Prémios/Prêmios? Cadeias/Cadeias? (post bilingue/bilíngüe)

Obrigado, pessoal/Obrigadjinho, gentchi.

Não, obrigado/Naum, obrigadjinho.

(São feitios/É jeito)

Uma pequena nota sobre a “originalidade” e a paternidade, salvo seja, destes “prêmios”.

Foram originalmente (Março 2008) criados por um blog espanhol, entretanto apagado. Posteriormente, alguém no Brasil pegou na ideia (e nas imagens) e continuou a “cadeia” em blogs brasileiros (Agosto/Setembro 2008).
Posteriormente (Outubro 2008) a coisa surgiu nos blogs portugueses.
Pelo menos a imagem do “Prêmio Dardos” é a mesma e as “regras” de propagação também.
Não é importante, claro, este tipo de catadela social é de resto muito antiga, com mais ou menos variantes, mas enfim, fica o reparo.

Ânimo, rapaziada!


Esta imagem diz-vos alguma coisa? Hmmm? Pois, é o Sitemeter. Toda a gente conhece.

Mas vamos ver umas coisinhas sobre este contador de visitantes, em particular. Não é preciso lupa.

Hot Air não é um blog, mas também tem um blog. Apresenta-se assim: “Welcome to the world’s first full-service conservative Internet broadcast network!”.

Ou seja, nada de especial. Umas politiquices, umas quantas bocas foleiras, enfim, o mesmo que faz qualquer um de nós, neste “submundo” dos blogs, neste “lixo” internético que ninguém lê, ao qual ninguém liga pevas, mas sem o qual – pelos vistos – já nada mexe no chamado “mundo real”.

Caramba. Porém. Pensando melhor, vamos à lupa. Harhum (pigarro). “Last hour”: 60.240. Cof-cof (tosse). Como diz que disse? 60 mil visitantes por hora? Xi! E o que é que diz ali? 477.865? Cof cof cof cof arf (ataque de tosse, daquelas secas, chatas como o raio). Quer-se dizer, mas isso é quase meio milhão num dia!

Pode lá ser! Mas ele há algum site, ou blog, ou lá o que raio é, que tenha uma média de 753.000 visitantes por dia?!

Mas . Mas pode. E também lá tem anúncios, ora pois.

E para que é que isso interessa, no fim de contas?

Bem, para nada. A sério. Não interessa para nada.

Ihihihih (isto sou eu a rir baixinho; muito baixinho).

P.S.: no mês passado, foram 20 milhões. Neste, vai em 14 milhões.
(Como se representa por escrito um ataque de riso de ir às lágrimas?)

Wikidot: uma aldeia virtual à séria

desacordo.wikidot.com
Procurava-se uma plataforma independente, de preferência grátis, que incluísse Fórum e “upload” de ficheiros, com um espaço para alojamento razoável e mais uns quantos requisitos, nomeadamente a nível de segurança.

A Wikidot é tudo isso, com 300 Mb de alojamento (realmente) gratuito, sem truques nem alçapões.

É nesta plataforma inovadora que estamos a construir um novo site, no endereço http://desacordo.wikidot.com.

Trata-se de uma espécie de aldeia virtual onde, parafraseando Goscinny, moram os últimos irredutíveis Lusitanos que resistem sempre e sempre ao invasor, quando toda a Lusitânia ameaça ser ocupada pelos matarruanos pró Acordo Ortográfico. E prometemos não tornar nada fácil a vida dos matarruanos que cercam a nossa aldeia nos campos fortificados de Traidorum, Paleiorum e Imbecilorum.

A nossa poção mágica é a Língua Portuguesa, a genuína (bem, com um bocadinho de alecrim), e por isso nos sentimos invencíveis, sempre com imensas ganas de dar pancada nos matarruanos acordistas, esses tontinhos.

“Tudo sobre, todos contra” (o maldito A.O.) é o lema, e se calhar não é preciso dizer mais nada.

Medina Carreira “reloaded”

[Adenda 17.10, às 21 h.
Mais um acrescentozito: cerca de 7 minutos da entrevista de Medina Carreira a Manuela Moura Guedes, no Jornal da Noite da TVI, mesmo a fumegar, acabadinho de sair do forno.

Divertido. Muito divertido. E sério. Muito sério.]

A “playlist” com as (geniais) intervenções de Medina Carreira nos diversos canais de televisão portugueses está actualizada com mais esta gravação: ontem, no Jornal da Noite da SIC Notícias, em entrevista de Mário Crespo.

Desta vez, a maior parte da demolição metódica incide sobre o sector da Educação em Portugal.

Ready?

Get set…

Go!


(link)

Esta gravação foi feita, por limitações técnicas no alojamento YouTube, em três partes; infelizmente, alguns preciosos minutos da entrevista não constam. Talvez para a próxima vez se consiga carregar no gatilho (on/off) mais rapidamente do que Lucky Luke…

Morte sem sofrimento

imagem de News.com (Austrália)«E ainda falta o resto do pacote zapatero- a eutanásia
[de comentário assinado por “Zazie” a um post no blog GLDQL (2:11 PM, Outubro 12, 2008)]

Mas o que diabo tem a eutanásia a ver com o aborto ou com o “casamento” dos homossexuais? O que tem o “pacote” do Zapatero a ver com as calças?

Existem “lobbies gay”, ou lá como se chamam essas porras, como existem “apoiantes” e mesmo “adeptos” do aborto. Até existe um Partido Pedófilo, na Holanda, para compor o ramalhete dos apoiantes das “causas fracturantes” e para lhes abrilhantar as militâncias. Estamos carecas de saber que tudo isso existe, tudo isso é triste e nada disso é fado.

Também há “adeptos” da estranha actividade que consiste em dar um tiro nos cornos, sendo que esses, por regra e por definição, simplesmente dão um tiro nos cornos em vez de reivindicar o “direito” a premir o gatilho.

Precisamente, a eutanásia justificada e consciente distingue-se de qualquer outra “causa” (e de qualquer “pacote”, já agora), pelo simples facto de incluir, pela sua génese e pelo seu carácter intrínseco, apenas os próprios… e aqueles que lhes são mais próximos.

Não há “militância” na eutanásia. Não há lobbies. Não há “partidários”, como não há “adversários”; estes, geralmente, são apenas seres humanos que fazem uma tremenda confusão entre eutanásia e assassinato a pretexto de eutanásia. Em suma, não há absolutamente nada de “fracturante” na eutanásia.

O que há, na eutanásia, isso sim, é um sentimento partilhado entre uma pessoa que sofre de forma irremediável, cruel, desumana, absolutamente insuportável, e outra ou outras pessoas que adoram a pessoa que está a sofrer daquela maneira. E o que há, nesse sentimento partilhado, é apenas nobreza e elevação, caridade suprema e amor verdadeiro: eu posso fazer por ti o que tu queres mas não podes e eu não posso mais ver-te sofrer assim.

Nenhum ser humano tem o direito de condenar outro à morte, como ninguém pode condenar à vida o seu semelhante, quando essa vida se resume a um Inferno antecipado, a um pesadelo horrível em vigília permanente. Persistir nessa condenação à vida que já não o é, obrigar alguém a esperar em suplício que por fim chegue a hora do alívio, não significa necessariamente um exercício malévolo ou um acto de puro sadismo, mas representa simbolicamente o contrário daquilo que apregoam os persistentes: não amam nem a vida nem, muito menos, aqueles que a ela miseravelmente condenam – sem nenhuma procuração, terrestre ou divina, sem nenhum conhecimento de causa, próprio ou alheio.

Imagem de News.com.au.

Engenharias alternativas

logótipo EDP

Por mais que tente, não encontro propósito na publicidade da EDP. Os homens que detêm o monopólio da energia que se consome no nosso país dão-se ao luxo de esbanjar milhares (e digo mesmo largos milhares) na concepção de campanhas de televisão (muita bonitas por sinal) a promover a marca. É que na minha cabeça, a publicidade só faz sentido quando é preciso convencer alguém das vantagens de determinado produto. Agora, se não for EDP o que é que um gajo põe em casa para dar luz à cozinha? velas? lanternas a pilhas? Valha-me Deus!

Blog Rui Perez

Já repararam? A EdP, uma empresa participada maioritariamente pelo Estado e que detém o monopólio1 da produção, transporte e distribuição de energia em Portugal, gasta anualmente milhões2 de euros em publicidade. E não é caso único, no sector empresarial do Estado e mesmo no âmbito mais alargado das actividades económicas prosseguidas ou reguladas, inclusivamente, por entidades oficiais.
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Definição de 1%: Pacheco Pereira


(link)

António Costa: _Surgiu um caso que é interessante para revelar efectivamente como o anonimato e a invisibilidade física que a blogosfera confere tem permitido circular com total à-vontade as coisas mais inacreditáveis, e mais grave ainda toda a gente tomando por bom qualquer dislate que aparece na blogosfera.

Pacheco Pereira: _Isso também se aplica aos blogs feitos por assessores do Governo, que têm cada vez um papel mais activo e excelentes arquivos na blogosfera.

António Costa: _Portanto, há efectivamente, hoje em dia, nesse sub-mundo que é essa coisa da blogosfera, de facto, uma ligeireza para a inverdade, calúnia, mentira…

Lobo Xavier: _Muitas vezes eu recorro aos blogs para me aperceber de certos detalhes ou pa poder discutir melhor e verificar certos pontos de vista, certos detalhes, acho aquilo sinceramente mais útil do que prejudicial; e acho que os aspectos marginais, digamos assim, de franjas, os aspectos negativos são aspectos que uma sociedade com sentido crítico tenderá a limpar. Por exemplo, o que está mal neste caso do António é o facto de cidadãos se lembrarem de começarem uma petição sem terem verificado os factos da petição. Agora, isso acontece com blogs ou sem blogs.

Pacheco Pereira: _Não há aqui niguém nesta sala, olhando aqui tudo à volta, que tenha levado tanta pancada, tantos insultos, tantas coisas falsas na blogosfera do que eu. É uma espécie de factor de identidade da coisa. Noventa e nove por cento do que existe na blogosfera é do pior que há. É do pior que há. Mas eu agarro-me ao um por cento que sobra. Porque o um por cento que sobra, num país muito complacente com o Poder, num país que tem um “establishment”, compromissos, coisas pegajosas, que não se conhecem, obscurecidas, que fazem com que tenhamos pouca imprensa livre, pouco espírito livre, pouco debate livre, Portugal tem um enorme défice de escrutínio da acção governamental, tem um enorme défice de liberdade em todas as áreas, desde a produção de livros até propriamente à actividade política, eu acho que esse um por cento chega, e eu nunca farei nada nem nunca participarei em nenhuma campanha nem nada quer proteja os noventa e nove por cento quer queira calar o um por cento.

Pacheco Pereira: _Eu não posso também fechar os olhos aos noventa e nove por cento. Os noventa e nove por cento é, de um modo geral, o tipo que está em casa zangado com o mundo, zangado com a vida, zangado com a sua própria profissão, que usa o anonimato pa insultar tudo e todos, p’ra transportar agendas políticas, agendas pessoais, por exemplo a parte das caixas de comentários é absolutamente inútil na maioria dos casos, é raríssima a discussão nas caixas de comentários que tenha algum valor acrescentado, a esmagadora maioria dos blogs repetem coisas (como disse aí o António) sem factos, sem, sempre num estilo “ad hominem”, sempre num estilo insultuoso, e isto é o gro…, e a mania do amador, quer dizer, o amador que viu um filme, uma das coisas que me irritam às vezes nos blogs é isto: eu não vi isso, mas!, e eu acho que é assim e assim e assado.

Pacheco Pereira: _Estes noventa e nove por cento são também um retrato social do carácter muito paupérrimo da nossa vida intelectual, do pequeno e médio intelectual, invejoso, à procura do bem escasso, da fama fácil, que é ignorante, é presumido na sua ignorância, ’tá lá tudo, e ’tá lá tudo por todo o lado. Agora, o um por cento é uma enorme inovação.

Na minha “opinião pessoal”, Pacheco Pereira não vale 1% de coisa nenhuma, mas condensa em si mesmo 99% de tudo o que atribui a todos os outros bloggers, à excepção de si próprio: insultuoso, ignorante, repete coisas, zangado com o mundo, zangado com a vida, zangado com a “sua própria” profissão, etc.

Um ícone da blogosfera que se transformou num cromo da dita. Enfim, “do pior que há”.