Dia: 5 de Setembro, 2023

Mais portugau giro

Este artigo do jornal “O Globo” já tem mais de um ano mas, em especial porque se insere nas operações de destruição em curso, mantém toda a actualidade e torna ainda mais claro o trabalho de demolição linguística, cultural e identitária a que se dedicam desde 1986 alguns patos-bravos tugas.

Se atendermos, já não tanto de um ponto de vista global, isto é, abarcando o contingente (i)migratório geral, mas antes analisando a situação por sector profissional e/ou camada social, vemos que — por exemplo — os afectados não são “só” os dentistas, os médicos das mais diversas especialidades e os advogados. Sabia-se que os estudantes brasileiros (e, já agora, se bem que ainda sorrateiramente, os professores) são, apenas porque cidadãos brasileiros e não portugueses ou imigrantes de qualquer outra nacionalidade, altamente beneficiados pelo governo-gérau lócau; mas não estava ainda suficientemente claro o que mais se está a preparar, que, quantas, quão alucinantemente discriminatórias (e, portanto, anti-constitucionais) serão as benesses exclusivamente reservadas às batinas em calções e chinelos de praia.

O artigalho do “cara” Gian (com a inestimável colaboração do seu prestabilíssimo compincha da Universidade de Coimbra) dá uma panorâmica geral da questão.

Com tal clareza que até o conceito associado ao verbo “democratizar” ganha um novo, nadinha ilegal, espantoso significado: “democratizar”, v. transitivo, sacar mais umas lecas do erário público português para oferecer benefícios exclusivos a um único tipo de indivíduos.

Professor de Coimbra revela elitização de brasileiros nas universidades de Portugal

Por Gian Amato
“Portugal Giro” – jornal “O Globo” (Brasil), 14/07/2022

Lula da Silva foi feito “Doutor” Honoris Causa pela Universidade de Coimbra em Março 2011 [Ap53]

[fotografia não reproduzida do original]
Universidade de Coimbra

O professor de Sociologia e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Pedro Góis, informou ao Portugal Giro que detectou um processo de elitização da comunidade brasileira no ensino superior de Portugal. (mais…)

‘Não serve rigorosamente para nada’ [jornal “Folha 8” (Angola)]

“CPLP não serve para rigorosamente nada”

jornalf8.net, 27.08.23

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje a abertura das cimeiras da CPLP aos jovens, por forma a evitar que a organização se torne, naquilo que os jovens já sabem que é há muito tempo, uma “relíquia do passado” ou uma “montra de personalidades”. Ou, como dizia Vasco da Graça Moura há mais de dez anos, uma espécie de organização fantasma, “que não serve para rigorosamente nada”, a não ser “ocupar gente desocupada”.

Por Orlando Castro (*)

Intervindo na 14ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu hoje São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “maioria crescente de jovens” nesta organização. Uma no cravo outra na ferradura, a grande especialidade estratégica de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português defendeu que a CPLP deve “não só trabalhar para a sua sustentabilidade, como dar-lhes mais e mais rápida voz activa, participação nas cimeiras, em cimeiras suas entre as nossas, na atrasada formalização do seu fórum, mas sobretudo na transformação da sua vida e do seu papel comunitário, feito de qualificação, emprego, condições sociais, intercâmbio, mais acelerada mudança geracional”.

“Os jovens têm de sentir que comunidade é sua, não e só daqueles que a lançaram ou que a governam hoje. É deles também e cada vez mais e faz a diferença nas suas vidas”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português referiu que em 2026, quando se celebrar o 30º aniversário da CPLP, “terão de ser novas gerações, senão liderantes na comunidade, pelo menos determinantes em parte essencial da sua liderança”.

“Falo das mulheres e dos homens nascidos na viragem para este século, imediatamente antes ou imediatamente depois. Quero vê-los aqui, nestas cimeiras, senão na primeira fila, na segunda, na terceira ou na quarta, ou na assistência, nos convidados”, desafiou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “só assim a CPLP não correrá nunca o risco de se converter numa relíquia do passado ou numa montra de personalidades de uma arena política e mediática, cada vez mais distante dos nossos povos e dos nossos jovens”.

“Não deixaremos que assim seja, não falharemos o nosso encontro com o futuro”, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa. E como todos sabemos, se garante é… mentira.

Acabem com a CPLP a bem da Lusofonia

Em Fevereiro de 2012, a CPLP inaugurou a sua nova sede em Lisboa, um espaço maior e com mais funcionalidades, que os seus dirigentes acreditavam permitiria abrir a organização à sociedade.

Segundo Vasco Graça Moura, na altura o novo presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, “a CPLP é uma espécie de fantasma que não serve para rigorosamente nada, que só serve para empatar e ocupar gente desocupada

sede da CPLB (Lisboa, Portugal)

O novo espaço, que ocupa o Palácio Conde Penafiel, na zona do Largo do Caldas, na baixa de Lisboa, inclui auditório, biblioteca e centro de documentação, além de salas de reuniões, gabinetes de trabalho e um salão nobre, onde serão recebidas entidades oficiais.

“Fica facilitada a nossa intenção de promover um contacto mais directo com a comunidade”, disse na altura o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira, adiantando que a ideia era atrair a comunidade académica e promover encontros com as várias comunidades lusófonas que vivem em Portugal.

“Este conjunto de movimentos deverá permitir que a CPLP seja mais conhecida e esteja mais presente no dia-a-dia dos cidadãos”, considerou, lembrando que as anteriores instalações, na Lapa, não ofereciam condições para estas iniciativas.

Ao longo dos primeiros 15 anos de existência, a CPLP, criada a 17 de Julho de 1996, pretendeu (embora sem êxito) afirmar-se como organização de concertação politico-diplomática e de cooperação, sendo frequentemente criticada por não conseguir chegar às sociedades dos oito países membros.

“Gostávamos de ter ido bastante mais rápido, mas (…) era preciso estruturar a organização, era preciso que fosse reconhecida nos espaços oficiais para que hoje possamos sentir que temos oportunidade de nos aproximarmos da comunidade”, disse.

A cerimónia inaugural da nova sede, presidida pelo Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, contou com a presença do vice-presidente de Angola, Fernando Piedade dos Santos, em representação da presidência angolana da organização.

Participaram também na sessão o primeiro-ministro português, Pedro Passo Coelho, e os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

E sendo a CPLP uma Comunidade dos Países de diversas Línguas, entre as quais a Portuguesa, não admira que enquanto Timor-Leste queria abandonar o português, outros queriam entrar, mesmo que o que pensam da nossa Pátria comum (a língua) seja igual a zero. São disso exemplos, Austrália, Indonésia, Luxemburgo, Suazilândia (hoje Essuatíni) e Ucrânia.
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