A Universidade Politécnica de Macau e a Universidade HangSeng de Hong Kong assinaram, hoje, um memorando de cooperação para promover a cooperação na área do ensino superior.
As duas universidades vão passar a cooperar nas áreas de projectos académicos, inovação da investigação científica e formação de quadros qualificados.
As duas instituições de ensino superior iniciarão a comunicação, o intercâmbio e a cooperação de docentes e investigadores e de estudantes, bem como o desenvolvimento de projectos académicos, de investigação científica, de formação, incluindo formação de talentos, e a organização de conferências académicas.
Felizbina Gomes diz que Medalha de Mérito é reconhecimento importante da língua portuguesa
A Directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes considera que a Medalha de Mérito Educativo atribuída pelo Governo é um reconhecimento importante da presença da língua Portuguesa em Macau. Felizbina Gomes sublinhou ainda o aumento do número de alunos de origem chinesa, que representam já cerca de 70% do total de inscritos.
Tradutor da Universidade Politécnica é o mais fiável entre as línguas portuguesa e chinesa
A base de dados de textos da Universidade Politécnica utilizada para a Inteligência Artificial é a maior base de dados bilingue do mundo. De acordo com os responsáveis do Centro de Investigação dos Serviços de Educação Aplicados em Tradução Automática e Inteligência Artificial, foram arquivados dezenas de milhões de textos em português e chinês.
Alguns dos posts anteriormente aqui publicados sobre a Língua Portuguesa em Macau
O bloco terá representantes da Malásia (Malaca), Índia (Goa, Damão e Diu), Sri Lanka, Singapura, China (Macau), Tailândia (Banguecoque), Austrália (Perth), Indonésia (Jacarta, Ambon e Flores), Timor-Leste e Myanmar. [“Hoje Macau”]
Os mais de 3600 documentos que compõem as Chapas Sínicas e que falam das relações entre Portugal e Macau são agora parte do património documental da humanidade. A decisão foi ontem aprovada pela UNESCO, meses depois da candidatura [“Hoje Macau”]
Uma delegação da Universidade Politécnica de Macau visitou diversas instituições do ensino superior do Brasil para promover a “Zona de Cooperação Aprofundada” e a “Zona da Grande Baía” aprofundando a cooperação em inovação e empreendedorismo [Universidade Politécnica de Macau (UPM)]
Importa realçar, pela enésima vez, que isto tem absolutamente tudo a ver com o #AO90. Sem essa patranha original (aliás, inédita a nível mundial), com a subsequente invenção da CPLB (1996), mais a assinatura em segredo do “Estatuto de Igualdade” (2000) e o “Acordo de Mobilidade” de sentido único (2021), a ponte aérea actualmente em curso não seria possível. Mais do que simples relação de causa e efeito, visto que aquela foi inventada para chegar a este, aplica-se aqui, em rigor, a máxima desde sempre utilizada pelos regimes totalitários: “os fins justificam os meios”. [“F*deu: Portugal Acabou! Vai virar Brasil”]
O tema tem sido para aqui chamado porque importa entender se existe ou não um nexo de causalidade entre o #AO90 e a “ponte aérea” a que temos assistido desde 2009 e, cada vez com mais intensidade, principalmente nos últimos cinco anos.
Pois bem, os factos falam por si mesmos, não deixando qualquer margem para dúvidas.
Um plano de anexação bem calculado e perfeitamente executado, há que reconhecê-lo, até porque não estamos nisto a lidar com amadores. Plano este que, evidentemente, pressupõe como um dos principais objectivos a alcançar aquilo que agora podemos verificar frequentemente: a dita “ponte aérea” está mesmo em curso.
Daí necessitar a “mão invisível” que o urdiu de activar os seus pasquins avençados para as correspondentes manobras de desinformação.
Os dados que aparecem na imprensa estão sempre atrasados e são tratados “cosmeticamente”, destacando por sistema os contingentes migratórios ultra-minoritários (4,9%, 3,1%, 1,6%) para disfarçar a percentagem esmagadora de brasileiros — mais de 80% — no total de imigrantes em Portugal. Parte integrante desta estratégia de desinformação é o realce que por aí se vai dando aos crimes cometidos por asiáticos ou africanos, tema a que a extrema-direita (tão brasileirista como o centrão e a extrema-esquerda) se atira com sofreguidão sanguinária; mantendo o enfoque sobre a minoria vai dando para que ao menos não se fale da maioria esmagadora.
Além disso, os números variam de forma alucinante (e alucinada), de jornal para jornal, de entidade para entidade, entre os canais de TV ou rádio e até nas redes anti-sociais: cada qual avança os “seus” totais e percentagens, contradizendo-se entre si — por vezes, até no mesmo conteúdo, de um parágrafo para o outro — e não poucas vezes inventando de raiz cifras de tal forma absurdas que nem os próprios autores acreditam nelas. Vale tudo, em suma.
Só que, para azar das eminências pardas (e das excelências parvas), lá calha algum jornalista, ou por não ter recebido ordens a tempo ou por simplesmente lhe fugir o teclado para a verdade, ter de repente um lapsus linguae e assim estragar o arranjinho ao patronato, aos brasileiristas, aos confrades do avental e aos coroas de Escrivá.
É o (espectacular) caso deste artigo do hiper-acordista “Expresso”.
Basta saber fazer contas (de somar) de cabeça. Bem, pronto, para determinar as percentagens correctas se calhar é melhor usar a calculadora.
Então vá.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foi extinto e deu lugar à Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que tem tido dificuldade em dar resposta aos pedidos de autorização de residência Tiago Miranda [legenda do/no original]
Portugal tem sido capaz de integrar os imigrantes na sociedade?
O Expresso e a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) juntam-se para debater as últimas cinco décadas de democracia em Portugal. Até Março, vamos escrever (no Expresso) e falar (na SIC Notícias) sobre 10 tópicos diferentes da sociedade à economia. Em Janeiro, o foco da análise recai sobre as migrações, os desafios e as oportunidades que representa para o país
O número de imigrantes que elegeram Portugal como destino manteve-se estável na primeira década do século XXI, que oscilou entre os 400 e 450 mil residentes no país. Porém, entre 2010 e 2015 registou-se uma ligeira redução, que viria a inverter-se a partir de 2016. Em dez anos, o número de estrangeiros a viver em território nacional quase duplicou (90%) e entre 2018 e 2019 o aumento foi de mais de 110 mil pessoas.
De acordo com os últimos dados compilados pela Pordata, Portugal tem hoje quase 800 mil estrangeiros residentes, o que equivale a 7,6% da população. Ainda assim, o país está longe de ser aquele que, na União Europeia (UE), tem maior proporção de imigrantes – ocupa o 10º lugar numa lista liderada pelo Luxemburgo (47%) e Malta (21%)
A origem dos imigrantes tem-se alterado ao longo das últimas três décadas, conforme os movimentos migratórios, mas é a comunidade brasileira que tem maior representatividade(29,3%), seguida das pessoas com origem no Reino Unido (6%) e de Cabo Verde (4.9%). No ranking das nacionalidades com mais peso na imigração, destacam-se os países dos PALOP e juntam-se, a meio da tabela, os naturais do Nepal (3,1%) e, no final da tabela, do Bangladesh (1,6%). Destaque ainda para imigrantes da Europa do Leste, representados pela Roménia (4,1%) e pela Ucrânia (3,9%). Segundo o Eurostat, 76% da população estrangeira tem origem em países fora da UE.
Há outros dados relevantes que pintam o retrato da imigração em Portugal, nomeadamente no campo da educação. Números da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) apontam que um terço dos alunos de doutoramento no país são estrangeiros.
31%
é a percentagem de imigrantes em Portugal que se encontra em situação de pobreza ou exclusão social, segundo dados do Eurostat
No que diz respeito às condições de vida, os dados são claros: a população estrangeira tem maiores dificuldades económicas e situações de emprego mais precárias. Aliás, os dados disponibilizados pela Pordata a propósito do Dia Internacional dos Migrantes, que se assinalou a 18 de Dezembro, dizem mesmo que 31% dos imigrantes residentes estão em situação de pobreza ou exclusão social – acima dos 19,8% da população portuguesa, segundo números do Eurostat. Vale a pena recordar, a este propósito, os valores da pobreza em Portugal neste artigo.
Em termos de integração na sociedade, nos últimos 15 anos a nacionalidade portuguesa foi atribuída a perto de meio milhão de pessoas (468.665).
COMO CHEGÁMOS AQUI
A migração não é um tema novo para Portugal, que desde o século XV tem atravessado sucessivos movimentos migratórios, ora de emigração, ora de imigração. Pedro Góis, sociólogo na Universidade de Coimbra e especialista nesta área, compara estes fluxos a “um carrocel tipo montanha-russa, em que a emigração e imigração se cruzam nas estatísticas e na realidade” conforme os períodos económicos. “Numa primeira vaga, [o país] acolheu imigrantes da Europa do Leste, pelos anos 2000, e actualmente de países tão longínquos como o Nepal, o Bangladesh ou o Siri Lanka”, explica. (mais…)
É preciso ter muito descaramento para se anunciar cheia de felicidade um novo jornal com o mesmo grupo que está a despedir entre 150 a 200 trabalhadores, a maior parte jornalistas, em 12 OCS. "O chefe anunciou". https://t.co/5e4ihvFr4A
“Não tenho prazer em que se perca até 200 trabalhadores na Global Media, mas se não fizermos isso este grupo morre”
Carla Borges Ferreira, Hugo Amaral, 13 Dezembro 2023 eco.sapo.pt
Até ao final de Janeiro a Global Media terá menos 150 a 200 trabalhadores. Terá também um novo título, o É Brasil. José Paulo Fafe, CEO do grupo, explica ao +M/ECO os planos para o grupo.
A saída de 150 a 200 pessoas do Global Media Group é, para José Paulo Fafe, CEO do grupo, uma inevitabilidade. “Não tenho qualquer prazer em criar condições para que este grupo perca 150 a 200 trabalhadores, não queria fazer isso. Mas sei que é essencial, se não fizermos isso este grupo morre”, garante em entrevista ao +M. Durante este mês, os trabalhadores podem dar início, por sua iniciativa, ao processo de rescisão. A partir dessa altura, contas feitas, o passo seguinte pode ser o despedimento colectivo. “Findo este processo vamos fazer uma análise e vamos ver se temos que optar pelo despedimento colectivo ou não”, diz, reconhecendo que o termo “rescisão amigável”, no caso, é pouco mais do que força de expressão.
Entretanto, já para o primeiro trimestre de 2024 será lançado um novo título, o É Brasil.Dirigido pelo jornalista brasileiro Paulo Markun, conta com uma redacção de sete jornalistas, aos quais se junta uma rede de correspondentes. O objectivo é chegar à comunidade de brasileiros que moram em Portugal e também em outras geografias.
Como imagina o Global Media Group (GMG) daqui a um ano?
Imagino um grupo na senda a que nos propusemos a partir do momento em que viemos para cá, a crescer no mercado da língua portuguesa. Um grupo em termos de recursos e meios mais racionalizado. Obviamente mais activo e fundamentalmente mais rentável. Mas o nosso objectivo claro é crescer no mercado da língua portuguesa. Esse é o nosso projecto.
O que é crescer no mercado de língua portuguesa?
Brasil, Angola, comunidades portuguesas no exterior. Temos um veículo extraordinário para isso, o Açoriano Oriental, nomeadamente para os Estados Unidos e Canadá. No Brasil, nas comunidades brasileiras também. E em África, nomeadamente em Angola. E isso faz-se através de títulos e meios que temos. E quando muito do É Brasil, que vamos lançar.
Um título de raiz?
Um título de raiz, para começar cá, dirigido à comunidade brasileira no exterior. Tanto em Portugal, como no Reino Unido ou Alemanha.
É também em papel ou só digital?
Vai ser em digital. Mas não descuramos que ao princípio tenha uma versão em papel, aqui em Portugal. De maneira a ajudar a consolidar a marca, nos primeiros tempos. Não está decidido, mas não descuramos essa hipótese.
O lançamento vai ser quando?
No primeiro trimestre.
Já tem equipa?
Já. O director é Paulo Markun, conceituadíssimo jornalista brasileiro. A equipa é uma mistura de experiência com juventude, totalmente brasileira. Neste momento são sete pessoas, baseadas cá, com uma redacção em São Paulo e delegados em Brasília e Rio. E uma rede de correspondentes pela Europa e mundo fora, também de brasileiros. É uma redacção 100% brasileira.
Quantas pessoas, no total?
No total são sete pessoas, mais colaboradores. Temos correspondentes na Alemanha, no Reino Unido, na Rússia também. Há muitos jornalistas brasileiro que saíram do Brasil para fazer mestrados, doutoramentos e especializações. Então, muito graças ao Paulo Markun, que é um jornalista com muito conhecimento do meio, conseguimos criar uma rede de correspondentes do É Brasil e que vão ser também, de alguma maneira, correspondentes dos outros meios do grupo, um pouco por todo o mundo. O Paulo Markun trabalhou na Globo, na Veja, foi presidente da TV Cultura, conhece muita gente.
O título dirige-se aos brasileiros que estão em Portugal…
E que estão espalhados pelo mundo.
Como é que chegaram à ideia de lançar este título?
Foi a pouco e pouco. Tudo começou ao contrário, começou com a ideia de fazer o DN Brasil, que é um pouco ocupar aquele espaço que o El País deixou numa certa faixa do mercado brasileiro. Não é um projecto que tenhamos posto numa gaveta mas, a pouco e pouco, fomos percebendo que era capaz de ser mais urgente fazer um projecto para os milhões de brasileiros que estão cá fora.
Em Portugal, apesar de no consulado estarem registados 300 mil, há mais de 1 milhão de brasileiros e muitos luso-brasileiros. Para dar um exemplo, há cerca de 40 mil pessoas que estão em Portugal como cidadãos italianos que são brasileiros. Há também uma comunidade fortíssima no Reino Unido, forte na Alemanha, é imensa a comunidade brasileira fora do país.
Quando começámos a fazer um produto para os brasileiros em Portugal, começámos a pensar que se é feito em português, em português do Brasil, por brasileiros, se tem o nome que tem, porque é que tem que ficar só em Portugal? Porque é que este produto não pode ir para o Reino Unido, para a Alemanha, etc, etc? (mais…)
«Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás, como imagens valíssimas da servidão e espectáculos de extrema miséria. Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé que nos destes, porque só ela cativa o entendimento para que, à vista destas desigualdades, reconheçamos contudo vossa justiça e providência! Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem com os nossos? Não respiram o mesmo ar? Não os aquenta o mesmo sol? Que estrela é logo aquela que os domina tão triste, tão inimiga, tão cruel?» [António Vieira, sermão XXIV]
Brasil vai retirar busto de padre António Vieira após lei contra defensores da escravatura
A estátua, oferecida pela Câmara Municipal de Lisboa, foi inaugurada em 2011 no jardim da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
[foto] A estátua, oferecida pela Câmara Municipal de Lisboa, foi inaugurada em 2011 no jardim da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro vai retirar um busto do padre António Vieira após a aprovação de uma lei que proíbe o município de instalar ou manter estátuas, monumentos e placas de defensores da escravatura, informou a imprensa local.
Uma lista prévia feita pela vereadora Monica Benicio, uma das autoras do projecto de lei, incluiu na lista de estátuas que terão de ser removidas, além da do padre António Vieira, a do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, do Duque de Caxias e do patrono do exército brasileiro, apontado por historiadores como racista e autor de um massacre de negros, detalhou o jornal a Folha de São Paulo.
A lista cita ainda uma estátua do general Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro dos cinco militares que governaram o Brasil durante a ditadura imposta entre 1964 e 1985 e acusado de violações dos direitos humanos.
O busto em homenagem ao padre António Vieira encontra-se no Rio de Janeiro desde 2011, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na sequência de uma doação da Câmara Municipal de Lisboa, em retribuição ao busto do escritor Machado de Assis, doado em 2008.
António Vieira, padre jesuíta, teólogo, professor, diplomata e orador eloquente, nasceu em Lisboa em 1608 e morreu no Brasil em 1697. Deixou uma obra documental com 200 sermões e 700 cartas, sendo geralmente conhecido como um dos principais defensores dos direitos dos povos indígenas, especialmente no Brasil, onde, no século XVII, se insurgiu contra a exploração e escravização das tribos indígenas.
A lei foi promulgada na terça-feira à noite pelo vereador Carlo Caiado, depois de a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que tem de regulamentar a iniciativa, ter deixado expirar o prazo de 15 dias para a aprovar ou vetar.
“Agora é lei”, lê-se na nota oficial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, esclarecendo que a medida entrou em vigor na quarta-feira, apesar da omissão do município e do facto de o presidente de Câmara Municipal, Eduardo Paes, ter evitado comentar o assunto.
“De acordo com a proposta, as homenagens já instaladas em espaço público deverão ser transferidas para ambiente de perfil museológico, fechado ou a céu aberto, e deverão estar acompanhadas de informações que contextualizam e informem sobre a obra e o seu personagem”, lê-se.
estátua do padre António Vieira no Rio de Janeiro (Brasil)
A lei veta a manutenção ou instalação de qualquer tipo de homenagem que faça menção positiva ou elogiosa a pessoas que tenham praticado actos lesivos aos direitos humanos, aos valores democráticos ou ao respeito à liberdade religiosa.
A norma cita especificamente figuras históricas que defenderam a escravatura ou a eugenia ou que praticaram actos de natureza racista.
“Ao dar visibilidade para determinada pessoa, o Poder Público avaliza os seus feitos e enaltece o seu legado. A história brasileira traz inúmeros momentos condenáveis, dentre os quais podem-se destacar o genocídio dos povos nativos e a escravidão de africanos sequestrados”, argumentou o autor do projecto, o ex-vereador Chico Alencar, citado no Diário Carioca.
Na mesma nota, a co-autora do projecto, Monica Benicio, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), declarou: “É preciso fazer uma reparação histórica sobre esse período, principalmente para marcar posição sobre a identidade e a postura que tomamos hoje sobre o Brasil que queremos daqui para frente”.
“Por isso, a aprovação desse projecto é um passo importante para promovermos uma sociedade justa e igualitária. Com o racismo não há o que ser relativizado”, acrescentou. (mais…)
A expressão utilizada pelo actual presidente (“prefeito”, em brasileiro) da Câmara Municipal de Lisboa, no passado dia 2 de Novembro, em plena Web Summit, não foi “atrair brasileiros para Lisboa”, foi “atrair brasileiros para Portugal”.
Menos de um mês após proferir a bojarda, Moedas desloca-se a Brasília para assinar um acordo de geminação entre a capital portuguesa e a capital brasileira. Fez um acordo com esta, como já existiam acordos semelhantes com as capitais dos PALOP, mas “esqueceu-se” de “atrair para Portugal” (ou para Lisboa) os cidadãos destas outras, logo, dos respectivos países. Se há acordos de geminação com Luanda, Maputo, Bissau, Praia e São Tomé, então porque não pretenderá o “prefeito” alfacinha “atrair” angolanos, moçambicanos, guineenses e santomenses “para Portugal”? Porquê só brasileiros?
Na vida de cada qual, como é do senso comum, muito raramente há coincidências. Na política, nunca.
“Atrair brasileiros para Portugal é uma das prioridades”
eco.sapo.pt, 02.11.23
“Atrair brasileiros para Portugal é uma das minhas prioridades”, diz Carlos Moedas
A fábrica de unicórnios tem previsto um programa de softlanding, visando atrair empresas a se instalar em Lisboa.
“Espero que a Web Summit no Brasil ajude a atrair mais pessoas para cá e não o contrário”, disse o autarca quando questionado sobre de que modo o ecossistema de startups brasileiro poderia beneficiar da Unicorn Factory Lisboa. Esta quarta-feira a Sensei foi anunciada como a primeira scaleup a integrar o programa de scaleups, com arranque previsto para 2023.
O projecto da fábrica de unicórnios tem ainda previsto um programa de softlanding, visando atrair empresas para se instalarem em Lisboa. Para estes dois programas, a CML e os privados têm alocado um total de 8 milhões de euros.
“Lisboa tem de ser uma cidade aberta”, reforçou Moedas, que aposta no projecto da fábrica unicórnios — uma promessa eleitoral — para atrair empresas de base tecnológica de todo o mundo para a cidade, uma forma, diz, de atrair jovens e criar emprego.
“A diversidade de pessoas é o que cria inovação”, reforça.
[Transcrição integral, incluindo destaque e “link”. Cacografia brasileira corrigida automaticamente]
Moedas assina acordo de geminação entre Lisboa e a capital do Brasil
O acordo tem como objectivo geral cimentar relações de amizade, intercâmbio e reforçar os laços históricos e culturais.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que está no Brasil, assina esta quinta-feira em Brasília um acordo de geminação entre as capitais portuguesa e brasileira.
Durante um jantar de comemoração dos 111 anos da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, em São Paulo, Moedas disse à Lusa que o acordo está inserido numa tradição que Lisboa já mantém com várias capitais de países de língua portuguesa como Luanda, Maputo, Bissau, Praia e São Tomé.
“O acordo é mais uma ligação de cidades irmãs que, Lisboa, por tradição, tem com cidades que são capitais de países de língua portuguesa. Não tínhamos isso com o Brasil e eu gostava muito de deixar essa marca (…). Por isso, assinar este acordo é muito importante”, afirmou o autarca.
O acordo de geminação entre Lisboa e Brasília, que será assinado por Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal (que detém o controlo administrativo da cidade de Brasília), tem como objectivo geral cimentar relações de amizade, intercâmbio e reforçar os laços históricos e culturais.
De acordo com dados divulgados no site da Câmara Municipal de Lisboa, os acordos de geminação também simbolizam “um reconhecimento de interesse mútuo no comércio, indústria e educação.”
A capital portuguesa já assinou 13 acordos de geminação, que incluem cidades europeias, asiáticas e africanas como Madrid, Rabat, Malaca, Macau, Budapeste e Cachéu. No Brasil, Lisboa mantém acordos de geminação com as cidades do Rio de Janeiro e Salvador.
Moedas confirmou que participou na Assembleia-Geral da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Americo-Asiáticas (UCCLA), no âmbito de uma visita ao Brasil que começou na segunda-feira.
“Sou presidente da UCCLA, dessa união das cidades que falam português, e foi uma reunião muito boa porque conseguimos juntar muitas cidades, mais de 40 cidades, à volta da mesa, em Fortaleza [capital do estado brasileiro do Ceará], para discutir os temas da língua portuguesa e aquilo que é a capacidade que temos como cidades capitais portuguesas de sermos centros de inovação e tecnologia”, explicou.
Depois de passar por Fortaleza, Moedas participou, na terça-feira, em São Paulo, na 20ª. Assembleia Geral da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), na qual autarcas de 18 cidades decidiram que o ano de 2024 será dedicado à língua portuguesa.
“Fui eleito vice-presidente da UCCI [no biénio 2024/2025]. Foi um prazer promover um impacto maior da língua portuguesa, não só o impacto que queremos ter entre as cidades de língua portuguesa, mas também nas cidades ibero-americanas, que por tradição usavam mais a língua espanhola a do que a língua portuguesa”, avaliou.
Moedas reuniu-se ainda com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e com o vice-governador do estado de São Paulo, Felicio Ramuth.
O autarca de Lisboa lembrou que assinou, há cerca de um ano, um acordo bilateral de colaboração com a maior cidade do Brasil, que engloba parcerias e troca de experiência em várias áreas como limpeza urbana, saúde, empreendedorismo, promoção de tecnologia, gestão administrativa e intercâmbio entre funcionários públicos.
Moedas disse que outro objectivo da visita ao Brasil é promover o projecto Fábrica de Unicórnios de Lisboa, que visa atrair investimentos de grandes empresas tecnológicas à capital de Portugal.
“Conseguimos num ano atrair mais de 54 empresas tecnológicas para Lisboa, entre elas [empresas] unicórnios, ou seja, que valem mais de mil milhões de euros (…). Hoje já temos um unicórnio brasileiro na nossa cidade, com escritórios, que é a Quinto Andar”, empresa de arrendamento de imóveis, disse o autarca
“Lisboa é um centro de atracção de talentos e é uma plataforma de inovação que hoje conta na Europa. Nós estamos pré-seleccionados para ser a capital da inovação da Europa. Acredito que Lisboa pode ganhar esse prémio porque tem realmente construído um ecossistema de tecnologia e inovação único na Europa. E, portanto, estou aqui também para falar com os investidores brasileiros“, concluiu.