Categoria: Apartado

“Piada de português” não é lusofobia? É lá agora!

«Marcelo Rebelo de Sousa diz que tudo entre Portugal e o Brasilé um problema de família“» (BrasilLusa, 03.07.22) [Lusofobia: causa(s) e efeito(s) – 4]

A vitimização brasileiresca, cada vez mais intensa e persistente, sempre contando com bajuladores, mercenários e vendidos tugas, ameaça já tornar-se na única face visível — ou seja, na máscara preferencial — do plano de linguicídio e extermínio cultural. [A vitimização como arma política – 3]

Com tantas “piadas de português”, não admira que o brasileiro “médio” julgue que o Português é uma piada e que, portanto, o “país-continente” pode não só troçar dele alarvemente como destruí-lo por completo, substituindo-o pela sua língua “universau”.

Sejamos magnânimos, porém. Se porventura alguém souber de uma única “anedota de brasileiro” é favor enviá-la por e-mail. Deve ter imensa piada, essa raridade inexistente.

Lusofobia, artigos publicados no Apartado 53

1 – Morder a Língua
2 – O rasgão

3 – Dar a outra face?

4 – Os brasileirófilos

5 – “Bombardear Portugal”

6 – Não sabe o que é a lusofobia? Então veja os “bonecos”…

 

Um pouco da genialidade de Chico

Posted by Juliano Alves Jorge on Tuesday, March 28, 2023


  • Por que o filho do português não faz a lição de casa?
    Porque ele mora em apartamento
  • O que o general português fez quando o inimigo enviou um avião de reconhecimento?
    Mandou uma carta de agradecimento
  • Por que o português não entra no ônibus quando esta chovendo?
    Porque o limpador de para-brisa fica dizendo “não”
  • Por que o português passou o dia repetindo “quarto, cozinha, banheiro” ?
    Porque a esposa o mandou decorar a casa
  • Por que o clube português foi totalmente destruído no incêndio?
    Os bombeiros não puderam entrar pois não eram sócios
  • Por que o português foi correndo consertar a buzina do carro?
    Porque o freio não estava bom
  • Por que o português não toma leite gelado?
    Porque a vaca não cabe na geladeira
  • Por que o português usa caneta atrás da orelha?
    Pra fazer conta de cabeça
  • Como você descobre que a padaria do português foi informatizada?
    Ele irá usar um mouse atrás da orelha
  • O que o português disse quando viu uma casca de banana no chão?
    Ai Jesus, vou ter que cair de novo!
  • Porque o português balança a cabeça quando vai raciocinar?
    É pra ver se pega no tranco
  • Por que os caminhões de gás com música não deram certo em Portugal?
    Porque logo na primeira esquina a orquestra caiu do caminhão
  • Como identificar um autêntico vinho português?
    Em baixo da garrafa está escrito: “a rolha é do outro lado”
  • Por que o português não molha a cabeça quando toma banho?
    Porque ele usa xampu para cabelo seco

[“Piadas de português” (excerto)]

A “terrinha”

Constituição da República Portuguesa

PARTE I – Princípios fundamentais
Artigo 9.º
Tarefas fundamentais do Estado

a) Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam; (…)
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais (…);
e) Proteger e valorizar o património cultural do povo português (…);
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa; (…)

PARTE III – Organização do poder político
TÍTULO II – Presidente da República
Artigo 127.º – (Posse e juramento)

(…)
3. No acto de posse o Presidente da República eleito prestará a seguinte declaração de compromisso:
Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.

⇐——————–⇔

Marcelo Rebelo de Sousa: “Portugal tem de lutar para dar a supremacia ao Brasil”

Questionado pela plateia sobre as vantagens do novo Acordo Ortográfico entre países lusófonos, que deverá entrar em vigor em 2014, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se a favor, defendendo que “há um debate artificial sobre a questão “. O professor disse que as alterações ao acordo “não são substanciais” para a Língua Portuguesa.
Marcelo referiu que o Brasil hoje é a maior potência económica e o maior país lusófono e realçou a ideia que “Portugal precisa mais do Brasil, do que o Brasil de Portugal”. Afirmou que o acordo tem “virtuosidades” e disse que “para Portugal conseguir lutar pela lusofonia no mundo tem de lutar por dar a supremacia ao Brasil.

Source: Marcelo Rebelo de Sousa: “O mundo da lusofonia tem de assumir que a liderança é do Brasil”
– JPN – JornalismoPortoNet, 1 de Maio de 2008

Receita de bolinho de bacalhau

Queremos despedaçar Portugal
Matar e comer, eis nosso desejo.
Foda-se os bons costumes e a moral
Foda-se Camões, os Pedros, o Tejo.
Queremos bombardear Portugal
Seus livros, estátuas, navios, cruzes
Que este incêndio nos livre do mal
E limpando o tapete acenda as luzes.
Ai, queremos violentar Portugal
Escarrar na língua, cagar no porto
Ver um futuro em que seja banal
O luso passado enterrado e morto
O nosso seio está seco de leite
De Portugal apenas o mar e o azeite.

Bruna Kalil Othero

Recusa de assinaturas pela Língua Portuguesa na Feira do Livro do Porto

«A Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico (ILC-AO) foi impedida de levar a cabo acções de recolha de assinaturas nos jardins do Palácio de Cristal, local onde desde sábado decorre a Feira do Livro do Porto.» (…)
(…) «O comissário Nuno Artur Silva, é conhecido desde há muito, «preferia já estar a escrever à brasileira» para «em vez de falar para dez milhões de pessoas falar para duzentos ou trezentos milhões», como referiu em 2011 em entrevista a um canal televisivo. Em 2014, num colóquio promovido pela Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), manifestou-se convicto de que «no futuro todos vamos escrever em brasileiro e que o português vai ser uma variante regional da língua brasileira», segundo noticiou a organização.» (…)

[revista “Abril Abril”, 10.09.2019]

Nuno Artur Silva, da administração da RTP a secretário de Estado de António Costa

Em 2015, Nuno Artur Silva chegou ao Conselho de Administração da RTP, a estação pública de rádio e televisão. Foi substituído n’O Eixo do Mal por Aurélio Gomes, o apresentador até aos dias de hoje, assumindo na RTP o pelouro dos conteúdos.
Deixou o board da empresa pública no ano passado, depois de um diferendo espoletado pela Comissão de Trabalhadores. Em causa, o facto de Nuno Artur Silva manter-se proprietário da “Produções Fictícias” mesmo depois de ter prometido vender a posição quando assumiu o cargo na administração, algo que não chegou a fazer.

Face a isto, o Conselho Geral Independente da RTP não reconduziu Nuno Artur Silva para um novo mandato de três anos, uma decisão justificada pelo órgão com uma incompatibilidade provocada pela “irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados”.

ECO”, 21.10.2019

Período de governação: 2019-10-26 até 2022-03-30

Biografia
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Não, não peço desculpa. E então?

Não será pelo enviesamento político-partidário obscenamente óbvio, nem pelo tom panfletário, o desfiar ad nauseum da cartilha de lugares-comuns tão caros ao vazio de ideias. De resto, a expressão do vazio absoluto através de palavras ocas e chavões de manual é parte integrante do discurso formatado que visa exclusivamente formatar. Não será, portanto, devido ao chorrilho de vacuidades expresso no choradinho ritual em que se viciaram estes tipos.

Quanto a paleios ocos — ou a paleios, genericamente –, cada qual sabe de si e daquilo a que lhe apetece dar crédito, o que, no caso, por exclusão de partes implicaria apenas… nada e coisa nenhuma, reacção alguma, o mais soberano desprezo.

Porém. Nesta entrevista, publicada na web há uns dias, aquilo que não pode passar sem resposta — mesmo que se ignorem as intenções subjacentes do “artista” e respectiva clique — é o acinte de que dão bastas mostras o entrevistado, a entrevistadora e o próprio pasquim electrónico onde o “diálogo” está miseravelmente exposto.

Dando de barato as tretas politicamente correctas e muito práfrentex, apesar de existirem relações de causa e efeito entre as ditas tretas e as igualmente tretas acordistas, já que ambas as “teorias” utilizam os mesmos adjectivos, as mesmas formulações e a mentira a granel como linha programática, pois ainda assim as reacções dividem-se não em dois mas em três “partidos”: a algumas pessoas, uma coisa destas pode provocar incómodo, o que será aliás naturalíssimo, isso é o mínimo que se pode esperar de quem ousa pensar pela sua própria cabeça, haverá com certeza muita gente que não vai gostar absolutamente nada e, de entre estes, é bem possível que um ou outro reaja com algo mais do que umas “bocas”.

Ao fim e ao cabo, não se aplica a todos nem é qualquer lei universal que se deva levar desaforo para casa (excelente expressão idiomática da língua brasileira, também para variar) ou, em Português de lei, não reagir a provocações. Assim, contra a tradição — e a própria linha editorial — do Apartado 53, desta vez, para variar, a introdução do conteúdo transcrito é uma simples opinião; que, num país pelo menos teoricamente livre, vale tanto como qualquer outra — mesmo as dos Lucas deste mundo, que são absolutamente livres de bolçar alarvidades e envergonhar-se a si mesmos.

Trata-se de uma entrevista particularmente insultuosa, ainda que o entrevistado tente não ultrapassar as marcas de possíveis contratos comerciais, o que muito provavelmente poderia acarretar prejuízos financeiros (e aí… parou, com peseta não se brinca), e por isso está mesmo a pedir resposta.

Que é esta: não.

Não, nós, no nosso país ou até fora dele, não temos quaisquer «questões de falta de memória muito graves, ou de enviesamento da memória». Ó Luca, pá, não te rales com a nossa gente, com a nossa memória, rala-te com a tua gente e rala-te com a tua própria memória, que pelos vistos até já nem te recordas do país onde estás.

Não, o Presidente da República Portuguesa — mesmo sendo o actual um brasileirista inveterado — não tem nada que pedir desculpa ou, aliás, seja o que for, a quem for e por que motivo for. E olha cá, ó Luca, pá, quando te dirigires ao Presidente de Portugal o tratamento é de Vossa Excelência para cima, vê se entendes, e mete lá o teu «‘Peça desculpas, senhor presidente’» where the sun never shines.

Não, Portugal não foi jamais essa coisinha horrorosa: «Portugal ser um dos dois países que mais praticou esse colonialismo, que mais praticou a escravatura mercantil moderna». Ó Luca, pá, vai estudar umas partituras (sabes ler música, espero), não te metas na floresta para ti virgem da História — e não confundas esta com a da tua terra –, essa bacorada da “escravatura mercantil moderna” é intocável (na acepção indiana do termo), caramba, Luca, vai lá para as congas, atão vá.

Não, «o colonialismo português» não foi absolutamente nada o «horror» que acabaste de inventar. Bem sei que a sugestão deve provocar-te um acesso de urticária mas, ó Luca, pá, experimenta ler umas coisinhas de vez em quando, deixa lá o samba e o futchibóu. Ou isso, um bocadinho de leituras, ou então podes sempre deixar — como se diz por aqui, “deslargar” — o país que tanto detestas e regressar a penates ou até, usando o passaporte, do tal país “detestável”, ir para onde te der na gana.

Não, era só o que mais faltava, agora ainda temos de levar com este estrangeiro, mas por alminha de quem, a “diagnosticar” «problemas que ainda existem de racismo, xenofobia» (em Portugal, não no Brasil) e a “receitar” a respectiva «superação». E esta “consulta” grátis, de tão conhecido quanto conceituado “especialista” (com pós-doutoramento em Tudologia, aposto), incluiu ainda outras amostras de ingerência nos assuntos internos do país a que os brasileiros chamam “terrinha”.

Não, por fim, à incrível, inaceitável, abjecta “exigência” deste e de outros Lucas. Não por mero acaso, está bem de ver, tamanha enormidade encabeça este nojo servido em forma de entrevista mas que afinal não passa de um manifesto de propaganda lusofóbica.

Não, Portugal não tem quaisquer motivos para “pedir desculpas”. Portugal é o povo português. O povo português jamais teve, tem ou terá que “pedir desculpas” por ser o que foi e o que é, pela sua História ou pela sua identidade colectiva.

Não posso nem devo nem quero falar por ninguém, à excepção de mim próprio. Queres desculpas, ó Luca? Por coisa nenhuma, certo? Acabaste de esgalhar aquelas patacoadas, não foi? Razões acrescidas.

Como português, apenas um deles, faço a minha parte.

Não. Não peço desculpa.

E então?


Ó tu, Sertório, ó nobre Coriolano,
Catilina, e vós outros dos antigos
Que contra vossas pátrias, com profano
Coração, vos fizestes inimigos:
Se lá no reino escuro de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
Dizei-lhe que também dos Portugueses
alguns traidores houve algumas vezes.

Camões


“Portugal está super-atrasado no pedido de desculpas aos colonizados”

www.noticiasaominuto.com, 07.03.23
entrevistadora: Natacha Nunes Costa

Há pouco mais de 10 anos, o cantautor carioca Luca Argel trocou o Brasil por Portugal, onde tem abraçado a música como fonte de prazer, de sobrevivência, mas também de contestação.

Depois de lançar ‘Samba de Guerrilha’, onde mostrou a sua versão de sambas históricos, que falam de racismo, escravatura e desigualdade, o artista apresenta-nos agora ‘Sabina’, o seu quarto álbum de originais, onde recupera e homenageia a história e o mito de uma vendedora que foi símbolo da persistência do racismo, após a abolição da escravatura e exemplo da solidariedade de rua que historicamente o enfrentou.

Em conversa com o Notícias ao Minuto, Luca Argel falou não só de musicalidade, mas também das mensagens que pretende transmitir com as canções e durante os concertos. Mostrou-se aberto ao “rótulo” de músico de intervenção” e apelou a que todos façam a sua parte para que Portugal não cometa os mesmos “erros” do Brasil, com a ascensão da extrema-direita.

Apesar de gostar de viver em Portugal, o artista realçou que o nosso país tem “alguns “problemas de memória” e que há um pedido de desculpas que falta o país fazer, algo que também retratou em ‘Sabina’.

Em breve, o disco será apresentado em Lisboa e Porto. Por enquanto, já pode ouvi-lo no canal de Youtube de Luca Argel.

Lançou no dia 22 de Fevereiro ‘Sabina’. Para quem ainda não sabe, quem foi esta vendedora de laranjas e o que representa para o povo brasileiro?

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“Agitprop” anti-AO90 (fotos)

Língua Portuguesa
Angola Cabo Verde Guiné-Bissau Macau Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste


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Macau põe a língua de fora

CAPÍTULO I
Disposição geral
Artigo 1.º

(Línguas oficiais)

1. As línguas chinesa e portuguesa são as línguas oficiais de Macau.
2. As línguas oficiais têm igual dignidade e são ambas meio de expressão válido de quaisquer actos jurídicos.
3. O disposto nos números anteriores não prejudica a liberdade de escolha, por cada indivíduo, da sua própria língua e o direito de a utilizar na sua esfera pessoal e familiar, bem como de a aprender e ensinar.
4. A Administração deve promover o ensino das línguas oficiais, bem como a sua correcta utilização.

Decreto-Lei n.º 101/99/

Muito se tem falado da CPLB, sempre torcendo a realidade para dar a entender que aquilo serve para mais alguma coisa além de encobrir politicamente o expansionismo brasileirista, mas na verdade essa fictícia “comunidade” de homens de negócios e caciques sortidos jamais fez fosse o que fosse além daquilo que identifica os dois tipos de sócios, ou seja, negócios para alguns e caciquismo para os restantes.

A Comunidade dos Países de Língua Brasileira, essa espécie de entidade especializada em efabulações — cuja eficácia apenas pode ser comprovada por alucinada estimativa, isto é, especulando sobre o número de débeis mentais que tais patranhas engolem — mas apenas interessada em cumprir à risca o plano de a) linguicídio, b) aculturação e c) anexação, nunca mexeu uma palha que escapasse à “lógica” imediatista do lucro.

A Guiné Equatorial, um pequeno país de língua espanhola (Castelhano) governado pelo ditador Obiang, aderiu à confraria sem a menor dificuldade ou sequer um assomo de dignidade (e muito menos de indignação) por parte do 28.º Estado ou da “metrópole” federal.

Timor-Leste, um Estado-membro “exótico” onde menos de 10% entendem, 5% falam e 1% escrevem Português, recebeu o PR tuga pelo 20.º aniversário da independência e o dito convidou os timorenses para “irem mais a Portugal” (ver/ouvir reportagem, a partir dos 3m26s). À excepção dos professores de Português (portugueses, eu próprio fui um deles) e dos brasileiros que por lá já vão parando (a Austrália é logo ali), a CPL”P” não mete o bedelho na Terra do Sol Nascente.

Quanto a Cabo Verde, basta dizer, a respeito da CPLB, isto: Cabo Verde adoptou a sua Língua nacional, o Crioulo.

Se o Brasil é o “gigante” que tantos pategos tugas admiram, então Angola e Moçambique são dois grandes matulões que os mesmos pategos menosprezam. Assinaram ambas as fantochadas, CPL”P” e #AO90, mas não participam de forma alguma em qualquer dos acordos inventados pelo Brasil com a conivência de alguns mercenários portugueses. Nem Angola nem Moçambique ratificaram ou sequer dão sinais de pretenderem sujeitar-se à língua brasileira.

Por fim, Macau. Apesar de recentemente ter havido algumas incursões exploratórias, a armar à “difusão e expansão” da língua brasileira, Macau ainda conserva algum tipo de imunidade tanto ao vírus do enriquecimento súbito (e brutal) como em relação a febres demagógicas e hemorragias de palavras ocas. Trata-se de uma região autónoma com Governo próprio, e ainda bem — no caso — que a China é um verdadeiro gigante ao pé do qual o Brasil (mais de seis vezes menor) terá de provar do seu próprio veneno supremacista. Resguarda-se assim Macau de contaminações, aquele belíssimo enclave, preservando em pleno viço o idioma de Camões.

Até quando se queixam de alguma coisa relacionada com a Língua Portuguesa, aos macaenses — honra lhes seja feita — apenas interessa resolver de imediato qualquer problema. Não fazem queixinhas a ninguém e nem lhes ocorre, decerto porque não são parvos, esperar que a CPLB vá lá impor-lhes a “língua universau”.

A este deputado Che Sai Wang não condecora o outro, o brasileirista-mor, o fulano dos “afetos”.

Criticada falta de meios e traduções tardias – Hoje Macau

Português | Criticada falta de meios e traduções tardias

João Santos Filipe
“Hoje Macau”, 2 Mar 2023

Che Sai Wang considera que os órgãos executivo, legislativo e judicial são maus exemplos da utilização da língua portuguesa. O deputado recorda aos governantes que o idioma de Camões também é oficial e pede medidas face à sua desvalorização

 

Apesar de o português ser uma língua oficial do território, os órgãos executivo, legislativo e judicial caracterizam-se por constantes limitações na utilização do idioma. A crítica é feita pelo deputado Che Sai Wang, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), numa interpelação escrita em que pede medidas para contrariar esta tendência.

Uma das principais críticas de Che, tem a ver com o tempo que as autoridades demoram a fazer traduções do chinês para o português. E o deputado destaca o caso dos tribunais. “É necessário muito tempo para carregamento dos acórdãos dos diferentes tribunais no website. A publicação mais recente do Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base foi no dia 28 de Abril de 2022, e a publicação mais recente do Juízo Laboral foi no dia 21 de Janeiro de 2021. Não obstante a publicação mais recente do Juízo Criminal ter sido no dia 18 de Janeiro de 2023, a data da publicação anterior foi no dia 8 de Outubro de 2021, ou seja, registou-se um intervalo de dois anos”, apontou Che.

O Governo também não se livra de críticas, principalmente devido à suposta promoção da governação electrónica. Para Che é uma implementação a duas velocidades, em que a língua portuguesa é sempre descurada.

“O Governo não tem parado de realçar a necessidade de se continuar a promover o governo electrónico, mas a não divulgação atempada de informações impossibilita o respectivo acesso por parte do público, impedindo a implementação do governo electrónico e prejudicando o direito à informação dos residentes”, acusa.

Vamos lá “optimizar”

Num contexto em que a língua portuguesa está cada vez mais de marcha-atrás engatada, Che quer saber o que vai ser feito para “assegurar a utilização simultânea das duas línguas”. “De que medidas dispõe para o efeito?”, questiona. “O Governo deve ainda recrutar mais tradutores e actualizar, atempadamente, as informações em ambas as línguas, para evitar prejudicar os direitos e interesses dos residentes ao nível da respectiva consulta. Vai considerar fazê-lo?”, pergunta.

Ao mesmo tempo, Che WaiSang questiona o número de serviços do Governo com capacidade efectiva para cumprir as leis em vigor, no que diz respeito à utilização do português.

“Nos termos do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º101/99/M, ‘[t]odos têm o direito de se dirigir numa das línguas oficiais, oralmente ou por escrito, a qualquer órgão da Administração, bem como às entidades concessionárias no exercício de poderes de autoridade, e a receber resposta na língua oficial da sua opção.’ Actualmente, quantos serviços públicos cumprem e põem em prática, com rigor, esta norma?”, interroga.

Postedin Manchete, Política
Temas che sai wang, tradução

[Transcrição integral de artigo publicado no jornal “Hoje Macau” de 2 Mar 2023. Destaques meus. Imagem de topo de: semanário “Ponto Final” (também de Macau e também em Português)]

[Nota: não é mera coincidência o padrão da calçada portuguesa em Macau ser igual ao da imagem de cabeçalho do Apartado 53. Trata-se, evidentemente, de um traço cultural sui generis que se encontra em todos os países e territórios que foram outrora colónias portuguesas. Incluindo o Brasil.]