Ortografia é um conjunto de regras de uma língua sobre a maneira correta de escrever as palavras e de usar os sinais de acentuação e pontuação.
Desde criança sempre respeitei as regras válidas, corretas, no falar e escrever em língua portuguesa. Se cometi e ainda cometo algum erro é porque errar às vezes foge da vontade humana.
Li, recentemente, no jornal da Associação Brasileira de Imprensa, da qual sou colaborador, há muitos anos, a magnífica notícia de que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 2008, teve o seu prazo inicial adiado para o dia 31 de dezembro de 2015.
Sinceramente, fiquei muito feliz após ler a referida notícia e espero que o mencionado Acordo nunca seja cumprido pelo povo brasileiro. Eu, particularmente, não o cumprirei, pois não irei colocar no lixo o que já aprendi desde criança sobre a Língua Portuguesa e, em especial, as suas regras gramaticais. Nesse particular, prefiro ser chamado de desobediente, de incompetente, do que subordinado aos novos e poucos comandantes das regras gramaticais da Língua Portuguesa.
Aprendi as regras gramaticais da Língua Portuguesa lendo a Gramática da autoria de Napoleão Mendes de Almeida e em especial na década de 1960. E o que aprendi através de suas sábias lições não vale mais nada? Fico com ele e por ele sigo até morrer. A sua história revela a sua inteligência e a sua sabedoria. Não vou nunca abandonar o que aprendi lendo sempre, até hoje, as suas aulas.
Não somente no Brasil e em Portugal, fala-se também a Língua Portuguesa em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Tímor-Leste. Dentre estes qual o de maior população? O Brasil. Só por isso já merece atenção especial o seu povo, que não deve ser castigado e assim começar de novo a prender as novas regras gramaticais em atendimento ao imposto pela minoria.
O povo brasileiro, nesse particular, não deve mudar diante do que aprendeu sobre a Língua Portuguesa. Tem o direito de continuar falando e escrevendo o que aprendeu durante séculos. Assim, fez o seu passado, está fazendo o seu presente e poderá também fazer o seu futuro.
A Língua Portuguesa não traduz nenhuma moda antiga ou falsa e que por isso mereça ser alterada. Deve, sim, continuar com as regras já aprendidas pelo povo brasileiro na luta permanente por mais e mais comunicação e na exaltação desse idioma.
O Brasil tem, evidentemente, uma imensa população e é, sem dúvida, um dos maiores e melhores países do mundo.
A comunicação correta num certo idioma é fundamental para o sucesso das pessoas em suas atividades profissionais. Assim, brasileiros e portugueses se uniram, venceram dificuldades e cresceram diante da humanidade. Não devem desconhecer o valor de suas histórias. Devem, sim, continuar unidos em respeito à Língua Portuguesa, que tem no mundo uma magnífica repercussão.
Hoje, mudar as regras da Língua Portuguesa por quê? E para o quê? Em atendimento ao quê? À maioria dos seus falantes? Não. Então, a mudança não tem fundamento nenhum. A mudança de regras em qualquer idioma gera muitas vítimas e em especial aquelas que mais aprenderam aplicá-las corretamente ainda quando jovens.
O povo brasileiro sabe de onde vem, para onde quer ir e assim falando a Língua Portuguesa, que integra a sua própria vida. Não merece, portanto, ser castigado com novas regras que não lhe fazem o bem.
José Carlos Sousa Silva
[Transcrição integral de texto, da autoria de José Carlos Sousa Silva (“Advogado, jornalista e professor universitário, membro da Academia Maranhense de Letras”), publicado em 02.03.14 no jornal “O Estado do Maranhão” (Brasil), do grupo “O Globo“. O texto foi obtido através de um “site” de “clipping”. Nesta transcrição foi (evidentemente) conservada a ortografia (brasileira) do original.]
[“Links” e destaques inseridos por nós. Imagem de http://www. brasilportugal.org.br]