Note-se o contraste flagrante entre o conteúdo da notícia seguidamente transcrita com os resultados que uma pesquisa sobre o tema devolve nos “motores de busca”.
Entre a atabalhoada (e duvidosa) tradução da expressão em brasileiro “aborto da natureza” para Português e os títulos na respectiva pesquisa Google — ao que parece, no Brasil, um aborto é algo excelente, admirável, supimpa, além de “muito légau” –, aquilo que ressalta não é a putativa bondade da dita expressão, não é a sua chocante “expressividade” e não é sequer, de todo, a pretensa inocuidade que a imprensa tuga se apressa a “garantir”.
O que resulta disto, até porque ninguém vai abrir os artigos sob o mesmo título, um por um, e muito menos irá lê-los, é o sistemático hábito brasileiro de enxovalhar tudo aquilo que lhes cheire a “terrinha” e todos aqueles que nela nasceram.
O “preconceito, racismo e xenofobia” de que tanto tantos brasileiros se “queixam”, como tantas vezes tem aqui sido demonstrado, é um fenómeno que afinal existe mesmo, sim, mas funcionando apenas em sentido único: de lá para cá. Não no sentido contrário.
Por mais que os vendilhões e a imprensa avençada apregoem o contrário e tentem impingir aos mais “distraídos” a sua deles língua universau brasileira, a lusofobia está aí, bem à vista, variando sempre e cada vez mais na razão directa do número de colonos em função do número de colonizados.
“O Brasil não é para qualquer um. Abel foi um ‘aborto da natureza'”
“Notícias ao Minuto” (www.noticiasaominuto.com), 24/11/23
Andrés SanchezAndrés Sánchez concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao canal de YouTube ‘Benja me Mucho‘, onde teceu a sua opinião a propósito do sucesso alcançado pelo treinador português Abel Ferreira, no Palmeiras.
“Trabalhar no Brasil não é para qualquer um. Falam do Abel, mas o Abel foi um ‘aborto da natureza’. Nem o Palmeiras acreditava nele. Veio porque tinha de vir, não tinha opção“, começou por afirmar o homem que ocupou a presidência do Corinthians entre os anos de 2007 e 2021, quando foi sucedido por Duílio Monteiro Alves. Ao contrário daquilo que aparenta, a expressão ‘aborto da natureza’ não é pejorativa no Brasil. Pelo contrário: é empregue para descrever algo raro, um ‘achado’.
“E deu certo, é um bom treinador. Mas eu sou contra treinadores estrangeiros, principalmente, na selecção brasileira. Acho que temos treinadores competentes e preparados para dirigir a selecção brasileira e qualquer clube deste país”, acrescentou.
Abel Ferreira, recorde-se, chegou ao Verdão em 2020. Desde então, conquistou duas Taças Libertadores, uma Supertaça Sul-Americana, um título de campeão brasileiro, uma Taça do Brasil e ainda uma Supertaça do Brasil.
[Transcrição integral. Inseri imagem de pesquisa Google.]