O novo Tratado Europeu deve ir a referendo? |
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Answers |
Votes |
Percent |
1. |
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Sim |
603 |
65% |
2. |
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Não |
176 |
19% |
3. |
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Não sei |
23 |
2% |
4. |
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Quero lá saber |
62 |
7% |
5. |
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Não percebi a pergunta; importa-se de repetir? |
69 |
7% |
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Total Votes: 933
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Brasileiros na Selecção Nacional de futebol? |
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Answers |
Votes |
Percent |
1. |
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Sim |
184 |
21% |
2. |
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Não |
438 |
51% |
3. |
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Apenas Deco |
43 |
5% |
4. |
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Deco+Pepe |
90 |
10% |
5. |
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Deco+Pepe+Liedson |
83 |
10% |
6. |
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Deco+Liedson |
15 |
2% |
7. |
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Pepe+Liedson |
7 |
1% |
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Total Votes: 860
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Assim com’assim, já não há nada a fazer nem quanto a uma coisa nem quanto à outra: o Tratado Europeu não foi nem vai a referendo e os jogadores brasileiros foram, vão e irão à Selecção Nacional de futebol. Portanto, arquivem-se.
Sendo evidentemente duas matérias com valor, importância, mediatismo e relevância completamente diferentes, ainda assim não deixam de ser curiosos os resultados… de ambos.
Se dependesse da vontade de uma “pequena maioria” (51%) dos visitantes do Apdeites, pelos vistos, nunca jogador algum estrangeiro poria jamais os pés na Selecção Nacional de futebol. Ao menos nessa, digo eu, porque em muitas outras modalidades é aquilo que se vê – e aquilo que se vê é já suficientemente triste para que não tenhamos ilusões: se a ideia (a fingir, evidentemente) era que Portugal ganhasse maior projecção internacional na área desportiva, os planos saíram “ligeiramente” furados; se o que se pretendia (evidentemente, a fingir) era que Portugal ganhasse títulos internacionais, por via da “nacionalização” à matroca de desportistas estrangeiros, a verdade (e a consequência) é que Portugal não ganhou absolutamente nada com isso, em modalidade colectiva alguma; se aquilo que se pretendia não era exactamente ganhar títulos mas, ao menos, promover, desenvolver e tornar mais competitivas essas modalidades, então também não deixará de ser ao menos discutível se isso se conseguiu ou não e se ao menos existirá alguma relação de causa e efeito entre uma coisa e outra; ou se, já agora, em todos os desportos colectivos, incluindo o futebol, se ao invés de progresso e desenvolvimento não terá havido simplesmente retrocesso, com milhares de jovens portugueses a verem-se preteridos nas escolhas dos diversos seleccionadores e com outros tantos milhares a sequer terem uma oportunidade para demonstrar o seu valor, fechando-se-lhes sucessivamente as portas em favor de hipotéticos “valores” estrangeiros nacionalizados à pressa.
Uma coisa é xenofobia, um termo de eleição para as habituais campanhas de intoxicação esquerdista, outra radicalmente diferente é a chamada crueza dos factos. Como uma coisa é a vacuidade politicamente correcta e outra, também radicalmente oposta, é a defesa dos reais interesses nacionais. Preferir estrangeiros, neste caso, apenas porque sim, porque é fino e porque supostamente revela grande largueza de espírito, quando se verifica na prática ser essa opção completamente errada e prejudicial, para o país e para os atletas nacionais, o que essa preferência revela, isso sim, é uma enorme, esmagadora, absoluta, gigantesca estupidez. Não admira por isso que, entre os inúmeros (brasileiros e portugueses) que “votaram” a favor ou contra, se tenha registado um quase empate técnico, com ligeira supremacia para o “Não”.
Quanto ao outro inquérito, que, repita-se, não pode nem deve ser metido no mesmo saco (de bolas de futebol), há uma cifra clarinha como água: 65%. Nesta “votação”, comparativamente com a outra, terá tido alguma (muita) influência o facto de não ter havido brasileiros a meter a sua mais do que óbvia colherada: quase dois terços dos “votantes” optaram por um Tratado Europeu sujeito a referendo nacional. Sem margem para dúvidas, portanto. O que pode significar uma de duas coisas: ou os visitantes do Apdeites são na sua maioria perigosíssimos reaccionários e direitistas ou, por mais que isso custe a engolir aos suspeitos do costume, de facto a maioria da população portuguesa preferiria ser consultada tanto sobre este Tratado em concreto como, presume-se, sobre qualquer outro instrumento de Estado que possa interferir no seu quotidiano, na sua vida, nos seus direitos e deveres, na sua cultura e nas suas tradições.
Sabendo, como bem sabemos, que todos os inquéritos e sondagens sobre este tema, realizados por instituições ou por órgãos de comunicação, invariavelmente revelaram a mesmíssima tendência pelo referendo, e de forma igualmente esmagadora, não será porventura muito difícil concluir que aos portugueses em geral não agrada lá muito que os seus mandatários, governantes e deputados, assinem sem os consultar algo que lhes diz respeito; que uns poucos eleitos detenham a autoridade suficiente para passar atestados de pura imbecilidade, de menoridade intelectual, de indigência mental a todos aqueles que os elegeram. Isto é, os portugueses – que já desconfiavam – podem agora ter a certeza absoluta de que os tais poucos eleitos consideram que o povo português apenas tem capacidade e discernimento para os escolher a eles… e para mais nada. A partir do momento em que uma maioria os elege, essa maioria que se cale e se reduza à sua insignificância porque, daí em diante, somente eles mesmos, a irrisória minoria de sufragados, terá o direito de decidir e o poder de escolher aquilo que é melhor para todos.
Ou seja, um negócio absolutamente leonino no qual – a julgar pela amostra junta – cada vez menos pessoas vão caindo.
Sejamos, porém, e até para nos abstrairmos de ambientes poluídos, absolutamente sinceros: estes micro-inquéritos valem, como é de bom-tom dizer-se, aquilo que valem. Não passam de meras amostras. São, quando muito, meros indícios.
Pois valem. Exactamente. Pois são.