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Angola não foi “infetada”

Álcool ″desinfetante″: xinguilamentos da língua portuguesa em Angola (por ocasião do Dia Mundial da Língua Portuguesa)

José Luís Mendonça
www.novojornal.co.ao, 13.05.23

A data do 11 de Novembro de 1975 marcou, no plano político, a descolonização de Angola. E marcou também, no plano da cultura, a descolonização da língua portuguesa. Quarenta e sete anos passados sobre a data da independência, constata-se que a língua portuguesa passou por um processo de transformações exactamente igual ao que se verifica nas outras dimensões da vida nacional. Ao retrocesso na economia, ao retrocesso nas condições de vida das populações corresponde fielmente o mesmo retrocesso na comunicação em língua portuguesa.

A língua é um privilégio concedido pelos deuses à sua maior criação, o Homem. A língua, que, como alguém já desconstruiu, não é nenhum corpo vivo autónomo, mas uma pele imaterial que cobre todo o corpus do pensamento, dá cor à vida em sociedade: cada qual, no seu dia-a-dia a faz e refaz para se comunicar.

Daí que, quando em 1990, foi assinado em Lisboa, o Acordo sobre a Ortografia Unificada da Língua Portuguesa, não poucos insignes escritores, académicos e outros lusitanos se insurgiram contra essa normalíssima adaptação da ortografia do português aos novos tempos e, até, negaram a sua validade.

Angola assinou o AO90, mas, até à data, recusa ratificá-lo. Aquando da celebração do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, no ano de 2019, o ministério da Educação da República de Angola tornou público um comunicado em que afirmava que pretende ver reflectidos no AO90, os aspectos da linguística bantu “para que a realidade linguística portuguesa de Angola possa ser retratada nas gramáticas contemporâneas”.

Ora, essa posição, também defendida pela Academia Angolana de Letras, contradiz a pragmática da língua portuguesa em Angola, pautada pela exclusão oficial dos aspectos da linguística bantu. Em Angola, escreve-se Cuanza-Norte, nome de província, mas a moeda nacional escreve-se Kwanza. Se Angola não faz uso do que lhe é peculiar, como pode pretender que os outros países da CPLP o façam?

O artigo 19.º da Constituição angolana estabelece que “1. A língua oficial da República de Angola é o português. 2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação internacional.”

O que muita gente no pelouro da Educação desconhece é que o Acordo Ortográfico de 1990 na sua Base I, 1.º, restaura o k e o y e introduz o w, fazendo o alfabeto português possuir 26 letras: O Anexo II do Acordo contém o Item 7.1 (»Inserção do alfabeto»), que justifica a introdução dessas três letras e das três razões, destacamos a que nos interessa:

“c) Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa existem muitas palavras que começam por aquelas letras.”

O que é que isto significa? Que o ministério da Educação, para além de falacioso, é preguiçoso, ao não criar um gabinete com peritos da língua pagos exclusivamente para elaborar estudos nesta área.

Quando o Estado não valoriza, nem promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola estará ou não a incorrer numa inconstitucionalidade por omissão? Sendo assim, que fundamento existe para o ministério da Educação não ratificar o AO90, alegando “os aspectos da linguística bantu”?

O que o Estado angolano deve fazer é simplesmente apropriar-se da língua portuguesa e fazer bom uso dela, impondo “os aspectos da linguística bantu” que achar necessários e não estar sempre a lamuriar-se como um bebé rabugento. A isso se chama fazer o trabalho de casa. [destaque no original]

xinguilamento | n. m.

xin·gui·la·men·to

(xinguilar + -mento)

nome masculino

1. [Angola] Acto ou efeito de entrar em transe, de xinguilar.

2. [Angola] Ritual em que se invocam os espíritos.

“xinguilamento”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/xinguilamento [consultado em 16-05-2023].
Xinguilamento linguístico

Mesmo sem a ratificação do AO90, acontece, porém que, devido a um sistema de Ensino obsoleto, a grafia luso-brasileira entrou pela escola adentro, e implantou-se implacavelmente na comunicação social dos angolanos, através das interferências intercontinentais, pela mídia e pelas migrações humanas, sem apelo nem agravo. Entrou em Angola como um modo zungueiro ou informal de dizer e escrever a língua oficial.

Um aspecto muito peculiar do estado de expressão do português é o facto de haver, na esfera da Administração Pública tantos modos de escrever a língua veicular, quantos os níveis de aquisição de (in)competência linguística pelos utentes. A fala também absorve esta fenomenologia do discurso, porém a plurimorfose linguística na oralidade é universal, esmaltada no tempo e perfeitamente inócua.

Em Angola, são facilmente detectáveis seis substractos linguísticos que influenciam a comunicação verbal:

1. O Acordo Ortográfico de 1945, que rege a língua oficial;

2. O Acordo Ortográfico de 1990, que Angola recusa ratificar;

3. A norma do Português do Brasil importada pelos seus falantes e pela pesquisa dos nossos estudantes na internet;

4. A norma do Português de Portugal que nos chega pela mesma via da do Brasil;

5. A recriação popular da língua pela estrutura mental e oral dos angolanos;

6. O fenómeno intercontinental de simplificação com o abuso da crase.

Poder-se-á ainda acrescentar um sétimo substracto que nos chega dos Congos, das nuances da língua francesa, em que a crase não segue as mesmas regras do português.

Esses seis ou sete níveis criam em Angola uma autêntica confusão linguística, a modos de xinguilamento verbal, na comunicação oficial, com diversas gradações e modos individuais de perceber e transmitir o pensamento através da língua oficial.

Quando a escola não preserva a língua, o povo anónimo faz a língua sair para fora da bocarra das normas.

Neste momento, a primeira acção relevante para uniformizar tanto a grafia quanto a sintaxe da língua oficial é a ratificação do Acordo Ortográfico de 1990.[destaque no original] Concomitantemente, sem mais delongas, é urgente reciclar os professores do Ensino de Base, para que adquiram a necessária competência linguística do português, língua oficial e acabar com o xinguilamento existente, pelo menos no espaço da Escola.

[Transcrição integral. Destaques e “links” meus.
Os destaques no original foram mantidos e assinalados como tal.
Imagem de rodapé: “Screenshot” do site da EPL – Escola Portuguesa de Luanda.
Em “grafia luso-brasileira” tracei “luso”.]

Nota: o site da EPL – Escola Portuguesa de Luanda já está totalmente adulterado pela cacografia brasileira; a imagem foi obtida após correcção automática. Esta aberração, evidentemente financiada pelos brasileiristas do Estado tuga, é caso único em Angola. Toda a Administração Pública angolana, Presidência, Governo e demais organismos e entidades do Estado — e também todo o sector empresarial privado, toda a sociedade civil, todas as organizações e serviços — não apenas não aplicam (Angola não ratifica) o #AO90 como continuam a seguir a norma do Acordo Ortográfico de 1945 (que o Brasil recusou unilateralmente em 1955). Veja-se, a título de ilustração, a página governamental dedicada ao Ministério da Educação, cuja titular é licenciada pela Universidade do Minho.

“Igualdade” pela porta dos fundos

Se a causa não for impopular, não é uma causa.
Ricardo Reis

Tratado de cacografia

  1. Na versão definitiva do AO90 (ainda não “revisto”, isso virá mais tarde), todas as alterações são imposições brasileiras; no Brasil, NENHUMA alteração, NENHUMA palavra escrita “à portuguesa” foi na escrita deles alterada; os brasileiros limitam-se a cumprir parte do acordado em 1945.
  2. O Brasil simula alterar a escrita da sua língua para fingir que “cedeu” em alguma coisa no “acordo” (por definição, tipicamente, num acordo ambas ou todas as partes cedem em algo e reivindicam outro tanto), mas todas essas “concessões” dizem respeito ao acordado 45 anos antes, num outro “acordo” que o Brasil assinou, jamais cumpriu, e denunciou unilateralmente dez anos depois, em 1955. As alterações de 1945 que fingem ser de 1990 resumem-se ao trema, a um acento nisto ou naquilo, à hifenização e pouco mais.
  3. As “contas” de Malaca&Bechara, SARI, tão aldrabadas como o próprio AO90, apontam para alterações de 1,4% e de 0,5%, respectivamente, na Língua Portuguesa e no brasileiro. Incrível ficção, claro: 100% das alterações ocorrem no Português-padrão e resultam exclusivamente, todas elas, do modo de falar dos brasileiros (os de “pronúncia culta”, dizem os vigaristas). O passo “técnico” seguinte seria, portanto, inventar justificações “técnicas” e “gramaticais” para cada uma das brasileiradas impostas.

[“post”:Tratado de cacografia, 23.01.22]

Acordo de Mo(r)bilidade

O chamado “Acordo de Mo(r)bilidade“, que foi recentemente tramitado pelo Governo português e aprovado no sítio e pela forma do costume.

[“post”: 200 anos e 880 anos de independência, 05.09.22]

Estatuto de “Igualdade”

“Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta Entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil”. Ou, abreviando, “Estatuto de Igualdade”. Foi assinado a 22 de Abril do já longínquo ano 2000 este Tratado entre dois dos oito Estados que integram a CPLP (fundada quatro antes, a 17 de Julho de 1996), nele se determinando, teoricamente, uma suposta igualdade de direitos políticos, civis, económicos, académicos, laborais, empresariais ou de qualquer outra ordem entre 215 milhões de brasileiros e 10 milhões de portugueses.

[“post”: Abril, ano 2000: “Estatuto de Igualdade”, 25.11.22]


Tendo por ponto de partida o #AO90 e a invenção da CPLB, torna-se mais do que evidente o encadeamento e o incontornável nexo de causalidade entre os diversos instrumentos que enformam o processo de subjugação em curso.

A cronologia dos acontecimentos, condensando os factos mais marcantes de toda a sequência, faz ressaltar claramente, sem margem para quaisquer dúvidas, não apenas a frieza calculista como também o profissionalismo — na pior das acepções do termo, bem entendido — daqueles que urdiram todo o plano.

Aparentemente, existe um hiato de uma década (2011 a 2021) na cronologia; aparência, de facto, ou, quando muito, pura ilusão de óptica: ao longo desses 10 anos decorreu a governamental campanha de lavagem cerebral em massa, através dos diversos órgãos de intoxicação pública avençados e de alguns idiotas úteis, papagaios de serviço ou agentes por conta.

Campanha essa, intoxicação essa que teve por objectivo primordial o mesmo de sempre, ou seja, a anestesia geral da população portuguesa, garantindo assim a sua passividade e a total inércia das diversas forças partidárias (e organizacionais) perante — mais uma vez, como já tinha sucedido com o AO90 — o statu quo pervertido, a política do “fato consumado”; mas agora em sentido lato, englobando o resto do plano com vista à plena anexação de Portugal como o 28.º estado brasileiro — o primeiro na Europa.

Concatenando sequencialmente, como óbvias relações de causa e efeito, a invenção da CPLP, o Estatuto de “Igualdade” (2000), a imposição do AO90 (2011) e, por fim, o Acordo de Mo(r)bilidade (2021), ficam ainda mais claros os reais objectivos de toda a trama. Com a intensa, sistemática e longa campanha de desinformação — nesta se incluindo a paradoxal vitimização política dos beneficiados (1, 2, 3) e o silenciamento da oposição através do insulto e da ameaça (1, 2, 3, 4, 5) –, os últimos dados revelam já que pelo menos três desses objectivos foram atingidos: a substituição da Língua portuguesa pelo crioulo brasileiro, a aculturação selvática e o estabelecimento de um Estado brasileiro na Europa.

Migrações para o espaço da União Europeia

A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia estabelece, no seu artº 21º, o seguinte:

1. É proibida a discriminação em razão, designadamente, do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social, características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões políticas ou outras, pertença a uma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficiência, idade ou orientação sexual.

2. No âmbito de aplicação do Tratado que institui a Comunidade Europeia e do Tratado da União Europeia, e sem prejuízo das disposições especiais destes Tratados, é proibida toda a discriminação em razão da nacionalidade.”

Alguns advogados – especialmente brasileiros a prestar serviços na Europa, estribam-se neste preceito para combater as dificuldades que enfrentam na obtenção e vistos ou na regularização dos seus clientes.

Não nos parece que seja esse um bom caminho, porque os recursos duram anos no procedimento administrativo e, essencialmente, porque há um enorme consenso do que toca à necessidade de adoptar providências que se adequem a garantir a segurança.

Costuma dizer-se que Portugal é uma das portas da União Europeia; e isso é especialmente verdade para os povos de língua portuguesa.

Vivemos um tempo de migrações; e Portugal é um destino muito procurado porque é, com toda a certeza, um dos países melhores do Mundo para viver.

O clima é ameno.

O custo de vida é baixo.

As escolas têm qualidade, a todos os níveis.

A saúde é gratuita.

E é o terceiro destino mais seguro do Mundo.

Os serviços de importação em massa são inúmeros, alguns legais, outros nem por isso e existem ainda outros que… nada disso. De qualquer forma, a porta dos fundos” para a União Europeia está agora aberta de par em par. Muito à custa do tal “Acordo de Mobilidade” — que é uma espécie de consequência “natural” do “Estatuto de Igualdade”. Tudo a pretexto de uma putativa “língua univérsau“, a única permitida na Comunidade dos Países de Língua Brasileira, claro, mai-las suas “centenas de milhões de falantes“.
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Tarde piaste, iavezinha

Professores querem grupo para discutir aceitação de variedades de português em exames

 

A Associação de Professores de Português (APP) propôs ao Instituto de Avaliação Educativa (Iave) criar um grupo de trabalho no seu conselho científico*** para discutir a aceitação das variedades linguísticas codificadas do português nos exames nacionais. Segundo o Ministério da Educação, o presidente do Iave manifestou “disponibilidade para discutir o assunto com a referida associação, o que acontecerá brevemente” – mas não especificou quando.

[Extracto parcial (amostra disponibilizada “gratuitamente” pelo jornal online) de artigo da autoria de Joana Gorjão Henriques. “Público”, 14 de Outubro de 2022]

 

 

*** – a notícia referida no bocadinho de texto acima citado foi aqui transcrito na íntegra.

 


Deve ser realmente justo que o jornal “Público” se reserve uma caterva de direitos autorais, ainda que as matérias sejam de interesse igual ao do nome do jornal e que tais direitos se estendam até às cartas ao director ou ao “provedor do leitor“, assim como aos artigos de ambos esses titulares — a tudo menos aos anúncios a granel. Semelhante reserva deve ser absolutamente necessária, de facto; nem a publicidade comercial nem a “institucional”, paga pelo Estado, chegarão com certeza para mandar cantar um cego, quanto mais pô-lo a tocar rabecão.

Daí, portanto, não havendo um exemplar em papel que se possa digitalizar (isso não deve o pessoal do “Público” perseguir, pois que diabo, Portugal não é um país de capitalismo selvagem nem está cheio de gananciosos patológicos), então “é assim”, como agora se diz, quem quiser ler as novas que se fique pelas “gordas”. “Gordas” essas que são servidas com uns appetizers textuais, dois parágrafozitos à laia de Martini com azeitonas verdes. E já gozas.

Tão frugal serviço noticioso foi-nos agora de novo servido (se bem que requentado) tratando da mais recente salgalhada que envolve professores e um departamento governamental cujas funções, como parece indicar a designação daquele “instituto”, consistem em avaliar não se sabe ao certo o quê mas que terá, presumivelmente, algo a ver com a função “educativa”. IAVE. É bem achado, convenhamos. “Instituto de Avaliação Educativa“, mas que lindo nome, ui, tão catita.

E de uma transparência absolutamente brutal, logo a começar pela apresentação que faz de si mesmo: «Regemos a nossa actuação por princípios de imparcialidade, de transparência e de rigor técnico e científico, respeitando a política educativa vigente.» Belíssimo oxímoro, para começar, logo nesta entrada a pés juntos: conseguir juntar na mesma frase dois conceitos que mutuamente se excluem, não é para qualquer. Nota-se que há ali tarimba. Encadear “rigor técnico e científico” e “política educativa vigente”, convenhamos, é de mestre; bem, pode ser que a “vigência” da “política educativa” seja milenar ou eterna e não esteja afinal limitada ao período de “vigência” da política imposta por determinado mandato governamental de quatro anos.

Quanto a “transparência”, caríssimo pessoal do IAVE, grandes bacanos, estamos de igual forma conversados. Parece que, por exemplo, a tal reunião “urgente” para aprovar automática e administrativamente os alunos brasileiros por serem brasileiros, afinal, era tão “urgente” em Julho passado como é “urgente” agora, em Outubro. As urgências lentas são um mimo, portanto entende-se perfeitamente a falta de “pressa” da “urgência”.

Esperam por que a simples passagem do tempo faça caducar o engulho. O método do facto consumado, que tão espectaculares resultados produziu na “adoção” do AO90, servirá de igual forma para que esta pequena lagartixa se transforme por metamorfose em mais um jacaré.

Metáforas à parte, por mais horripilante e abrangente que seja a analogia, o que importa realçar nestas nada subtis vigarices ministeriais e sindicais é a previsibilidade: fica absolutamente claro o que se pretende, na sequência “natural” da imposição feroz do #AO90 no sistema de ensino ex-português, assim como não subsistem — desde o início — quaisquer dúvidas sobre o papel da APP na “adoção” e, por conseguinte, o que é e para que serve essa tal Associação de Professores de Português brasileiro, quais dos/dasseus/suasassociados/as são os/as principais protagonistas da traição, em que ligações (olha, editoras, ah, que surpresa) está emaranhada.

Toda a gente sabe qual é a táctica, a rotina mecânica utilizada sempre pelos mesmos em processos parcelares ou pontuais, como é o caso deste, e qual é o desfecho mais comum dos seus métodos de demolição: ou passa tudo a brasileiro ou então vai ferrete de “xenofobia” na testa. A receita do costume, claro. Da qual, aliás, com ingredientes como o IAVE e a APP e tantos outros, se tem este Apartado ocupado amiúde, partilhando receitas, umas mais substanciais do que outras, algumas com sua graça mas quase sempre com o sabor amargo característico dos cozinhados acordistas, cujo veneno, mesmo em doses homeopáticas, pode tornar-se letal se consumido sem grandes cuidados.

É miserável mas não deixa de ser caricato o que vai sucedendo, por exemplo paradigmático, no assim dito “sistema de Ensino” indígena: evidentemente, visto que “eles são 230 milhões e nós somos só 10 milhões”, então há que — além de escrever como “eles” falam — “facilitar” e “agilizar” também o percurso académico “deles” (e só deles, para os alunos portugueses fica tudo na mesma), aceitando que escrevam como falam (ou como de resto lhes der na real gana). Este aparente conflito resultante da aculturação selvagem deixará de o ser de imediato, como que por milagre, com o estalar de dedos do costume — ou seja, via “orientações” internas da tutela, na secretaria da 24 de Julho, e de seguida com a consagração legal na respectiva linha de montagem, a São Bento. [A vitimização como arma política – 2 (Gerundiando o estando ensinando) 03.08.22]

Poetic Outlaws (facebook)

Deste enorme Pantacruel devem servir-se os comensais — que de “chefs” estamos mal — com estrema parcimónia e, sobretudo, com extremo cuidado. Cuidado, por exemplo, com os “ouvi dizer” e com os “achismos”. Ainda piores do que os tachistas são os achistas, como sabemos, especialmente quando acumulam funções.

Ao invés do que dizem alguns idiotas úteis (ou do que “acham” outros idiotas e inúteis), não existe nisto — pelo menos, não existem precedentes que estabeleçam algum tipo de jurisprudência na matéria — o direito de “objecção de consciência”. A RCM 8/2011 equivale, para todos os efeitos, a uma ordem por escrito: pode a posteriori ser contestada, mas primeiro terá de ser acatada; a sua recusa liminar e sumária, alegando uma putativa objecção de consciência quanto a escrever em língua brasileira, poderá resultar em igualmente sumário processo disciplinar tendo em vista… o despedimento.

Posso afiançar, para o duvidoso caso de isso servir para alguma coisa, que obviamente não sou eu próprio o autor desta ou de qualquer outra das inúmeras abjecções legislativas de que o sistema jurídico português está servido. Quem, por mania ou desfastio, persistir em desencantar culpados e destapar alçapões pode, por exemplo, tentar descobrir para que serve ou o que é ao certo a nacional Provedoria de Justiça, esse misterioso serviço que trata da defesa do cidadão comum em qualquer situação de injustiça, à excepção de possíveis engulhos com a… Justiça. (mais…)

Arqueologia linguística

Curioso, este artigo de Marco Neves. Quem o ler assim de repente pode até pensar algo como “olha, mais um que já pendurou as chuteiras“. Longe vá o agoiro, é claro, de mais a mais porque “isto”, a Língua Portuguesa, que tanto aborrece a alguns, não é exactamente o pontapé na chincha. Não deixa de causar alguma estranheza, porém, futebóis à parte, que tão denodado quanto profuso escriba — tantas vezes aqui citado e transcrito — tenha agora virado a agulha para as coisas da arqueologia linguística, escavando túneis profundos, tão profundos que os não iniciados arriscam-se a sair do outro lado da Terra.

Não será revirando fósseis ou autopsiando múmias que algo de útil ou sequer inteligível poderá ressumar quanto àquilo que realmente interessa… ao povão, digamos. Nem mesmo o espantosamente básico facto que Santayana formula será para aqui chamado, ainda que por excepção, dado que — precisamente — é o passado aquilo que o AO90 pretende reescrever como suporte “ideológico” para eliminar o futuro da Língua Portuguesa.

Além das sucessivas campanhas de intoxicação da opinião pública (ah, e tal, eles são 230 milhões), de estupidificação e de anestesia em massa (novelas, escolas de samba, futebol, canais de TV, “kárrnávau”, importação de “génios” sortidos), no que diz respeito à Literatura em concreto e à escrita em geral são metódicas e persistentes as criminosas acções de reescrita do passado. Ou seja, a política do facto consumado com efeitos retroactivos: enquanto vão apagando quaisquer vestígios da escrita “de antigamente”, a tal que estava “errada”, segundo eles, sucedem-se as reedições dos nossos clássicos (fora os manuais escolares), enormes colecções são “revisadas” e reeditadas com aniquilação selectiva de tudo aquilo que no Brasil não é pronunciado, articulado ou… dito. Portanto, respectivamente, destrói-se a ortografia (sequências consonânticas, marcas etimológicas), “adota-se” a ortoépia (pronúncia, estrutura frásica) e esmigalha-se o léxico. Vai tudo a eito.

O objectivo primário do “acordo” é, funcionando como disfarce para as negociatas (via CPLP, IILP, IC e AR) “justificar” a “adoção” da língua universau brasileira em Portugal e PALOP. Trata-se de uma complexa manobra de bastidores, insidiosa e mentirosa, levada a cabo por políticos, vendidos, traidores e idiotas úteis, no intuito de expurgar radicalmente a génese e a matriz da Língua Portuguesa para assim impor aos nacionais uma língua estrangeira e, sempre a pretexto da brasileirofonia, servir os interesses geo-político-económicos do Brasil e os interesses nada-mais-do-que-económicos dos vendilhões que por aí rastejam.

Que todas as línguas evoluíram, evoluem e continuarão a evoluir não é grande novidade e ainda menos será uma descoberta de fazer arregalar um olho, quanto mais os dois. Não será isto, aliás, com toda a certeza, nenhuma das “verdades” que toda a gente atribui a Jacques II de Chabanes; deixemos as “lapalissadas” para quem ainda acredita em historinhas; além do mais, em sinal de respeito, pois La Palisse está morto e bem morto, ou como diria o lacaio de Monsieur, se não estivesse morto com certeza estaria tão vivo como estava momentos antes de falecer. Evoluem as línguas, como tudo evolui, e esse “fenómeno” (muito anterior a Camões, note-se, aí uns 28500 anos anterior ao Grande Zarolho) é não apenas uma inevitabilidade como constitui a própria essência das coisas humanas.

O erro será, precisamente, pela sua própria natureza, arrogar-se alguém — bandoleiro solitário ou bandos deles — o direito de sequer tentar perverter, desviar, alterar o percurso inelutável da História.

Portanto, ainda que tal pareça, não pode pretender este (ou qualquer outro) autor “explicar” seja o que for de “natural” na “evolução” da Língua através da repescagem de fragmentos da escrita, do período arcaico ou até recuando à cuneiforme ou à hieroglífica; isso não apenas não explica coisíssima nenhuma — a não ser, evidentemente, o que antes porventura alguém desconhecia ter existido nesse particular — como ainda menos ou absolutamente nada explica, esclarece, justifica uma aberração (o #AO90 não contém aberrações, é todo ele uma aberração) ou serve para atenuar culpas e esbater responsabilidades dos envolvidos.

Exceptuando o facto incontornável de a língua brasileira ter tido origem na matriz da portuguesa, não existe a mais ínfima ou remota relação entre a ortografia de Eça (ou a de Camões ou a de Gil Vicente ou a de D. Afonso II) e aquela coisa que os brasileiristas pretendem impingir a Portugal e PALOP. Não existe relação alguma porque a Língua não é nem relativa nem relativizável — simplesmente é o que é: nós temos a nossa, o Brasil tem a sua.

Pois que fique lá com ela.

Como era a ortografia de Camões?

Marco Neves
SAPO – 24.sapo.pt, 09.10.22


Como escrevia Eça?

 

Vamos chegar a Camões, nesta viagem no tempo, mas primeiro peço ao leitor que abra uma qualquer edição actual d’Os Maias. Estará na ortografia portuguesa — algumas edições usam o novo acordo ortográfico, outras aplicam a ortografia de 1945 com as alterações introduzidas nos anos 70.

O que nenhuma editora faz é apresentar-nos o texto tal e qual o próprio autor o escreveu.

Eça usava a ortografia da época, muito pouco estável, diga-se — é a ortografia que encontramos no texto transcrito nesta página, por exemplo. O início mostra-nos logo algumas das diferenças:

A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no outono de 1875, era conhecida na visinhança da rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janellas Verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete. Apesar d’este fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por cima uma timida fila de janellinhas abrigadas á beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de Residencia Ecclesiastica que competia a uma edificação do reinado da sr.ª D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo assimilhar-se-hia a um Collegio de Jesuitas.

Perante isto, as editoras têm de decidir o que fazer com o texto ou arriscam-se a pôr nas mãos dos leitores textos com «á», com «visinhança», com «assimilhar-se-hia» e por aí fora.

Por mim, acho curioso encontrar os textos assim. Mas imagino as cartas furiosas que as editoras iriam receber se se atrevessem a tanto.

Tem de haver alguém que faça aquilo a que se chama «fixação do texto». Há uma edição famosa das obras do Eça da Livros do Brasil em que o nome de Helena Cidade Moura aparece com muito destaque como responsável por essa fixação. É a pessoa que decide o que fazer com as diferenças ortográficas, com a pontuação, com os itálicos, entre outras decisões nem sempre óbvias e muito menos fáceis.

Que tipo de alterações são estas? Dou um exemplo. Procuro ao calhar do dedo um extracto d’Os Maias:

  1. Anna, depois de bocejar de leve, retomou a sua idéa:—Sem contar que o pequeno está muito atrazado. A não ser um bocado de inglez, não sabe nada… Nem tem prenda nenhuma!—Mas é muito esperto, minha rica senhora! accudiu Villaça.—É possivel, respondeu seccamente a intelligente Silveira.E, voltando-se para Euzebiosinho, que se conservava ao lado d’ella, quieto como se fosse de gesso:—Oh filho, dize tu aqui ao sr. Villaça aquelles lindos versos que sabes… Não sejas atado, anda!… Vá, Euzebio, filho, sê bonito…

Procuremos agora este texto numa edição actual d’Os Maias. Encontraremos algo parecido com isto:

  1. Ana, depois de bocejar de leve, retomou a sua ideia:— Sem contar que o pequeno está muito atrasado. A não ser um bocado de inglês, não sabe nada… Nem tem prenda nenhuma!— Mas é muito esperto, minha rica senhora! — acudiu Vilaça.— É possível — respondeu secamente a inteligente Silveira.E, voltando-se para Eusebiosinho, que se conservava ao lado dela, quieto como se fosse de gesso:— Ó filho, diz tu aqui ao Sr. Vilaça aqueles lindos versos que sabes… Não sejas atado, anda!… Vá, Eusébio, filho, sê bonito…

Passámos de «idéa» para «ideia», arrancámos algumas belas letras, mudámos o nome ao Eusébio — até corrigimos o verbo «dizer», na última frase! E os travessões também se multiplicaram…
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‘Gente surda e endurecida’

O “género neutro” não é — de todo — tema que interesse ou sequer diga respeito ao #AO90, a não ser pelo gigantesco senão de a questão da “igualdade de género” no Brasil implicar mais uma machadada na língua de cuja designação o “país-continente” se apossou e que traficantes de mentiras impuseram à força por cá.

Será, porém, mais uma inerência — e mera questão de tempo — até que os políticos portugueses em concreto e os vendilhões em geral impinjam a Portugal também este “extra”, igualmente nada subtil, dizem eles que “igualitário” e “integrador”. Não carece tão horroroso prognóstico de quaisquer dotes de vidência; algum bom senso e outro tanto de senso comum bastam e sobejam para uma conclusão que não passa de simples evidência.

Trata-se, e daí justificar-se a sua inclusão no acervo monotemático do Apartado 53, da mesma “lógica” de imposição feroz da “língua universau” à qual os 2% da população portuguesa a quem a questão interessa já vão obedecendo mansamente, na esteira da lapidar premonição camoniana, a apagada e vil tristeza que infelizmente o Poeta não levou consigo para a tumba.

Ainda veremos alguns idiotas úteis — uma praga que infesta o país inteiro, maleita bem pior do que a de piolhos nas escolas — apregoando os putativos méritos “linguísticos” de mais este desconchavo. Ele há gente capaz de tudo, realmente, em especial quando desses comichosos parasitas boa parte pertence à sub-espécie de infiltrados, ex-anti-acordistas; gente capaz de, na imortal expressão de Arnaldo Matos, dar cambalhotas por cima da própria cabeça. Gente espertíssima, ilustradíssima, diplomadíssima, gente capaz de convencer qualquer analfabeto dos méritos de uma gramática inexpugnável e da leitura esotérica. Gente a merecer uma condecoração, porimagem copiada de: conta no Twitter de "Ukrainian Air Force" conseguinte, até porque a troca de medalhinhas parece estar na moda; as palmadinhas nas costas caíram em desuso, agora o acto de engraxar (ou a “coçadela mútua” entre primatas, segundo Desmond Morris) prima pela discrição — e pode ser que o recordista mundial de visitas ao Brasil os convide para o próximo Dia Mundial da Língua Brasileira, cerimónia na qual decerto com imenso garbo imporá as insígnias aos íssimos, aos istas e aos ados.

O artigalho em baixo transcrito (no original brasileiro, já que a publicação é brasileira) contém diversas premissas (e não menos bacoradas) que poderiam merecer algum destaque, mas fiquemo-nos — em termos de autópsia linguística — por duas articulações no exacto local da fractura exposta que é o #AO90: a primeira, «a adaptação do idioma por meio da linguagem neutra não pertence à gramática da Língua Portuguesa» e a segunda «o novo acordo ortográfico demorou a ser aceito porque foi uma mudança imposta

Evidentemente, o hábito de chamar “portuguesa” àquela língua parece inultrapassável, até porque a ideia foi cozinhada e apimentada por tugas, mas não deixa de ser curioso que para tentar explicar tecnicamente aquilo que não tem qualquer explicação — em brasileiro, porque em Língua Portuguesa tem mesmo — ainda há quem por aquelas bandas se agarre à norma-padrão; o que aliás é imediatamente anulado quando surge a invenção predilecta dos acordistas: a “norma culta”. “Culta” para eles, claro, e “norma” só se for na cabecinha deles, ainda é mais claro; referem-se ao modo de falar (“jeitu dji fálá”) de São Paulo e Rio de Janeiro, nada mais. De facto, o “falar culto” — um desconchavo que não existe sob perspectiva alguma, seja gramatical, linguística, fonológica ou sequer sociológica é um dos “argumentos” predilectos dos acordistas tugas e zucas, mas na verdade não colhe jamais, é só um desconchavo que esses tipos sacam do ferramental para aplainar reboco cerebral.

Mas não deixa de ser interessante. A anteriormente citada frase do “grande dirigente e educador da classe operária” (o qual, aliás, escrevia na perfeição) aplica-se também, plenamente, a toda a sorte de malabarismos, contorcionismos e outros números de circo retórico que o “tribunaonline” fez o favor de publicar.

A invocação da gramática, genericamente falando, seria hilariante caso não fossem desastrosos os resultados da imposição manu militari de um acordo que o não é. A putativa resistência de misteriosas camadas (quais?) da população brasileira a uma negociata política não tem qualquer paralelo ou termo de comparação; tentar anexar aquela vigarice diplomática à “discussão” sobre o sexo das palavras não passa da habitual desonestidade intelectual. Inverter o sentido da imposição, sob este ou qualquer outro pretexto, é também não apenas intelectualmente desonesto como pretende funcionar como atestado de estupidez (merecido, se for o caso) a quem semelhante patranha engolir. Os brasileiros limitaram-se a ir acatando, a partir de 2009, parte do que tinham acordado em 1945; exclusivamente nisso consistiu, para eles, o seu querido “acordo” de 1990; não houve uma única palavra grafada em Português que tenha sido por eles “adotada”; pelo contrário, Portugal e PALOP foram obrigados por meia dúzia de escroques a escrever segundo a transcrição fonética do brasileiro “culto”, e daí os milhares de importações compulsivas. Nisto e apenas nisto consiste o #AO90; é este o único aspecto técnico de uma golpada integralmente política com finalidades exclusivamente empresariais.

Foi e continua a ser com a preciosa ajuda de alguns mercenários e agentes por conta que no nosso país foi estabelecida uma situação de facto consumado; e desse processo a poucos, a muito poucos, não podem e não devem ser assacadas responsabilidades. Ou, simplificando, nos termos do aforismo célebre, “a verdade é filha do tempo, não da autoridade.”

Podem tentar dar a volta ao texto, podem pretender pervertê-lo de todas as formas, podem torturar a verdade dos factos com requintes de malvadez. Ou podem até inverter o ónus da culpa e bombardear com o seu inesgotável arsenal de mentiras a paralisia dos indiferentes e dos néscios, a ignorância dos crédulos e o silêncio dos inocentes.

A realidade não caduca.

Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida,
O favor com quem mais se acenda o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.

[Luís de Camões, “Os Lusíadas” – X 145]

Empresas adotam linguagem neutra e cotas para mulheres e pretos

tribunaonline.com.br, 22.09.22

A linguagem neutra ganha cada vez mais visibilidade e começa a ser gradativamente incorporada nas empresas e no mercado de trabalho. E outras medidas especiais começam a ser instituídas em grandes empresas, entre elas, cotas para mulheres e pessoas pretas, por exemplo.

 

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[legenda] Bolsa de Valores de São Paulo vai exigir inclusão também de pessoas com deficiência em cargos de alta liderança

Essa medida deve se tornar obrigação: para ampliar a diversidade nas empresas de capital aberto, a Bolsa de São Paulo (B3) quer exigir que as companhias cumpram meta de inclusão de mulheres e integrantes de grupos como negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, em cargos de alta liderança.

O descumprimento pode ter consequências, incluindo até um processo para a retirada da lista da B3. A iniciativa é inspirada em normas do Reino Unido e em regras adotadas por bolsas nos EUA, na Austrália, em Hong Kong, no Japão (Tóquio) e em Cingapura.

As novas determinações foram colocadas pela B3 em audiência pública. Qualquer pessoa pode enviar contribuições pelo e-mail sre@b3.com.br. O texto final deve começar a vigorar em 2023.

A proposta é que as empresas brasileiras tenham, em seu conselho de administração ou diretoria estatutária, a primeira pessoa diversa até o fim de 2025 e incluam a segunda até o fim do ano seguinte.

“Empresas que investem em diversidade étnica têm 33% mais chances de obterem resultados superiores às empresas que não têm essa mesma orientação. Já as que têm equilíbrio de mulheres são 21% mais lucrativas”, disse a conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), CynthiaMolina.

O banco Itaú, por exemplo, estabeleceu metas para ter na empresa entre 35% e 40% de mulheres em cargos de liderança e de 27% a 30% de pessoas negras até 2025.

O gênero neutro é considerado controverso porque muda o idioma. A linguagem neutra busca atender e incluir pessoas que não se identificam com o gênero masculino ou feminino. Para isso, são feitas adaptações que visam incluir e representar esse grupo social.

Ela muda o uso de pronomes. Por exemplo, ao invés do tratamento por “ele/dele” ou “ela/dela”, o grupo prefere ser tratado por “ile/dile”. Em contrapartida ao “todos/todas” surge o “todes”.

A SerasaExperian, por exemplo, adotou a linguagem para se dirigir aos funcionários e nas redes sociais.

Especialista critica alteração no idioma

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