Caixa-Geral de Depósitos
Ex-administradores reformados por motivos de saúde trabalham na concorrência
Dois antigos administradores da Caixa-Geral de Depósitos estão a exercer cargos de relevo na concorrência, apesar de terem sido reformados por motivos de saúde. A notícia é avançada hoje pelo semanário Expresso(ver texto 1).
António Vila Cova e Gracinda Raposo saíram da administração da Caixa em 2005, quando a equipa de Vítor Martins foi demitida.
Depois, foram reformados por motivos de saúde, pela administração de Carlos Santos Ferreira, que actualmente preside o Millennium BCP.
No entanto, apesar da reforma por invalidez, estão a exercer funções em empresas concorrentes.
António Vila Cova esteve na Mota Engil e no Financia, antes de entrar no grupo BPN.
Gracinda Raposo presta assessoria à administração do Santander Totta.
A actual administração da Caixa está incomodada com a situação, mas ainda não tomou qualquer medida(ver texto 2).
Texto 1
Ética, ética, mas… negócios à parte.
Miguel Cadilhe sempre fez questão de se apresentar como o mais in em matéria de ética. Ataca a torto e a direito (estou a lembrar-me da entrevista ao Diário Económico -leiam e vejam).
Pois bem como não foi para a CGD, perdeu no BCP e no Banco de Portugal não aterra tão cedo, se é que aterra, vai de ir até ao BPN.
Ele por mim pode ir para onde quiser (atenção ao impedimento que ele refere na entrevista atrás citada).
Agora ir e levar na lista um reformado por invalidez(António Vila Cova) e o homem da CMVM(Rui Pedras) que estava a investigar o BPN, isso é que me parece pouco ético, para além de ser passível de suscitar problemas jurídicos.
Blog “por muito que…”, em 12 de Junho de 2008
Texto 2
Candidato da lista de Cadilhe ao BPN é reformado por invalidez
António Vila Cova está na lista de Miguel Cadilhe à presidência do Banco Português de Negócios (BPN), mas recebe da Caixa uma pensão por invalidez. O banco do Estado admite estudar juridicamente o caso.
Maria Ana Barroso e Sílvia de Oliveira
António Vila Cova, um dos nomes que integra a lista de Miguel Cadilhe à administração executiva da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e do BPN, é reformado por invalidez da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O antigo administrador do banco estatal recebe uma reforma por invalidez que poderá estar em causa se Vila Cova assumir funções de relevo numa outra instituição. Isto porque, explicou ao Diário Económico fonte próxima do processo, uma reforma por invalidez pressupõe alguma incapacidade para exercer funções, sobretudo se estas forem, como está previsto, executivas, na SLN e BPN.
Uma outra fonte adiantou ainda que, dentro da CGD, o ambiente é de “indignação” face à possibilidade de Vila Cova aceitar exercer um cargo executivo numa outra instituição, ainda por cima bancária. As reticências da Caixa levantam ainda a dúvida sobre se, tal como acontecerá com Cadilhe, a SLN ter igualmente de compensar Vila Cova, caso este esteja em risco de perder a reforma que agora recebe.
Contactado, o banco estatal não comenta a mudança de Vila Cova mas as declarações de fonte oficial são claras. “Não fomos informados dessa questão. Quando formos informados oficialmente, analisaremos juridicamente a situação”.
Diário Económico online, 11 de Junho de 2008.
* O título deste post é um jogo de palavras com uma frase publicitária da CGD, trocando “Caixa” por “cacha“.
A finalidade destas três transcrições é provar que a “cacha” hoje anunciada como sendo um exclusivo do jornal Expresso e, concomitantemente, reproduzida por todos os canais televisivos e por todos os restantes jornais, já cá se sabia, nos blogs, há mais de seis meses. E ainda, é claro, que foi o DE o primeiro órgão de comunicação a referir o assunto, esse sim, em primeira mão.
Todos conhecemos histórias semelhantes. Já escrevi por diversas vezes que este faz de conta que estás doente e ir para a aposentação deveria merecer o repúdio público do comum dos cidadãos.
Quando comecei a trabalhar para a função Pública a idade normal para a aposentação eram os 60 anos ou os 36 de trabalho. Quando já tinha atingido os 36 de trabalho e já doente disseram-me que era quase impossível aposentar-me, doente de facto, por que as juntas médicas seriam demasiado exigentes.
Face a mais este tipo de notícia que me deixa furibundo pergunto: Então eu, doente com Parkinson não tenho o direito de me aposentar. Claro que não!
O Rogério Simões, funcionário Público, toma todos os dias uma carrada de comprimidos para a Parkinson e precisa de tomar outros para dormir. Pela manhã lá vai ele aos trambolhões no 794 a caminho do local de trabalho onde para 2009 existem critérios rigorosos de avaliação (e ele até nem é professor… )
Como só consigo dormir, quando a noite vai tarde e o sol começa a raiar, durmo pouco, descanso quase nada.
Resultado: 2008 foi para mim o pior ano da minha vida. A Parkinson vai engolindo as palavras e balançando a mão. Para tudo isto existem sempre mais uns quantos comprimidos que se tomam de 3 em 3 horas.
Conclusão: como só me posso aposentar com penalização – à Sócrates – vou tentar aguentar-me por mais 7 meses, altura essa em que completo os 60 anos e 40 de trabalho, então com a penalização de 4,5%.
Se metesse os papéis para a reforma neste momento seria penalizado em 9%.
Se não tivesse doente e conseguisse o mesmo que esses senhores levaria a reforma por completo. Como estou doente nada mais há a fazer que aguentar o barco
Pergunto: Face a isto tudo onde pára a justiça! Qual a razão de aposentarem quem está pronto a exercer funções em outros tachos e aqueles que verdadeiramente estão doentes e precisam de descansar são impedidos de o fazer.
Concluo: Neste país tudo é permitido; tudo é tolerado: Pessoas saudáveis são aposentadas e tiram lugares aos jovens. Os doentes são obrigados a trabalhar até caírem.
Meus senhores: Se querem acabar de vez com o desemprego dos jovens licenciados é proibir de vez com o trabalho remunerado após a aposentação.
Quem quiser continuar a trabalhar após a idade da reforma que o faça gratuitamente, como serviço público e não remunerado, porém não retire postos de trabalho aos que nada têm.
No meu caso, doente com Parkinson, irei para a aposentação com penalização, mas, perante estas notícias sinto-me roubado – usado – lesado.
(Sem pontuação e sem rever o texto escrito com contida raiva)
Rogério Martins Simões
A pouca-vergonha atingiu extremos escandalosos. Na mesma onda que o comentador anterior, também sou dos que faz das tripas coração para trabalhar e conseguir uma reforma que permita sobreviver ao menos.
Subscrevendo os comentários anteriores, acrescento ainda que por estas e por outras não é de admirar que o «procurador-geral da República alerta para o possível aumento da criminalidade violenta ao longo de 2009.»
Pulhice é o que é… só pulhice!!!
Claro que apenas se deve chamar a atenção para a violência dos pobres e JAMAIS (jamé como diz o outro) se aponta a brutal violência praticada pelos gananciosos e demais criminosos da alta finança – os INIMPUTÁVEIS – contra a restante população que continua a pagar saque após saque!
Afinal de contas as responsabilidades, deveres e obrigações são sempre despejadas para cima dos mais fracos, enquanto a corja se refastela em leis e justiça à medida da sua colossal gula!
Por falar em gula… aí está, a «necessidade de criação de uma base de dados única», mais um colete de forças para os pobres!
🙁