
Pesquisa Google Imagens: Courbet+monde.
A PSP de Braga apreendeu, hoje numa feira de livros de saldo, alguns exemplares de um livro sobre pintura considerando que o quadro reproduzido na capa, do pintor Gustave Courbet, é pornográfico, disse fonte da empresa livreira.
Expresso online, 23 de Fevereiro de 2009 (link temporário).
Por acaso à hora de almoço, passei diante da TV (ligada para as moscas) e apercebi-me dessa apreensão, não percebendo obviamente as razões porque cheguei tarde demais. Pasmei ainda assim. Pensei para os meus botões (nem comentei com a família) que estaria eventualmente a perceber mal a coisa. Esqueci entretanto. Agora ao receber os feeds do Apedeites é que me lembrei da cena… será que voltámos ao tempo da outra senhora? Não sei como era nessa altura, mas calculo pelo que se contava.
Será que é púd(b)ica censura? Terei percebido mal?
Será que ARTE agora é algo obsceno? Não pode!!!!
Como artista plástico sei que a fronteira entre o erótico e o pornográfico é difusa, subjectiva e pessoal. Muda de acordo com a época e com a cultura. Mas, “óbalhamedeuze” estamos em pleno sec. XXI, em plena época em que assistimos aos desvarios sobre casamentos de gays; comemos, quer queiramos ou não, com todas as cenas explícitas nas TV’s públicas, ou privadas; vemos paradas de loucos gays e por aí fora…
enfim, só faltava mais esta neste país bolorento – a “censura” na arte!
Imagina/conhecerá o(s) autor(es) da dita censura a escultura monumental de Ron Mueck, cheinha de pelinhos e alma??Não creio.
Para quem não conhece aqui fica um link que merece ser visto:
http://blog.uncovering.org/archives/2008/01/ron_mueck_escul.html
Abraço
Paula
Entretanto lembrei daquela polémica exposição em Serralves em 2007 – “o olho do cú”.
Procurei o link directo mas já não funciona. Contudo, como por enquanto a livre expressão na net ainda existe, cá vai outro link: http://botabaixo.nireblog.com/post/2009/01/15/escandalo-exposicao-na-fundacao-de-serralves-o-cumulo-do-ridiculo
Aposto em como foi vingança! eheheheh 😀
Quando vejo alarvidades destas, no mínimo tenho uma reacção visceral.
A ser assim, os museus estão repletos de pornografia, e a mero exemplo, recordo-me do Museu Picasso que tem uma ala destinada ao “nu”, onde se podem ver quadros que vão da mulher menstruada à orgia. Recordo-me também da original estátua da República com um seio desnudado.
Esta prática a propagar-se como será? Volta-se ao tempo das piras públicas onde se queimaram milhares de livros e quadros?
Já agora, da forma semi-vestida que imensas figuras se apresentam na TV, por exemplo a Luciana Abreu no seu show infantil, a programação também vai ser censurada para lástima de muitos pais que se deliciavam a ver TV com os seus filhos? (ironia)
Importa que este bando controlador saiba discernir, mas na ânsia repressiva que lhes insufla o Ego a racionalidade perde-se.
Por mais inacreditável que isso possa parecer, o “boneco” de Herman José, “nosso” Diácono Remédios, não é uma caricatura; é a mais pura realidade, o chui cretino que existe em cada portuguesinho típico.
De estranhar será talvez a relativamente baixa frequência com que estas coisas se sabem. Portugal está a abarrotar de imbecis deste calibre.
O espírito de “cabo-de-mar” (o xidadão fáxabore de tapar o umbiguinho, xim, que ixto aqui não é do Xoana”) está geneticamente disseminado, não é uma coisa exclusiva – como se vê – dos tempos da “outra senhora”.
“Tendo-se verificado que o livro reproduz uma obra de arte e não havendo fundamento para a respectiva apreensão, foi determinado o envio de uma comunicação ao Ministério Público, para considerar sem efeito o respectivo auto“.
Com tal comunicado oficial, fica patente que o revés da apreensão, após tamanho burburinho, se deve ao quadro famoso, mas que mal pergunte: se o quadro fosse da autoria do Ti Manel o desfecho seria outro? Ou em ultra análise, o livro em causa, por si só, não é uma obra de arte? Não é de censura que se trata?
De facto é mais um episódio trágico-cómico (ao melhor estilo, tipo gajas nuas no lhães-coiso) bem revelador do preocupante obcurantismo em que ainda estamos mergulhados.
Falávamos nós recentemente de cibercultura… LOL!
Por aqui, no antro/pântano só se for Koltura, porque os koltos «andem aí» de farda, ou fatuxos e colarinho branco-mais-branco-não-há, com ou sem luvas “fripor”!