“Os blogs é uma vergonha” (Procurador Geral da República)


https://www.youtube.com/watch?v=EQIfZ1Z5lS0
Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, na Assembleia da República, em 16 de Janeiro de 2007

Transcrição

… é claro que os termos informáticos, etecetera, hoje está imensa… agora há dias um antigo aluno ofereceu-me um cibercrime, há uma série de livros agora sobre isso, que eu sou um bocado leigo nessa matéria, tenho sempre medo de me meter naquilo que não sei. Mas, de qualquer forma, há uma coisa que… os blogs é uma vergonha… se quer a minha opinião, numa palavra só é uma vergonha, quer dizer… eu tenho uma assessora que é assessora de imprensa a quem eu… sou um leitor… já o era, antes de ser Procurador, compulsivo das notícias, mas os blogs peço a ela o favor de não mos trazer, porque não me interessa, quer dizer, as cartas anónimas ainda sou obrigado por… pelo exercício da função ou mandar fazer um inquérito determinado; os blogs, só se houver alguém que se queixe. Isso é… é… um exercício de… o direito à indignação e à critica, ao protesto, tudo bem. Mas tem que ter um mínimo de dignidade que hoje não… eu… eu pedi que não me trouxessem blogs porque não… não estou para me maçar; a não ser que alguém se queixe disso. Não sei se era isto que a sôtôra queria, se me perguntou mais alguma coisa que me tenha passado sobre… creio que era fundamentalmente isso.

O link para este vídeo foi deixado em comentário ao post anterior, pelo autor do blog http://blog.wilson.com.pt/, a quem agradecemos a atenção.

Mainstream stupidity

Há um motivo pelo qual alguém pode optar por soluções técnicas obsoletas, em detrimento daquilo que toda a gente julga ser, melhor, julga, postula, determina ser o “state of the art” de algo evidentemente superior. Esse motivo não tem, ao contrário do que se possa capciosamente especular, nada de especial: pode simplesmente ser por preguiça, por desprezo ou por pura sobranceria, por enfim, qualquer coisa que a trivialidade do quotidiano não pode nem irá nunca compreender.

O que interessa, para que interessa a “superioridade” de certo sistema operativo ou de algum “browser” em relação a outro? O que tem, ao certo, o Firefox, por exemplo, ou o Opera, assim de tão superior em relação ao “vetusto” e ultrapassadíssimo Internet Explorer? “Partidos”, no que diz respeito a computadores, e sistemas, e quejandos, sempre os houve: os indefectíveis do AS400 em oposição feroz aos apologistas dos “mainframes”, IBM 360/370 e dinossauros que tais; depois, vieram os apóstolos de coisas (hoje em dia) tão estranhas como o Spectrum, os Macintosh de primeira geração ou os sistemas operativos OS/2 e IBM-Dos, em concorrência ao triunfante Ms-Dos e com os emergentes PC. Para que servem, hoje em dia, linguagens como o PL/1 – misto de COBOL e FORTRAN – ou os mais do que museológicos, variados e ligeiramente imbecis VB I, II, e III, apenas para citar alguns exemplos, e em numeração romana e tudo?

A atitude sempre foi a mesma: uns quantos garotos julgam que descobrem uma extraordinária novidade e, por consequência, julgando-se os maiores e os mais inteligentes lá do bairro deles, toca de tratar todos os outros de cretinos para baixo, dando-lhes roda de mentecaptos, com o pormenor nada despiciendo de – esses jovens – não saberem sequer, ontem como hoje, exactamente como se articula ou soletra qualquer dos termos em apreço. É natural, como acontece sempre com a juventude, este deslumbramento – idiota, por definição – que induz a arrogância, a petulância, a bravata, todas essas coisas e adjectivos que definem a juventude ela mesma. Nenhum veterano destas lides pode sentir-se minimamente atingido pelas diatribes próprias dos juniores, essa categoria, subespécie humana pela qual todos passamos, com maior ou menor dificuldade.

À velocidade estonteante a que se tornam obsoletas as práticas, os sistemas, as plataformas informáticas, atendendo à vertiginosa obsolescência de qualquer ramo do conhecimento – e quanto mais evoluído for, pior – fácil será concluir que não tardará muito até que os actuais defensores da coisa evoluída se tornem nos reaccionários mais empedernidos do amanhã mais à mão.

Portanto, sejamos condescendentes; tentemos utilizar a linguagem da juventude actual; um pouco de urbanidade e de compreensão não faz mal a ninguém, se utilizada com parcimónia. Aqui fica a mensagem, assim sendo: jovens, não chateiem.

OK?

Corridíssima

—– Original Message —–
Sent: Wednesday, April 04, 2007 10:04 PM
Subject: Corrida/Passeio em Família – 15 de Abril

A Fundação Carlos Lopes (do primeiro campeão olímpico da história do desporto português) vai levar a efeito, em simultâneo, um conjunto de manifestações desportivas que tem como epicentro o Parque das Nações, junto ao Pavilhão de Portugal, o que acontecerá no dia 15 de Abril próximo.
 
Uma dessas manifestações é o “Correr em Família” – não precisando de correr mas apenas andar – com uma distância de 1.000 metros, com partida pelas 9 horas na antiga porta norte da EXPO e chegada junto ao referido Pavilhão de Portugal.

Esta prova é aberta a toda a gente, com o objectivo de incentivar as famílias e amigos a praticarem desporto ou a ter uma actividade física, sem dúvida muito importante para a saúde de cada um de nós.

Para esta prova, pretendemos que os associados se juntem a nós e participem em ritmo de festa, até porque teremos também a presença da Dra. Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, que nos acompanhará.
 
Venha connosco e participe nesta festa do desporto, onde as nossas crianças, jovens e adultos terão oportunidade de conviver e a passar alguns momentos de forma diferente.
 
O ponto de encontro será pelas 8.45 na antiga porta norte da então EXPO.
 
Faça-nos chegar o nome – até ao dia 10 de Abril – de cada um dos participantes (pais, outros familiares, amigos e dos próprios) de forma a fazer a inscrição.
 
O valor da inscrição é de ¤ 2,00 por cada pessoa, com uma parte a reverter para a RARISSIMAS.
 
ObrigadISSIMA
Paula Costa
Presidente
Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras
Rua Cidade de Rabat, 34, 3º Dtº
Alto dos Moinhos
1500-163 LISBOA
Tel: 217956205/969657439
web: www.rarissimas.pt
e-mail: info@rarissimas.pt
blog: rarissimas.blogs.sapo.pt

Tu, tu é que és o Presidente da Junta (pá)

Quando o DN diz que foi do Público que partiu a iniciativa de colocar em questão as habilitações de certa figura pública ou quando o CM refere o Expresso como a origem da polémica investigação, sabendo-se que ambas as coisas, questão e investigação, foram levadas a cabo por determinado autor de blog igualmente determinado.

Quando é anunciada na comunicação social, com alarido, a criação, a originalidade e o ineditismo de uma “rede editorial de blogs”, sendo que tal coisa já existia – há muito tempo e sob diversas formas – na chamada blogosfera portuguesa.

Quando um órgão de comunicação, dito de referência e de expressão nacional, como é o caso da RTP, transcreve literalmente matéria original de um blog, sem referir que se trata de citação e sem qualquer menção da “fonte” utilizada.

Quando um blogger português (anónimo ou não) levanta suspeições sobre a genuinidade de certo autor ou obra publicada, sendo possível – com relativa exiguidade de meios e pouco dispêndio de tempo – provar que se tratou de acto com intenções e contornos obscuros.

Quando um organismo estatal lança, com estrondo e circunstância, uma campanha baseada numa designação (classificada por alguns, abreviadamente, como verdadeiro aborto publicitário) que já existia há anos sob a forma de nome de domínio e, ainda por cima, essa designação é apresentada (e paga pelos contribuintes) como extraordinária originalidade.

Estes são cinco exemplos apenas de algo que remete para a frase celebrizada pelo humorista Herman José. De facto, trata-se nitidamente de casos em que alguém se julga e diz e repete que “eu é que sou o Presidente da Junta”. Sendo esta Junta a obra, a coisa, o facto original, cuja paternidade é reivindicada pelo seu putativo Presidente; e não apenas a paternidade é reivindicada como, por inerência, o direito de pôr e dispor sobre e a respeito da coisa… junta. E isto quando, factor comum aos cinco exemplos, quem mais se põe em bicos-de-pés é quem mais devia estar pura e simplesmente calado.

Cada vez mais gente esgadanha sua presidenciazinha, seus direitos de preferência, isto é, sua autoridade sobre determinada paróquia intelectual ou subdivisão administrativa do conhecimento, quando apenas se limitam a copiar o que já estava feito. Os candidatos a presidente da junta reconhecem-se facilmente pelo estilo caceteiro, vagamente troglodita, pelos óculos “fundo-de-garrafa” com que redigem os seus manifestos, e pela manifesta dificuldade em articular convenientemente o discurso, o qual se resume, ao fim e ao cabo, na repetição exaustiva da mesma ideia fixa: eu é que sou o presidente da junta! Não, não. Eu (eu) é que sou o presidente da junta. Não, não, não. EU (eu, eu, eu) é que sou… o prusident dajunta.

E assim sucessivamente. Acaba por ter a sua piada.


https://www.youtube.com/watch?v=px7BIEdIZcI

Schistocerca gregaria

Muito antes do descalabro da Universidade Independente e das notícias dos jornais, já o currículo de Sócrates era maldosamente referido na blogosfera, essa outra praga moderna que escapa ao controlo dos poderes públicos (hoje particularmente hipersensíveis ao “jornalismo de sarjeta” que tanto desgosta o ministro dos Assuntos Parlamentares).

Vicente Jorge Silva, DN, 4 de Abril 2007

ÊX 10.4 PORQUE SE AINDA RECUSARES DEIXAR IR O MEU POVO, EIS QUE TRAREI AMANHÃ GAFANHOTOS AOS TEUS TERMOS.

ÊX 10.5 E COBRIRÃO A FACE DA TERRA, DE MODO QUE NÃO SE PODERÁ VER A TERRA; E ELES COMERÃO O RESTANTE QUE ESCAPOU, O QUE VOS FICOU DA SARAIVA; TAMBÉM COMERÃO TODA A ÁRVORE QUE VOS CRESCE NO CAMPO;

ÊX 10.6 E ENCHERÃO AS TUAS CASAS, E AS CASAS DE TODOS OS TEUS SERVOS E AS CASAS DE TODOS OS EGÍPCIOS, QUAIS NUNCA VIRAM TEUS PAIS, NEM OS PAIS DE TEUS PAIS, DESDE O DIA EM QUE SE ACHARAM NA TERRA ATÉ O DIA DE HOJE. E VIROU-SE, E SAIU DA PRESENÇA DE FARAÓ.

A Bíblia Sagrada, Exodus

gafanhoto do deserto

Imagem de Wild Visions (UK)

Antepenúltima hora

VI – 3 de Abril de 2007
Título de notícia: Última hora
Citação: (…)
A recente polémica em torno da licenciatura em Engenharia de José Sócrates pela Universidade Independente foi desencadeada pelo Público
. (fim de citação)
Diário de Notícias, última página (64); artigo não assinado.
Link para o artigo original não disponível na edição on-line do DN.

V – 3 de abril de 2007
Título de notícia: Diploma de Sócrates – Ex-ministra pede rigor
Citação: (…)
Em relação à polémica levantada pelo “Expresso” de sábado, onde foi noticiado que o diploma de licenciatura de Sócrates teria sido assinado a um domingo (…) (fim de citação)
Correio da Manhã, última página (52); artigo assinado por Janete Frazão.
Link para o artigo original não disponível na edição on-line do CM.

IV – 30 de Março de 2007
Título de post: Fórmula 1…
Citação: (…)
O Expresso de hoje (link limitado)
[nota de Apdeites: ver cache Google, enquanto disponível], 31-3-2007 – pp. 10 e 11 e comentários nas pp. 2, 3, 9 e 12 -, usa informações do Dossier Sócrates Do Portugal Profundo, sem indicação da fonte. O blogue Do Portugal Profundo (muito menos o seu URL) não é mencionado em qualquer dessas peças, cuja informação inédita de base aqui foi publicada – o mesmo já se tinha passado, aliás, na semana passada. Não creio que a responsabilidade da omissão pertença às duas jornalistas. (…) (fim de citação)
Antonio Balbino Caldeira, blog Do Portugal Profundo.

III – 22 de Março 2007
Título de notícia: Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente
Citação: Por que decidimos fazer esta investigação – Nota da Direcção Editorial
Há cerca de um mês que se avolumaram, na blogosfera, referências múltiplas, algumas delas entretanto reproduzidas em jornais ou citadas nas rádios, à forma como José Sócrates obtivera a sua licenciatura em Engenharia Civil.
(…)
(fim de citação)
Jornal Público

II – 12 de Abril 2005
Título de post: O hábito da opacidade
Citação: Qualquer candidato a determinado cargo, até nas empresas privadas, tem de entregar o seu curriculum com a prova detalhada das suas habilitações. José Sócrates tornou-se primeiro-ministro por decisão dos portugueses, sem ter apresentado os seus certificados de habilitações. As dúvidas surgiram, mas, mesmo assim, a questão não foi esclarecida em detalhe. (…) (fim de citação)
Antonio Balbino Caldeira, blog Do Portugal Profundo.

I – 22 de Fevereiro de 2005
Título de post: Os cursos de Sócrates (actualizado)
Citação: Um comentário que me foi deixado na caixa deste meu blogue com remissão para o Porta-Bandeira, expunha dúvidas sobre o curriculum académico de José Sócrates. Para esclarecer a dúvida levantada, fui investigar. Acompanhe-me o leitor no desvendar do segredo.(…) (fim de citação)
Antonio Balbino Caldeira, blog Do Portugal Profundo.