Banco? Banco é “cacha”!*

Caixa-Geral de Depósitos

Ex-administradores reformados por motivos de saúde trabalham na concorrência

Dois antigos administradores da Caixa-Geral de Depósitos estão a exercer cargos de relevo na concorrência, apesar de terem sido reformados por motivos de saúde. A notícia é avançada hoje pelo semanário Expresso(ver texto 1).

António Vila Cova e Gracinda Raposo saíram da administração da Caixa em 2005, quando a equipa de Vítor Martins foi demitida.

Depois, foram reformados por motivos de saúde, pela administração de Carlos Santos Ferreira, que actualmente preside o Millennium BCP.

No entanto, apesar da reforma por invalidez, estão a exercer funções em empresas concorrentes.

António Vila Cova esteve na Mota Engil e no Financia, antes de entrar no grupo BPN.

Gracinda Raposo presta assessoria à administração do Santander Totta.

A actual administração da Caixa está incomodada com a situação, mas ainda não tomou qualquer medida(ver texto 2).

[SIC online, hoje, 03.01.09.]

Texto 1

Ética, ética, mas… negócios à parte.

Miguel Cadilhe sempre fez questão de se apresentar como o mais in em matéria de ética. Ataca a torto e a direito (estou a lembrar-me da entrevista ao Diário Económico -leiam e vejam).

Pois bem como não foi para a CGD, perdeu no BCP e no Banco de Portugal não aterra tão cedo, se é que aterra, vai de ir até ao BPN.

Ele por mim pode ir para onde quiser (atenção ao impedimento que ele refere na entrevista atrás citada).

Agora ir e levar na lista um reformado por invalidez(António Vila Cova) e o homem da CMVM(Rui Pedras) que estava a investigar o BPN, isso é que me parece pouco ético, para além de ser passível de suscitar problemas jurídicos.

Blog “por muito que…”, em 12 de Junho de 2008

Texto 2

Candidato da lista de Cadilhe ao BPN é reformado por invalidez

António Vila Cova está na lista de Miguel Cadilhe à presidência do Banco Português de Negócios (BPN), mas recebe da Caixa uma pensão por invalidez. O banco do Estado admite estudar juridicamente o caso.

Maria Ana Barroso e Sílvia de Oliveira

António Vila Cova, um dos nomes que integra a lista de Miguel Cadilhe à administração executiva da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e do BPN, é reformado por invalidez da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O antigo administrador do banco estatal recebe uma reforma por invalidez que poderá estar em causa se Vila Cova assumir funções de relevo numa outra instituição. Isto porque, explicou ao Diário Económico fonte próxima do processo, uma reforma por invalidez pressupõe alguma incapacidade para exercer funções, sobretudo se estas forem, como está previsto, executivas, na SLN e BPN.

Uma outra fonte adiantou ainda que, dentro da CGD, o ambiente é de “indignação” face à possibilidade de Vila Cova aceitar exercer um cargo executivo numa outra instituição, ainda por cima bancária. As reticências da Caixa levantam ainda a dúvida sobre se, tal como acontecerá com Cadilhe, a SLN ter igualmente de compensar Vila Cova, caso este esteja em risco de perder a reforma que agora recebe.

Contactado, o banco estatal não comenta a mudança de Vila Cova mas as declarações de fonte oficial são claras. “Não fomos informados dessa questão. Quando formos informados oficialmente, analisaremos juridicamente a situação”.

Diário Económico online, 11 de Junho de 2008.

* O título deste post é um jogo de palavras com uma frase publicitária da CGD, trocando “Caixa” por “cacha“.

A finalidade destas três transcrições é provar que a “cacha” hoje anunciada como sendo um exclusivo do jornal Expresso e, concomitantemente, reproduzida por todos os canais televisivos e por todos os restantes jornais, já cá se sabia, nos blogs, há mais de seis meses. E ainda, é claro, que foi o DE o primeiro órgão de comunicação a referir o assunto, esse sim, em primeira mão.