Deus nos proteja e se condoa de nós. No nada improvável caso de a nossa selecção de futebol ganhar o próximo campeonato europeu, tempos ainda mais difíceis se adivinham para este pobre país.
É absolutamente necessário que a tradição se mantenha e que, como de costume, fiquemos às portas da glória. Caso contrário, em por fatalidade sucedendo que os nossos jogadores vençam mesmo aquilo e aterrem na Portela com a taça e o título de campeões da Europa, bem poderemos contar com mais uma longa noite – mas, desta vez, a sério.
Já sucedeu, em 1966 e em 1984, quase termos passado à final; em 2004, quase empolgámos o Europeu – nem de propósito, realizado “em casa”. No Mundial de 2006, quase passámos à final, de novo, e foi na altura convicção geral de que, se isso tivesse sucedido, ganharíamos o título máximo e nunca alcançado; isto é, seríamos campeões do mundo… quase de certeza. Para além destas mais relevantes datas, outras houve em que estivemos quase a ganhar isto ou aquilo; quase-qualificações para fases finais, foram aí umas 20, em mais de 60 anos; quase-passagens da 1.ª fase (de fases finais), foram duas (México ’86 e Coreia 2002); e houve mais umas quantas, aqui e acolá, e essas foram, ainda por cima, não apenas quase, mas quase-quase ou, pior ainda, daquelas quase-quase-quase-só-faltou-um-bocadinho-assim.
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