Etiqueta: Guiné-Equatorial

Adeus, Goa

Velha Goa, antiga capital da Índia Portuguesa

Quanto aos negócios, pois tende paciência, senhores lusofonistas, isso já está tudo tomado: o Brasil agradece, está claro, se bem que pela calada e em absoluta surdina, e até parece que nos estão fazendo um grande favor quando passam a ocupar, à conta do AO90 e sob o disfarce da CPLP, as nossas posições económicas (e políticas e culturais) um pouco por todo o mundo, nos países e territórios a que outrora aportaram nossos maiores; “do Minho a Timor”, sim, passando por Macau (China) e em breve por Goa (Índia), o novo império dos negócios brasileiros segue pujante e das migalhas sobrantes vão debicando os vendidos tugas, esses galináceos com muito cócórócó na garganta e imenso cocó na cabeça.
[O tubarão fantasma, 23.06,21]

Finalmente, o Brasil declara oficialmente quais são as suas reais intenções quanto à Comunidade dos Países de Língua Oficial Brasileira (CPLB) e assim destapa o verdadeiro significado dos chavões propagandísticos que desde 1996 utiliza para camuflar a “expansão” da sua influência política e, sobretudo, dos seus interesses económicos.

A expressão-chave, agora utilizada pela primeiríssima vez, é “Sul Global”. Certamente, esta estreia mundial — no âmbito da CPLB e, por conseguinte, da “língua universau” — terá surgido por simples lapsus linguae de algum jornalista mais inexperiente nos meandros da alta finança mundial e na avassaladora corrupção que esse milieu envolve.

“Sul Global” é, afinal, uma forma simplista de designar algo extremamente complexo. Tentando reduzir o conceito à sua essência mais elementar e facilmente compreensível, “Sul Global” foi uma fórmula inventada recentemente para rebaptizar aquilo que anteriormente se designava como “Terceiro Mundo” ou “países em vias de desenvolvimento”; mais popular e claramente falando, era o conjunto de inúmeras “repúblicas das bananas” a reboque e/ou sob o domínio da Rússia, da China e da Índia.

Trata-se, portanto do bloco económico oposto ao das grandes potências capitalistas do chamado “Grupo dos Sete” (G7): Estados Unidos da América, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido.

Por contraponto à designação dos países mais ricos, apesar de o G7 carregar um nome que parece tão inócuo como o da colecção homónima de Enid Blyton mas não ter absolutamente piada alguma, o dito “Sul Global” apresenta-se assim para esconder as mesmíssimas pretensões hegemónicas, mas desta vez com outros protagonistas: em vez dos “exploradores” americanos, ingleses, alemães e franceses, o mundo passará a gozar de “amplas liberdades”, imensa “fartura” e não muito mudos “amanhãs que cantam” sob o altruísta jugo da República de Xi Jinping, da República de Putin, da espécie de califado de Narendra Modi e agora, por fim, da “abençoada por Deus” (em pessoa) República Federativa de Lula da Silva.

A este poker de ases juntam-se alguns jokers (África do Sul, Indonésia, México) e uma ou outra dama (Filipinas, Nigéria), tudo escoltado, como sempre sucede no jogo político, por imensos duques e senas tristes. E pronto, é só baralhar e tornar a dar — ou seja, a tirar. Trata-se, portanto, este “Sul Global”, de uma versão revista e aumentada de uma coisa conhecida por BRICS (“tijolos”, no original em Inglês): Brazil, Russia, India, China, South Africa.

No caso particular do B dos tijolos, os negócios vão de vento em pompa, como se vê, não apenas para a “turma” do doutorado pela Universidade de Coimbra, esse primor de sabedoria e cultura (viu?); e também não vão tendo razões de queixa os brasileiristas, lacaios e homens-de-mão que na tugalândia — sempre a expensas da manada contribuinte da “terrinha” — vão desbravando terreno para que nada falte aos “irmãos” deles e, sobretudo, ao seu paizinho “espirituau”.

0 28.º Estado serve como quintal e porta dos fundos de excedentários para a Europa. Timor, S. Tomé e Cabo Verde são três excelentes porta-aviões para a gloriosa Marinha brasileira. Os diamantes de Angola e o gás natural de Moçambique, em especial se ou quando aqueles dois países aderirem à nova versão dos BRICS (mas que grande golpada, realmente, o “metalúrgico” sabe-a toda), até mais ver ficarão em standby. Macau é um enclave que dá imenso jeito como alçapão para verdadeiros negócios da China.

Só faltava mesmo isto: Goa.

Goa sedia o Festival Internacional da Lusofonia

“TV BRICS”, 30.08.23

Após o 53º Festival Internacional de Cinema da Índia (FICI), Goa está pronta para sediar outro evento. Em dezembro, o estado sediará o Festival Internacional da Lusofonia (Comunidades dos Países de Língua Portuguesa, CPLP).

A lusofonia, em sentido amplo, se refere à população de língua portuguesa do planeta: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Timor Leste. A lusofonia se desenvolveu nos marcos dos quinhentos anos de Império Português.

O festival será aberto com pompas em 3 de dezembro de 2023 por PramodSawant, Ministro-Chefe de Goa, no Durbar Hall da Casa do Governo (RajBhavan). A Ministra de Estado das Relações Exteriores e Ministra de Estado da Cultura, MeenakshiLekhi, será a convidada de honra do festival. O festival foi organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, em associação com o Conselho Indiano de Relações Culturais (CIRC) e o governo do Estado de Goa.

Goa possui laços históricos com o mundo de língua portuguesa, fomentados pela presença de instituições culturais portuguesas, como a Fundação Oriente e o Instituto Camões, que promovem a língua e a cultura portuguesas na Índia. O que permite fortalecer os laços econômicos, culturais e interpessoais entre os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O festival contará com apresentações de grupos culturais visitantes dos países membros da CPLP (70 artistas) em diversos locais em Goa, seminários sobre música dos países de língua portuguesa para artistas e voluntários, vários workshops, exposições de fotocópias de documentos históricos, da arquitetura única, do artesanato e do mobiliário de Goa.

Além disso, o LusophoneFoodandSpirits Festival apresentará os laços culinários entre a Índia e o mundo de língua portuguesa. Mesas-redondas sobre “O ingresso da Índia no Sul Global – Em busca de um caminho de aproximação com a CPLP” e “Os laços históricos e culturais da Índia com os lusófonos: retrospecto e perspectivas” não só enfocarão os laços históricos e já existentes da Índia com o mundo lusófono, mas também discutirão formas de maior cooperação.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, também conhecida como Comunidade Lusófona, é um fórum multilateral criado em 17 de julho de 1996, na primeira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Lisboa. Os membros-fundadores foram Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, com a adesão posterior de Timor Leste e Guiné Equatorial. Os países lusófonos abrigam cerca de 300 milhões de pessoas em quatro continentes diferentes (África, América Latina, Ásia e Europa). A Índia entrou para a CPLP como observador associado em julho de 2021.

Como parte da cooperação entre a Índia a CPLP, o Ministério das Relações Exteriores celebrou o Dia Mundial da Língua Portuguesa, em Nova Délhi, em 5 de maio de 2022, logo após a adesão à comunidade, segundo informa ANI, o parceiro da rede TV BRICS.

Fotografia: istockphoto.com

[Transcrição integral mantendo o brasileiro do original. Acrescentei “links”. Imagem de topo de: “The Business Post“.]

O que faz correr os acordistas?

Por mais que se explique e demonstre, parece não terem ainda ficado claros, em alguns espíritos mais coriáceos os verdadeiros motivos que estão e que sempre estiveram por detrás do #AO90. A algumas pessoas será porventura difícil entender quais as reais finalidades económicas subjacentes e que interesses políticos motivaram os corruptos, vendilhões e traidores que entregaram ao Brasil a Língua Portuguesa.

Reconheçamos, porém, que tão lamentáveis lacunas de entendimento poderão ter resultado, pelo menos em algumas das tais alminhas mais “sensíveis”, do facto de ser realmente inimaginável que semelhante assalto tenha sido planeado e perpetrado mesmo debaixo do seu nariz. Torna-se de certa forma compreensível, caso sejamos minimamente magnânimos (ou caridosos, vá), aceitar que não deve ser nada fácil, para os ditos “distraídos” — e, por maioria de razões, para os 98% de portugueses absolutamente alheados da questão –, sequer conceber a ideia de que tenha sido possível alguns dos seus compatriotas terem ido àquela ex-colónia portuguesa oferecer a Língua nacional. Mas… a troco de quê faria aquela cáfila de bandidos semelhante coisa?

Bem, como tem sido aqui reiteradamente demonstrado, com exemplos práticos, testemunhos, provas documentais e até, quando em vez, perguntando a eventuais leitores se porventura será preciso fazer um desenho — o que implica fazê-lo mesmo, logo de seguida –, o que motiva bandidos é aquilo que, por exemplo, Budd Schulberg, com esmagadora lucidez, associou como um ferrete à mais conhecida das suas personagens: o dinheiro. É isso e só isso, o que faz correr Sammy.

Claro que no caso do #AO90, outro bestseller “mundiau”, o que faz correr acordistas é igualmente o dinheiro, sim, mas com outras, diversificadas e muito imaginativas designações. Tudo depende do câmbio em cada momento: o dinheiro é a figuração por excelência de poder, prestígio e influência, portanto pode ser trocado por tachos ou cunhas — para o próprio “investidor” e para os seus amigos, confrades e familiares –, por ao menos ter a ilusão de ver o seu nome grafado num documento “histórico” (alguns dos que se dizem anti-acordistas não passam de ressabiados que não foram tidos nem achados), ou apenas para publicar um livrinho, um artigozinho de jornal que seja, para exibir-se em palestras, para dar uns palpites nas redes anti-sociais — em suma, para “aparecer”.

Todas estas nuances são extremamente bizarras para qualquer estrangeiro — pudera, uma ex-colónia impor a sua língua ao país ex-colonizador é caso único no mundo e na História universal — e dessa estranheza resultam arrazoados por vezes confusos ou mesmo atabalhoados; sejamos novamente compreensivos, desta vez também para com estes estrangeiros, coitados, que têm de levar — manifestamente, sem compreender coisa alguma, de tão absurda que é a própria terminologia acordista — com “máximas” e dichotes inacreditavelmente imbecis (“língua universau”?, “unificação”?, “norma culta”?, “teimosia lusitana“?) contidos naquela aberração “oficiau”.

15 Fascinating Facts About the Portuguese Language

1. It’s the sixth most spoken language in the world

You probably know that Portuguese is one of the most spoken languages in the world, but did you know that it’s among the top 10 most spoken languages?

With over 200 million native speakers, Portuguese is ranked sixth most spoken language in the world. It’s also the second most spoken Romance language, after Spanish.

The reach of the Portuguese language is connected to its colonial past. Portuguese conquerors and traders brought their language to America, Asia, and Africa. And the rest is, well, history.

2. It’s one of the fastest-growing European languages

The Portuguese language isn’t spoken in such widely-distributed parts of the world only because of its past. Portuguese is also becoming more and more popular, and it’s growing fast.

Many people decide to take Portuguese lessons, and there are many reasons for this. Of course, one of them is the wide reach of the language, so everything is quite connected.

Either way, according to UNESCO, Portuguese might actually become an international communication language. And that’s definitely a solid reason to start learning Portuguese.

3. It’s the official language of 9 countries

If you learn Portuguese, you will be understood in many countries. After all, many people study it as a second language. But Portuguese isn’t only widely spoken and popular – it’s also the official language in nine countries!

Many people believe that Portuguese is the official language in Brazil and Portugal. But it’s also the official language in Angola, Mozambique, Cape Verde, Guinea-Bissau, São Tomé and Príncipe, Equatorial Guinea, and East Timor.

In Brazil, Portugal, Angola, and São Tomé and Príncipe (island country in Central Africa) it’s spoken by the vast majority as a native language, and in others countries, it’s spoken by the minority as a first or second language.

4. Only 5% of Portuguese speakers actually live in Portugal

If you take into account all of the above, it’s easy to conclude that the majority of Portuguese speakers are not from Portugal. In fact, it’s estimated that only 5% of Portuguese speakers live in Portugal.

Brazil is by far the world’s largest Portuguese-speaking nation. And it’s the only Portuguese-speaking country in the Americas. But although more than 90% of people in Brazil speak Portuguese, the language is the most widespread in Portugal.

All in all, the fact that less than 10% of Portuguese speakers live in the language’s country of origin is quite fascinating.

5. European and Brazilian Portuguese is not the same

If you want to take Portuguese classes, you’ll have to decide which dialect you want to learn: European or Brazilian Portuguese. The thing is, although they’re mutually intelligible, they’re actually quite different.

So, what is the difference between Brazilian and European Portuguese? For starters, there are many differences in pronunciation, so they sound different.

Also, some words are spelled differently, and when you’re in Portugal, you’ll have to pay attention to formal and informal speech. There are some differences in the vocabulary too, and that’s perhaps the most obvious difference.

As you can see, although it’s the same language, the difference between the two is distinct, especially if you ask a native speaker.

6. New letters were added to the alphabet recently

Generally, Portuguese is based on the Latin alphabet and comprises 26 letters of which 5 are vowels and 21 are consonants. But there weren’t always 26 letters in the Portuguese alphabet – 3 of them were integrated in 2009.

The thing is, the letters K, Y, and W are only used for loanwords, so up until recently, they weren’t a part of the alphabet, at least not officially. But the new Orthographic Agreement (which standardizes spelling forms) made them a part of the alphabet.

However, they’re still only used for certain words such as foreign places, people’s names, units of measurements (like kilogram), acronyms, and symbols.

7. It’s influenced by Arabic

Another interesting thing about Portuguese is that it’s influenced by the Arabic language. If you’re good at history, you know that in the early 8th century, the Islamic Moors from North Africa and the Middle East conquered Portugal and Spain.

Therefore, until the 13th century and the Reconquista, the official language of the Iberian Peninsula was a form of Arabic. As a result, Arabic had a great influence on Portuguese, and many Arabic words have been adapted into the Portuguese language.

This linguistic mark can be seen in hundreds of Portuguese words, and can still be heard in everyday conversations.

8. It has some super long words

If you think that the German language has very long words, you should know that Portuguese has some unusually long words too.

For example, the longest non-technical word in the Portuguese language has 29 letters – it’s anticonstitucionalíssimamente. But since it means “in a very unconstitutional way/manner”, you won’t use it that often. Probably.

9. Six different endings in each verb tense

If you want to learn how to speak Portuguese, you shouldn’t be worried about learning long Portuguese words. But something that might be a real and more immediate challenge is learning six different conjugations for pronouns.

In Portuguese, each verb tense has six different endings. Unlike English, Portuguese requires you to think about who is performing the action. While in English there are only two options (for instance, run or runs), in Portuguese, there is more than one way to say ‘you’, ‘it’, and ‘they’.

You’ll also have to learn to identify Portuguese verb tenses and moods. So, learning basic Portuguese grammar and building a strong foundation is a must.

10. There are twoways to say “to be”

Another difference between English and Portuguese is that Portuguese has two different verbs for saying “to be”: ser and estar.

The verb ser is used to describe permanent states, whereas estar is used for something temporary or circumstantial (like mood or weather). So, it all depends on the context’s time frame.

11. Portuguese has influenced English

Unsurprisingly, the worldwide spread of the Portuguese language influenced many languages including English. English speakers will find many familiar words in the Portuguese vocabulary.

Some of the most popular English-Portuguese cognates are Animal (Animal), Original (Original), and Real (Real). Also, a lot of English adverbs ending in –ly can easily be converted into Portuguese; Really (Realmente), Naturally (Naturalmente), and so on.

12. It comes from Galicia, Spain

As you already know, Portuguese is one of the most widely spoken languages in the world. But do you know where it comes from?

The roots of the Portuguese language are in the autonomous community of Galicia located in northwest Spain. The Galician language (also known as Gallego) was born in the 10th century, and it’s a combination of common Latin and local dialects. And back in the 14th century, Portuguese emerged as a descendant language.

So, Portuguese and Galician are sister languages, and their native speakers can easily understand each other.

13. Portuguese passport is the fifth most powerful in the world

According to the Passport Index, Portugal has the fifth position in the ranking of the most valuable passports in the world. The Henley Passport Index (HPI) is a global ranking of countries according to travel freedom.

With the Portuguese passport, you’ll have visa-free access to 187 countries. So, it’s fair to say that Portugal has valuable citizenship. And although this fact is more related to the country than to the language, the fact that Portugal is in the same ‘passport’ group as the UK, France, and Ireland is quite amazing.

14. It’s very romantic

Besides being popular and useful, Portuguese is also quite romantic. The Portuguese language has a lot of vowel sounds, and its consonants have a percussive quality to them. Also, native speakers use a lot of intonation in their speech.

All of that makes the Portuguese language very unusual but also smooth and intriguing. In our opinion, it’s definitely one of the most beautiful and romantic languages in the world.

15. Portuguese has some unique words

Another thing that makes Portuguese very interesting (and romantic) is that Portuguese has certain words that are unique to the language.

You’ve perhaps heard of the word saudade – it’s used for the feeling of melancholy, desire, and nostalgia. And having unique words that are hard or impossible to describe in another language is quite fascinating.

Final Thoughts

We hope these interesting and fun facts about Portuguese helped you realize how amazing this language actually is. It’s beautiful and unusual, and it’s spoken all around the world.

And if all of this also inspired you to start learning Portuguese, you can check out our reviews of the best apps to learn Portuguese and the best online Portuguese classes.

Linguatics

Written By Jessica Knight

Founder of Linguatics. Passionate multilinguist.

[Transcrição integral. Acrescentei “links” (a verde).]


[tradução]

15 Factos Fascinantes sobre a Língua Portuguesa

1. É a sexta língua mais falada no mundo

Provavelmente sabe que o Português é uma das línguas mais faladas no mundo, mas sabia que está entre as 10 línguas mais faladas?

Com mais de 200 milhões de falantes nativos, o Português aparece por vezes classificado como sendo a sexta língua mais falada do mundo; e também como a segunda língua românica mais falada, a seguir ao espanhol.

A difusão da Língua Portuguesa está ligado ao seu passado colonial. Os conquistadores e comerciantes portugueses levaram a sua língua para a América, Ásia e África. E o resto é, bem, o resto é História.

2. É uma das línguas europeias que mais crescem

(mais…)

‘Não serve rigorosamente para nada’ [jornal “Folha 8” (Angola)]

“CPLP não serve para rigorosamente nada”

jornalf8.net, 27.08.23

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje a abertura das cimeiras da CPLP aos jovens, por forma a evitar que a organização se torne, naquilo que os jovens já sabem que é há muito tempo, uma “relíquia do passado” ou uma “montra de personalidades”. Ou, como dizia Vasco da Graça Moura há mais de dez anos, uma espécie de organização fantasma, “que não serve para rigorosamente nada”, a não ser “ocupar gente desocupada”.

Por Orlando Castro (*)

Intervindo na 14ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu hoje São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “maioria crescente de jovens” nesta organização. Uma no cravo outra na ferradura, a grande especialidade estratégica de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português defendeu que a CPLP deve “não só trabalhar para a sua sustentabilidade, como dar-lhes mais e mais rápida voz activa, participação nas cimeiras, em cimeiras suas entre as nossas, na atrasada formalização do seu fórum, mas sobretudo na transformação da sua vida e do seu papel comunitário, feito de qualificação, emprego, condições sociais, intercâmbio, mais acelerada mudança geracional”.

“Os jovens têm de sentir que comunidade é sua, não e só daqueles que a lançaram ou que a governam hoje. É deles também e cada vez mais e faz a diferença nas suas vidas”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português referiu que em 2026, quando se celebrar o 30º aniversário da CPLP, “terão de ser novas gerações, senão liderantes na comunidade, pelo menos determinantes em parte essencial da sua liderança”.

“Falo das mulheres e dos homens nascidos na viragem para este século, imediatamente antes ou imediatamente depois. Quero vê-los aqui, nestas cimeiras, senão na primeira fila, na segunda, na terceira ou na quarta, ou na assistência, nos convidados”, desafiou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “só assim a CPLP não correrá nunca o risco de se converter numa relíquia do passado ou numa montra de personalidades de uma arena política e mediática, cada vez mais distante dos nossos povos e dos nossos jovens”.

“Não deixaremos que assim seja, não falharemos o nosso encontro com o futuro”, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa. E como todos sabemos, se garante é… mentira.

Acabem com a CPLP a bem da Lusofonia

Em Fevereiro de 2012, a CPLP inaugurou a sua nova sede em Lisboa, um espaço maior e com mais funcionalidades, que os seus dirigentes acreditavam permitiria abrir a organização à sociedade.

Segundo Vasco Graça Moura, na altura o novo presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, “a CPLP é uma espécie de fantasma que não serve para rigorosamente nada, que só serve para empatar e ocupar gente desocupada

sede da CPLB (Lisboa, Portugal)

O novo espaço, que ocupa o Palácio Conde Penafiel, na zona do Largo do Caldas, na baixa de Lisboa, inclui auditório, biblioteca e centro de documentação, além de salas de reuniões, gabinetes de trabalho e um salão nobre, onde serão recebidas entidades oficiais.

“Fica facilitada a nossa intenção de promover um contacto mais directo com a comunidade”, disse na altura o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira, adiantando que a ideia era atrair a comunidade académica e promover encontros com as várias comunidades lusófonas que vivem em Portugal.

“Este conjunto de movimentos deverá permitir que a CPLP seja mais conhecida e esteja mais presente no dia-a-dia dos cidadãos”, considerou, lembrando que as anteriores instalações, na Lapa, não ofereciam condições para estas iniciativas.

Ao longo dos primeiros 15 anos de existência, a CPLP, criada a 17 de Julho de 1996, pretendeu (embora sem êxito) afirmar-se como organização de concertação politico-diplomática e de cooperação, sendo frequentemente criticada por não conseguir chegar às sociedades dos oito países membros.

“Gostávamos de ter ido bastante mais rápido, mas (…) era preciso estruturar a organização, era preciso que fosse reconhecida nos espaços oficiais para que hoje possamos sentir que temos oportunidade de nos aproximarmos da comunidade”, disse.

A cerimónia inaugural da nova sede, presidida pelo Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, contou com a presença do vice-presidente de Angola, Fernando Piedade dos Santos, em representação da presidência angolana da organização.

Participaram também na sessão o primeiro-ministro português, Pedro Passo Coelho, e os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

E sendo a CPLP uma Comunidade dos Países de diversas Línguas, entre as quais a Portuguesa, não admira que enquanto Timor-Leste queria abandonar o português, outros queriam entrar, mesmo que o que pensam da nossa Pátria comum (a língua) seja igual a zero. São disso exemplos, Austrália, Indonésia, Luxemburgo, Suazilândia (hoje Essuatíni) e Ucrânia.
(mais…)

CPLB: a grande paródia

1. «“Tem havido muitas vezes na sociedade portuguesa, nos últimos tempos, nos últimos anos, uma espécie de preocupação mediática, ou político-mediática de certos sectores dando a entender que há uma invasão nomeadamente de nacionais de países de língua portuguesa. Ora isso não é verdade“, assegurou Marcelo Rebelo de Sousa.»

2. «Trata-se de um “visto nacional que não dá acesso à circulação noutros países da Europa” e “não é um acordo de porta aberta” porque há razões para negar essa entrada, acrescentou o primeiro-ministro.»

Muito haveria a dizer sobre este despacho da agência BrasiLusa. Oportunidades para tal não faltarão; os ecos da última cimeira (“cúpula”, em língua brasileira) ainda mal (re)começaram a terraplanar a realidade. Para já, reduzindo a coisa ao essencial, apenas as duas frases acima citadas merecem destaque.

O governador do 28.º Estado da República Federativa do Brasil tenta novamente, o que já vai sendo um vício, passar um atestado de indigência mental a todos os portugueses — menos os brasileiristas da sua seita, bem entendido — impingindo a rapsódia da “invasão” por “países de língua portuguesa“. Supõe o dito governador, do alto da sua atávica arrogância, que o “tugazinho médio”, o “povinho”, é tão estúpido que irá imediatamente associar a expressão “países de língua portuguesa” a Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Timor; ou seja, pretende ele, e outros como ele, fazer passar por “fato” que a “invasão” vem dos PALOP mas não do Brasil.

Esta ideia peregrina, à qual a extrema-direita se atira de imediato, com o bulício cavernícola que é a sua imagem de marca e com o entusiasmo acessório da sua própria dedicação ao “páíss irrmáum”, é assim servida pelo “mais alto magistrado” da província e será de imediato reproduzida ad infinitum pelos órgãos de desinformação do Governo “solidário”. A finalidade, obviamente, é distrair, empastelar, desviar as atenções do “publicozinho” daquilo que se está de facto a passar, a ponte aérea, e de onde provêm mais de 90% dos tais “invasores” que MRS menciona.

Quando Marcelo diz “ora isso não é verdade”, por mais paradoxal que a formulação pareça, está — para variar — a dizer a verdade; ou meia verdade, vá; bem, pronto, está bem, como são 90% de brasileiros e 10% de cidadãos provindos dos PALOP, então Marcelo diz que em 10% do total “não é verdade”… e isso é verdade.

Outra coisa não seria de esperar, aliás, vindo de um dos vários mentirosos compulsivos que por aí andam. Outra verdade que Marcelo aflora, o que será sempre de saudar , visto ser tão raro o fenómeno, é aquela menção a “certos sectores”; refere-se à dita extrema-direita, claro, aos trauliteiros, caceteiros e trogloditas em geral.

A mitomania daquele indivíduo é uma característica intrínseca, faz parte do seu ADN, e quanto a isso, como se costuma dizer, batatas. Sejamos portanto minimamente condescendentes, que diabo, porque aquilo é uma desgraceira tão horrível para os afectados como, por exemplo, as crianças estropiadas pela Talidomida, nos anos 50 e 60 do século passado.

A segunda peta citada no início deste “post” consegue ser ainda mais (pretensamente) subtil do que a outra. Esta é da autoria do capataz da comissão de gestão corrente local, António Costa”, fingindo garantir que o “visto nacional não dá acesso à circulação noutros países da Europa”. O truque é o seguinte: referindo apenas os vistos — coisa exigida aos imigrantes provindos dos PALOP mas não aos provenientes do Brasil — deixa de fora o grosso do contingente, isto é, todos aqueles que obtêm a cidadania nacional, até “online” e não presencialmente, ao abrigo do “Estatuto de Igualdade” — ou seja, de novo, um exclusivo reservado a brasileiros. Aos portadores de cartão de cidadão português, sendo Portugal um dos 27 países-membros da União Europeia, não pode em caso algum ser negada a entrada no território de qualquer dos outros 26 Estados europeus.

Escusado será dizer que todas — repito, todas — as restantes observações de Costa citadas no artigo são puro verbo de encher, propaganda eleitoral, demagogia, mentira, mentira e mais mentira. Este outro delegado do Itamaraty, sempre venerador, atento e obrigado ao seu camarada cefalópode, é outro mitómano — ou é tão mitómano como o outro — mas, ao contrário do maioral, o capataz mente não por motivos de herança genética mas apenas por dever de ofício. Não se tornou especialista em galgas, foi obrigado, salvo seja, a tornar-se mestre nas artes da vigarice para salvar a pele. ‘Tadinho, em suma.

A porca da política é uma coisa tramada. Os políticos têm muito que foçar (e fossar). Não lhes invejemos a sorte. Até porque o destino dos recos será sempre, fatalmente, a fogueirinha, o forno, o espeto, a grelha ou a frigideira. E podem mesmo acabar devorados, ingloriamente, ainda que por regra em ambiente festivo, bem regado e com o tropel do pagode, por uma trupe de gaúchos numa roda de rodízio.

Marcelo contra aproveitamento político de quem critica acordo de mobilidade

“TSF”, Global Media Group
agência BrasiLusa, 27.08.23

O chefe de Estado aponta Moçambique, Cabo Verde, Angola ou Guiné-Bissau como alguns dos países que tiveram uma redução ou estabilização do número de imigrantes em Portugal.

O Presidente da República portuguesa criticou este domingo o aproveitamento político sobre o acordo de mobilidade dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa brasileira (CPLB), considerando que os números das comunidades estão estabilizados, exceptuando o Brasil.

Falando na conferência de imprensa de balanço da cimeira da CPLB, que terminou hoje em São Tomé, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as críticas ao acordo, em vigor desde Janeiro, são feitas por quem não conhece os números reais.

“Tem havido muitas vezes na sociedade portuguesa, nos últimos tempos, nos últimos anos, uma espécie de preocupação mediática, ou político-mediática de certos sectores dando a entender que há uma invasão nomeadamente de nacionais de países de língua portuguesa. Ora isso não é verdade“, assegurou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado apontou Moçambique, Cabo Verde, Angola ou Guiné-Bissau como alguns dos países que tiveram uma redução ou estabilização do número de imigrantes em Portugal.

A única sociedade que tem tido uma evolução de mobilidade intensa é a brasileira”, um país cujos cidadãos não precisaram do acordo de mobilidade para obter acesso a Portugal.

Por seu turno, o primeiro-ministro português explicou que o “acordo de mobilidade procura compatibilizar aquilo que são os deveres de Portugal enquanto membro da União Europeia e no âmbito do espaço Schenghen com uma ambição que Portugal tem, que todos os países da CPLP têm“. “Se queremos uma comunidade as pessoas têm que se sentir parte dessa comunidade”.

Ao longo destes 30 anos, houve “excelente cooperação do ponto de vista político, do ponto de vista diplomático”, um “bom desenvolvimento do ponto de vista económico“, mas, “do ponto de vista da cidadania houve sempre uma contradição”, disse.

Quando aderiu ao espaço Schenghen, Portugal não assegurou critérios que ressalvassem acordos com outros países com quem tinha “especial proximidade” ao contrário de outros estados-membros da União Europeia.

Trata-se de um “visto nacional que não dá acesso à circulação noutros países da Europa” e “não é um acordo de porta aberta” porque há razões para negar essa entrada, acrescentou o primeiro-ministro.

Este acordo também implica alterações nos postos consulares, admitiu António Costa, recordando que essa área tem sido fortemente pressionada por pedidos.

Em comparação com 2019 (pré-pandemia), foram atribuídos 19 mil vistos nacionais no primeiro semestre e no mesmo período de 2023 foram concedidos 45 mil, disse o primeiro-ministro.

“É uma circulação saudável e necessária” e “há maior procura de Portugal [por imigrantes] porque como é sabido há carência de recursos humanos”, disse.

A circulação de pessoas no espaço da CPLB tem sido um “factor de regulação natural e um estabilizador automático da situação de todos os países“, porque as comunidades migram de acordo com a situação económica de cada Estado.

“Felizmente a situação económica portuguesa tem permitido um saldo positivo para Portugal“, o que tem permitido o “crescimento da nossa economia” e o “crescimento das receitas da nossa segurança social“, acrescentou.

“Das duas uma ou queremos ter uma comunidade de povos de língua portuguesa e não queremos ter uma comunidade de povos de língua portuguesa. Se queremos ter uma comunidade de povos de língua portuguesa temos de viver como comunidade”, resumiu o primeiro-ministro português.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “não há genericamente um fenómeno de imigração significativa” de cidadãos da CPLP nem alterações dos crentes de outras religiões em Portugal, afirmou o chefe de Estado português.

No seu entender, o problema é não haver “migrações de elementos qualificados vindos dos países de língua oficial portuguesa com excepção do Brasil“.

Uma coisa é a sensação que se apresenta, outra coisa é a realidade. E há que lidar com os dados objectivos dessa realidade”, salientou.

A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realizou hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema “Juventude e Sustentabilidade”.

[Transcrição integral. Destaques, sublinhados e “links” meus.
Erros ortográficos (todos eles resultantes do #AO90) corrigidos automaticamente,
Corrigi manualmente: onde estava “Portuguesa” deveria estar “brasileira”. Daí CPLB, não CPLP.
Foto de rodapé da autoria de Mário Cruz. Imagem de “A Política: a Grande Porca”: museu Bordalo Pinheiro.]

Pedaladas do camisola amarela (e verde)

Está já muito perto do fim o périplo mundial do presidente da “língua universau” brasileira pelos quintais da CPLB. Alguém na comitiva ter-se-á porventura esquecido de encaixar Moçambique na corrida mas, ainda que em versão acelerada, Lula já quase completou a sua volta a meio mundo e, ao que parece, com pleno sucesso. Só falta o “quase”; já lá vamos.

O objectivo primordial da invenção da CPLB, sob o pretexto do #AO90 (a “tau língua universau”), sempre foi Angola — ou seja, o petróleo, o gás natural, os diamantes de Angola — e portanto faz todo o sentido, segundo a cartilha rascunhada nos anos 80, que Luanda tenha sido uma etapa decisiva. Recorde-se que anteriormente, e de enfiada, este colosso dos direitos humanos e da transparência política aterrou na “terrinha”, “por mero acaso” em pleno 25 de Abril, a seguir passou por Bruxelas, à conta do Mercosul,, ao que se seguiu Cabo Verde — uma etapa simbólica, digamos assim, espécie de prólogo para a subida ao Monte da Graça, essa montanha de primeiríssima categoria, ou seja, como já foi dito, a terra das línguas Kimbundu, Umbundu, Chokwe e Kikongo: Angola.

Tudo mais do que previsível, portanto, até o traçado desta volta a meio mundo, cada uma das etapas. Tudo previsível e, aliás, mais do que previsto, aqui mesmo, por diversas vezes, a última das quais vem a propósito reproduzir.

De enfiada, logo após a tomada de posse como soba supremo da CPLB (Portugal, Cabo Verde, São Tomé, Guiné-Bissau, Moçambique, Macau, Timor e Angola), numa vergonhosa cerimónia realizada em pleno parlamento “português”, soma-se agora a simulação de “negociações” com o eixo franco-alemão e, para fechar com chave de ouro (literalmente) a peregrinação do “metalúrgico”, seguir-se-á a “visita de Estado” a Angola, cuja resistência à pax brasiliensis e à sua colonização linguística poderá fazer subir exponencialmente os valores envolvidos para que o preço certo mais uma vez possibilite o aperto de mãos que marca o negócio fechado.

E pronto, agora é que entra o tal “quase” que faltava. Também não custava nada adivinhar, até por simples palpite. Será logo a seguir à Cimeira dos BRICS, que terminou ontem, 24 de Agosto de 2023: o “quase” é a viscosidade que escorre da imagem seguinte.

Ora aí está a sequência completa: Portugal (28.º Estado), Bruxelas (UE), Cabo Verde (porta-aviões), Angola (minas), BRICS (aliados “democratas”), São Tomé (Cimeira da CPLB). E fecha o círculo, digo, o circo.

Será bonita a festa, pá?

jornalf8.net, 24.08.23

Pelo menos 11 acordos de cooperação deverão ser rubricados no quadro da visita de Estado do Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, a Angola, segundo revelou o embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Mello Vidal, à saída de um encontro de trabalho com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira. Em Angola Lula vai pensar: Que se lixem os direitos humanos, a democracia e as regras de um Estado de Direito. Há valores mais altos e, na circunstância, os que sofrem até não são brasileiros…

De acordo com o diplomata, trata-se de acordos nos domínios da agricultura, saúde, educação inclusiva, transportes, criação de pequenas e médias empresas, processamento, tratamento e transferência de dados da administração pública, bem como apoio recíproco a candidaturas em instituições internacionais.

Rafael de Mello Vidal adiantou que os presidentes João Lourenço e Lula da Silva deverão lançar, durante a visita do Estadista brasileiro, o Programa de Desenvolvimento Vale do Cunene, por ocasião do fórum económico e empresarial, sublinhando que o fórum contará com a participação de 500 empresários, dos quais cerca de 170 brasileiros integrantes da comitiva presidencial brasileira.

Rafael de Mello Vidal afirmou que sobre a mesa estarão, igualmente, questões ligadas aos domínios de defesa e paz, construção de estaleiros navais, exportação de embarcações e a formação de efectivos militares angolanos para participar de missões da ONU.

O embaixador disse estar já em preparação, no seu país, a primeira força angolana de deslocamento rápido para trabalhar em missões da ONU.

Anunciou também a pretensão do Brasil construir, nos próximos tempos, um consulado geral em Angola para atender a procura de vistos para o seu país, que cresceu 760 por cento, nos últimos três anos. O quadro actual, prosseguiu, recomenda o reforço da missão por viverem actualmente em Angola perto de 27 mil brasileiros, a maior comunidade no continente africano, seguida da África do Sul, com três mil.

Considerou que a visita do Presidente Lula da Silva servirá para renovar o acordo de parceria estratégica entre os dois países, rubricado em 2010. Na ocasião, Rafael Vidal informou que será retomado o grupo de amizade parlamentar Brasil/Angola.

A cooperação entre Angola e o Brasil começou a desenhar-se a 11 de Junho de 1980, com a assinatura do Acordo de Cooperação Económica, Científica e Técnica.

No âmbito desse acordo, os dois países desenvolveram a cooperação bilateral nas áreas da saúde, cultura, administração pública, formação profissional, educação, meio ambiente, desporto, estatística e agricultura.
(mais…)