Nem me lo digas

1. We take responsibility for our own words and for the comments we allow on our blog.

We are committed to the “Civility Enforced” standard: we will not post unacceptable content, and we’ll delete comments that contain it.

We define unacceptable content as anything included or linked to that:
– is being used to abuse, harass, stalk, or threaten others
– is libelous, knowingly false, ad-hominem, or misrepresents another person,
– infringes upon a copyright or trademark
– violates an obligation of confidentiality
– violates the privacy of others

We define and determine what is “unacceptable content” on a case-by-case basis, and our definitions are not limited to this list. If we delete a comment or link, we will say so and explain why. [We reserve the right to change these standards at any time with no notice.]

Draft Blogger’s Code of Conduct, by Tim O’Reilly

Este é apenas o ponto 1 (o primeiro, portanto) de uma espécie de documento que tem sido exaustivamente discutido, inclusivamente em Portugal. E é apenas o primeiro ponto que aqui cito porque, sinceramente, embatuquei logo neste, entupi, a bem dizer, e por conseguinte já nem dei grande atenção aos “mandamentos” restantes. Se isto é assim logo de entrada, teme-se o pior quanto ao resto.

Começa logo pela primeira linha: … and for the comments we allow on our blog.

Bem, ó Tim, pá, vá lá ver: isso quer dizer que temos todos de estar de guarda às nossas caixinhas de comentários, durante o tempo todo? Quer isso dizer que então ninguém pode ir de férias, por exemplo? Ou ausentar-se a gente por motivos de força maior, que sei eu, um funeral ou assim?

Um brincalhão, este Tim. É que não apenas não podemos fazer mais nada, se não estar sempre de rato pronto e engatilhado, apagando este e aquele comentário assim mais p’ró “coiso”, esquisito e tal, como – ainda por cima – somos compelidos a explicar pública e detalhadamente porque raio o apagamos, a este ou àquele: “If we delete a comment or link, we will say so and explain why.” Ah-ah-ah-ah (isto sou eu a rir, sem ofensa, é claro), ahahahahah (isto sou eu a continuar a rir, já meio zonzo e com lágrimas nos olhos), rha-ah-ah-ahahaha (aqui entramos na chamada barrigada de riso, um tipo vê-se à rasca para aguentar), hihihihi hohohoho, arf, ai, que eu arrebento, hihihi, parem lá com isso. Chuif. Ganda cromo.

Pronto. Já passou.

Então, mas serei eu porventura responsável por aquilo que se passa e se diz no elevador do meu prédio, por exemplo? Ou, quem diz elevador, diz escadas, diz pátio comum, diz garagem ou diz entrada, ou diz ainda, já agora, o passeio público em frente ao prédio?!

Se eu tiver um martelo em casa e alguém der com esse martelo na cabeça de uma pessoa qualquer, eu é que sou o responsável pela martelada? É a mim que o gajo com a cabeça partida deve vir pedir satisfações?

Indo um pouco mais longe, e apenas para demonstrar o absurdo da teoria: eu sou responsável por tudo aquilo que outrem fizer ou disser em minha casa, apenas porque a casa é minha? Ah, que giro.

Não brinquemos, ó Tim. Uma caixa de comentários é uma ferramenta que se disponibiliza, como qualquer martelo, saca-rolhas ou colher-de-pau, para quem a quiser utilizar; uma caixa de comentários (como o “chat” ou o fórum) é um espaço público no nosso domínio privado, como o elevador, o pátio ou as escadas e os corredores de um qualquer “condomínio”. É um extra, como qualquer outra ferramenta, função ou finalidade que acrescentemos às nossas páginas: valoriza o nosso espaço, e até por isso mesmo se destina a servir ou, no mínimo, a facilitar a vida aos demais, à comunidade, a quem nos visita.

Bens e espaços comuns, por definição, pertencem a todos – e a sua utilização é da responsabilidade de cada um. A responsabilidade individual não se extingue nem se transfere (por osmose?) em função dos meios e dos locais utilizados.

Assim como ninguém é obrigado a ler aquilo que escrevemos, não se pode forçar alguém a não fazer asneiras ou a não dizer disparates. A priori, de certeza – é tecnicamente impossível; a posteriori, bem, depende – pode ser que sim, pode ser que não. Depende do tempo, da disponibilidade, de estar para aí virado ou não. Mas uma coisa é certa: ninguém pode ou poderá jamais decretar aquilo que eu devo ou não devo, posso ou não posso fazer, e muito menos quando ou como, na minha própria casa. O mesmo é dizer, no meu próprio blog – o meu palacete virtual.

Minhas senhoras e meus senhores, aquilo, aquela espécie de “declaração de princípios” (virtuais), é de tal forma imbecil que, depois de passar a vontade de rir, até custa a articular as ideias. É que não tem mesmo ponta por onde se lhe pegue. Ó Tim! Ó gente!

Então? Mas esta coisa, esta parvoíce, nem merece conversa!

Nem troco. Acho que já falei de mais.

Chega.

O Apdeites é um dos (poucos) sites que não dispõem de comentários “abertos”; para comentar aqui, é necessário inscrição prévia, e esta implica um mínimo de identificação; mesmo assim, nem todos os comentários são publicados e nem todas as inscrições são aceites. São os meus critérios. São feitios. São manias. Pois são. E atão, há azar?

Escreva, sim

Escreva!
Escreva!

O conceito é simples: os participantes são convidados (“desafiados”) a escrever sobre determinado tema, de uma forma precisa, que varia conforme o critério de quem propõe (“desafia”), e com limites quanto ao número de palavras. Existe o “desafio da semana” e o “desafio do mês”, propostos por participantes inscritos que, por sua vez, podem “votar” nos textos de que mais gostam.

Um exemplo.

Desafio do Mês: Carta
Escreva uma carta com rimas fáceis (terminadas em -ar ou -ão, por exemplo) a pedir dinheiro ao chefe, ao amigo, colega, a um cliente, etc.

Ex: Ó meu grande ladrão, porque é que não me pagas?! Cá em casa já não há pão!

*Modalidade: livre
*Limite: 400 palavras

E porque não?

Escreva!

Uma das participantes (e administradora do site) é a nossa vizinha Dunyazade, do blog… Escrita (nem de propósito).

Gol(os) de canto directo

1. Coliformes judiciais.
Pantrampismo?
Pantrampismo, tudo é trampa! Temos de viver com a trampa, mas escolher os espaços livres e limpos. Mesmo a Justiça já está contaminada pela corrupção e influências. E meto nisto a PJ, Ministério Público, juízes e advogados. A Justiça foi permeável aos ventos dominantes.

2. No puede, pero que los hay, los hay.
Ainda leva com um processo…
Só fui processado uma vez, pelo Salazar, por assinar uma carta de católicos. Agora, se tiver um processo também não há problema. Tenho razão e não pode haver processos contra a razão. Apesar dos desencantos, facadas e caneladas na política – tenho muitas cicatrizes na alma – acredito que uma pessoa séria ainda possa manter a integridade moral.

3. Camarada doutor, camarada engenheiro…
Você sabe que às vezes ligo para o partido e me tratam por senhor doutor e professor?! Há tempos, irritei-me e disse: «Mas ouça lá, eu não estou a ligar para o PS?! Estou? Então trate-me por camarada!» A telefonista até rejubilou, mas disse-me: «Sabe, eles agora querem ser todos tratados por doutor e professor…»

4. Já não ou ainda não?
Voltamos ao tempo de Salazar, com uma diferença: já não é preciso o atestado de indigência para ter atendimento gratuito.

5. Desdita… dura.
A banca tem grande responsabilidade no endividamento. O Governo que assuma a soberania! A banca tem uma função social importante, mas não pode ter lucros fabulosos, quase não pagar impostos, esfolar vivas as pessoas e ainda ir ver se há alguma coisa depois de mortas! No fundo, o capitalismo selvagem gerou novas formas de escravatura. Um país sozinho não pode defender-se disso, mas não me conformo: há uma verdadeira ditadura do capital sobre o trabalho. Nem Salazar permitiu o domínio do Estado pelos capitalistas.

Respingos da (já) famosa entrevista de António Arnaut à revista Visão, com data de 25.07.07.

CBox: salas de chato

Para comunicar directamente com os seus visitantes e para estes poderem “falar” entre si, quase em tempo real. Existem algumas alternativas a esta “sala de chat” (que também pode funcionar como sistema de comentários… voláteis) mas, de facto, é bem possível que a CBox seja o melhor dos sistemas gratuitos do género. Com pouco tempo investido na inscrição como utilizador, e com nenhum esforço de configuração (o código é todo gerado automaticamente), pode colocar no seu site ou blog uma ferramenta de comunicação valiosa, atractiva, interactiva e de provas dadas.

Com a versão gratuita, pode alterar o tamanho, o número de linhas para enviar mensagens, e ainda as cores, os tipos e o aspecto geral da caixa, adequando-a o melhor possível ao aspecto gráfico da(s) sua(s) página(s); através do Painel de Controlo da sua conta, pode apagar mensagens ou mesmo banir utilizadores (com restrições), alterar fuso horário e formato de data/hora, a Língua da caixa e do ficheiro de ajuda, etc.; o sistema permite-lhe também seleccionar uma série de opções, como filtro anti-spam, envio de “avatars” ou autolinking, por exemplo.

Com a versão paga (2 dólares americanos por mês), a gama de possibilidades alarga-se espectacularmente: controlo de aspecto gráfico via css, filtragem (recusa) por palavras e/ou expressões-chave, gestão de utilizadores/visitantes (por exemplo, apenas aceitar os inscritos ou exigir registo de nomes), aumento do número de mensagens visíveis, gestão de ficheiros históricos, autorefresh das mensagens e aumento do seu limite máximo, em número de palavras e em arquivo, etc., etc., etc. Uma gama muito completa de opções e ferramentas de gestão para um verdadeiro sistema 3 em 1: comunicação com visitantes, sala de “chat” e sistema de comentários.

O único contra é a desgraçada tradução para “brasileirês”, mas não se pode ter tudo. Se isso se tornar tão irritante como de facto parece, sempre é possível escolher a versão original, no velho e sólido Inglês.

CBox

O código para abrir em mini-janela (ou para maximizar) não existe no original da CBox, mas tem lá uma versão em javascript para abrir a sua caixa em “popup”.

Alegria

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Excerto de “Contra o medo, liberdade“, de Manuel Alegre, in jornal Público de hoje.

Charrua: boa lavra

«1. Na decisão sobre a aplicação de sanções disciplinares deve atender-se a todas as circunstâncias do caso e ponderar, em face delas, se a reacção disciplinar cumpre, de facto, não apenas o princípio da adequação mas também o princípio da proporcionalidade.»
«2. Acresce que, sendo conclusão do processo de inquérito que o visado nas afirmações do arguido seria não um superior hierárquico directo mas o próprio Primeiro-Ministro, entendo, ainda que à luz das circunstâncias do caso possam subsistir dúvidas, que a aplicação de uma sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião e de crítica política, naturalmente intolerável na nossa sociedade democrática.»
«Assim, determino o imediato arquivamento do processo

Maria de Lurdes Rodrigues, Ministro da Educação

Notícia em RTP

Texto integral do Despacho (em pdf), site do Ministério da Educação.

O niño atrás da orelha

O recente episódio de censura (ver post anterior) por parte das autoridades espanholas, com mandado judicial de busca e apreensão, mais a ordem para que fosse encerrado o sítio da (revista) Quinta-Feira, vem por certo derramar outra luz sobre o não menos recente caso da proposta de fusão ibérica, essa nem por isso original ideia do 2º Nobel lusitano. Sendo esta uma ideia rebuscada, e justificando também alguma apreensão, cumprirá talvez – a talhe de foice e dando de barato quaisquer ideias a martelo – investigar o que tem uma coisa a ver com a outra.

Se, por um lado, aqui no torrão ainda poderemos – até ver – continuar sossegados quanto às nossas bancas de jornais, outro tanto já se não poderá dizer a respeito do ilustre homem de letras, por ora asilado numa ilha castelhana, e para mais em relação à sua estranha premonição, ou augúrio.

Pois não foi ele mesmo, além de laureado com o Nobel da Literatura, em 1998, condecorado por mais do que uma vez pelo Estado português, pela República Portuguesa?

Pois não lhe foi imposta, do lado de cá, entre outras e outros variados prémios e insígnias diversas, uma das mais altas condecorações do país, em 1985?

Não nos precipitemos a tirar conclusões, porém. Pode bem suceder que tal não seja nada de mais. O que é ao certo, o Grande Colar da Ordem de Sant’Iago da Espada?

Se consultarmos a página das Ordens Honoríficas portuguesas, no site da Presidência da República Portuguesa, vemos que esta Ordem Militar é não apenas antiga como historicamente relevante.

A sua introdução em Portugal está documentada em data próxima do ano de 1172, tendo desempenhado parte activa e de relevo na Reconquista. Até à sua autonomização de Castela, no século XIII, a ordem, em Portugal, constituia a comenda-mor de Portugal.
O reconhecimento papal da autonomia do ramo português da ordem ocorreu em 1288, pela Bula – Pastoralis officii, do papa Nicolau IV. E, assim, permaneceu de facto, pese embora os sucessivos protestos de Castela, até que em 1452, o papa Nicolau V, pela Bula Ex apostolice sedis, reconhecia definitivamente a autonomia da Ordem em Portugal, no «mestrado» do Infante D. Fernando, duque de Viseu e de Beja.

Como se pode ver pela lista de laureados com esta Ordem, no seu grau mais elevado, bem se pode dizer que não é nada de mais. Realmente, ombrear alguém – mesmo que em tão prestigiado título – com personalidades do calibre de um Nicolau Ceausescu, apenas para dar um exemplo, bem, convenhamos que não é lá grande coisa. É, por assim, dizer, além de Grande, um Colar bem pesado, muito pesado, pesado como uma canga.

As Ordens Honoríficas portuguesas são atribuídas pelo Chefe de Estado, como recompensa por serviços prestados ao País. A Ordem Militar de Sant’Iago da Espada tem por objectivo distinguir o mérito literário, científico e artístico a.

Uma condecoração conferida pelo Estado não é apenas um pedaço redondo de metal com uma fitinha colorida a enfeitar e com o respectivo estojo para arrumação. Os membros das ordens honoríficas têm direito ao uso das insígnias do grau que lhes tiver sido concedido […] e às honras e precedências estabelecidos em regulamento a. Existem direitos e prerrogativas dos condecorados, e não apenas destes, mas também dos cônjuges e descendentes, que decorrem naturalmente da sua condição excepcional no âmbito da Nação e em relação aos demais compatriotas.

É nessa qualidade, a de simples compatriota de alguém que pretende deixar de o ser, que me considero no direito de me sentir pessoalmente desconsiderado – bem vistas as coisas – pelo facto de esse patrício renitente não devolver à procedência, de imediato, as honras que lhe foram concedidas pelo país que agora renega. Desconsiderado e enganado, por supuesto.

Há um nome para designar quem renega a sua Pátria. Por mais e mais relevantes que tivessem sido os serviços prestados ao país, esse é, ainda e sempre, o pior de Todos Os Nomes.

A medalhinha p’ra cá.

medalha de colecção...

a Artigo 6º do D.L. 414A/86 de 15.12.86.
Imagem de medalha (sem qualquer valor, facial ou outro) digitalizada de colecção do Diário de Notícias.

A múmia paralítica(*)

cartoon de El Jueves, e-visado por Apdeites

Assim que El Jueves*** publicou este cartoon, em plena capa, as autoridades espanholas mandaram que a revista fosse retirada dos escaparates, alegando que semelhantes bonecos atentavam contra a honra e a dignidade de certos elementos da família Real espanhola.

Este tipo de pruridos institucionais, em relação à bonecada e a outros tipos de comichão, acaba fatalmente por ter um efeito perverso, como sabemos. (Re)Veja-se o caso, ainda não muito recesso, dos célebres cartoons que satirizavam certo profeta de determinado credo religioso; foram publicados no jornal dinamarquês Jyllands-Posten e de imediato levantaram a maior polémica, incluindo sérias ameaças às estimáveis saúdes dos autores, bem como às cabeças de inúmeros responsáveis políticos, por esse mundo fora.

Um absurdo. Quanto maior e mais acérrima a censura, maior e mais fácil se torna a propaganda àquilo que se pretende censurar. Parece que este simplérrimo e ancestral paradigma é de difícil compreensão, pelo menos ou principalmente para os próprios interessados, os que detêm o poder.

Em caso algum o cartoon que está ali em cima aqui teria sido reproduzido, como foi em dezenas, centenas, milhares de outros sítios, se as autoridades espanholas tivessem ficado nos seus digníssimos cantos, caladinhas e tratando de seus elevados negócios. Muito menos o desenho teria sido grosseiramente censurado, como é evidente; essa censura auto-imposta demonstra apenas, pelo exagero, pela caricatura, o ridículo de qualquer censura… ao exagero e à caricatura. O elevadíssimo número de expressões em itálico, de referências colaterais e indirectas, aqui, neste mesmo texto, serve também para realçar esse mesmo ridículo.

Em Unnecessary censorship (video), por exemplo, podemos assistir a efeitos espectaculares deste género de censura invertida – ou auto-imposta – e aferir da sua trágica inutilidade e da sua cómica perversidade.

Esborratar rostos ou partes de uma imagem, na tentativa de que não possam ser identificadas as pessoas ou as “partes” em questão, apagar zonas (de texto, imagem ou som) mais “comprometedoras”, riscar palavras num texto ou substituir nomes por expressões genéricas, trocar palavras ditas por uns quantos “piii” sonoros e irritantes, tudo isso faz parte de um enorme arsenal de imbecilidades de Estado, utilizado por idiotas oficiais. E deste mesmo arsenal fazem parte também as verdadeiras armas de destruição maciça: cassar peças, scripto, audio, video, caçar os seus autores, fechar emissoras e emissões, encerrar jornais, prender escritores, jornalistas, pintores, artistas.

Não houve, em toda a História, um só acto de perseguição, um só auto-de-fé (com fogo verdadeiro) ou um único fuzilamento (com fogo ainda mais verdadeiro), que não resultasse em derrota total e absoluta do silêncio que se pretendia. Ou seja: um silêncio ensurdecedor.

Se era isso que queriam, é isso que têm. Se não era, também.

Adenda, em 23.07.07, às 12:10 h

Líbrese oficio a las Fuerzas y Cuerpos de Seguridad del Estado, y de las Comunidades Autónomas, para que procedan a retirar de los puntos de distribución y/o venta todos los ejemplares de la citada publicación.

Extracto do Auto de Apreensão oficial, via blog el tratolillo

Nota suplementar (e triste): o site da revista El Jueves foi realmente (!) encerrado.

O que lá está, além do ofício que ordena o encerramento, é um texto que diz assim:

¿ 20 de Julio de 2007?

Escribimos esta nota el viernes, 20 de Julio de 2007, a las 19h. Tenemos la redacción llena de medios de comunicación que nos preguntan el por qué del secuestro de la revista. No sabemos qué responderles. El Jueves ha publicado decenas, cientos de dibujos sobre la familia real ( y sobre políticos, famosos, la ETA y todo lo que se mueve). Incluso hemos publicado un libro, TOCANDO LOS BORBONES, un tomazo de 350 páginas que recopilaba los dibujos más divertidos.

Somos humoristas gráficos y trabajamos conscientes de que nuestra obligación, lo que nos piden los lectores, es que exploremos el límite de la libertad de expresión. Podemos aceptar que, incluso, en alguna ocasión, lo podamos traspasar . Gajes del oficio. Si nos pasamos para eso están los tribunales pero…¿un secuestro? ¿ la policía recorriendo los quioscos de todo el país retirando nuestra revista? ¿ De verdad escribimos esto el 20 de Julio del 2007?

A colecção de arquivos históricos do site El Jueves em WayBackMachine está AQUI.

Créditos
Cartoon original de El Jueves – La revista que sale los miércoles (Quinta-Feira, A Revista que sai às quartas-feiras), e-visado por Apdeites.
Foto do cartoon original publicada por: El Mundo.
El Mundo: Solidaridad con ‘El Jueves’.
*** No momento da publicação deste post, o site de El Jueves estava indisponível (erro 404).
(*) Personagem e expressão típica de Agildo Ribeiro, nos anos 80.