Hoje em dia, há muita gente que nem sabe o vem a ser isso de “newsgroups“. Com o surgimento dos “weblogs” e com a proliferação de “fóruns” on-line, entre 2001 e 2002, estes “grupos de discussão” rapidamente perderam relevância, levando à sua rápida extinção, se bem que ainda hoje existam alguns.
É raro alguém lembrar-se sequer de procurar ali seja o que for, mas ainda lá está, nos “newsgroups”, muita coisa, muita informação. Surpresas, até. Aquilo são coisas que, de tão esquecidas, servem quase como catacumbas, vestígios arqueológicos dos primórdios da Internet, locais obscuros onde se pode fazer alguma espeleologia virtual. É preciso procurar muito, mas encontra-se sempre algo de interessante.
E foi assim, munido de cordas, capacete e picareta, revirando cacos e escolhendo fragmentos, que tropecei há dias em algumas mensagens intrigantes. O que primeiro me chamou a atenção foi um pedaço de endereço com os dizeres “gerry.mcc”. Depois de saber qual era o endereço completo(*), fui ver as mensagens daquele utilizador e de que grupos fazia parte. Logo a seguir, encontrei os mesmos nome próprio e apelido(*), mas com outro fornecedor de e-mail.
Em 1997, “ele” diz que tem 25 anos. Ora, se em 2007 tem 39, então não é ele.
Pertencia a um grupo de apreciadores dos automóveis de marca Saab, que presumo não ter muitos adeptos em Inglaterra, mas não é possível saber se ele, o próprio, teria um carro desses, em 2001.
Em Abril do ano 2000, diz que vive na zona de Woking, perto de Londres, o que fica bastante longe da residência actual, em Rothley.
Portanto, tendo em consideração estes dados, e a impossibilidade prática de os confirmar ou infirmar, será de excluir a hipótese de que este Gerry seja o mesmo Gerry de que tanto se tem falado, recentemente.
Mas não deixa de ser uma espantosa coincidência.
(*) Para ver os endereços: quando abrir a página, introduza os caracteres de controlo e click em OK.
Transcrevo aqui a resposta que entendi dar ao comentário que o JPG teve a amabilidade de fazer à minha postagem “O deserto”:
Compreendo muito bem esse ponto de vista, mas às vezes, senão muitas das vezes, ajudar o semelhante sem que a ajuda tenha sido solicitada, constitui uma ingerência, e, como tal, abusiva, na vida dos outros. Se nada há de errado em meditar, não matar nem agredir são, por si só, manifestações de amor e respeito pelo semelhante e pela vida em geral. Se não odeio, amo. E desta forma dou o meu contributo individual para a paz e o amor universais, coisas que, para muitos, são completamente irrelevantes, utópicas, irrealistas, ridículas. Com estes, que desta maneira pensam, nunca nada mudará.
Um abraço, JPG, e obrigado pelo comentário!
P.S.: Não pude estar em Lisboa na altura da visita do Dalai Lama.
Acrescento que, tal como o seu sítio e as suas publicações, os seus comentários são sempre muito apreciados pela forma como muito enriquecem as postagens.
Gostaria de fazer um reparo à consulta que tem acerca dos brasileiros na selecção nacional. A se lecção nunca tem brasileiros, mas sim, portugueses que nasceram no Brasil, tal como poderiam ter nascido noutro local qualquer. Ainda ninguém se questionou muito quanto aos casos Francis Obikwelu ou Carmen Miranda. Nem questionará, pela razão de nos sentirmos membros de uma grande comunidade lusófona espalhada pelos quatro cantos do Mundo, nós, portugueses, brasileiros, angolanos, etc., fenómeno resultante da diáspora e do divino feito que os Descobrimentos constituíram. Isto é o meu pensar e é por isto que considero a integração de Portugal em Espanha, tão defendida por você sabe quem, uma patética tentativa de “meter o Rossio na Rua da Betesga”.
Mais um abraço!
José Pedro
Caro José Pedro,
Muito obrigado pela visita e pelo comentário.
Já tinha lido a sua resposta no Idolátrica, o que também agradeço.
Pois, é como diz: perspectivas, opiniões diferentes, num caso e no outro… como em todos!
Sobre os “Brasileiros” na selecção nacional de futebol: antes de mais, repare que a pergunta – numa sondagem deste género – tem de ser curta e incisiva; se, em vez daquela perguntinha singela, eu colocasse lá qualquer coisa como “o que acha de serem admitidos na selecção nacional de futebol jogadores nascidos no Brasil e naturalizados em Portugal (?)”, há-de concordar, os “sondados” iriam provavelmente adormecer a meio da questão. Por outro lado, o problema não se coloca, na dita selecção de futebol, em relação a outras nacionalidades (de origem); finalmente, o que se questiona não é o princípio (estrangeiros de nascimento em representação nacional) mas a substância concreta – aquela que realmente divide as opiniões. Porque há brasileiros na selecção de “vóleibol”, por exemplo, o Obikwelo no atletismo (sempre por exemplo), argentinos no Rugby, etc., etc.
Pessoalmente, como não gosto de ver (sequer) equipas portuguesas a entrar em campo com 2 ou 3 portugueses (ou com nenhum, como vai sucedendo), acho que está em causa aquela que – queiramos ou não – é a representação desportiva mais relevante. Bem sei que o espírito grupal, de tribo, é uma coisa primitiva, que nada disto é muito importante e que provavelmente a “invasão” será inevitável.
Mas ainda há tempo para pensar, ver o que é melhor… e tomar decisões. Ir na onda é que não me parece nada bem. Daí uma pergunta simples e directa. É que perguntar (ainda) não ofende, não é?
Um abraço.
JP
Claro que não ofende e as perguntas são para se fazer. Já quanto às respostas…
Fez-me rir com essa divertida imagem de “os sondados adormecerem a meio da questão”. Também acho que tudo pode e deve ser debatido para que “da discussão nasça a luz”.
Abraço.