Embaraço em Portugal: Lula não entende pergunta em português
Petista precisou de “tradução”
Monique Mello – 23/04/2023 18h56 | atualizado em 24/04/2023 16h05
Uma entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizada em Portugal viralizou nas redes sociais neste fim de semana, após o petista demonstrar não entender uma pergunta feita por uma repórter portuguesa. O questionamento da profissional era sobre suas recentes declarações sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A jornalista questionou se o presidente brasileiro mantinha sua opinião de que a União Europeia tem responsabilidade na permanência do conflito.
– Ao presidente do Brasil, que há uma semana afirmou que os países da União Europeia, entre os quais se inclui Portugal, estão contribuindo para a continuidade dessa guerra [entre Rússia e Ucrânia], eu pergunto se mantém essas palavras – questionou a jornalista.
Paralisado e com semblante confuso, Lula disse não entender a pergunta. A repórter repetiu, mas o petista seguiu não compreendendo, precisando ser “socorrido” pelo presidente português Marcelo Rebelo, que “traduziu” a pergunta para o português brasileiro.
Internautas reagiram:
– O problema da pergunta é que foi feita em português.
– Ele só entende lá na Argentina, Cuba, Venezuela aí sim…ele entende super bem.
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) compartilhou o trecho da entrevista, dizendo que o Brasil se tornou “um pária internacional”, graças ao atual presidente.
[Transcrição integral, incluindo fotografia, de notícia publicada em “Pleno News” (Brasil)]
Afinal, além do mais do que previsível folclore tribal, com os seus pífios conflitos, que tipo de “saldo” é possível apurar das cerimónias presididas pelo brasileiro Lula da Silva? Que 25 de Abril foi este, em suma?
Bem, ao menos terá ficado de uma vez por todas claro, claríssimo, aquilo em que consiste a brasileirofonia (designada como “lusofonia” no milieu envolvido) e de que forma a Presidência e o Governo de Portugal suportam com fervor essa farsa. “De fato”, o incidente entre o dito brasileiro e uma jornalista portuguesa, com Marcelo a segredar ao ouvido de Lula a tradução da pergunta, terá constituído — pelo menos aparentemente — o que de mais relevante resultou da visita daquele senhor.
Também houve, é claro, a tremenda rapsódia da Janja, salvo seja, a “primeira-dama” do Brasil, que foi daqui toda contente, aos pulinhos, aposto, com um penduricalho na lapela e no bolso (ou na bolsa) o título de “Grande-Oficial”.
No imperscrutável critério (ou discernimento) do nacional medalheiro recordista, tal honraria justificar-se-ia plenamente por a indivídua ter prestado, acha ele, «serviços relevantes a Portugal ou na expansão da cultura portuguesa». |
Mas existiram outras ocasiões em que ambos, PR e PM, fizeram questão de demonstrar — sempre de costas curvadas e com o característico sorrisinho servil — a sua absoluta dedicação à “causa” da “difusão e expansão” da língua brasileira, ou seja, visto ser a (treta da) língua um pretexto atamancado, da consolidação dos interesses económicos e geopolíticos do Brasil.
Embora não com certeza absoluta, esta terá sido a primeira ocasião em que um Primeiro-Ministro proferiu semelhante enormidade. Assim de repente, mesmo não confiando na memória, apenas um outro fulano qualquer do Governo português — mas não Ministro e muito menos Primeiro — alguma vez babujou dislates deste calibre. | |
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E este outro nem merece palavras. Ficamos sem elas assim que ele abre a boca. O Prémio Camões (“100 mil euros, divididos entre Brasil e Portugal“, oh, sim, sim, conta-me histórinhas qu’eu gosto) foi o motivo aparente para a charla e ter-se-á ficado a dever ao “fato” de Chico Buarque, o premiado por serviços relevantes prestados à língua (dele), não entender Português. |
Uma enorme tristeza, tudo isto.
Esperemos, apesar de tudo com algumas expectativas, que não se repita o cortejo de horrores — bajulação, subserviência, servilismo, neo-colonialismo invertido, neo-imperialismo ao contrário –, o que significará que a erradicação da Língua Portuguesa foi de alguma forma detida. De alguma forma, a todo o custo mas nunca a qualquer preço, ou, em último caso, seja de que forma for.