Mais uma polémica sobre direitos de autor, plágio, piratadas e assim.
Desta vez, a coisa toca a um “verdadeiro artista da rádio, tv, disco e cassete pirata”.
O Apdeites, aliás de acordo com a sua já longa e proverbial tradição anti-chulice, declara desde já ter tentado, com todas as suas forças (suas, ou seja, minhas), investigar mais este assunto mas, “há que dizê-lo com frontalidade”, ao autor do dito Apdeites ia dando uma coisinha má, uma camoeca das piores, mal se abalançou em tão espinhosa tarefa.
É que, raios, não é nada fácil comparar uma música pimba com outra música pimba! Quanto mais comparar um porradal de músicas pimba, como tem feito ou, melhor dizendo, como sadicamente certo blog tem convidado os seus leitores a fazer eles mesmos. Ouvir primeiro uma e depois a outra, a ver se são ou não parecidas, quando não exactamente iguais? Mas assim ouvir mesmo aquilo tudo, aquelas pimbalhadas todas? Caramba, isso é que não, piedade, ai Jesus, que horror, livrai-nos do mal!
Isto é, quer-se dizer, não me pagam para tanto, não sei se me faço entender. Alguém que me explique como é possível um bacano qualquer ser capaz de, sem cair para o lado, redondo, comparar faixas com designações tão mimosas como “Esta Falta de Ti” e “Toi Qui Manques a Ma Vie” ou (ainda mais giros, estes títulos) “Écris Moi” versus “A Estrada e EU”. Lá sacrifícios como ler MST, a ver se haveria ali bambochata (
Lamento imenso. Não sou capaz. Tentei, juro que tentei, mas não consegui passar em nenhum caso dos primeiros acordes, dos gemidos iniciais. Isto é um trabalho muito duro, o que julgam? Livra! Como se distingue “nhó-nhó-nhó trá-lá-lá ai ai” (em Português) de “gnõ gnõ gnõ trà là là ui ui” (em Francês)? Ou, por exemplo, “mãezinhaaaaaa queridaaaaa” de “madrecitaaaaa queridaaaaa”? Não dá. É demasiadamente cruel.
Por conseguinte, com vossa licença, desenrasquem-se. Oiçam aquilo vossemecês, com os vossos próprios aparelhos auditivos, porque os meus ainda estão a zumbir com o raio da experiência.
E não só isso como, ainda por cima, quer-me parecer que se me partiu uma corda qualquer no cérebro, em apenas alguns segundos de audição; não consegui desligar a tempo aquele verdadeiro instrumento de tortura, foi o que foi, fiquei paralisado pelo horror, entorpecido, estarrecido, e pronto, agora estou para aqui todo lixado da cachola, parece que tive um ligeiro AVC, ou o cacete.
De tão lesionado que fiquei, por levar tanta paulada no gosto, por escutar tão excruciantes torturas instrumentais, às tantas ainda tenho de meter baixa por doença ou, quem sabe, no limite requerer a reforma antecipada!
Ora, por mais amor à causa que um gajo tenha, a verdade é que a vida já não vai para este tipo de luxos. Cada qual que decida se há ou não há plágio naquelas musiquinhas; se quiser, é claro, e principalmente se for capaz.