Opinião
O evento Ecotopia foi organizado pelo Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) e foi directamente financiado pela European Youth For Action (EYFA), com o apoio do Instituto Português da Juventude (IPJ), o qual se encarregou da promoção desse mesmo evento(*1) através do seu site.
Do referido financiamento dá conta um documento(*2) do GAIA (da iniciativa do grupo coordenador do Centro de Convergência), datado de 15 de Janeiro de 2005, e onde se refere expressamente que o projecto Ecotopia 2007 estava em estudo, prevendo-se que o respectivo financiamento fosse da responsabilidade do EYFA (ver anexos A, 10.4(*2)). A organização do evento Ecotopia está, nesse documento(*2), incluída na rubrica “Eventos Internacionais no Centro”.
A EYFA é uma entidade constituída com fundos da União Europeia, como se pode ver através de consulta no portal Europa – Youth. O GAIA é reconhecido pela Comissão Europeia como organização acreditada.
O planeamento e a organização da “acção de desobediência civil” levada a cabo por um grupo de jovens no passado dia 17, na Herdade da Lameira, Concelho de Silves, foi da responsabilidade do GAIA(*3)a), do qual é dirigente o autodesignado porta-voz do “Movimento Verde Eufémia”. No documento anteriormente referido(*2), este mesmo porta-voz está indicado, entre outros, como membro da organização proponente (GAIA), na qualidade de “Coordenador de Projectos”; é também bolseiro de doutoramento da FCT-UNL, universidade essa que cedeu “um gabinete no campus para a Sede Nacional” da organização.

* Ficheiros “cache” arquivados em Google. Cópias em Apdeites: (*1); (*2); (*3).
Imagem de GAIA (em página posteriormente apagada).
a) Uma versão do apelo ao “dia de acção contra os transgénicos” (acima referido), publicada no blog Biorege, refere que a iniciativa seria organizada pelo GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental_Faculdade de Ciências e Tecnologia – 2829-516 Caparica – Tel./fax: (+351) 212949650.
Existe uma versão (até agora inédita) do 1º comunicado de imprensa do MVE. Tem data de 16 e a indicação “Boicote a divulgação até 17 de Agosto, 13h00”. Esta versão, que se pode presumir ser a original, apresentada em Inglês e em Português, é muito mais extensa e detalhada do que o comunicado posteriormente publicado.
Será mesmo, por assim dizer, muito mais suculento do que a pepineira insossa que foi parar aos jornais. Por exemplo, nesta versão, certamente redigida debaixo da mais intensa fé, insta-se o agricultor a que se “converta” à agricultura biológica. E há lá mais disso, dessas coisas tipo “arrependei-vos, infiéis!, penitenciai-vos, hereges!, convertei-vos à fé verdadeira, se não quereis ir bater com os costados nas profundas do inferno!”
Entre nós o BE tem como democrático passatempo patrocinar estes workshops de desobidiência civil,mui politicamente correctos.
Claro que se não fosse o BE,tratava-se de acções terroristas e perigosas para a sociedade democrática,ou no melhor dos casos dos crimes de invasão de propriedade,dano,roubo e ameaças.
Mas oh descrentes,então não vêm a utilidade democrática da desobidiência civil?
E a cultura intelectual e rara inteligência destes esclarecidos “amigos do ambiente”embuçados,certamente para não mostrarem a biológica piolheira?
Ah,e que dizer do glorioso nome de Catarina Eufémia,tão justamente evocado no meio do cearal?
Belo,belo…