação dos interesses económicos e geopolíticos do Brasil.
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São Bento da porta aberta

Por estes dias, e em especial no de hoje, 25 de Abril, mundanidades várias provocam em Portugal uma espécie de histeria colectiva em que toda a gente — na acepção de “as massas”, entenda-se — manifesta a mesma sintomatologia: fúria paranóica, discurso confuso e incoerente, hiperactividade e ainda, mais prosaicamente, pulsação acelerada, sudação excessiva e disfagia (dificuldade em engolir). O surto epidémico, felizmente, não será expectável que vá prolongar-se para além de 24 horas, ou, não havendo grande azar, nem isso.

A coisa costuma passar sem grande novidade, como aliás sucede com qualquer outro ritual periódico, mas este 49.º aniversário do 25 de Abril teve a particularidade de introduzir — na sequência de mais uma ideia peregrina cuja autoria é, como de costume, incerta — um elemento estranho nas comemorações: alguém ter-se-á lembrado, talvez por inspiração divina ou, quem sabe, por influência do Mafarrico, de transformar um Chefe de Estado estrangeiro no patrono (ou patrão?) das cerimónias oficiais que decorreriam em pleno palácio de São Bento.

Ora, talvez porque São Bento não é exactamente a mesma coisa que o São Bentinho da Porta Aberta (ou se calhar até é), de imediato formaram-se dois bandos, os a favor e os contra, armando-se ambos com as respectivas mocas partidárias e seus cacetes ideológicos. Seguiram-se os típicos confrontos estilizados, aliás típicos dos chamados primatas superiores, e também à semelhança do que acontece nos embates do género entre bandos de outros ramos, como os chimpanzés ou os gorilas, parece que todos se limitaram a seguir o seu instinto, ou seja, não houve bordoada, aquilo foi tudo à base de ameaças, uns quantos urros e punhadas no peito, nada de especial.

Não se chegou, felizmente, a vias de facto, mas, já quanto a pontapés na gramática e, muito mais grave ainda, a desprezo pela História de Portugal, houve para todos os “gostos” e em série. Culminando nesta espantosa pérola de “cultura”.


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Av. da Liberdade, 185 – Lisboa – Portugal

É quase impossível fazer um “apanhado” da visita daquele senhor. Aliás, acompanhar a agenda da dita visita complica-se enormemente porque o dito senhor persiste em debitar inúmeras piadas e assim a coisa arrisca-se a descambar numa espécie de “apanhado”… para os “Apanhados”.

Logo a seguir à chegada, ainda no aeroporto onde desembarcou (do FAB1, ou lá como se chama o Air Force One sertanejo), teve direito a fanfarra, depois parece que foi descansar — enquanto a esposa foi às compras às lojas típicas do artesanato português (“tipo” Prada, Armani, Gucci, Louis Vuitton) — e do seu quarto no hotel Tivoli seguiu para uma conferência de imprensa.

Das inúmeras coisas extraordinárias que proferiu perante os jornalistas — com directos em todos os canais “informativos” –, a resposta que mais espanto provocou foi aquela a que… não respondeu.

O que os adeptos do clube adversário notaram — milhares de “tweets”, “posts” nas várias redes anti-sociais, artigos na imprensa portuguesa, brasileira e internacional — foi o súbito mutismo do senhor quando questionado sobre as suas declarações na Rússia e na China implicando Portugal, enquanto país membro da União Europeia, num suposto “complot” contra os “democratas” chineses e russos liderado pelo demónio americano.

Poucos dos que não são fanáticos nem do LEC (Lula Esporte Clube) nem do FCB (Clube Esportivo Bolsonarense) notaram sequer a solicitude do outro senhor, o das “selfes”, apressando-se — num sussurro de pé-de-orelha — a traduzir a pergunta para brasileiro. Mesmo assim, ao que parece, o presidente vitalício do LEC continuou a não entender e portanto respondeu o mesmo, ou seja, nada.
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A visita daquele senhor

1 — Primeiro, vinha a 22 e seria recebido a 25 na Assembleia da República, em sessão solene. Caso o programa estabelecido pelo Governo português fosse cumprido, esta seria a primeira vez em que um Chefe de Estado estrangeiro discursaria na sessão comemorativa oficial do 25 de Abril. De súbito, e evidentemente sem sequer consultar qualquer das entidades estaduais, o Presidente da República Federativa decide antecipar a chegada à “terrinha”, o tempo de permanência no território e, por conseguinte, a data da partida para uma das capitais europeias, Madrid.

Adivinhava-se a alteração de última hora (“atirar o barro à parede” não colou). Isso mesmo foi aqui previsto a 3 de Março p.p. e confirmado pela imprensa portuguesa apenas ontem, 20 de Abril de 2023.

Os conspiradores rejubilam e preparavam-se até para convidar o putativo presidente da sua deles República para as comemorações; ao que parece, no entanto, a coisa seria por demais escandalosa, para já ainda convém ir disfarçando o estatuto de 28.º Estado da República Federativa do Brasil, o evento público de tomada de posse ficará talvez para o próximo ano, se calhar até no 10 de Junho.

[post “A lógica instrumental do #AO90″, 03.03.23]

Lula da Silva antecipa viagem para Portugal

Agenda do Presidente do Brasil em Portugal irá começar um dia antes do previsto, numa viagem que deverá ficar marcada pela intervenção no Parlamento, a 25 de Abril.

“SIC Notícias”, 20.04.23

Inicialmente a agenda do chefe de Estado brasileiro previa um embarque rumo a Lisboa durante a manhã de sexta-feira. Com esta alteração, o programa de Lula em Portugal arranca logo na sexta-feira.

(…)

No 25 de Abril, a sessão de boas-vindas a Lula da Silva está marcada para as 10:00 e contará com intervenções do Presidente do Brasil e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Só depois, pelas 11:30, terá lugar a sessão comemorativa do 25 de Abril, já sem a presença do Presidente brasileiro.

Um esclarecimento que surgiu depois da polémica devido ao anúncio, em Março, feito pelo ministro João Gomes Cravinho, no Brasil, quando disse que Lula da Silva iria discursar na cerimónia solene do 25 de Abril na Assembleia da República.

Apesar de ter sido posteriormente convidado por Augusto Santos Silva para assistir à sessão solene no hemiciclo, o convite foi declinado.

[Transcrição parcial de artigo publicado por “SIC Notícias” em 20.04.23. Destaques meus.]

2 — Da agenda do Presidente da República Federativa, que discursará de qualquer forma na sessão solene do 25 de Abril, consta uma enorme lista de negócios (em sentidos literal e figurado), em especial no que diz respeito às exportações para Portugal e, a partir deste entreposto, para a Europa e para os PALOP. Além dos negócios em que os tugas investiram milhões naquela metrópole e que, “por azar”, ou já faliram ou estão em vias disso e, portanto, é necessário “reavivar”, ou seja, torrar lá mais uns patacos, o mais urgente para o Brasil é a exportação em massa de pessoas — aquilo que o governador tuga designa como “invasão de Portugal por brasileiros“. Mas esta “invasão” apenas sucedia, bem entendido, na lógica do mesmo tuga, caso o Presidente brasileiro fosse o “outro”; com “este” não, nada disso, é tudo uma maravilha. “Lógica” futebolística, portanto: os “nossos” são melhores do que os “vossos” porque os vossos são piores do que os nossos.

Ora, lá vêm os números, esse tremendo aborrecimento, a realidade (a realidade, que horror!) estraga completamente a bondade dos “argumentos” de Sua Excelência. Afinal, parece, a tal “invasão” é culpa do “outro” mas quem bate todos os records nesse aspecto é “este”.

«Este é um primeiro episódio a tratar da massiva emigração de brasileiros para Portugal. Iniciaremos a reflexão juntamente com o apontamento do presidente Marcelo Rebelo de Sousa em seus pronunciamentos nos Consulados Gerais de Portugal no Rio de Janeiro e São Paulo. Para o presidente da República Portuguesa, “Está a haver uma invasão de Portugal por brasileiros”, e isso ocorre especialmente nos últimos 4 anos e coincide com o governo de Bolsonaro. Nunca antes na História do Brasil um presidente foi capaz de expulsar tantos cidadãos brasileiros… É mesmo uma pena… Muitos brasileiros chegam à Portugal desesperados, saídos de um Brasil de ódio, insegurança, injustiças, instabilidade política e caos social…»

[YouTube, André Carvalho LUSOaBRaço (Brasil)]
[post “Lusofobia: causa(s) e efeito(s) – 4”, 18.07.22]

«Mais de 93 mil da CPLP com autorizações de residência em Portugal num mês»

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