Etiqueta: Inglês

Bechariar, verbo transitivo

“Fotografia” da entrada sobre Bechara na Wikipedia (a original, em Inglês, que a “Wikipédjia lusôfuna” não interessa a ninguém).

O Brasil acaba de rever o “vocabulário ortográfico” da “língua”; segundo afiançam os próprios, a começar pelo sumo pontífice da santa madre igreja da língua universáu, D. Bechara I, esta nova edição do seu VOLP “reflete” a “atualização”… da Língua Portuguesa. Assim, de chofre. Como um escarro.
Ou seja, em jeito de conclusão (dos tipos que adoram acertar com um trapo encharcado na cara dos portugueses), esta é a nova “terminologia” do “português” que o Brasil autoriza. Daí a “exigência”, como condição sine qua non, que os oito Estados da CPLB (Comunidade de Estados de Língua Brasileira) publiquem o seu próprio Vocabulário Ortográfico da Língua Brasileira (VOLB). Sem problemas de dinheiro ou outras minudências, claro: Bechara Y sus muchachos, os “cara” da ABL, terão imenso gosto em enviar como de costume as facturas para Lisboa. O Brasil manda, Portugal paga.
[
Nova edição do “Vocabulário Ortográfico” da língua brasileira]

«Isso é choro de quem já perdeu a oportunidade de defender uma ortografia e, principalmente, é coisa injusta para as gerações futuras e para os jovens portugueses que vão começar a escrever com uma consoante que eles não ouvem, mas que tem que ser escrita por uma deliberação desastrosa.»
Como qualificar uma coisa destas? Pode um fulaninho como Evanildo Bechara insultar assim todos os portugueses — e são a maioria — que se opõem ao “acordo ortográfico” de 1990? Com que direito se refere à ortografia portuguesa como sendo uma “decisão desastrosa” que resultou de um simples “artifício ortográfico”?
Portugueses contra o AO90? «Isso é choro de quem já perdeu»]

A afirmação do Supremo Tribunal Federal brasileiro é lapidar e mais uma vez se confirma: «apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa». Referindo-se “União”, como é evidente, à designação que institucionalmente naquele país se utiliza para referir a República Federativa do Brasil. No que respeita à expressão “língua portuguesa”, na mesma frase, é igualmente evidente que se trata de apropriação abusiva da designação para fins de promoção política da língua brasileira.
[Brasileiro foi língua líder em exame de acesso a universidades dos EUA em 2023]

A influência de Evanildo Bechara

Professor é imprescindível nas atividades da Academia Brasileira de Letras

Arnaldo Niskier
Doutor em educação, é professor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (Ciee-RJ)

“Folha de S. Paulo” (Brasil), 09.01.24

Aos 95 anos de idade e com uma vitalidade extraordinária, o professor Evanildo Bechara é uma figura imprescindível nas atividades da Academia Brasileira de Letras. Preside a sua Comissão de Lexicografia e Lexicologia, responsável pela edição de documentos essenciais, como o “Dicionário da Língua Portuguesa” e oVocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa“.

Além disso, responde com muita propriedade às dúvidas de especialistas como Shahira Mahmud e Feiga Fiszon sobre a inserção de novas palavras no léxico, pois a língua é dinâmica e pede essas providências.

Numa entrevista a Bolívar Torres, Bechara afirmou que está terminando de revisar e reeditar todos os seus inúmeros livros pela Nova Fronteira, apesar das atuais dificuldades de visão. Enquanto isso, enviou para as livrarias o seu clássico “Lições de Português pela Análise Sintática” e uma edição comemorativa de “Primeiros Ensaios sobre Língua Portuguesa”, sua estreia em publicações de cunho científico.

Ele afirmou que a sua influência sobre esses estudos agora se exerce por intermédio dos seus alunos. Foi durante muitos anos professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde convivemos, e da Universidade Federal Fluminense. “Minha contribuição se deu sobretudo na sistematização, pois havia muita informação separada, e isso não era bom.” (mais…)

Medalha de lata

Conforme previsto no Acordo de Mobilidade (2021), esta mais recente e alucinantemente rápida sucessão de golpadas serve apenas para que brasileiros obtenham a nacionalidade portuguesa. Uma parte ficará por cá mas a maioria poderá emigrar (com passaporte europeu, logo, livre-trânsito) para qualquer dos outros 26 países da União Europeia. [A lógica instrumental do #AO90]

Um governante qualquer foi ao Parlamento solenemente declarar que «as autorizações de residência CPLP têm validade territorial circunscrita ao território nacional, excluindo dos seus efeitos os Estados membros da UE». Bem, é claro, o senhor Secretário de Estado iria lá agora atrapalhar-se com minudências, era o que faltava, de mais a mais tendo sido todos apanhados com a boca na botija, há que salvar a face e é já, por isso toca a apressar a “agilização” e a “facilitação” da concessão da cidadania portuguesa (logo, europeia) aos “irmauns” deles. A ver se depois algum chato na Alemanha, na Dinamarca, em França ou em qualquer dos outros países europeus se atreve a barrar a entrada a “nacionais” de um estado-membro. [A CPLB e a UE (3.º round)]

Novas alterações à Lei da Nacionalidade: uma vitória para os requerentes de residência

Pequenas alterações vêm eliminar grandes injustiças. Agora, os requerentes deixam de pagar o preço dos atrasos dos serviços públicos.

observador.pt, 10.01.24

O Parlamento português aprovou, na passada sexta-feira (5 de Janeiro), um conjunto de alterações à Lei da Nacionalidade, destacando-se aquela que agora permite a contabilização do tempo de residência para efeitos da aquisição da nacionalidade portuguesa desde o momento em que foi requerido o título de residência. Esta alteração corrige uma injustiça há muito sentida por aqueles que aguardavam, por vezes anos, pela aprovação dos seus pedidos e que tinham de aguardar pela emissão do título de residência para se tornarem elegíveis para a obtenção da nacionalidade portuguesa.

As alterações recentemente aprovadas à Lei da Nacionalidade representam uma vitória crucial para os requerentes de autorização de residência que enfrentam, na maioria dos casos, demoras significativas nos processos de imigração. A espera pelo título de residência, em alguns casos, atinge três anos ou mais fruto, única e exclusivamente, dos atrasos de processamento desses pedidos por parte das entidades Governamentais.

Como é sabido, a nacionalidade portuguesa pode ser adquirida cumprindo-se cinco anos de residência legal em Portugal, no entanto, até agora, era exigida a apresentação de um documento comprovativo da referida residência emitido pela AIMA, I.P., a qual contabilizava esse prazo tendo por base a data da emissão do primeiro título de residência. Ora, esta prática criava uma situação desigual para muitos residentes, pois muitos já haviam residido há mais tempo em Portugal, mas, por mero atraso dos Serviços, viam outras pessoas, residentes há menos tempo, pelo mero facto de terem recebido os seus títulos de residência mais cedo, terem acesso à nacionalidade portuguesa mais cedo. Agora que o tempo de espera para a aprovação do pedido de residência também será considerado nesse período, corrige-se uma lacuna injusta que afeta/afetou milhares de pessoas.

A nova redação da Lei torna clara a intenção de reconhecer o tempo de espera dos requerentes como parte integrante do processo para a obtenção da nacionalidade.

Esta mudança é particularmente relevante para aqueles que escolheram Portugal como seu país, seja para efeitos de estudo, trabalho, investimento ou outros. Anteriormente, os atrasos no processamento administrativo dos processos, justificados por vários motivos – a pandemia, os conflitos internacionais, a restruturação[sic] do SEF (atual AIMA) – , levaram a uma crescente descredibilização do país, o qual além de compactuar com situações injustas, também prometia o que, desde o início, sabia que não conseguiria cumprir.

Outra alteração que tem um impacto de enorme significado é o fato de agora ser claro que são considerados residentes legais em Portugal todos os indivíduos que aqui se encontram, com a sua situação regularizada perante as autoridades portuguesas seja a que título for. Sou da opinião que esta mudança levanta finalmente “a neblina” que até agora pairava sobre os familiares dos requerentes de uma autorização de residência e que com ele residem em Portugal. Estes familiares, ao [lacuna no original] podem apenas solicitar as suas próprias autorizações de residência após a emissão dos títulos de residência do “Requerente Principal”, vivem sob um estatuto de “regularidade/irregularidade” até à efetiva finalização dos seus processos. Ora, este parece ser o primeiro passo na direção certa, no sentido em que deixa clara a atribuição do estatuto de residente legal a esses mesmos familiares, os quais também querendo obter a sua residência legal, têm de aguardar sempre pelo fim do processo de imigração do familiar que acompanham. Em muitos casos, esta situação conduzia inevitavelmente a uma espera de 4 ou 5 anos para serem finalmente elegíveis para a obtenção da nacionalidade, o que, contamos ser corrigido.

Parece-me que este passo já está dado, mas faltará ainda tornar mais profunda essa alteração do estatuto especialmente para este grupo de pessoas, tornando a letra da Lei e o próprio Regulamento da Nacionalidade mais claros para que não restem dúvidas quanto à sua interpretação.

Segue-se ainda a necessária publicação em Diário da República após promulgação do Presidente da República, subsequente entrada em vigor e será depois efetuada a redação do novo Regulamento da Nacionalidade, mas certamente para muitos requerentes de residência em Portugal e respetivos familiares, isto significa uma mudança substancial nos seus planos de vida.

[Transcrição integral. Excepcionalmente, a cacografia brasileira não foi corrigida via “browser”, apesar de “de fato” o autor do texto e o jornal em que foi publicado serem portugueses.
Destaques e “links” meus.]

Portugal one of the easiest countries to obtain citizenship

ByTPN, in News, Portugal · 10 Jan 2024

A new study has revealed the countries where it is hardest and easiest to obtain nationality, with Portugal being the fourth easiest country in Europe.

The study, carried out by the Canadian immigration agency CanadaCIS, analysed the most recent Eurostat data on immigration, from 2009 to 2021, to determine which countries have the highest and lowest percentage of third-country residents becoming citizens.
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Notícias de Macau

Universidades de Macau e Hong Kong assinam memorando de cooperação

2024-01-10

A Universidade Politécnica de Macau e a Universidade HangSeng de Hong Kong assinaram, hoje, um memorando de cooperação para promover a cooperação na área do ensino superior.

As duas universidades vão passar a cooperar nas áreas de projectos académicos, inovação da investigação científica e formação de quadros qualificados.

As duas instituições de ensino superior iniciarão a comunicação, o intercâmbio e a cooperação de docentes e investigadores e de estudantes, bem como o desenvolvimento de projectos académicos, de investigação científica, de formação, incluindo formação de talentos, e a organização de conferências académicas.

Felizbina Gomes diz que Medalha de Mérito é reconhecimento importante da língua portuguesa

2024-01-11

A Directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes considera que a Medalha de Mérito Educativo atribuída pelo Governo é um reconhecimento importante da presença da língua Portuguesa em Macau. Felizbina Gomes sublinhou ainda o aumento do número de alunos de origem chinesa, que representam já cerca de 70% do total de inscritos.

Tradutor da Universidade Politécnica é o mais fiável entre as línguas portuguesa e chinesa

2024-01-11

A base de dados de textos da Universidade Politécnica utilizada para a Inteligência Artificial é a maior base de dados bilingue do mundo. De acordo com os responsáveis do Centro de Investigação dos Serviços de Educação Aplicados em Tradução Automática e Inteligência Artificial, foram arquivados dezenas de milhões de textos em português e chinês.

Alguns dos posts anteriormente aqui publicados sobre a Língua Portuguesa em Macau

«Luso-descendentes asiáticos criticam CPLP»
O bloco terá representantes da Malásia (Malaca), Índia (Goa, Damão e Diu), Sri Lanka, Singapura, China (Macau), Tailândia (Banguecoque), Austrália (Perth), Indonésia (Jacarta, Ambon e Flores), Timor-Leste e Myanmar. [“Hoje Macau”]
Macau, o honorável enclave
Português | Governo avança com fundo de financiamento este ano [“Hoje Macau”]
“Chapas Sínicas” no Registo da Memória do Mundo
Os mais de 3600 documentos que compõem as Chapas Sínicas e que falam das relações entre Portugal e Macau são agora parte do património documental da humanidade. A decisão foi ontem aprovada pela UNESCO, meses depois da candidatura [“Hoje Macau”]
Macau não adopta o AO90?! Malaca Casteleiro amua…
Acordo Ortográfico, um “não-assunto” mas que já se vai ensinando [LUSA/”Notícias Ao Minuto”]
AO90, o verdadeiro negócio da China
Macau pode ajudar empresas da China a expandirem-se nos países de língua portuguesa [Macauhub]
Portugal e (C)PLP “vão ajudar” à internacionalização da moeda chinesa
Renminbi | Portugal e PLP “vão ajudar” à internacionalização da moeda chinesa [“Hoje Macau”]
Mais negócios da China
Secretária-geral pede maior cooperação com sector privado [Fórum Macau]
“A Língua Portuguesa nas suas múltiplas vertentes”
Lusitanistas reunidos pela primeira vez a Oriente para afirmar o papel da língua portuguesa [“Ponto Final” (Macau)]
“Das várias variantes da língua portuguesa”
Curso de Verão de língua portuguesa termina com avaliação “francamente positiva” [“Ponto Final” (Macau)]
Patuá Sâm Assi
Patuá, a língua que Macau deixou ‘morrer’ a troco de “dinheiro fácil [“Jornal Económico”]
Macau é “activo indispensável” na promoção do português
Macau é “activo indispensável” na promoção do português [“Ponto Final” (Macau)]
Português correcto em Macau

Um Acordo, Dois Sistemas [TDM Canal Macau]

Negócios da China
Primeira faculdade de português na China quer aprofundar conhecimento sobre os países lusófonos [Universidade do Porto]
Macau põe a língua de fora
Português | Criticada falta de meios e traduções tardias [“Hoje Macau”, 2 Mar 2023]
Macau, outra “plataforma” do Brasil?
Uma delegação da Universidade Politécnica de Macau visitou diversas instituições do ensino superior do Brasil para promover a “Zona de Cooperação Aprofundada” e a “Zona da Grande Baía” aprofundando a cooperação em inovação e empreendedorismo [Universidade Politécnica de Macau (UPM)]

Novas ordens da União

«A decisão do STF, neste momento, não prejudica o debate sobre o tema, só define que apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa»
[jornal “Cruzeiro do Sul” (Brasil), 11 de Fevereiro de 2023]

A afirmação do Supremo Tribunal Federal brasileiro é lapidar e mais uma vez se confirma: «apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa». Referindo-se “União”, como é evidente, à designação que institucionalmente naquele país se utiliza para referir a República Federativa do Brasil. No que respeita à expressão “língua portuguesa”, na mesma frase, é igualmente evidente que se trata de apropriação abusiva da designação para fins de promoção política da língua brasileira.
[post Brasileiro foi língua líder em exame de acesso a universidades dos EUA em 2023]

  • total de caracteres: 5.535
  • total de palavras: 860
  • “linguagem simples”: 8 ocorrências
  • “fácil, facilitar, facilmente, facilitação”: 7 ocorrências

A obsessão brasileira pela “simplificação”, uma das “justificações” básicas dos acordistas para tentar impingir o #AO90 às pessoas normais, revela-se cada vez mais sistemática, repetitiva e monocórdica, como aliás é característico daquela patologia mental.

O texto seguidamente transcrito, emitido pela folha-de-couve do parlamento brasileiro, portanto oficial, governamental e institucional, acabará fatalmente, mais cedo do que tarde, por ser transposto pelas subservientes “autoridades” portuguesas para vigorar na ordem interna tuga, a começar pela administração pública, com o sistema de ensino do 28.º Estado à cabeça.

As ordens vindas de Brasília não deixam quaisquer margem para dúvidas: a língua “universau” (a que chamam “portuguesa” por motivos exclusivamente políticos) é a brasileira, logo, é deles, eles fazem com ela tudo aquilo que lhes der na real gana e, por conseguinte, ao tugazinho cabe apenas baixar as orelhinhas, amochar, obedecer.

Bem, ordens são ordens, dirão — certamente muito contentes consigo mesmos — os lacaios políticos portugueses que ofereceram de mão beijada a Língua Portuguesa ao Itamaraty.

Câmara aprova uso de linguagem simples na comunicação de órgãos públicos

Municípios com menos de 50 mil habitantes não precisarão seguir a lei se isso implicar aumento de despesas

“Câmara dos Deputados” (Brasil), 05/12/2023

Fonte: Agência Câmara de Notícias (Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que institui uma política nacional de linguagem simples, com procedimentos a serem adotados pelos órgãos e entidades da administração pública em suas comunicações com a população. A matéria será enviada ao Senado.

De autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), o Projeto de Lei 6256/19 foi aprovado na forma do substitutivo do deputado Pedro Campos (PSB-PE). Pelo texto, os órgãos e entidades da administração pública direta e indireta de todos os entes federativos deverão definir, depois de 90 dias da publicação da futura lei, um encarregado pelo tratamento da informação em linguagem simples.

Ele terá as atribuições de fazer o treinamento dos comunicadores do órgão sobre as técnicas da linguagem simples e supervisionar a aplicação da futura lei em seu órgão. Suas informações de contato deverão ser divulgadas preferencialmente no site do órgão.

Municípios com menos de 50 mil habitantes não precisarão seguir a lei se isso implicar aumento de despesas e a regulamentação caberá aos poderes de cada ente da federação.

Conceito (mais…)

❤ Portugal

Dear Portugal (a love letter)

By Carl Munson – 7th December 2023
www.portugalresident.com

Photo: Helder Burato Berto/Usplash

First of all, don’t worry, this is not a ‘Dear João’ break-up letter. It’s quite the opposite. It looks like things are actually getting a bit serious and it might be time to take our relationship to the ‘next level’. At this time, when we as foreigners, immigrants, are approaching about one in 10 of the country’s total population, it seems like a good time to have ‘the talk’.

If we were breaking up, I would be saying “it’s not you, it’s me”. But the thing is, it is you. After a few years now, I can safely say it’s not infatuation. I have fallen for you.

It’s love. Not a mushy, sentimental kind of love, but more the unconditional kind, based on a growing mutual respect and a shared sense of adventure, that you know so well in your own ocean-going soul. And I hope you won’t think me foolish or impetuous as I share with you my hopes for our future together.

First of all, I want to thank you so much for the warmth, kindness and openness that makes you so attractive and special. We turned up here, often speaking your language very badly (if at all) and the first thing you did was laugh. You laughed with us, not at us, and when we made an effort, you continued to smile while sharing your words of encouragement, or should I say encorajamento?

Devagar, se faz favor,” we implore, as you compassionately stoop to our rudimentary level and respond to any effort we might make to earnestly communicate in Portuguese. That knowing twinkle in your eye means so much.

As we know, good relationships are all about ‘give and take’, and whilst road tolls and IVA might look like a lot of taking at times, you have given far more than you have asked for. In return for mostly blue-sky, heart-warming days, grandmotherly, soul-nourishing food and a grandfatherly generosity with your cheerful wines, you seem to ask for so little in return – not even thinking, like we do, in our imported, transactional way.

But this can’t continue. Courtship and honeymoons have their place in any marriage, and it’s time we settled down. Albeit whilst raising each other up in a more reciprocal arrangement, where our obvious debt can be addressed, and repaid in kind, long into our future together.

How can we repay you? Let me count some, if not ‘the’, ways …

Specifically, dear Portuguese neighbours and colleagues, your profound courteousness and goodwill never fail to inspire and comfort us. We know that we will never out-gift you materially or culturally, but at least accept our tokens of Marmite and Peanut Butter, for example, as gestures of our intent to at least slightly balance the scales of hospitality.

To the local community associations, centres of cultural happenings and you valiant Bombeiros firefighters, how can we help? Beyond chucking a few coins or notes into a bucket, buying the annually-issued calendar and turning up for events (especially where there’s food, drink and dancing, i.e., most of them!), what else can we do to show we care and love what you do?

To the dear civil servants, thank you for your forbearance and patience as we see your systems pushed to capacity by our very presence, and long-promised pay rises come to little or naught. Know that, as we sometimes seem stressed in your company, it’s more a fear of the unknown or an inability to be understood than any ill will or bad feeling on our part. Perhaps one day you will let us speak of our experiences with you, and maybe even suggest improvements from our customer point of view, that might be win-win all-round.

For you, dear politicians, it looks like it’s been a tough few years, with a hard crowd to please, and cynicism at an all-time high. Know that many of us are delighted to invest in the country you serve, pay the taxes that make your society so relatively functional, and can be a resource to your aspirations rather than a scapegoat for your failings. Who among you will be the first to reach out and harness the gifts we estrangeiros bring in terms not only of money, but also expertise and insight that might add to Portugal’s entrepreneurial and progressive aims?

Portugal, be my Inês, and I will aspire to be your Pedro (apart from the glove-kissing bit).

Remember the words of your great poet Pessoa who said: “We never love anyone. What we love is the idea we have of someone”, and that’s good enough for me. An idea that became a reality, for which I will be eternally grateful.

“Love is a fire that burns unseen, a wound that aches yet isn’t felt,” uttered your legendary Camões, who so beautifully captured the subtle but powerful patriotism of Portugal that is so endearing to the newcomers, who can share in a national pride that stops short of xenophobia.

And let’s guess that that bright star who burned too fast, Florbela, would never have imagined her words being co-opted by new arrivals that might so aptly express their love for her country:

“The love I feel for you

Is so deep and runs so true

That I even love the longing

That I feel because of you.”

Inspired by your historical greats, dear Portugal, as I stand before you, heart in hand, let me, with great respect, add an ode of my own to their enduring works:

There once was a man from UK

Who came to Portugal to stay

He liked what he saw

And wanted some more

Now ‘amo-te’ is all he can say

Carl Munson

Carl Munson is host of the Good Morning Portugal! show every weekday on YouTube and creator of www.learnaboutportugal.com, where you can learn something new about Portugal every day!


[tradução]

Querido Portugal (uma carta de amor)

Antes de mais, não se preocupem, esta não é uma carta de despedida ao “Querido João”. É exactamente o contrário. Parece que as coisas estão a ficar sérias e talvez seja altura de levar a nossa relação para o “próximo nível”.

Nesta altura, em que nós, estrangeiros, imigrantes, nos aproximamos de cerca de um em cada 10 da população total do país, parece ser uma boa altura para ter “a tal conversa”.

Se nos estivéssemos a separar, eu diria “não és tu, sou eu”. Mas o que se passa é que és tu. Depois de alguns anos, posso dizer com segurança que não é paixão. Apaixonei-me por ti.
(mais…)