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Língua universau, língua globau etc. e tau

Coexistirão várias sintaxes“, dizem eles. Ah, pois, pois, disso ninguém duvida, a língua brasileira é infinitamente flexível, aquilo dá para tudo, literalmente, basta escrever como eles falam e pronto, está feito, toma lá a língua universáu, ô cara.

Pérolas deste calibre são a granel no texto, mas no vídeo ainda há mais e melhores: sempre sem se rir, um tipo qualquer “ispilica” — a propósito do “quadro a óleo” supra, essa fantástica obra de renomado “pintor” brasileiro — qual a categoria, de entre cinco possíveis, mais adequada para “enquádrá” os dizeres do garoto e as suas dúvidas pungentes sobre o “new portuguêis”.

Desiluda-se, no entanto, quem achar que as brincadeiras dos brasileiros com a sua língua (ou, melhor dizendo, com a língua deles) contém algo de inconsequente ou inócuo, que não irá para além do corso carnavalesco habitual e que, portanto, isto não passará das marcas. Já as passou todas. Já estamos do lado de lá. O crioulo de origem portuguesa de que o Brasil se apossou com a designação original, chamando sua a Língua, cumpre hoje — perante a indiferença geral e com a conivência activa de alguns lacaios políticos portugueses — uma função meramente instrumental como “facilitadora” de negócios (como está profusamente expresso), enquanto pretexto para dar vazão ao expansionismo da mediocridade (e da estupidez e da ignorância) e ainda como veículo de propaganda dos putativos méritos do neo-colonialismo invertido, de um neo-imperialismo absolutamente insuportável.

Ultrapassada por brasileiristas deslumbrados a fronteira da decência, desbaratados os últimos resquícios de dignidade que ainda restavam a esta campa rasa à beira-mar escavada, pouco ou nada mais nos resta do que prosseguir na senda da resistência. Contra todas as probabilidades, sim. Custe o que custar, sim.

Como no primeiro dia.

Portuguêsbrasileiro afirma-se, cada vez mais, como língua global de futuro

“Comunidades”, 31.01.22

O portuguêsbrasileiro afirma-se, cada vez mais, como uma das línguas globais de futuro. Estima-se que em 2050 o número de falantes de portuguêsbrasileiro ultrapasse os 400 milhões e que, até ao final do século, chegue aos 600 ou 700 milhões.

Os cálculos foram apresentados, no final de 2021, pelo director executivo do Instituto Nacional de Língua Portuguesabrasileira (IILPB), Incanha Intumbo, no âmbito de um webminar[sic] internacional promovido pela Lusa LanguageSchool (escola de portuguêsbrasileiro para estrangeiros sediada em Lisboa).

Ainda que ligeiramente diferentes, também a[sic] projecções das Nações Unidas apontam para um “avanço robusto” da língua portuguesabrasileira, concretamente para uma duplicação dos seus actuais 260 milhões de falantes, até ao final do século.

Tanto para o responsável do IILP, como para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesabrasileira (CPLPB) “a aprendizagem da língua portuguesabrasileira está em alta”, sendo actualmente a quinta língua mais falada no mundo, a primeira no Hemisfério Sul e uma das línguas mais usadas na internet e nas redes sociais. Apresenta um forte crescimento, sobretudo em África.

“Só no Senegal (país de língua oficial francesa) estão inscritos mais de 40.000 novos alunos de portuguêsbrasileiro no âmbito do Instituto Camões”, ilustrou o cabo-verdiano Incanha Intumbo.

“Não quer dizer que o portuguêsbrasileiro do futuro seja totalmente homogéneo, coexistirão várias sintaxes, mas isso é a riqueza da língua. Desde que todos nos entendamos isso é que interessa”, sublinhou o responsável.

Intumbo lembrou que países tão poderosos economicamente como a Índia ou os EUA são membros observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesabrasileira (CPLPB ), “o que revela o interesse global do Portuguêsbrasileiro como língua cultural, técnica, científica e de negócios”.

Nélia Alexandra, directora do Centro de Avaliação de Língua para Estrangeiros da Universidade de Lisboa (CAPLE) confirmou este interesse crescente do portuguêsbrasileiro no Centro de Avaliação de Língua para Estrangeiros (que examina e confere os títulos académicos para novos falantes de portuguêsbrasileiro) no âmbito da Universidade de Lisboa.

“Há um novo paradigma, mais novos falantes de portuguêsbrasileiro que procuram a língua por motivos académicos, científicos e profissionais e menos por razões de cidadania ou residência, como acontecia até recentemente”, defendeu a directora do CAPLE, para quem o ensino do portuguêsbrasileiro “está cada vez melhor, reflectindo-se tal nos exames”.

Por seu turno, Susana Moura, professora na Lusa LanguageSchool, sugeriu que “o ensino do Portuguêsbrasileiro mudou muito nos últimos anos”.

Houve uma explosão a partir de 2015 e, hoje em dia, há uma grande variedade etária, coisa que não acontecia há 10, 15 anos. Hoje em dia coexistem alunos de português seniores com jovens de 9 anos. É muito diferente, há mais procura, mais variedade, mais exigência e qualidade”, frisou.

Um dos problemas que se identificam, na opinião desta docente, é a “falta de manuais escolares e textos de apoio, mesmo a nível online”, referiu.

O Brasil neste campo é bastante mais dinâmico. A nível de apps, por exemplo, ou outras formas de apoio, o que alunos encontram online é quase tudo brasileiro, os apoios para português de Portugal são muito escassos”, sustentou.

“Livros e textos de apoio fazem muita falta. Já começam a aparecer as edições e apoios online, mas nunca é demais, é muito importante”, vincou.

Próximas gerações

“Se hoje a nossa língua tem um considerável valor estratégico, geopolítico, económico e cultural, essas projecções permitem prever um futuro auspicioso para o nosso idioma comum nas próximas gerações”, destacou Francisco Ribeiro Telles, ex-secretário executivo da CPLPB, por ocasião do Dia Mundial da Língua Portuguesa brasileira, celebrado a 5 de Maio.

A língua portuguesabrasileira esteve na génese e é a matriz identitária da Comunidade dos Países da Língua Portuguesabrasileira, a Colo[sic], permanecendo até hoje como o pilar fundamental e um elemento congregador de todos os países e povos que a partilham.

É, acima de tudo, um património comum de todos os que a usam e que a foram alimentando e valorizando ao longo dos séculos apropriando-se dela, recriando-a e vivendo hoje como um elemento central da sua própria identidade.

[Transcrição integral (emendado e com a cacografia brasileira convertida em ortografia portuguesa) de versão publicada em 31.01.22 num “site” que se auto-intitula como “Comunidades”. Destaques, sublinhados e “links” meus.]

‘Os deuses devem estar loucos’

«O nosso grande problema na Galiza é a imposição, culturalmente terrorista, de grafar o galego em castelhano; em paralelo a isso, está a concepção imposta polo poder espanhol e os seus sequazes de que a nossa Língua é um idioma menor reduzido a quatro províncias espanholas e que deve estar sempre subordinado ao castelhano. Nesse contexto, reivindicar a universalidade da língua e mencionar o Rio de Janeiro é compreensível.»

Permito-me discordar, caro José Tápia, da referência que fez o deputado galego à capital turística do Brasil, misturando o Rio com Coimbra, Luanda e Díli. Ainda que a discordância incida apenas neste único ponto, o qual, na minha opinião, é absolutamente fundamental, parece-me oportuno ao menos tentar esclarecer aquilo em que se baseia a discordância e, de caminho, deixar claro que afinal estamos todos do mesmo lado: como muitíssimo bem resume o José, trata-se da “nossa língua” e, portanto, há que defendê-la, seja do imperialismo castelhano, seja do imperialismo brasileirista.

De facto, a pretensa “universalidade da língua” — de qualquer Língua, aliás, à excepção daquela que em determinada época histórica e contexto geográfico funcione como língua franca — constituiu o “argumento” basilar da imposição da chamada “língua universau” brasileira; foi a essa efabulação que se encostaram os brasileiristas gananciosos daqui e os gananciosos brasileiros de lá para tentar impingir o inenarrável “acordo” a Portugal e aos PALOP. [post “A Língua Galega no Congresso Nacional de Espanha”]

O inacreditável artigalho que abaixo se transcreve, debitado por um neo-imperialista assumido, presta-se a um exercício que, além de tristemente cómico, qualquer pessoa pode executar com a maior das facilidades; trata-se, ao estilo das corrigendas, de substituir mentalmente uma coisa por outra: “onde se lê X leia-se Y”.

  1. Onde se lê “Galiza” leia-se Portugal.
  2. Em certos casos, onde se lê “o Galego é” (ou “a Língua Galega é”) leia-se o Português é (ou a Língua Portuguesa é).
  3. Em certos casos, onde se lê “português” (ou “língua portuguesa”) leia-se brasileiro (ou língua brasileira).
  4. Onde se lê CPLP leia-se CPLB.
  5. Em certos casos, onde se lê “castelhano” leia-se brasileiro.
  6. Em certos casos, onde se lê “Estado espanhol” leia-se Estado brasileiro.

Outro exercício interessante — e com não menos piada — será catar no texto do cavalheiro as diversas formas do verbo “falar”, incluindo adjectivações e formas substantivas: fala, falamos, falada, falantes etc. A este doutorando em “estudos linguísticos” na Universidade da Corunha (mas que extraordinária coincidência) parece ser completamente estranho o conceito de… escrita.

Bem, atendendo a quem é este “investigador”, o fenómeno é de certa forma compreensível: a desortografia da língua brasileira consiste basicamente em, sem ter de aprender o “código” de transcrição fonética, escrever (mais ou menos) como se fala. Talvez o senhor ande nas aulas da “escola” das “línguas minoritárias”; ou então, pior ainda — mas muito mais provável — julgue que, no fundo, no fundo, essa maçada da escrita é um erro, aquilo das línguas ágrafas é que é bom, o Navajo, o Udi, a língua de estalidos de “Os Deuses Devem Estar Loucos”, oh, sim, oh, sim, isto ele não há nada como o paleio.

O que o Brasil ganha com a oficialização da língua galega na União Europeia?

Ajudar no reconhecimento da língua galega é também proteger a língua portuguesa como patrimônio histórico e cultural no lugar em que ela nasceu

“Le Monde Diplomatique – Brasil”, 15.09.23
Victor Hugo da Silva Vasconcellos

Em 19 de setembro de 2023, a União Europeia irá realizar um voto em relação à inclusão do catalão, do basco e do galego em seu regime linguístico. A decisão de oficializar a língua galega na UE está dividindo a região autônoma da Galiza. O motivo reside em uma discussão que já corre por mais de 40 anos sobre o galego ser ou não ser português.

A maioria da população brasileira – assim como a portuguesa – desconhece a situação linguística da Galiza, uma vez que é uma região dentro do Estado espanhol, levando a crer que sua língua seja o castelhano. Isso é uma meia verdade: a Galiza (assim como o País Basco e a Catalunha) é uma região bilíngue, isto é, além da língua de Estado (castelhano) também fala sua língua própria (galego), e ambas são oficiais na Comunidade Autônoma da Galiza. São duas as grandes questões que atravessam a sociedade galega: a) o desaparecimento gradual de sua língua própria; b) se o galego é português ou uma língua autônoma.

Bandeira de Estado da Comunidade Autônoma da Galiza, região da Espanha onde se fala a língua galega (Wikimedia Commons)

A primeira questão é muito séria e vem preocupando a Galiza há décadas. Uma pesquisa feita pelo Instituto Galego de Estatísticas (IGE), em 2018, apontou que apenas 30% da população galega fala galego diariamente. O mais assustador é que a faixa etária que mais fala (75%) é composta por pessoas acima de 60 anos; e a faixa etária que menos fala (25%) é composta por crianças de até 15 anos. Desse modo, o risco de a língua ser totalmente substituída pelo castelhano é real. Isso está ocorrendo, entre outras razões, por conta da imposição da língua castelhana nos meios oficiais de comunicação. Dessa forma, o galego vem perdendo prestígio entre seus falantes, como se fosse uma língua sem utilidade.

O segundo ponto poderia ser de grande utilidade à Galiza e ao Brasil. De onde vem a língua galega? Em resumo, ela tem um passado que se funde com o da língua portuguesa. Sim, elas foram a mesma língua por séculos, falada na Galécia (Reino da Galiza) até o século XII, momento em que o Condado de Portugal se separou do Reino da Galiza e virou o Reino de Portugal. A língua ainda continuou sendo falada nos dois reinos mesmo com a proclamação do português como língua oficial de Portugal por D. Dinis, no século XIII; e da escrita da primeira gramática da língua portuguesa por Fernão de Oliveira, no século XVI. O que ocorreu então com a língua galega?

O Reino da Galiza foi anexado à Coroa de Castela ainda no século XII, perdendo parte da sua autonomia linguística, pois a língua oficial da Coroa era o castelhano (lembrando que o latim foi língua franca na Europa aproximadamente até os séculos XV – XVI). Toda a corte galega era composta também por castelhanos que foram impondo sua língua na administração da Galiza. Até o século XIX, a porcentagem de falantes de galego era muito alta, (em torno de 90%), já que o castelhano era língua administrativa e não do povo. Mesmo sem a oficialização da língua e uma gramática própria, o galego era ensinado pela família, pela transmissão intergeracional da língua (a mesma falada no seu vizinho do sul, Portugal). Em meados do século XIX, o Reino da Galiza deixa de existir, passando a ser uma região autônoma anexada ao Reino da Espanha, mas mantendo sua extensão territorial.

Nas primeiras décadas do século XX, houve a ditadura e a perseguição à língua. Toda a proibição sobre o galego na ditadura de Franco (1939-1975) ainda gera efeitos negativos sobre a língua. Muitos pais não passaram sua língua para seus filhos, ensinando o castelhano por medo do regime autoritário. Com a oficialização da língua nas últimas décadas do século XX, criou-se uma norma e uma gramática oficial para ela.

Afinal, o galego ainda é o português?

Mesmo depois de séculos de separação, os estudos de filologia ainda o consideram como a mesma língua, mas que adotou nome e ortografia diferentes por questões políticas. Os dígrafos comuns em português nh / lh são escritos na ortografia castelhana como ñ / ll, embora tenham o mesmo som, como banho – baño / coelho – coello. Outra característica diferente é que o galego não apresenta a combinação nasal ão / ões, mas sim, ón / óns (não – non / canções – cancións) em sua fonética. (mais…)

A Língua Galega no Congresso Nacional de Espanha

Parlamento da Galiza

«O nosso grande problema na Galiza é a imposição, culturalmente terrorista, de grafar o galego em castelhano; em paralelo a isso, está a concepção imposta polo poder espanhol e os seus sequazes de que a nossa Língua é um idioma menor reduzido a quatro províncias espanholas e que deve estar sempre subordinado ao castelhano. Nesse contexto, reivindicar a universalidade da língua e mencionar o Rio de Janeiro é compreensível.»

Permito-me discordar, caro José Tápia, da referência que fez o deputado galego à capital turística do Brasil, misturando o Rio com Coimbra, Luanda e Díli. Ainda que a discordância incida apenas neste único ponto, o qual, na minha opinião, é absolutamente fundamental, parece-me oportuno ao menos tentar esclarecer aquilo em que se baseia a discordância e, de caminho, deixar claro que afinal estamos todos do mesmo lado: como muitíssimo bem resume o José, trata-se da “nossa língua” e, portanto, há que defendê-la, seja do imperialismo castelhano, seja do imperialismo brasileirista.

De facto, a pretensa “universalidade da língua” — de qualquer Língua, aliás, à excepção daquela que em determinada época histórica e contexto geográfico funcione como língua franca — constituiu o “argumento” basilar da imposição da chamada “língua universau” brasileira; foi a essa efabulação que se encostaram os brasileiristas gananciosos daqui e os gananciosos brasileiros de lá para tentar impingir o inenarrável “acordo” a Portugal e aos PALOP.

Compreende-se, até certo ponto, pelo menos do ponto de vista da estratégia política e se atendermos ao momento em que o deputado discursa, mas a inclusão daquela cidade brasileira — simbolizando, como Luanda, todo o país em que se situa, seria aceitável (ou poderá ainda vir a sê-lo) caso o Brasil assuma, como a Galiza quanto ao Galego, que é o brasileiro e não o Português a Língua nacional daquele país; isto, este simples reconhecimento da realidade factual, implicando a rejeição da pulsão de neo-colonialismo linguístico-cultural que enforma o #AO90 e a “tau língua universau”, poderia (ou poderá) vir a tornar aceitável o estatuto universalista da Língua Portuguesa no concerto das nações: Português em Portugal e PALOP (incluindo o Crioulo de Cabo-Verde), Galego na Galiza e Brasileiro no Brasil.

Mas enfim, exceptuando esta divergência, que não deve nem pode passar por simples questão de pormenor, quanto ao discurso do deputado Néstor Rego parece-me não haver absolutamente mais nada a apontar.

As minhas notas quanto àquela formulação isolada são meras opiniões, bem entendido, mas radicam no que mais interessa: «não serão os respectivos estados, português e brasileiro, quem sim querem exterminar a nossa Língua, e não as pessoas?»

São palavras suas, não minhas.

Exacto. É esse o busílis. Com um problema, porém. Os Estados não são entidades abstractas. Os Estados, isto é, as instituições e organismos que os constituem, são constituídos por pessoas, uma multidão de abotoadores (digamos assim, para não carregar na adjectivação). E essas pessoas, como de resto parece ser uma inerência (ou fatalidade) da natureza humana, preocupam-se em servir-se do Estado e não em servir aquilo e aqueles que o mesmo Estado pretensamente representa.

Parlamento de Espanha

Catalão, basco e galego já se ouvem no Congresso, mas terão de esperar na UE

Protestos da direita não impediram a adopção do uso do catalão, basco e galego nas sessões parlamentares espanholas. Estados-membros da UE pedem mais tempo para votar a oficialização dos idiomas.


“Público”, 19 de Setembro de 2023

A quem pode prejudicar que cada um intervenha na sua língua, se são línguas oficiais reconhecidas?”, perguntou Joseba Andoni Agirretxea Urresti, deputado do Partido Nacional Basco, numa intervenção feita maioritariamente em basco, mas em que também falou castelhano. No mesmo sentido, Gabriel Rufián, porta-voz da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) recusou chamar vitória à aprovação do uso das línguas co-oficiais no Congresso dos Deputados: “Não pode ser uma vitória porque recuso, recuso como cidadão catalão, como independentista catalão, que a minha língua e a minha língua requeiram perdedores.”

Para Rufián, “aqui não há perdedores, quanto muito há ignorantes”, numa referência aos deputados do Vox, que abandonaram o Congresso em protestos contra o uso das três línguas. “Os que se foram embora são os mesmos que antes nos expulsavam das aulas, nos multavam e nos prendiam por falar basco. Agora foram eles a sair. Fizemos alguns progressos”, afirmou, por seu turno, o parlamentar do PNB sobre o partido de ultra-direita, que propõe a ilegalização das formações independentistas e tem raízes no franquismo.

Insistindo que o catalão, o basco e o galego não ameaçam o castelhano, Rufián celebrou a sua diversidade cultural e linguística, que é também a de Espanha. “É uma honra para mim, orgulhoso filho e neto de andaluzes, estar entre os primeiros a fazer um discurso integralmente em catalão nesta tribuna do Congresso”, disse.

Tal como o Vox, o Partido Popular protestou por terem sido permitidas as diferentes línguas durante o debate dedicado precisamente à necessária alteração do Regulamento do Congresso, que oficializará o seu uso, mas os seus deputados não abandonaram a sessão. PP e Vox votaram ambos contra a reforma, aprovada com 179 votos, incluindo o da deputada única da Coligação Canária, que já assegurou o apoio a Alberto NúñezFeijóo no debate de investidura da próxima semana. Contra, votaram 171 parlamentares.

Ao abandonarem o plenário, os deputados de ultra-direita deixaram os auscultadores – distribuídos pela primeira vez no Congresso – no lugar do líder dos socialistas e presidente do Governo em funções, Pedro Sánchez, que se encontra em Nova Iorque para participar na Assembleia Geral da ONU.

A par do seu uso no Congresso, a oficialização das línguas co-oficiais nas instituições europeias é uma das condições colocadas pelo Junts, o partido do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, para facilitar a investidura de Sánchez, depois da tentativa de Feijóo, marcada para a próxima semana e condenada ao fracasso.

Prioridade ao catalão

E enquanto decorria o debate em Madrid, em Bruxelas já o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, defendia que o catalão, o basco e o galego passem a ser línguas oficiais na União Europeia. Mas ainda antes do início do Conselho dos Assuntos Gerais vários chefes de Governo argumentaram que “é cedo” para tomar uma decisão sobre o tema, que Espanha queria ter levado a votação no encontro desta terça-feira.

“Precisamos de investigar mais a proposta, tanto em termos legais como financeiros, é demasiado rápido para decidir”, afirmou à chegada ao encontro a ministra sueca dos Assuntos Europeus, Jessika Roswall. “Socungranamic de la cultura catalana”, disse, em catalão, o seu homólogo finlandês, Anders Adlercreutz. “Temos de reconhecer a diversidade linguística da UE, mas também temos de conhecer as consequências das nossas decisões”, defendeu o ministro.

Roswall lembrou que “há muitas línguas minoritárias” na UE – como há países que têm, como Espanha, movimentos nacionalistas, e temem ver alterado o regulamento das línguas oficiais do bloco. “Não estamos a falar de línguas minoritárias, são idiomas falados por milhões de pessoas”, defendeu Albares, notando “a especificidade do regime constitucional linguístico espanhol, que faz dele quase único no seio da UE”.
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Brasileiro foi língua líder em exame de acesso a universidades dos EUA em 2023

Click na imagem para aceder ao site da American Councils

«WHAT IS NEWL?
NEWL® is an online language assessment available in four critical languages: Arabic (MSA), Korean, Portuguese (global), and Russian. NEWL exams measure functional language proficiency across four skills: reading and listening comprehension, speaking, and writing.»
[Instituto Camões (PDF)]

«According to the Institute of International Education, about 14,000 international students from Brazil were enrolled in U.S. higher education institutions in the 2020-21 school year.»
[Migration Policy Institute (USA)]

«According to the 2021 Institute of International Education Open Doors Report, there were 791 students from Portugal studying in the United States during the academic year 2020-2021, a decrease of -15.3 percent compared with the previous year.»
[International Trade Administration (USA)]

Português Brasileiro foi língua líder em exame de acesso a universidades dos EUA em 2023

Brasilusa/”Observador”, 16.09.23

A língua portuguesa brasileira foi líder nos exames de acesso ao ensino superior dos EUA em 2023. Ao registar o maior número de inscrições, o português brasileiro ultrapassou as restantes línguas que integram o exame.

À Lusa, o coordenador do ensino português nos Estados Unidos da América (EUA), João Caixinha, apontou que 376 alunos do ensino secundário, provenientes de 26 estabelecimentos de ensino de todo o país — entre eles escolas americanas e escolas comunitárias portuguesas — realizaram o exame NEWL de Português brasileiro no passado dia 26 de Abril.

Ao registar o maior número de inscrições, o português brasileiro ultrapassou as restantes línguas que integram o NEWL, nomeadamente o russo, o coreano e o árabe.

Estes números demonstram o crescente interesse no exame e na valorização e certificação dos conhecimentos e proficiência na Língua Portuguesa brasileira. Este também é o total de alunos que receberam certificados com resultados finais, que se traduzem em créditos para apresentarem às universidades americanas no acesso ao ensino superior em 2023/2024″, segundo um comunicado oficial.

Um erro técnico de contagem da American Councils for International Education (AC), que é a organização que desenvolveu estes exames em diversas línguas, havia resultado na indicação de que 577 alunos se tinham inscrito para a realização do exame. Contudo, após a rectificação dos dados, verificou-se que 409 inscreveram-se este ano, sendo que 376 realizaram efectivamente o exame.

A Coordenação do Ensino Português nos EUA (CEPE-EUA) considera que o saldo final é “muito positivo”.

Segundo dados facultados pela AC à CEPE-EUA, cerca de 80% desses 376 alunos testou uma proficiência alta no exame NEWL de Português brasileiro, o que na prática se traduz numa colocação mais avançada em cursos de português brasileiro nas universidades americanas, ou seja, estes alunos que agora iniciaram o ensino superior terão poupado dinheiro nas propinas, pois ingressaram em cursos intermédios e avançados de português brasileiro em vez de começarem em cursos de iniciação, graças aos resultados obtidos neste exame”, destacou a CEPE-EUA.

Dos 376 alunos que realizaram o exame, 186 são considerados “alunos de herança — sobretudo luso-descendentes e brasileiros —”, sendo que os luso-descendentes receberam bolsas do Instituto Camões e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), que custearam a propina do exame (97 dólares, ou seja, cerca de 90 euros).
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A “profissão” de “bispo” na “terrinha”

Será mesmo preciso fazer mais um desenho? Quanto a coisas do “Jizuiss”, surge agora mais este bodo aos ricos, generosamente providenciado pelos honestíssimos capatazes do 28.º Estado. Eis, em termos vagamente bíblicos, o maná para a Maná, para a igreja “universau”, para a “dos últimos dias” (ou lá o que é), para o dono daquilo tudo (um tal Edir Não Sei quê) e para todos aqueles que, do lado de lá e do lado de cá, andam à babugem, salivando, à espera de que algum coroné lhes atire um osso. E se não for um coroné, então que seja um “bispo”, já não é mau de todo.

Para entender o que se está a passar nesta cadeia industrial das fés, um mercado emergente que encontrou no Brasil terreno fértil para germinar (e congeminar), nem é preciso sequer ligar os pontos — um exercício complicadíssimo, algo ao nível da resolução do Último Teorema de Fermat –, basta ler sequencialmente estas duas peças, a do escritório de advogados ligados ao ramo do import/export de brasileiros e a outra, do “Página Um”, jornalismo de investigação expondo golpadas, conivências e coberturas, desta vez sobre uma das tais seitas brasileiras e as “entidades” tugas que lhes proporcionam cobertura.

E lá voltamos à questão habitual, que de resto resume perfeitamente aquilo que no essencial está em causa: alguém imagina que isto poderia suceder sem a invenção do #AO90, sem o pretexto da “língua universau” e sem a conivência canina dos implicados acordistas-brasileiristas?

Visto D7 para Religiosos em Portugal: Requisitos e Processo

NacionalidadePortuguesa.com.br.

Muitos buscam Portugal como destino para viver, e o visto D7 surge como uma das opções viáveis, especialmente para aqueles com renda própria e atividades religiosas.

Neste artigo, vamos explorar os requisitos, documentação e benefícios do visto D7 para religiosos, guiando você através do processo e esclarecendo as principais dúvidas sobre essa categoria de visto.

Se você é um profissional religioso ou possui rendimentos próprios e considera Portugal como seu próximo lar, continue lendo e descubra como o visto D7 pode ser sua porta de entrada.

O que é o visto D7?

O visto D7 é uma permissão para viver em Portugal, concedida a pessoas que tenham renda própria no Brasil, podendo usá-la para se sustentar no exterior.

No visto D7, Portugal reconhece a possibilidade de residência para aposentados, pensionistas, detentores de rendimentos próprios e religiosos.

Portanto, o visto abrange diversas possibilidades, desde que seja comprovado o preenchimento dos requisitos exigidos, incluindo o valor mínimo anual, com apresentação da documentação adequada.

Categorias de pessoas que podem se candidatar ao visto D7

Podem solicitar o visto D7 para Portugal:

  • Quem já é aposentado e pode comprovar o recebimento dos valores de aposentadoria ou pensões;
  • Quem possui rendimentos de imóveis, bens móveis ou aplicações financeiras, por exemplo;
  • Estrangeiros que vão viver em Portugal para exercer atividades religiosas.
Requisitos para o visto D7 para religioso

Aqueles que exercem atividades religiosas no Brasil também podem ter direito a obter o visto D7 para religiosos.

Neste caso, os indivíduos necessitam ser integrantes de entidades de vida consagrada, ministros aptos a realizar cultos ou que desempenhem a função religiosa profissionalmente.

Ainda assim, sua condição deve ser certificada pela comunidade religiosa a que pertencem, e devidamente reconhecida pela ordem jurídica portuguesa.

No entanto, essa certificação de trabalho religioso ainda deve estar de acordo com todas as normas pedidas pela legislação em vigor em Portugal.

Documentação necessária para comprovar a atividade

Veja a lista dos documentos para requerer o visto D7 para religiosos:

  • Comprovante de hospedagem;
  • Certificado de Registro Criminal da Polícia Federal (PF) e ter o selo da Apostila de Haia;
  • Solicitação para Consulta de Registro Criminal Português: autorização que será repassada ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para verificar se o solicitante do visto possui algum histórico criminal no país europeu.
  • Seguro médico para viagem internacional ou PB4;
  • Uma cópia simples do passaporte do requerente, com validade acima de 90 dias;
  • Uma fotografia colorida e atual no formato 3×4;
  • Cadastro de solicitação de visto totalmente preenchido e com assinatura;
  • Comprovação original de moradia dos últimos 90 dias com nome do solicitante ao visto (conta de água, energia elétrica ou telefone);
  • Carta original da Igreja ou Entidade nacional com reconhecimento em cartório. O objetivo é oficializar a atuação do religioso em um local específico no território português;
  • Carta original da igreja ou entidade portuguesa devidamente reconhecida confirmando a atuação do religioso brasileiro;
  • Documentação de responsabilidade financeira, que pode ser enviada por uma das duas igrejas e/ou entidades religiosas.
Comprovação da renda gerada

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