Nos dias 21 e 22 de Outubro de 2014 foram realizadas no Senado Federal brasileiro duas sessões de um debate “sobre o acordo ortográfico de 1990”.
O Senador Cyro Miranda, presidente da Comissão de Educação, concedeu uma entrevista telefónica à “Rádio Senado”.
Nesta entrevista, da qual gravámos e aqui transcrevemos um excerto, são proferidas algumas afirmações com inegável importância política. Como, por exemplo, que no caso de não vir a haver entendimento entre os “especialistas brasileiros” que agora “discutem” o AO90, “então mais vale enterrar isso de uma vez». Pois que se realize essa excelente profecia, Senador!
Vale a pena ouvir toda esta parte do excerto, a mais suculenta, por assim dizer. Ou a gravação integral no “site” do Senado brasileiro.
[audio:http://cedilha.net/ilcao/wp-content/uploads/2014/10/1021-cs-ciro-acordo_extracto.mp3][transcrição]
(pergunta) Qual a expectativa do senhor em relação a esses debates, já que existe, por exemplo, um clamor em alguns sectores de se adiar novamente a implantação definitiva do acordo ortográfico e até de fazer algumas mudanças nesse acordo?
(Cyro Miranda) Olha, é dessas audiências públicas que nós vamos trazer um consenso e depois tem que estar envolvido o MEC, tem que estar envolvida a diplomacia brasileira para um resultado final. Eu não acredito, eu não gostaria mais de ter nenhum tipo de adiamento. Eu gostaria de dizer ‘vamos fazer’ ou ‘não vamos’ ou então enterra-se isso de uma vez. E cada país continua com as suas preocupações e, se tivermos que fazer algumas mudanças, vão ser feitas dentro da nossa realidade. Agora, eu sei que tem duas correntes: uma extremamente oposta da outra, uma conservadora que não quer uma mudança de nada e a outra, que quer fazer uma mudança radical. Então, a gente é obrigado a ouvir todos, isso é democrático (certo?), e daí vão começar a sair as propostas e se são viáveis ou não são viáveis. E p’ra isso temos também os órgãos oficiais, que vão, depois, junto com o consenso de todos, dizer o que é possível e não é possível e se é vantagem também que a gente faça isso.
[/transcrição]