***** Poema de Natal ******
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Bom Natal!!
Não desistam e procurem reavivar o interesse dos verdadeiros estudiosos e conhecedores do português que nos identifica e que se opuseram a este absurdo acordo.
Com tempo e tenacidade, as 35 000 assinaturas chegarão.
Não seria possível aproveitar os milhares de adesões à petição online?
Desejo um Bom 2011 e amplo êxito na vossa iniciativa.
Alda M. Maia