Vasco Graça Moura
1942 – 2014
Quero deixar aqui uma homenagem sentida e emocionada a este grande Português, culto, brilhante, sensível, um grande defensor da cultura portuguesa e da nossa Língua, cuja integridade há mais de trinta anos vinha defendendo de forma intransigente, opondo-se à sua mutilação e desvirtuamento através do triste e aviltante “Acordo” Ortográfico. Até sempre, Vasco.
Enorme, enormíssima perda. Não apenas para a causa anti-AO mas também para toda a cultura portuguesa.
Está Portugal de luto e fica a Língua Portuguesa de negro, enquanto
a verdade não lhe for restituída.
Vasco Graça Moura já mereceu uma estátua, com todas as Letras.
Obrigada Professor. Continue a inspirar-nos com a sua Coragem.
Esteja onde estiver…
O meu muito obrigado e a minha mais sentida homenagem a este brilhante vulto da cultura portuguesa. Um homem que sempre defendeu a Língua Portuguesa do aviltamento a que vem sendo sujeita nos últimos anos, por força do enxovalho ortográfico que é o “AO90”.
Um grande intelectual (e não inteletual, como anuncia o diário onde colaborava), um grande poeta, um grande português que amava e honrava a sua língua. A melhor homenagem que lhe podemos prestar é continuarmos juntos na luta contra esse enxovalho que é o AO90.
Obrigado, Vasco Graça Moura!
Uma poesia feita sobre o tema do AO, escrita por Vasco Graça Moura, no “Abrupto” de JPP.
http://abrupto.blogspot.pt/2014/04/o-vasco-no-abrupto-glosa-para-jose.html
Perdemos um grande Português! Grande pela sua dimensão intelectual, cultural, literária, cívica, humana em suma! Grande também pelo empenho, a inteligência, a firmeza, a coragem e a independência com que desde sempre se opôs ao AO90, defendendo sem esmorecer a nossa Língua, que conhecia como poucos. Quero deixar-lhe aqui a expressão da minha profunda admiração e da minha imensa gratidão, com o compromisso de continuar a bater-me por todos os meios ao meu alcance contra o AO90, cuja aplicação em curso só na alienação e na miséria moral e cultural a que chegámos encontra explicação…
Foi com grande desgosto que tomei conhecimento da morte de Vasco Graça Moura.
Além das suas capacidades literárias, ele era uma pessoa extremamente correcta que, mesmo antes de me conhecer pessoalmente, o que ocorreu por ocasião de uma sessão sobre o AO, nunca deixava de responder aos e-mails que eu lhe enviava a comentar passagens dos seus artigos nos jornais. Tivemos apenas mais dois ou três contactos pessoais, mas considerava-o um amigo.
Penso que a melhor homenagem que o governo e a Assembleia da República lhe poderiam prestar era a imediata suspensão do AO.
Não resisto a dar aqui a palavra a Vasco Graça Moura:
«soneto do amor e da morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.»
Vasco Graça Moura, in “Antologia dos Sessenta Anos”
(http://www.citador.pt/poemas/soneto-do-amor-e-da-morte-vasco-graca-moura)
«lamento para a língua portuguesa
não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina. (…)»
(http://www.citador.pt/poemas/lamento-para-a-lingua-portuguesa-vasco-graca-moura)
Fico feliz e agradecida por a nossa ILCAO ter prestado uma última e justíssima homenagem a Vasco Graça Moura, essa voz prestigiada, corajosa e incansável na defesa da língua de Portugal!
Oxalá o seu exemplo anime outros notáveis portugueses – à direita, à esquerda ou ao centro, porque a língua, como o país, é património e herança de todos – a assumir o combate público contra o AO90!
Vasco Graça Moura.
Perdemos um português notável.
Jamais esquecerei o quanto lutou para dizimar a estupidez. Combate duríssimo, em que o inimigo parece brotar mais vigoroso, após cada baixa que sofra.
Não desanimemos.